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O SÉCULO XIX É MARCADO PELA CHEGADA DA CORTE PORTUGUESA AO BRASIL, QUE FUGIA DA SITUAÇÃO
IMPOSTA POR NAPOLEÃO BONAPARTE. FEITO UM TRATO COM A INGLATERRA, D. JOÃO É ESCOLTADO ATÉ
SALVADOR, EM JANEIRO DE 1808, MAS EM MARÇO DO MESMO ANO VAI ATÉ O RIO DE JANEIRO.
D. JOÃO TOMA DIVERSAS MEDIDAS PARA OCUPAR TODA A POPULAÇÃO LUSITANA QUE CHEGARA AO BRASIL:
CRIOU O BANCO DO BRASIL, ACADEMIAS MILITARES, MUSEU NACIONAL ETC. A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
CHEGA OITO ANOS DEPOIS DA FAMÍLIA REAL.
Napoleão Bonaparte Santa Helena, ilha onde napoleão foi exilado.
Na Europa, o Império de Napoleão perde o poder e ele é exilado, em 1814. D. João contrata alguns artistas
franceses que desejavam sair da França, pois tinham apoiado Napoleão.
Nesse momento, o Brasil recebe forte influência cultural europeia, intensificada ainda mais com a chegada de
um grupo de artistas franceses, em 1816, encarregado da fundação da Academia Imperial de Belas Artes,
inaugurada em 1826, na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Esse grupo ficou
conhecido como Missão Artística Francesa. Vieram pintores, escultores, arquitetos, músicos, artesãos,
mecânicos, ferreiros e carpinteiros.
A Missão Artística Francesa tinha como chefe Joachin Lebreton. Dentre os artistas que faziam parte do
grupo, temos Nicolas Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Grandjean de Montigny. O objetivo do grupo foi
fundar a primeira Academia de Arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O estilo de arte no Brasil
não era muito desenvolvido. Lebreton propôs que seu grupo viesse ao Brasil criar um ensino superior de
Belas-Artes com uma nova metodologia. Queria a atualização da arte brasileira, colocando-a em contato com
o que havia de novo na Europa - princípios acadêmicos e neoclássicos.
Joachin Lebreton
Nasceu em Saint-Méen, Bretanha, na França, em 7 de abril de 1760. Em 1795 tornou-se responsável pela
cadeira de ciências morais e políticas no importante Instituto de França, do Museu do Louvre, e foi um dos
fundadores da revista Décade Philosophique (1794-1807). Eleito secretário perpétuo do curso de Belas
Artes em 1803, manteve-se mesmo depois da queda de Napoleão e da tentativa de Luís XVIII de extinguir
o curso. Nomeado em 1798 administrador das obras de arte do Museu do Louvre, passou por uma
sequência de embates com seus opositores, especialmente por conta de sua posição contrária à
repatriação das obras de arte adquiridas durante as guerras napoleônicas, o que culminou com sua
destituição. Indicado pelo naturalista Alexander von Humboldt ao marquês de Marialva, embaixador
extraordinário do governo português na França, a integrar um projeto de estabelecimento de uma escola
de artes e ofícios no Brasil, para a qual seriam recrutados diversos profissionais franceses.
A temática era diversa. Devido ao Brasil possuir belíssimas paisagens, as temáticas, que antes se
limitavam em religiosa, agora eram luminosas, retratavam a vida cotidiana, as cidades brasileiras, as
matas, os índios e a vegetação nativa brasileira. Retrata também os escravos negros, a alta burguesia que
desejava ser imortalizada em quadros, além dos costumes e tradições populares da época.
Tauney participou, na Europa, de várias e exposições e foi muito requisitado por Napoleão para
pintar cenas de batalhas. No Brasil, destacam-se suas pinturas de paisagens. Permaneceu no Brasil
por 5 anos e pintou cerca de trinta paisagens. Entre elas, Morro de Santo Antônio em 1816.
Debret é o mais conhecido, já que seus trabalhos que documentam o Brasil no século XIX são reproduzidos
em diversos livros escolares. Sua principal obra é Viagem Pitoresca e Histórica pelo Brasil. São três tomos:
no primeiro, são representados índios e aspectos brasileiros nativos; no segundo representa os escravos
negros no Brasil; e no terceiro, representa os costumes da época, tradições culturais e festas. A desigualdade
já começara nessa época. Os negros comercializados aqui no Brasil eram vistos como meros animais que
serviam para trabalhar. Eram mão de obra escrava. Debret, em suas obras, retrata os negros com expressões
animalescas justamente pelos estereótipos de achar que todos os negros africanos eram animais,
mercadorias, seres abaixo do que os europeus consideravam humanos. O mesmo ocorria com os indígenas
nativos brasileiros.
Na arquitetura, a influência foi neoclássica. O principal arquiteto foi Grandjean de Montigny, que elaborou o projeto
da Academia de Belas Artes.
Após chegarem, o grupo, em 1816, organizou a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Em 1826, seu
nome foi transferido para Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Além do grupo da Missão, outros
artistas se encantaram com as paisagens brasileiras e a burguesia que queria ser retratada, vieram para
cá, então, artistas com o francês Claude Joseph Barandier, o austríaco Thomas Ender, o alemão Johann
Moritz Rugendas, etc.