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A transferência da corte lusa para o Rio de Janeiro surge como mais um episódio
privilegiado do perene redescobrir. O Brasil, que permanecia desconhecido para seus
colonizadores e que oscilava entre os papéis de promessa de paraíso e ameaça de
inferno, seria agora o cenário e o enredo de um manifesto ato civilizatório. Mas se
tomarmos como horizonte a famosa aversão da futura rainha Carlota Joaquina pelo
solo brasileiro, levantamos uma dúvida acerca da própria possibilidade de cultivo
dessas terras.[2] A transferência dos milhares de cortesãos portugueses para o Rio
parece sempre marcada pelo sinal negativo de uma realidade que desencoraja
qualquer esforço no sentido do implante de uma civilização.
Para nós, a própria idéia de implante coloca a questão da ausência de cultura do lugar.
Essa falta seria, por sua vez, a razão da colonização, ou o seu resultado? Alguém
seria capaz de calcular essa ausência, ou de nomeá-la como tal? Seria possível, a
partir da chegada da corte, estabelecer uma relação de continuidade entre Metrópole e
Colônia, cuja característica fora sempre a descontinuidade? O que, afinal de contas,
seria adverso na cidade colonial: a sua natureza não domesticada ou a própria
urbanidade? Qualquer afirmativa sobre a aversão dessa terra inculta parece mostrar,
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Nessa profusão de elementos aparece uma série de pequenas cenas particulares, tais
como uma fileira da tropa em seus cavalos, uma carruagem em trânsito, pessoas se
curvando diante da passagem de alguém importante, uma procissão deixando a igreja
do Carmo, uma conversa à frente de uma loja de chapéus, pessoas nas janelas das
casas, fumaça nas chaminés. A busca dessa reunião aparentemente disparatada de
atividades possíveis, personagens diversos e perspectiva arquitetônica aponta para
uma espécie de processo interno de multiplicação. Como se a multiplicação infinita
de elementos particulares fosse capaz de gestar o caráter geral e coletivo da cidade.
E nisso, a cidade do Rio de Janeiro não era distinta da natureza tropical, cuja
dificuldade de descrição artística o mesmo Rugendas havia apontado. A
inextrincabilidade de nossas florestas, a variedade inesgotável de nossas espécies
vegetais e animais eram francamente refratárias à perspectiva e às “regras da sã
razão” da arte européia. Apenas a razão naturalista poderia transpor esse limite,
identificando elementos particulares, mantendo a fidelidade com o esquema
atemporal da classificação botânica e zoológica. Percebe-se, portanto, que o que
afligia Rugendas não era propriamente a fidelidade à realidade dos trópicos, mas a
descrição fiel aos esquemas culturais europeus.
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Para artistas como N.-A. Taunay[7] e Debret, por exemplo, o fato de serem
pensionistas do Reino não é pouca coisa. O empenho ético e cívico do
neoclassicismo francês, cujos vínculos com o processo revolucionário já foram
sobejamente estudados, transfigurava-se, aqui, numa docilidade imposta, na
pressuposição de submissão. Logo, como afirma Luiz Costa Lima, sem a “luta contra
a sociedade instituída o próprio contato com a natureza teria que assumir outro
rumo”, “o de desenvolver o êxtase ante sua selvagem maravilha”.[8]
Paradoxo que também aparece nas aquarelas de Thomas Ender [Figura 3].[10] O
caráter imediato da aquarela e do desenho, antes de contradizer essa impossibilidade
impressiva, a reforça. Não apenas pela transitoriedade desta técnica, pensada à época
como preparatória, mas sobretudo pela elegância da composição, pela sutileza
cromática, pela engenhosidade da vista ao rés do chão, que afirmam a dimensão
imagética da paisagem. Aéreas e irreais, as aquarelas de Ender falam não de uma
sucessão narrativa, que permitiria o congelamento de um instante e sua posterior
rememoração, e sim de uma simultaneidade, de uma coexistência de cidade e
natureza, cuja direção de movimento é desconhecida e, portanto, não pode ser
experimentada como uma situação histórica.
À margem da história, a cidade do Rio de Janeiro requer novos valores plásticos para
a sua apreensão. Incapazes de experimentá-la - não por deficiência pessoal, e sim
pela própria inapreensibilidade da cidade -, alguns artistas pretendem defini-la pelas
margens. Nicolas-Antoine Taunay, colega de Debret na Missão Artística Francesa,
escolhe morar na ainda quase desconhecida Floresta da Tijuca. Suas vistas urbanas
insistem numa vivência lateral, incluindo paisagens e animais ou escolhendo a
luminosidade do amanhecer ou do crepúsculo [Figura 4].
A sua tela Cascatinha da Tijuca [Figura 5], mostra a queda d’água cujo nome mais
recente - Cascatinha Taunay - homenageia o artista que a descobriu duplamente: ao
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desmatar a região onde fora morar, Taunay oferece à cidade a cascata que permanecia
camuflada pela floresta densa; ao pintá-la, oferece a si próprio, como o personagem
pintor do primeiro plano da tela, e à sua experiência íntima da natureza como uma
possibilidade de ordenação poética da realidade. É certo que a sua autorepresentação
compartilha do particularismo exótico da bananeira à direita, cujo esmero descritivo
não consegue se harmonizar com a qualidade atmosférica do restante da tela. Os
trajes do pintor, a sombrinha caída, o cachorro, o olhar curioso dos negros,
contrastam com a naturalidade da inserção dos homens que pastoreiam o gado.
Íntima e exótica, a apreensão artística da cidade colonial figura não apenas uma certa
paisagem, mas também o sujeito dessa experiência lateral.
A análise de Rodrigo Naves sobre a obra de Debret aponta com clareza o seu
problema central: manter-se fiel ao ideal ético, estético e epistemológico do
neoclassicismo no Brasil comportava a adaptação ou o quase abandono de certas
regras artísticas, em nome de uma plástica “pertinente”.[11] Após o seu retorno à
França, quando editava a sua Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, Debret pode
retomar o tom heróico de sua arte missionária, francamente inadequado durante sua
estada carioca:
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Partir da França, chegar ao mundo novo, voltar à pátria - nesse trajeto, o artista
viajante encontra a sua razão de ser: estudar a natureza inédita, imprimir a marca
civilizatória. Em suas aquarelas Debret retoma o contraponto anunciado nesse
pequeno trecho de seu livro entre o já - “já não mais temem” - e o ainda - “uma longa
e ainda perigosa navegação”. A atualidade artística de Debret - aluno de Jacques
Louis David, integrante da movimentação cultural do período napoleônico -, aquilo
que o tornava novo, vê-se repentinamente velho diante de uma natureza inédita. O já
encontra o ainda. A cidade colonial não é apenas inculta, o que seria mesmo um
valor para o trabalho missionário dos artistas franceses. Ela é inédita; não fornece
sequer a base material ou social para o exercício dessa missão civilizatória.
Diante desse impasse, Debret dirige sua atenção para os detalhes, para os
personagens únicos e anônimos de suas cenas parciais de casas e ruas. A
perspectivação da Rua Direita de Rugendas cede lugar a uma vista frontal e próxima,
que impede geralmente a identificação do trecho retratado da cidade. A cidade do Rio
converte-se nesse personagem anônimo, desprovido de qualquer particularismo. Com
isso, Debret não está somente falando do aspecto atípico dessa cidade inculta. Está
questionando a própria possibilidade da passagem do velho ao novo, ou da conversão
do novo ao velho: não há qualquer relação de continuidade entre esses mundos.
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Os artistas viajantes que chegam ao Rio em meados do século XIX contam com uma
vantagem e uma desvantagem: por um lado, a cidade já havia sido decodificada
iconograficamente e não mais causava nos estrangeiros o espanto do primeiro contato
com o desconhecido, além de ter visto seus antigos hábitos serem modificados ou
radicalmente suprimidos; por outro lado, a descontinuidade entre o velho e o novo só
havia se acirrado. Enquanto na Europa o Romantismo enfatizava o ato poético da
criação, aqui os artistas mais avançados precisavam trabalhar nos limites estreitos de
uma Academia recém criada, cuja fundação, paradoxalmente, não contava com
qualquer sorte de fundamento.
Emil Bauch,[15] artista alemão que acabou conhecido no Brasil por sua dedicação às
artes gráficas e pela curiosa participação na edificação do Palácio de Nova Friburgo,
mais tarde convertido em sede da presidência da República, parece ter vivido esse
dilema. Na sua tela Entrada da Barra vista de Santa Teresa, rua Aprazível (1859)
[Figura 9], como já anotou Ana Maria Belluzzo, a continuidade espacial da cidade é
alcançada pelo horizonte baixo e pelo escalonamento em sanfona do relevo.[16] No
lugar da sensação atmosférica, característica das pinturas de paisagens ao ar livre, na
tradição da Escola de Barbizon, o que garante a unidade da tela é a presença
impregnante dos tons terra, e seu contraste com as longas faixas horizontais de azul
(o azul forte do mar e o tom mais claro, mas ocupando uma área maior, do céu). O
espectador entra na tela lateralmente, seguindo os passos lentos do homem atrás do
carro de boi. Isso desloca o foco de interesse, colocando o trecho da cidade ao centro
numa espécie de ilha temporal e espacial, inacessível. Os caminhos sinuosos do alto
dos morros não descem para o conglomerado urbano. Obedecem a um trajeto
caprichoso e incongruente, encerrando a cidade ao invés de ampliá-la.
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distanciada da própria cidade. Ela está ali, sempre depois de alguma coisa, sempre
distante, como se fosse uma das montanhas que a cerca, concreta pelo seu caráter
imagético. Diferente do artista alemão, em suas telas os valores atmosféricos e
luminosos contribuem para essa sensação de distância. Envolta em brumas
luminosas, a cidade perde a sua materialidade específica, para ganhar o aspecto de
uma imagem, de suporte de significações subjetivas que, entretanto, só podem se
realizar à distância.
Para que Vinet pudesse preservar um mínimo desse aprendizado do sentido moral do
sentimento da natureza, era necessário que seus pontos de vista se particularizassem.
A natureza nunca é exuberante demais. Há sempre uma aridez, um comedimento a
dar o tom geral da tela. Também a cidade nunca aparece numa vista ampla, evitando-
se sobretudo aquelas apreensões tão caraterísticas da Baía de Guanabara, valorizando
o encontro reflexivo de céu e mar, e todos os seus corolários atmosféricos.
Na tela Vista da Baía de Guanabara, Entrada da Barra (1858) [Figura 11], o ponto
de vista baixo impede essa visão ampla. O mar não passa de uma pequena área,
cercada de montanhas e cuja visão é cortada pelas árvores à frente, ficando
impossibilitada de funcionar como plano reflexivo. O céu partilha com toda a pintura
dos tons de azul e dourado. No primeiro plano, apenas uma negra trazendo um cesto
de frutas à cabeça e uma cabra, cujas presenças não chegam a contradizer a sensação
de vazio. Também a arquitetura - a igreja da Glória - não assume a função
construtiva, de irradiação luminosa, que possuíam as catedrais de Corot. Aqui é
apenas um elemento a mais, que ganha um certo aspecto pitoresco.
A concepção moderna, que Vinet aprende com Corot, da pintura como uma forma de
experimentar e conhecer a natureza parece não funcionar adequadamente no Brasil.
A ausência do fundamento moral dessa vivência coloca a arte em contato com a
dimensão patética de sua própria existência. Não há possibilidade de realização de
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um encontro afetivo entre sujeito e mundo exterior: não se encontra uma coisa apenas
porque se chega lá; é preciso redescobri-la, converter-se à essa nova realidade,
expressá-la. E o que Vinet expressa, acima de tudo, é o limite da experiência
pictórica. O seu realismo aponta para a incapacidade efetiva da arte assumir uma
missão civilizatória, o que só pode se realizar nos limites privados e íntimos de uma
experiência individual, inacessível enquanto vivência moral, coletiva, formadora de
cultura.
Para escapar desse destino particularizante, a cidade do Rio aparece identificada com
a natureza que a forma. O mapeamento desse cenário natural implicaria não apenas
no registro de uma origem oculta da própria urbanidade, mas sobretudo na
catalogação das possibilidades sensíveis do artista diante do mundo e do espectador
diante da arte. Quando, já no final do século, o artista acadêmico Augusto Rodrigues
Duarte pinta a sua Cascata da Tijuca (óleo/tela, 1884) [Figura 12], a vista bastante
semelhante às já registradas por Debret e Chamberlain é povoada com novos
personagens. Nos artistas viajantes do início do século XIX, as figuras humanas, a
despeito das ações que realizam, contribuem antes para dar a dimensão da cascata. As
atividades que realizam não chegam a fornecer nenhuma indicação sentimental
acerca da vivência daquele cenário natural. Em Duarte, entretanto, as três figuras são
claramente dispostas no primeiro plano, de forma a mediar a experiência da natureza
e da própria pintura.
Referências bibliográficas
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CARELLI, Mário. Jean Baptiste Debret, um pintor de história nos trópicos. Catálogo
da exposição Jean Baptiste Debret, um pintor de história no Brasil. Rio de
Janeiro: Museus Castro Maya. 1990.
MELLO JR, Donato de. Nicolau Antonio Taunay, precursor da Missão Artística
Francesa de 1816, ao solicitar emprego a D. João VI. Mensário do Arquivo
Nacional, nº 8. Rio de Janeiro: agosto de 1976.
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_____. Centenário de Debret e Rugendas. Anhembi, vol. 31, número 93. São Paulo:
agosto 1958.
[1] Sobre a questão do redescobrir como sublime historicidade, ver Marcus Alexandre Motta, Essa nova
e nunca ouvida história. Tese de doutorado apresentada à UFRJ, Rio de Janeiro, 1997.
[2] A aversão constitui conceito central para a análise de Stanley Cavell sobre o pensamento de Emerson:
A aversão, o adverso, é a forma emersoniana de calcular o inabordável, seu registro daquilo que é
desencorajador. Esta América nova, ainda inabordável. Palestras a partir de Emerson e Wittgenstein.
São Paulo: Ed. 34, 1997. p. 90.
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[3] Segundo Luiz Costa Lima, as narrativas de viagens promovem o abandono do esquema retórico
fabular, em favor do testemunho pessoal do viajante. Nesse reconhecimento da subjetividade pessoal,
abre-se a trilha para uma teoria do conhecimento fundada no homem (Montaigne, Descartes, Kant) e à
separação entre escrita da história e relato ficcional. In: “Os desastres do mar”, artigo publicado no
Caderno Idéias do Jornal do Brasil, 5/12/1998.
[4] Jean Baptiste Debret discípulo de Jacques Louis David, chegou ao Brasil em 1816, acompanhando a
Missão Artística Francesa e aqui permaneceu até 1831. Quando retornou a Paris publicou a sua obra
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, combinando texto e litografias sobre o Brasil do início do
século XIX.
[5] Johann Moritz Rugendas, pintor e desenhista alemão descendente de uma família de pintores e
gravadores, era considerado um grande artista do desenho. Esteve no Brasil acompanhando a expedição
Langsdorff; mas abandonou-a, deixando em seu lugar Adrién Aimé Taunay e entregando-se a desenhar
livremente os temas de seu interesse.
[6] Segundo Luiz Costa Lima, as duas vertentes do romantismo europeu - seja a que manteve o otimismo
no progresso da fraternidade e da igualdade, seja o que defendia a autonomia da arte - percebiam na ida à
natureza um estímulo à auto-reflexão libertadora, mantendo o caráter de rebeldia contra a sociedade
instituída. In: O controle do imaginário. São Paulo: Brasiliense, 1984.
[7] Nicolas Antoine Taunay chegou ao Brasil com a Missão Artística Francesa, em 1816. Possuía
formação neoclássica. Era membro do Instituto de França e presidente da Classe de Belas Artes. Quando
retorna a Paris em 1821 deixa a cadeira de pintura de paisagem na Escola de Belas Artes para seu filho
Félix Émile Taunay.
[9] Conde de Clarac, paisagista, desenhista e arqueólogo francês, realizou viagem à América do Sul e às
Antilhas em 1816, junto à missão diplomática do Conde de Luxemburgo. Acompanhado do botânico
Auguste de Sainte Hilaire, esteve no Rio de Janeiro de junho a setembro deste ano. Nas fichas
catalográficas dos Museus Castro Maya aparece com o nome de Charles Othon Frédéric Jean Baptiste,
enquanto na obra de Anna Maria Belluzzo, O Brasil dos Viajantes, aparece como Claude-François
Fortier.
[10] Thomas Ender foi um dos principais representantes da técnica da aquarela na Áustria e obteve o
prêmio de “pintura de paisagem” da Academia vienense. Com isso conseguiu ser convidado para integrar
a Missão Austríaca, chegando ao Brasil em 1817, acompanhado de Spix e Martius.
[11] Rodrigo Naves, Debret: neoclassicismo e escravidão. In: A forma difícil. São Paulo: Ática, 1996.
[12] Jean Baptiste Debret, Introdução à Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, t.1. São Paulo: EDUSP,
1978, p.23.
[13] Henry Chamberlain foi militar, pintor e desenhista. Veio para o Brasil em 1819 e de volta a Londres,
em 1822, publicou um álbum de gravuras intitulado Viagem pitoresca através do Brasil.
[14] “Lá, diz apontando seu dedo, faço uma vírgula e lá, diz mostrando outro lugar, coloco dois pontos
pois uma volta mais decidida é necessária; em outro lugar, onde a interrupção é desejável para romper a
vista, será um parêntese; depois, um ponto final e então começo outro assunto”. In: Dora Wiebenson,
The picturesque Garden in France. Princeton: Princeton University Press, 1978, nota 86.
[15] Emil Bauch veio para o Brasil em 1852; fixou-se no Rio de Janeiro após residir algum tempo em
Recife. Em fins da década de 1850 participou pela primeira vez da Exposição Geral de Belas Artes,
organizada pela Academia Imperial de Belas Artes. Em 1874 foi condecorado como cavaleiro da Ordem
Imperial da Rosa. Associado ao pintor Henri Nicolas Vinet, passou a dedicar-se também ao ensino da
pintura de paisagem em um ateliê montado na Rua da Quitanda.
[16] Ana Maria de Moraes Belluzzo, O Brasil dos Viajantes, v. III: A construção da paisagem. São
Paulo: Metalivros; Salvador: Fundação Emílio Odebrecht, 1994, p. 143.
[17] Raymond Auguste Quinssac de Monvoisin esteve no Rio de Janeiro em 1847. Depois de estudar
com Lacour e Guérin na França, obteve o prêmio de viagem a Roma da Escola de Belas Artes de Paris.
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[18] Henri Nicolas Vinet, paisagista e retratista de formação, chega ao Brasil em 1856. Foi influenciado
pelo romantismo, visando essencialmente a beleza natural sem a presença humana. Discípulo de Jean
Baptiste Corot, embora sua pintura preserve a estruturação acadêmica, partilha com o seu mestre da
concepção moderna de pintura como experiência vivida, do sentimento como forma de conhecimento.
[19] Sobre isto ver Giulio Carlo Argan, Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p.60.
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