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Aprendizagem

O que é aprendizagem?
“Aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento,
resultante da experiência” (Kimble, 1961).

Mudanças no comportamento não ligadas à aprendizagem:


- maturação induzida por estímulos
- fadiga
- mudanças de motivação
- mudanças na situação de estímulos

Características do Padrão Fixo de Ação:

- são específicos da espécie


- são estereotipados
- uma vez iniciados, são completados
- em sua grande maioria, não são aprendidos
- são resistentes a mudanças
- são acionados por um estímulo específico (estímulo sinal, que é diferente de estímulo
sinalizador)
- ex.: catar ovos (ganso), alimentar filhotes (pássaros), reflexos do recém nascido (ser
humano e macaco)

Os psicólogos usam o termo “aprendizagem” num sentido mais amplo do que o usado
na linguagem popular.
O que é aprendido não é necessariamente “correto” ou adaptativo (aprendemos tanto
os maus como os bons hábitos).
Não é necessariamente consciente ou deliberado.
Não envolve necessariamente qualquer ato manifesto (pode-se aprender atitudes e
emoções, assim como aprendemos conhecimentos e habilidades).
Coisas simples como dirigir, lembrar de férias agradáveis, acreditar na democracia e
antipatizar com o chefe são resultados de aprendizagem.
Conhecimento e aptidões
específicos
Aprendizado
Modificações (atitudes, emoções,
comportamentos)

Todas as leis afirmam uma relação entre uma variável dependente (VD) e uma ou mais
variáveis independentes (VI).
VD: é aquela a respeito da qual podemos fazer uma predição
VI: é aquela que usamos para fazer a predição
Lei Qualitativa: envolve simplesmente a presença ou ausência de algo (cor vermelha no
céu à tarde indica bom tempo e a cor vermelha no céu da manhã indica mau tempo)
Lei Quantitativa: graus da varável independente relacionam-se com gruas da variável
dependente (recompensa maior resulta num nível mais elevado de desempenho)

As leis científicas servem para duas finalidades principais:


1. Finalidade de ordem prática: predizer e controlar eventos — Ciência Aplicada
2. Finalidade de obter conhecimento: obter conhecimento a respeito do mundo —
Ciência Pura

Funções das teorias:


1. É uma maneira de analisar, expor e efetuar pesquisas de aprendizagem,
representa o ponto de vista do pesquisador a respeito de quais aspectos
são mais importantes;
2. É uma tentativa de resumir uma grande cópia de conhecimentos acerca
das leis da aprendizagem;
3. É uma fecunda tentativa de explicar o que é aprendizagem e por que ela
funciona de determinada maneira. As leis nos dão o “como” da
aprendizagem e as teorias nos dão o “porquê”.
Conexionistas
Watson e Guthrie
São diferentes dos demais behavioristas, pois não fazem uso do conceito de reforço. O
conceito mais importante para eles é o da contiguidade, por isso são denominados
teóricos conexionistas da contiguidade.

Contribuições de Watson

• Rejeição da distinção corpo e mente. Tudo o que fazemos envolve o corpo


inteiro.
• Ênfase no estudo do comportamento objetivo

Problemas:

• Aprofundou-se pouco nos problemas de aprendizagem, deixando sua


abordagem da aprendizagem incompleta, inconsistente e complexa
• Radicalismo
• Rejeita o estudo da consciência e sua subjetividade

COMPORTAMENTO = MOVIMENTO DOS MÚSCULOS

Watson era contra a ideia de instintos. Usa a ideia de reflexos condicionados.

Hereditariedade:

• Tudo o que o homem herda é o corpo e os reflexos, além de 3 padrões fixos de


reação emocional: medo, raiva e amor.
• Esses sentimentos são padrões de movimentos, e não sentimentos conscientes.
Diferenças de personalidade são apenas diferenças na aprendizagem.

Todo comportamento é aprendido. As conexões herdadas são modificadas pela


aprendizagem.

1. Condicionamento Clássico: cada resposta já existente é provocada por estímulos


diferentes.
2. Aprendizagem de respostas novas (situações complexas): formação de uma
série de reflexos. Cada resposta produz sensações musculares que servem de
estímulo para a próxima resposta.
3. Combinação seriada de reflexos simples: comportamento complexo.

O que determina essa sequencia especial de reflexos? Conexões S — R, que formam o


ato hábil, são reflexos condicionados, portanto, cada resposta se torna estímulo
condicionado para a resposta seguinte.

Princípios de aprendizagem:

1. Frequência: quanto mais frequente efetuamos uma resposta a um estímulo,


mais provavelmente efetuaremos esta resposta a este estímulo novamente.
2. Recenticidade: quanto mais recente for a resposta na situação, maior a
probabilidade de se repetir a ação.

Contribuições de Guthrie

Chama a atenção para certos aspectos da aprendizagem negligenciados. Destaca a


importância da análise exata de estímulos e respostas. Não ignora desejo e intenção,
apesar de interpretá-los em termos físicos.

Princípios Básicos da Aprendizagem

• Uma combinação de estímulos que se acompanhou de movimentos tenderá,


quando repetida, a ser acompanhada dos mesmos movimentos.
• A conexão, uma vez estabelecida, tem força máxima.

A última ação que ocorre é a que ocorrerá na próxima vez (semelhante ao princípio da
recenticidade). Guthrie não usa o termo frequência. Para ele, é um vínculo tudo ou
nada.

MOVIMENTO = ATO HÁBIL = CONJUNTO DE ATOS HÁBEIS = APRENDER A


FAZER ALGO
A melhora na habilidade é gradual, mas a aprendizagem de cada parte é súbita. Como
não há conceito de reforço, não aprendemos pelo êxito ou fracasso, mas simplesmente
por fazer.

Estímulos Mantenedores

• Estímulos que mantêm o animal ativo na situação (ex.: fome)


• Modificações nos estímulos mantenedores levam à aprendizagem e as respostas
que removem esses estímulos são as que resolvem o problema (última a
acontecer é aprendida).

Métodos para modificar os hábitos

1. Método do Limiar: apresenta o estímulo de forma fraca e então não ocorre a


resposta.
2. Método da Fadiga: a resposta a ser eliminada é eliciada repetidamente, até que
o indivíduo se canse e apresente outra resposta.
3. Método dos estímulos incompatíveis: estímulos para a resposta indesejada são
apresentados juntamente com outros que produzem resposta incompatível.

Punição: não é castigo, mas sim mudança na maneira como o indivíduo responde a
determinados estímulos.

Esquecimento: envolve aprender a fazer alguma outra coisa, pois a resposta anterior
não produz mais modificações na situação.

Desejo: é um complexo de estímulos mantenedores, algo que bloqueia o que removeria


os estímulos. Há uma prontidão muscular para a execução e consequência.

Thorndike

Aprendizagem = fixação gradual da conexão S — R.

• Lei do Exercício: fixação pode se dar por contiguidade.


• Lei do Efeito: a fixação depende também, e principalmente, dos efeitos que
acompanham a resposta.

O conceito de “reforço”
• Estado de coisas satisfatório: tudo que o animal faz para manter ou renovar e
nada faz para remover ou evitar.
• Estado de coisas irritante: tudo que o animal faz para por fim e nada faz para
manter ou renovar.

A objetividade é semelhante à de Watson. Não se fala em sentimentos, mas no que o


animal faz. –Comportamento objetivo

Posteriormente, Thorndike modificou a Lei do Efeito, afirmando que fatores de


satisfação eram mais importantes do que fatores de irritação. Justificativa: a
recompensa fortalece a conexão mas nem sempre a punição as enfraquece.

A Lei do Efeito estabeleceu as bases para o behaviorismo skinneriano.

Neal Miller
Respostas objetivas passiveis de mensuração. São comportamentos operantes do
Skinner.

Quatro elementos de aprendizagem: Impulso, Indícios, Resposta e Recompensa.

1. Impulso (Drive): estado de excitação que impele o organismo à ação. O S


pode ser externo ou interno. O impulso é, pois, a base da motivação. A redução
da intensidade do impulso reforça qualquer resposta que veio logo antes. A
redução do impulso, portanto, é a operação básica na aprendizagem.
2. Indícios: conjunto de estímulos que orienta a resposta.
3. Resposta: ações do organismo frente à situação de estímulos.
4. Recompensa: redução do impulso que põe término à sequência da
aprendizagem.

Semelhança com Guthrie: o impulso age como um estímulo mantenedor. Impulso:


assemelha-se ao estímulo mantenedor de Guthrie

Semelhança com Thorndike: a remoção desse estímulo age como fator de satisfação.

Imitação: consiste em fazer com que outro organismo faz ao invés de tentar várias
respostas. O organismo usa os indícios de outro organismo para modelar seu
comportamento e pode ou não ser recompensado por isso. Nessa forma de
aprendizagem também podemos identificar os processos de discriminação e
generalização.
Medo e Neurose: impulso aprendido (medo aprendido, segundo Miller).
Experimento da Caixa de Miller (rato numa caixa com dois compartimentos claro e
escuro, rato leva choque em algumas situações).

Hull

A teoria dedutiva de Hull

• Postulados: afirmações a respeito de diversos aspectos do comportamento. Não


seriam leis tomadas diretamente dos experimentos, mas enunciados mais gerais
acerca dos processos básicos envolvidos. Da mesma forma que os postulados da
geometria, não seriam provados por si mesmo, mas sim tomados como ponto de
partida para comprovação. A partir desses postulados poder-se-ia derivar uma
grande variedade de outros enunciados, chamados teoremas.
• Teoremas: afirmações derivadas dos postulados, provadas logicamente pela
combinação dos postulados. Assumem a forma de leis do comportamento.
Quando um teorema fica provado, o que isso significa é que, se os postulados
são verdadeiros, o teorema também deve ser verdadeiro.
• Experimentação: comparação dos teoremas com as leis reais do
comportamento.
• Objetivo: derivar leis de comportamento a partir de um sistema simples de
postulados.

Sistema preditivo de quatro estágios

1. Variáveis Independentes: aquelas que usamos para fazer a predição. Podem ser
manipuladas pelo experimentador.
Ex.: privação, estimulação dolorosa, magnitude da recompensa, número de
ensaios de treinamento reforçado, trabalho
2. Variáveis Intervenientes: estabelecem conexão entre as variáveis. Estados
hipotéticos do organismo, não observáveis, mas diretamente controlados pelas
variáveis independentes (força do hábito e impulso).
3. Idem ^
4. Variáveis Dependentes: aquelas a respeito das quais podemos fazer uma
predição. Que se pode observar e registrar.
Ex.: amplitude ou tamanho da resposta, velocidade da resposta, número total da
resposta, latência da resposta, resistência à extinção.

• Força do Hábito: força da conexão aprendida entre um indício e uma


resposta. Uma conexão formada mediante a prática reforçada. No conceito de
Hull, sHr é uma conexão permanente, que pode aumentar a intensidade, mas
não diminuir.
• Toda vez que R ocorre em presença de um S e esse evento é seguido de reforço,
aumenta a força do hábito dessa conexão S — R.
• O nível de desempenho é proporcional à magnitude da recompensa.

sHr: força do hábito, vínculo S — R permanente. Corresponde ao “saber fazer”.


D: impulso (drive), estado temporário produzido por privação ou estimulação
dolorosa (redução = reforço). Corresponde ao “querer a coisa ganha”.
K: motivação de incentivo, a magnitude da recompensa afeta apenas o K,
depende das experiências anteriores. Corresponde ao “saber o que se ganha
fazendo”.
sEr: potencial de reação, tendência total de efetuar determinada resposta a
determinado estímulo. sHr x D x K = sEr
Ir + sIr: inibição reativa e inibição reativa condicionada. Ir é a tendência de não
repetir a mesma resposta. Depende do esforço exigido (análogo da fadiga
comportamental); independe do estímulo que a produz. sIr é um tipo de hábito
que conecta estímulo e resposta. É derivada de Ir, hábito de não responder.

Lei geral de Aprendizagem (Potencial Geral de Reação):


sEr = sHr x D x K – (Ir + sIr)
Cognitivistas

Gestalt (Wertheimer, Köhler e Koffka)

Contribuições de Wertheimer

• Análise do pensamento consciente em suas unidades como sensações, imagens


e ideias.
• Abordagem dinâmica.
• Interesse em padrões unificados da consciência.
• Contra a análise (desdobramento em partes) no que se refere ao estudo da
consciência.
• “Nossos pensamentos são percepções totais, dotadas de significado, não um
conjunto de imagens dissociadas”.
• Fenômeno do movimento aparente = phi fenômeno.

O Phi Fenômeno é um exemplo de sistemas de totalidades dinâmicas (gestalts), onde as


partes estão dinamicamente inter-relacionadas. Não se pode chegar ao todo pelas
partes em separado.

A essas totalidades dinâmicas, Wertheimer aplicou a palavra alemã Gestalt (forma,


padrão, configuração).

As gestalts ocorrem tanto na física como na psicologia (ex.: phi fenômeno, melodia,
redemoinho).

De estudos de percepção passou a relacionar-se à aprendizagem e revolucionou a


psicologia alemã.

“O todo é mais do que a soma das partes”

• Figura: é a Gestalt, a entidade que se destaca, a “coisa” que percebemos.


• Fundo: meio ambiente, indiferenciado, contra o qual a figura ocorre.

Contribuições de Köhler e Koffka

Köhler e Koffka, juntamente com Wertheimer, formaram a escola de Berlim. As


interpretações de aprendizagem tendem a ser apresentadas em terminologia de
percepção. “De que modo o indivíduo aprendeu a perceber a situação”.

• Aprender: não é adicionar traços de memória novos, mas transformar uma


Gestalt em outra. Reestruturações.
• Insight: aprendizagem súbita, resistente ao esquecimento e especial facilidade
de ser transferida a situações novas. Ver a situação total de uma nova maneira,
compreensão das relações lógicas ou percepção das conexões entre meios e fins.
• Insights parciais: aprendizagem gradual, por ensaio e erro.

Leis gestaltistas da aprendizagem e esquecimento:

1. Lei da Proximidade: de acordo com a maneira que estão dispostos no


espaço, certos elementos tendem a formar grupos, de tal modo que os itens
mais próximos se agrupam num conjunto. Quando aplicada à aprendizagem,
também pode referir-se à proximidade ou no espaço ou no tempo.
2. Lei da Semelhança: os elementos semelhantes tendem a se agrupar. Quando
aplicada à aprendizagem também se pode referir a
generalização/discriminação.
3. Lei do Fechamento: áreas fechadas formam unidades mais facilmente.
Quando aplicada à aprendizagem desempenha, nas teorias cognitivas de
aprendizagem, o mesmo papel que o reforço desempenha na teoria
conexionista.

Recompensa, boa forma e esquecer:

• Recompensa: atingir uma boa forma ou insight.


• Boa forma: simples e regular. É o padrão de organização que um sistema tende
a adotar.
• Esquecer: modificações perceptivas. É distorcer aquilo que fisicamente estava
presente no original, transformando-o em algo diferente.

Behaviorismo Intencional (Tolman)

Contribuições de Tolman

Tentativa de dar à teoria cognitiva uma conexão estreita entre estímulos externos e
aprendizagem, assim como fazia a teoria conexionista.

Escola objetiva, com preocupação pela exata mensuração do comportamento e por sua
confiança na possibilidade de aperfeiçoamento do homem.

“Nós não respondemos simplesmente a estímulos, agimos segundo crenças,


expressamos atitudes e lutamos por objetivos”.

• Interessa-se pelo comportamento objetivo, não pela experiência consciente.


• Pelo efeito dos estímulos externos sobre o comportamento.
• Pela aprendizagem: forma como o comportamento se modifica, relacionada ao
mundo externo. Modificações nas cognições resultantes da experiência com
estímulos externos.
• Pelos propósitos ou intenções que impulsionam e orientam o comportamento.
• S ↔ R ↔ Objetivo (unidade e significado do comportamento).
• Comportamento molar X comportamento molecular:
Comportamento Molar: não se refere ao tipo de comportamento, mas ao
modo como o comportamento é analisado. O comportamento molar é analisado
em unidades bastante grandes, do senso comum, tal como dirigir um carro ou
preparar uma refeição.
Comportamento Molecular: comportamento analisado em termos de
movimentos isolados de determinados músculos.

Cognições como variáveis intervenientes:


• Um determinado objetivo pode ser buscado mediante grande variedade de
ações, não apenas como consequências de respostas, mas também como
possíveis formas alternativas de atingir o objetivo.
• Como variável interveniente, uma cognição não é uma “coisa”, mas uma
abstração definida pelo teórico. A experiência com certos estímulos resulta na
formação de determinadas cognições.
• Necessidades produzem demandas de objetos-meta (privação → demanda de
alimento).
• Demanda = variável interveniente
• Cognições + demandas = comportamento.
• Cognição é tratada em termos objetivos, sem trata-la como movimento físico,
diretamente mensurável. Função simultânea dos estímulos e respostas.
• Nem toda cognição é do tipo “se faço isso, obtenho aquilo (recompensa)”. A
aprendizagem implica modificações nas cognições resultantes da experiência
com estímulos externos.

Behaviorismo Intencional
• Aprendizagem Latente: não é aparente no desempenho no momento, mas
aparece quando há um motivo para fazê-lo.
• Aprendizagem da Localização da Recompensa: uma vez que o sujeito
aprende onde está localizada uma recompensa, frequentemente esta localização
pode ser atingida por outros meios que não os originalmente empregados.
• Mapa Cognitivo: variáveis intervenientes, designa as cognições que são
aprendidas em diversas situações.
• Aprendizagem da Direção da Meta: Tolman, Ritchie & Kalish (1946).
• Expectativa Signo-Significado: expectativa que o indivíduo tem que o
mundo está organizado de determinadas maneiras, certas coisas conduzem a
outras.
Signo = expectativas = estímulos.
Significado (Gestalt) = esses sinais dependem de um contexto.
• Vetores de Desempenho Pragmático: tendência de ir a diversos lugares ou
realizar outras respostas sobre o ambiente.
• Vetores de Desempenho de Identificação: tendência de observar as
coisas, exploração do ambiente com observação.

Seis tipos de Aprendizagem


1. Formação de Catexias: sempre que determinado objeto-meta satisfaz
determinado impulso, tende a formar-se catexia deste impulso nesse objeto-
meta. Impulso + Catexia = Demanda.
2. Crenças de Equivalência: não são apenas crenças sobre a situação que leva ao
reforço ou punição, mas cognições que certas situações são equivalentes a
recompensas ou punição. Portanto, são em si mesmas reforçadoras ou
punitivas.
3. Expectativas de Campo: é o centro de seu sistema. São cognições acerca de
como o mundo está configurado a respeito de “o quê leva a que”. É o signo-
significado anterior. Os mapas cognitivos são formados de expectativas de
campo, é o próprio conhecimento em si.
4. Modos de Cognição de Campo: maneiras de aprender, ou tendências peculiares
das pessoas no sentido de aprender mais facilmente certas coisas que outras.
5. Discriminação de Impulsos: capacidades do organismo de fazer distinções entre
os estímulos presentes no meio ambiente.
6. Padrões Motores: habilidades musculares pelas quais um indivíduo realmente
atinge as metas. Trata-se de uma concessão de Tolman a Guthrie. Este criticava
Tolman por deixar o rato “absorto em pensamentos” num labirinto.

Quatro tipos especiais de variáveis de diferenças individuais


• Hereditariedade
• Idade
• Treinamento
• Condições Endócrinas

Jean Piaget

Contribuições

Estrutura hierárquica da aprendizagem

• A estrutura de conhecimentos e habilidades se constrói no decorrer da vida


• É preciso analisar uma tarefa complexa em seus componentes para encontrar
sua estrutura hierárquica.
• Maturação biológica (sistemas neurais responsáveis por comportamentos)

Variável Interveniente

• Usa como variável interveniente o “Esquema”


• O “Esquema” é:
Maneira de perceber, compreender e pensar a respeito do mundo.
Quadros referenciais ou estruturas organizadoras da atividade mental.
Tipo amplo de expectativa.
Consideravelmente estável.

Desenvolvimento Cognitivo = formação e modificação de esquemas.

O conceito de estrutura cognitiva é central nessa teoria.

Estruturas cognitivas são padrões de ação física ou mental que são subjacentes a atos
específicos de inteligência e correspondem aos estágios do desenvolvimento infantil.

De acordo com Piaget, existem quatro estruturas cognitivas primárias (isto é, estágios
de desenvolvimento): sensório-motor, pré-operacional, operações concretas e
operações formais.

A criança vai construir estruturas mentais e adquirir modos de funcionamento dessas


estruturas em função de sua tentativa incessante de entender o mundo ao seu redor,
compreender seus eventos e sistematizar suas ideias num todo coerente.

Piaget estudou o desenvolvimento dos vários processos cognitivos, dirigindo-se aos


aspectos qualitativos e não quantitativos.
Adaptação

As estruturas cognitivas mudam através dos seguintes processos de adaptação:


assimilação e acomodação.

1. Assimilação: envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas


cognitivas existentes.
2. Acomodação: refere-se à mudanças de estruturas cognitivas para que o
ambiente faça sentido.

Principais Postulados

1. Assimilação: processo de desenvolvimento cognitivo que envolve a


incorporação de novos conhecimentos a uma estrutura existente. Integrar novas
informações a um esquema já existente.
2. Acomodação: se dá quando o novo conhecimento produz um reajuste nos
esquemas de ação. É necessário criar um novo esquema ou modificar um
esquema já existente.
3. Hereditariedade: as pessoas herdam estruturas biológicas (sensoriais e
neuronais) que predispõe ao surgimento de certas estruturas mentais. Não
herdamos a inteligência, herdamos um organismo que vai amadurecer em
contato com o meio ambiente.
4. Esquema: as crianças não são dotadas de capacidades prontas, mas de
reflexos. A partir de um equipamento biológico hereditário, a criança formará
estruturas mentais, para organizar as sensações e os estados internos
desconhecidos.
Esquema é uma unidade estrutural básica de pensamento ou de ação, que
corresponde à estrutura biológica, que muda e se adapta.
Exemplos de esquema:
— sequência de ações motoras
— estratégias mentais para resolução de problemas
— imagem interiorizada de lugares ou de pessoas com as quais convivemos;
Pode ser tanto uma disposição comportamental específica, uma ideia que
formamos a respeito de uma pessoa, objeto ou situação, ou ainda uma
determinada maneira de solucionar problemas abstratos.
Uma vez formado o esquema de preensão de um objeto, por exemplo, ele será
ativado toda a vez que a criança quiser pegar um objeto, e será modificado
sempre que o novo objeto tiver propriedades específicas.
5. Equilíbrio: Piaget traça um paralelo entre o desenvolvimento biológico e o
mental.
O organismo funciona de modo a atingir e manter um estado de equilíbrio
interno que permita a sobrevivência de um determinado ambiente.
Um processo semelhante ocorre na organização mental do indivíduo.
É um processo de organização das estruturas cognitivas num sistema coerente,
que possibilita ao indivíduo uma adaptação à realidade.
A primeira forma de equilíbrio da criança é a aquisição do pensamento
operacional formal.
Em cada fase do desenvolvimento, a criança consegue uma determinada
organização mental que lhe permite lidar com o ambiente.
Essa organização mental (equilíbrio) será modificada à medida em que o
indivíduo conseguir atingir novas formas de compreender a realidade e de atuar
sobre ela, e tenderá a uma forma final que será atingida na adolescência e que
consistira no padrão intelectual que persistirá durante a vida adulta.

Estágios Cognitivos de Piaget

1. Estágio Sensório-Motor
Início do Estágio: a criança não pode solucionar problemas através do
pensamento e não tem ciência de que os objetos e pessoas são separados dela
própria.
Fim do Estágio: a criança pode estabelecer objetivos e alcança-los através de
comportamentos. Considera os objetos e as pessoas como separados dela
própria.
2. Estágio Pré-Operacional
Início do Estágio: a criança está enganada pela sua percepção, que repele os
fatos. A criança não raciocina sobre transformações, não pode conservar.
Fim do Estágio: a criança raciocina baseada em informações factuais. A criança
pode reverter o pensamento, raciocina sobre transformações e pode conservar.
3. Estágio de Operações Concretas
Início do Estágio: a criança pode solucionar problemas lógicos através da
manipulação de objetos concretos mas não pode raciocinar sobre hipótese ou
problemas abstratos com muitas variáveis.
Fim do Estágio: pode solucionar problemas lógicos sem a ajuda de objetos
concretos e pode raciocinar sobre problemas abstratos e hipotéticos.
> A criança diferencia ela própria dos outros
> Demonstra conservação (a quantidade continua a mesma)
> Raciocínio dedutivo
> Transformação
< Mas não pode pensar abstratamente ou hipotetizar
4. Estágio das Operações Formais
Habilidade para lidar com o abstrato e o hipotético
Formulação e teste de hipóteses
Separação e controle de variáveis
Pensamento proporcional
Pensamento combinatório

Críticas à Teoria de Piaget


Piaget construiu sua proposta observando principalmente suas três filhas (não é uma
população representativa).

Um mundo perceptual estável e diferenciado é estabelecido muito mais precoce na


infância do que Piaget propunha.

Memória e outras formas de atividade simbólica ocorrem já na segunda metade do


primeiro ano.
Psicobiólogos

Seligman

Contribuições

• Princípio de Equivalência de Associabilidade:


qualquer estímulo pode ser associado a qualquer resposta
respeitados os limites biológicos da espécie, não importa a topografia da
resposta
• Contínuo de Prontidão:

preparado ———————— despreparado ————————— contra-preparado

Os organismos são preparados para associar certos acontecimentos,


despreparados para alguns e contra-preparados para outros.

Preparado: se o organismo emite uma resposta após poucos


emparelhamentos. Ex.: pombos adquirem o bicar de um disco iluminado
mesmo quando não existe contingencia entre o bicar e o reforço.

Despreparado: se o organismo emite a resposta após muitos


emparelhamentos. Ex.: ratos aprenderão a pressionar uma barra para alimento
depois de várias exposições barra-pressão-alimento.

Contra-preparado: se o organismo não emite a resposta ou a emite somente


após um numero muito grande de emparelhamentos. Ex.: pombos não
aprendem a bicar um disco para se esquivar de choques elétricos.

Leis da Aprendizagem

Podem variar com a prontidão do organismo para a associação. Diferentes mecanismos


fisiológicos podem co-variar com a dimensão.
A arbitrariedade (indiferença relativa) nos procedimentos experimentais possibilita a
formulação de leis gerais.
Portanto, leis gerais podem não ser gerais, mas peculiares a acontecimentos arbitrários.
Conclui-se, portanto, que se os organismos são preparados pela evolução de sua espécie
para associar estímulos específicos, então há variação nas leis de aprendizagem.

• Condicionamento Clássico
Ratos associam o mal estar ao gosto mas não à luz, choque ou som.
1. Pressão à barra → sacarina
2. Radiação
3. Vômitos
4. Aversão à sacarina

Intoxicação alimentar em humanos


1. Uma única associação
2. Muito tempo decorrido entre o consumo e o vômito
3. Alta resistência à extinção
4. Resposta preparada

• Condicionamento Operante
Caixa problema de Thorndike

• Aprendizagem de Esquiva
Ratos aprendem a se esquivar de choques facilmente se a R operante for saltar
ou correr, mas não quando a resposta é pressionar uma barra
Pombos não aprendem a bicar um disco para se esquivar de choques elétricos
Respostas de defesa específicas da espécie (Bolles)

Duas falhas do processo geral das teorias de aprendizagem: linguagem e


autonomia funcional dos motivos.

1. Linguagem:
A linguagem não requer treinamento cuidadoso ou padronização para a
aquisição.
Crianças de surdos fazem tanto barulho e tem a mesma sequência e a idade de
início do balbucio, da mesma maneira que crianças de pais que ouvem bem.
Portanto associar sons a significados parece ser preparado para os humanos.
2. Autonomia Funcional de Motivos:
Pessoas, objetos e estímulos para situações sexuais mantem fortemente
propriedades motivadoras mesmo depois que o desejo sexual já terminou.
Medo adquirido — as propriedades dos S que foram associados ao medo inato
mantem as propriedades motivadoras mesmo após a aquisição da R de esquiva.

Bolles

Contribuições

Alternativas teóricas para o comportamento de esquiva:


— mais preocupado com a resposta real

— estímulos aversivos eliciam respostas inatas fortes (ex.: congelamento, fuga para área
escura, luta)
— respostas típicas de espécies são aprendidas rapidamente como respostas de esquiva
— punição originalmente pensada por ser responsável pela seleção da resposta de
esquiva

Reações de Defesa Específicas da Espécie (SSDRs)

Bolles desenvolveu hipóteses sobre reações de defesa da espécie enquanto estudava


comportamentos de esquiva. “A cognição e expectativa do organismo governam sua
escolha de comportamento.” A solução de um problema de esquiva depende de como o
animal percebe a situação.
Os animais tem reações de defesa específicas da espécie (reações inatas), como
congelamento, fuga e luta. Se a esquiva é rapidamente aprendida, então a resposta é
uma SSDR. Essas respostas são necessárias para a sobrevivência do organismo no meio
ambiente.

• Reforço: é baseado na produção de um sinal de segurança e não na terminação


do estímulo aversivo (US).
• Treino de Esquiva: significa ficar livre do comportamento competidor,
ineficiente, que é conseguido por contingência de fuga.
• Contingências: reforçam tradicionalmente comportamentos de esquiva, isto
é, contingência de fuga + estímulos condicionados (CS), e são ineficientes em
respostas específicas da espécie.
• Contingência de Fuga: no início acreditava-se que a contingência de fuga era
necessária para o procedimento de treinamento de esquiva. Os experimentos
mostraram que pode não ser assim para determinadas respostas.
• Depende do tipo de resposta: se é funcional, ela é aprendida independente
da contingência de fuga. Outras não são nunca aprendidas, mesmo com as
contingencias de fuga e após longo treino.
• Resposta de esquiva: não é qualquer resposta retirada do repertório animal.
Existem dúvidas sobre a existência de CS implícitos, mas há uma concordância geral na
existência de estímulos implícitos, produzidos por certas respostas, cuja terminação
reforça a aprendizagem de esquiva.

• Há diferenças entre CS e FS:


CS pode ter uma função discriminativa além de outras, como uma possível
função de aversão adquirida
FS pode agir como sinal de segurança (ambos são contingentes à resposta do
organismo)

Mas o efeito de terminação de CS e de apresentação do FS é funcionalmente


equivalente.

“Os operantes não são arbitrários na aprendizagem de esquiva, sua seleção é a mais
importante das considerações”.

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