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Capítulo 11 – O que é a comunhão com Deus?

Sabedoria de John Owen –


Pensamentos sobre Hebreus 10.22
PIPER, John. Provai e vede: saboreando a supremacia de Deus em toda a vida. São Paulo:
Fiel, 2008. p. 41-43.
Aproximemo-nos de Deus, com sincero coração, em plena certeza de fé. Os puritanos
chamavam tal aproximar de comunhão com Deus. J. I. Packer afirma que os puritanos são
diferentes dos evangélicos de hoje, pois aos puritanos, a comunhão com Deus era importante,
não algo insignificante. Eles eram interessados por tal assunto de maneira diferente de nós.
Nosso interesse em tal assunto é evidenciado pelo pouco que falamos sobre esse assunto. Ao
seu reunirem, os cristãos atuais falam uns com os outros sobre suas obras, seus interesses
cristãos, seus conhecidos cristãos, sobre a situação de suas igrejas e problemas de teologia.
Pouco eles falam acerca de experiência diária com Deus.
John Owen (1616-1683) foi um dos mais influentes puritanos. Deus que aqueles
homens sofredores vivessem nele, de maneira que faz nossa comunhão com Deus algo
superficial. Em 1674, ao escrever uma carta enquanto estava doente, Owen disse a um amigo
que “Cristo é nosso melhor amigo e logo será o nosso único amigo. Peço a Deus, com todo o
meu coração, que eu me fatigue de tudo, exceto da conversa e da comunhão com Ele”. Deus
usou a doença e pressões sofridas de Owen a fim de orientá-lo na comunhão com ele e mantê-
lo envolvido em tal comunhão.
Owen era intencional em sua comunhão com Deus: “a amizade é mantida e preservada
por meio de visitas; e estas devem ser espontâneas e não somente motivadas por assuntos
urgentes” Mesmo com seus labores políticos, acadêmicos e eclesiásticos, John Owen fazia
muitas visitas a Deus. Nelas, ele não ia só com pedidos de coisas ou livramentos de suas
dificuldades. Ele fazia visitas a Deus a fim de ver seu glorioso amigo e contemplar sua
grandeza. Owen afirma que “a revelação [...] de Cristo [...] merece os mais solenes
pensamentos, as melhores de nossas meditações e nossa maior diligência nelas [...]. Que
melhor preparo pode haver [para nosso futuro gozo da glória de Cristo] do que a
contemplação prévia e constante dessa glória, na revelação feita no evangelho?”.
A contemplação que ele tinha em vista é formada por duas coisas:
I) Pensamentos solenes, melhores meditações, meditações assíduas;
II) Oração incessante.
Ao concluir seu comentário sobre hebreus em sete volumes, Owen permaneceu
próximo de Deus, conforme ele mesmo indica em seu prefácio: “tenho de afirmar agora que,
depois de toda a minha pesquisa e leitura, a oração e a meditação assídua têm sido meu único
abrigo, bem como os meios mais proveitosos de obter entendimento e auxílio. Por meio delas,
meus pensamentos foram libertados de muitos embaraços”.
John Owen se aproximava assim de Deus, através da oração e da meditação aplicada e
incessante, achando entendimento e liberdade. Seu zelo de comunhão com Deus foi marcado
por entendimento. Esse é o entendimento pessoal agradável que mantém nosso zelo em seus
limites e o faz brilhar mais intensamente, conforme afirma John Piper. Que com tal zelo e
entendimento, venhamos a nos aproximar diariamente de Deus.

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