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LYDIA FIGUEIREDO

PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE UM PROJETO DE


CONSTRUÇÃO CIVIL

SÃO PAULO
2009
LYDIA FIGUEIREDO

PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE UM PROJETO DE


CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de formatura apresentado à Escola


Politécnica da Universidade de São Paulo para
Obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção

SÃO PAULO
2009
LYDIA FIGUEIREDO

PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE UM PROJETO DE


CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de formatura apresentado à Escola


Politécnica da Universidade de São Paulo para
Obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção

Orientador: Prof. Dr. Miguel Cezar Santoro

SÃO PAULO
2009
FICHA CATALOGRÁFICA

Figueiredo, Lydia
Planejamento e programação de um projeto de construção
civil / L. Figueiredo. -- São Paulo, 2009.
119p.

Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Universidade


de São Paulo. Departamento de Engenharia de Produção.

1. Construção civil (Projeto; Planejamento; Controle)


2. Materiais (Armazenagem) I. Universidade de São Paulo.
Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Produção
II. t.
À minha família, pela confiança, pelo
apoio e pelo amor
AGRADECIMENTO

Gostaria de começar agradecendo ao meu orientador Professor Dr. Miguel Cezar


Santoro por ajudar a concretizar esse trabalho. Agradeço por confiar na minha capacidade e,
mais do que isso, agradeço pelos conselhos e dicas dados durante todo o período de
orientação. Sua contribuição foi de extrema importância na realização desse trabalho.
Também agradeço à minha família por todo apoio e suporte durante meus estudos.
Aos meus pais, Maria José Maia Telo Figueiredo e José Aparecido Figueiredo, pela formação
que me proporcionaram sem nunca pedir nada em troca, pela preocupação e pelo carinho. Ao
meu irmão, Augusto José Telo Figueiredo, por sempre acreditar no meu potencial e à minha
irmã Lygia Figueiredo, pelo companheirismo durante todos esses anos.
Agradeço imensamente ao pessoal de desenvolvimento da Living Construtora e seus
consultores externos, pela oportunidade que me deram dentro da empresa e por acreditarem
no meu trabalho. Em especial, à equipe de laboratório por realizarem todos os testes que
contribuíram para o desenvolvimento desse projeto.
Sou grata a todos os meus professores da Poli- USP por me ensinarem muito do
conteúdo presente nesse trabalho, e também aos seus funcionários, especialmente ao Osni e à
Cris, por darem suporte a todas as atividades realizadas durante minha formação.
Também quero agradecer a todos os meus amigos, em especial o pessoal da produção
por compartilharmos e superarmos juntos todos os desafios desse momento de nossa vida.
Por fim, agradeço a todas as outras pessoas que direta ou indiretamente contribuíram
para esse trabalho, e que infelizmente não foram citadas aqui. Todos tiveram um papel muito
importante no meu desenvolvimento.
Comece fazendo o que é necessário,
depois o que é possível, e de repente
estará fazendo o impossível.
(São Francisco de Assis)
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver o planejamento e a programação de duas


etapas de um projeto de construção civil. Além disso, também procura estudar toda a
movimentação e armazenagem de materiais envolvida nessas mesmas etapas. O projeto trata
de uma construção de edifícios destinados à população de baixa renda. Devido às
características do público comprador, o mesmo deve obedecer a rígidas metas de tempos e de
consumo de recursos a fim de reduzir custos. Essas premissas serviram de base para a
elaboração do programa de produção. A principal resposta obtida foi a quantidade de mão-de-
obra utilizada em cada uma dessas etapas. Após a definição desse programa, foi possível
estudar também o fluxo de materiais envolvido bem como propor sugestões em termos de
localização dos mesmos e de características dos equipamentos de entrega.

Palavras-chave: planejamento e programação de projetos, construção civil, movimentação e


armazenagem de materiais
ABSTRACT

This study aims to develop the planning and the programming of two stages of a civil
construction project. It also aims to study the complete materials handling and storage
involved in both of these steps. The project involves the construction of buildings intended for
low-income housing. Due to the characteristics of the buying public, it must conform to rigid
goals of time and resource consumption in order to reduce costs. These assumptions formed
the basis for the production program. The main response was the amount of labor used in each
step of the project. After defining this program, it was also possible to study the flow of
materials involved in these steps and to propose suggestions for their physical distribution and
delivery.

Keywords: projects planning and programming, civil construction, materials handling and
storage
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1- O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil


(SOUZA, 1998)...........................................................................................................19
Figura 1.2 - Custo Unitário Relativo, ao longo do tempo, para diferentes indústrias.....20
Figura 2.1 - Tipos de produção (SLACK, 1999) ..........................................................23
Figura 3.1- Fluxograma do processo de construção de um edifício ..............................37
Figura 3.2- Pavimento ao final do processo de marcação.............................................39
Figura 3.3- Fluxograma do processo de marcação .......................................................39
Figura 3.4- Fotos das etapas de fixação de bases de escantilhão externas.....................42
Figura 3.5- Fotos das etapas de fixação de bases de escantilhão externas.....................43
Figura 3.6- Fotos das etapas de mapeamento do nível do piso .....................................45
Figura 3.7- Fotos das etapas de fixação do escantilhão ................................................45
Figura 3.8- Régua de prumo digital .............................................................................46
Figura 3.9- Fotos das etapas de aprumar o escantilhão.................................................46
Figura 3.10- Fotos das etapas de nivelar a régua do escantilhão...................................48
Figura 3.11- Fotos das etapas de assentamento da primeira fiada.................................49
Figura 3.12- Fotos das etapas de fixação de batentes ...................................................50
Figura 3.13- Alinhamento do batente...........................................................................51
Figura 3.14- Fotos das etapas de aprume dos batentes .................................................51
Figura 3.15- Fotos das etapas de colocação dos escantilhões de batente.......................52
Figura 3.16- Rampa de passagem dos racks.................................................................53
Figura 3.17- Gráfico de Gantt do processo de marcação gerado pelo MS Project.........54
Figura 3.18- Curva ABC para o processo de marcação ................................................64
Figura 3.19- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 6 operários gerado pelo MS
Project.........................................................................................................................66
Figura 3.20- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 8 operários gerado pelo MS
Project.........................................................................................................................66
Figura 3.21- Processo de elevação das paredes ............................................................75
Figura 3.22- Operário trabalhando em cima do andaime..............................................76
Figura 3.23- Operários trabalhando no processo de colocação de contra marco ...........77
Figura 3.24- Modelo de gaiola utilizado como embalagem de entrega dos insumos
transportados pela grua ( fonte: site da empresa RodCar, 2009) ...................................96
Figura 3.25- Foto do palete de blocos ..........................................................................97
Figura 3.26- Localização dos paletes em cada apartamento (figura sem escala). ..........97
Figura 3.27 - Organização dos escantilhões na sua embalagem de entrega...................98
Figura 3.28- Disposição dos gabaritos de batente em cada pacote................................99
Figura 3.29- Esquema da organização dos gabaritos de batente em sua embalagem- Vista
frontal (figura sem escala) .........................................................................................100
Figura 3.30- Esquema com a organização dos racks em sua embalagem de entrega-
Vista de cima (figura sem escala) ..............................................................................101
Figura 3.31- Esquema com a organização dos andaimes em cada uma de suas
embalagem de entrega- Vista de cima- (a) andaimes de 75 cm; (b) andaimes de 55 cm
na embalagem de 8 peças; (c)andaimes de 55 cm na embalagem de 6 peças (figura sem
escala).......................................................................................................................101
Figura 3.32- Esquema com a organização dos contra marcos em sua embalagem de
entrega- Vista frontal (figura sem escala) ..................................................................102
Figura 3.33- Esquema da organização dos insumos dentro do caixote- vista frontal
(figura sem escala) ....................................................................................................104
Figura 3.34- Foto das embalagens dos equipamentos de medição- (a) maleta com laser e
detector sonoro; (b) bolsa do tripé; (c) bolsa da régua de prumo digital .....................105
Figura 3.35- Esquema da organização dos equipamentos de medição em sua
embalagem de entrega- vista de cima (figura sem escala) ..........................................105
Figura 3.36- Esquema da organização dentro do EATV dos carrinhos para transporte de
blocos e dos acessórios para pedreiro- Vista de cima (figura sem escala)...................106
Figura 3.37- Figura representativa do suporte para carregar bisnagas de argamassa-
Vista de cima (figura sem escala) ..............................................................................107
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1- Modelos de planejamento e de programação para cada tipo de produção........... 24


Tabela 3.1- Explicação dos insumos utilizados na fixação das bases de escantilhão externas41
Tabela 3.2- Explicação dos insumos utilizados no mapeamento do nível do piso................. 44
Tabela 3.3- Tabela de precedências do processo de marcação.............................................. 53
Tabela 3.4- Explicação da divisão de etapas de fixação de bases externas para cada simulação
proposta .............................................................................................................................. 56
Tabela 3.5- Explicação da divisão de etapas de fixação de bases internas para cada simulação
proposta .............................................................................................................................. 58
Tabela 3.6-- Explicação da divisão de etapas de fixação de escantilhões para cada simulação
proposta .............................................................................................................................. 59
Tabela 3.7- Porcentagem da duração de cada atividade do processo de marcação em relação
ao tempo total...................................................................................................................... 64
Tabela 3.8- Duração da atividade de assentamento da primeira fiada para diferentes tamanhos
de equipe............................................................................................................................. 65
Tabela 3.9- Insumos utilizados em cada etapa da marcação. ................................................ 72
Tabela 3.10- Explicação dos insumos utilizados no processo de elevação das paredes. ........ 74
Tabela 3.11- Recursos e tempos necessários à execução de cada atividade do processo de
elevação de paredes............................................................................................................. 77
Tabela 3.12- Duração da etapa de assentamento para diferentes tamanhos de equipe. .......... 78
Tabela 3.13- Tempo gasto em cada uma das etapas iniciais da marcação............................. 80
Tabela 3.14- Insumos utilizados em cada etapa da elevação. ............................................... 81
Tabela 3.15- Origem dos insumos utilizados durante a marcação......................................... 87
Tabela 3.16- Insumos de cada entrega da marcação. ............................................................ 88
Tabela 3.17- Origem e entrega dos insumos da marcação. ................................................... 88
Tabela 3.18- Etapa em que cada insumo da marcação pode ser retirado............................... 91
Tabela 3.19- Momento de saída de cada insumo da marcação e seu respectivo equipamento de
transporte. ........................................................................................................................... 92
Tabela 3.20- Origem dos insumos utilizados durante a elevação de paredes......................... 92
Tabela 3.21- Momento de entrega de cada insumo da elevação e seu respectivo equipamento
de transporte........................................................................................................................ 93
Tabela 3.22- Quantidade de entregas de cada insumo transportado pela grua..................... 103
Tabela 3.23- Peso dos insumos transportados pelo EATV. ................................................ 108
LISTA DE ABREVIATURAS

ADM Arrow Diagramming Method

CPM Critical Path Method

EATV Equipamento Auxiliar de Transporte Vertical

MAM Movimentação e Armazenagem de Materiais

MCMV Minha Casa Minha Vida

PDM Precedence Diagramming Method

PERT Program Evaluation and Review Technique

PPCP Planejamento Programação e Controle da Produção


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................17
1.1 Apresentação da empresa....................................................................................17
1.2 Definição do problema .......................................................................................19
1.3 Importância desse estudo ....................................................................................19
1.4 Objetivos ............................................................................................................20
1.5 Resumo dos capítulos .........................................................................................21
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................22
2.1. Planejamento, Programação e Controle da Produção...........................................22
2.2. Tipos de produção ..............................................................................................22
2.3. Planejamento e Programação de Projetos ............................................................24
2.4. Programação utilizando o método do caminho crítico (CPM) .............................26
2.5. Softwares utilizados para gerenciamento de projetos ..........................................29
2.6. Movimentação e armazenagem de materiais .......................................................30
2.7. Modulação de cargas ..........................................................................................31
2.8. Equipamentos de movimentação.........................................................................32
2.9. Equipamentos de movimentação utilizados na construção civil...........................33
3. DESENVOLVIMENTO......................................................................................35
3.1. Metodologia ......................................................................................................35
3.2. Planejamento e Programação ..............................................................................37
3.3. Planejamento e programação da Marcação..........................................................39
3.3.1 Planejamento da marcação ........................................................................39
3.3.2. Programação da marcação........................................................................54
3.3.3. Nivelamento de recursos e planejamento para as demais etapas................67
3.3.4. Restrição do número de homens- hora utilizado .......................................71
3.3.5. Dimensionamento de recursos- Insumos ..................................................71
3.4. Planejamento e programação da elevação de paredes ..........................................73
3.4.1 Planejamento da elevação das paredes.......................................................73
3.4.2. Programação da elevação de paredes........................................................78
3.4.3. Cálculo de homens- hora utilizados..........................................................79
3.4.4. Planejamento para as demais etapas .........................................................80
3.4.5. Dimensionamento de recursos- Insumos ..................................................81
3.5. Movimentação e Armazenagem de Materiais......................................................82
3.6. Movimentação e armazenagem de canteiro.........................................................86
3.7. Características dos equipamentos de entrega.......................................................96
3.8. Implementação e resultados ..............................................................................109
4. CONCLUSÕES .................................................................................................110
4.1 Síntese..............................................................................................................110
4.2 Análise crítica...................................................................................................111
4.3 Desdobramentos ...............................................................................................112
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................113
6. ANEXOS............................................................................................................115
I. Planta do pavimento do projeto.........................................................................115
II. Cálculo do consumo de blocos no processo ......................................................116
III. Cálculo do consumo de argamassa no processo ................................................118
17

1. INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil brasileira apresenta baixa produtividade se comparada


às indústrias de outros setores. Diversos fatores são responsáveis por esse problema, entre os
quais podemos destacar o uso de métodos ultrapassados, a baixa qualificação profissional e a
falta de definição e padronização dos processos utilizados. Assim, esse trabalho tem como
principal objetivo aplicar conceitos e práticas estudados na Engenharia de Produção no setor
de construção civil. Esses conceitos se referem ao planejamento e programação do processo e
também ao estudo da movimentação e armazenagem de materiais.
O estudo foi realizado apenas para duas etapas de um projeto específico de uma
empresa destinada à construção de moradias populares, mas seus conceitos podem ser
expandidos para outros tipos de construção.
Essa parte do relatório tem como propósito apresentar a proposta desse trabalho.
Dessa forma, primeiro é apresentada a empresa em que o trabalho foi realizado. Em seguida,
mostra-se a importância desse estudo e seus objetivos. Por fim, é apresentado um resumo de
cada capítulo deste relatório.

1.1 Apresentação da empresa

O projeto apresentado neste relatório foi realizado na Living Construtora. Esta


empresa pertence à Cyrela Brazil Realty. No início a Living existia apenas como uma marca
destinada à construção de moradias populares. Este ano, entretanto, ela se tornou uma
empresa com seus próprios processos e negócios.
Um dos fatores que impulsionou o surgimento da Living foi o incentivo do Governo
Federal para as classes de baixa renda comprarem sua casa própria. Esse incentivo foi
concretizado principalmente pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Devido às características do público comprador e às exigências do programa MCMV,
as moradias construídas devem ter baixo custo e rapidez na sua entrega. Assim, a Living
possui uma equipe de desenvolvimento responsável por definir processos e produtos que
satisfaçam essas condições. Algumas das definições desse trabalho foram feitas por essa
equipe em conjunto, não somente pela autora desse relatório. Estas definições, entretanto,
serão especificadas quando for o caso.
18

A empresa possui diversos projetos tanto de casas como de apartamentos, mas o


estudo desse trabalho se propõe a analisar somente um tipo de construção. As características
dessa obra estão detalhadas no item Detalhes construtivos do tipo de obra em estudo. Cabe
dizer, entretanto, que os processos definidos podem ser adaptados para qualquer outro projeto.
Para auxiliar a sua equipe de desenvolvimento, a Living possui um laboratório de
testes de processos e produtos, localizado na garagem de sua sede. Os detalhes desse
laboratório estão descritos a seguir.

Laboratório de desenvolvimento

O laboratório de desenvolvimento consiste de uma área reservada no estacionamento


do prédio de sua sede. Essa localização permite ao pessoal da equipe de desenvolvimento
acompanhar de perto os resultados de seus testes.
Nessa área foi construído um apartamento com as dimensões que serão utilizadas em
um dos seus projetos reais. As dimensões desse apartamento foram definidas de acordo com
as exigências do programa MCMV. O principal objetivo desse apartamento pronto é servir
como uma propaganda do projeto da empresa.
Além desse apartamento, há também um espaço construído simulando as dimensões
de meio pavimento de um prédio. Nesse espaço são testados todos os métodos sugeridos para
cada etapa da construção de um edifício. Através desses ensaios são obtidos tempos e padrões
de métodos, muitos dos quais foram utilizados no estudo desse relatório. Pretende-se ainda
nesse espaço, simular a construção de até dois pavimentos.
Os testes dos produtos a serem utilizados na obra também são realizados lá, nos
arredores dessas duas construções.

Detalhes construtivos do tipo de obra em estudo

O tipo de construção em estudo consiste de um conjunto de prédio de até oito andares.


Cada pavimento do edifício apresenta quatro apartamentos. Os apartamentos apresentam uma
área de 51 m2 e possuem os seguintes cômodos: dois dormitórios, um banheiro, uma cozinha
com área de serviço e uma sala. Uma planta do pavimento dessa obra está no ANEXO I.
A fim de atingir as exigências desse empreendimento, optou-se por utilizar alvenaria
estrutural na construção dos edifícios. Esta, se comparada à construção tradicional de concreto
armado, apresenta redução de custo e menor tempo de execução da obra. Isso acontece porque
nesse tipo de construção, as paredes são também a estrutura que suporta todas as cargas que a
obra está sujeita, sem a necessidade de se colocar vigas de aço.
19

1.2 Definição do problema

Devido às margens de lucro reduzidas que os projetos de moradias populares


oferecem, a empresa em estudo decidiu investir em melhorias de seu processo produtivo. Para
isso, ela está desenvolvendo um processo de construção totalmente inovador e que precisa
seguir rígidos padrões de tempo e de custos. Esses padrões foram definidos em um estudo
preliminar. Eles incluem metas de quantidade máxima de homens-hora utilizados e também
de prazos para se executar cada etapa do processo.
De acordo com essas premissas, esse trabalho se propõe a resolver o problema de
alocação de mão-de-obra para duas etapas do processo de construção. Para isso, foram
utilizados conceitos de planejamento e programação de projetos.
As duas etapas analisadas foram a marcação e a elevação de paredes para cada
pavimento do edifício. Uma etapa é feita em seguida da outra e em termos de tempo, a
marcação deve durar no máximo 1 dia útil (8 horas) e a elevação, 3 dias úteis. Em relação ao
consumo de homens- hora, foi estabelecido um consumo máximo de 400 homens-hora para
essas duas etapas.
O outro problema a ser discutido nesse relatório é o estudo sobre a movimentação e
armazenagem de materiais no canteiro de obras, também durante a execução dessas duas
etapas.

1.3 Importância desse estudo

A construção civil também é considerada uma manufatura, pois temos as entradas,


mão-de-obra, insumos e equipamentos, que, após um processo são transformadas em uma
saída, a obra finalizada, como mostra o esquema a seguir.

Materiais
Equipamentos Serviço/ Obra
Mão-de-obra

Figura 1.1- O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil (SOUZA, 1998)
20

A eficiência de um processo produtivo é avaliada através do conceito de


produtividade. Este inclui competências como custo, qualidade, tempo, flexibilidade e
inovação. No setor da construção civil, o aumento da competitividade entre as empresas e das
exigências dos clientes finais têm levado as construtoras a oferecerem produtos melhores
dentro de prazos e custos cada vez menores (SOUZA, 1996).
Além disso, diversos estudos mostram como a produtividade nesse setor precisa ser
melhorada. Como exemplo, temos o estudo de Souza (1996), apud Paulson, o qual compara a
variação percentual dos custos unitários ao longo do tempo para diversas indústrias. Esse
estudo é mostrado no gráfico a seguir.

Variação Percentual dos Custos Unitários dos Produtos

125 Construção

100
Porcentagem

75 Automóveis

50
Aeronaves
25
Computadores
0
1950 1975 2000
Ano

Figura 1.2 - Custo Unitário Relativo, ao longo do tempo, para diferentes indústrias
Com base no que foi apresentado, pode-se perceber que o setor de construção civil
apresenta diversos temas que podem ser explorados utilizando os conceitos e técnicas da
engenharia de produção.
Um desses temas é o estudo das atividades a fim de se melhorar a produtividade dos
operários envolvidos. Assim, pode-se fazer todo o planejamento dessas atividades e
conseqüentemente a programação dos recursos utilizados.

1.4 Objetivos

O principal objetivo desse projeto é contribuir para a melhoria dos processos


envolvidos no setor de construção civil utilizando conceitos de Engenharia de Produção. Para
isso será realizado o planejamento e a programação das etapas de marcação e elevação das
21

paredes de um pavimento para um projeto de construção civil. Cabe ressaltar que o estudo
será realizado com base em metas pré-estabelecidas de uso de mão-de-obra, já que este é o
recurso limitante do processo.
A partir das conclusões dessa primeira parte do estudo, será também realizada uma
análise da movimentação e armazenagem de materiais envolvidas nessas duas etapas a fim de
determinar quais as características mínimas dos transportes de entregas.
Por fim, os resultados obtidos serão analisados em termos de viabilidade e alguns
projetos de pesquisas futuros serão sugeridos para dar continuidade a esse estudo.

1.5 Resumo dos capítulos

O trabalho está dividido em 4 partes principais: Introdução, Revisão Bibliográfica,


Desenvolvimento e Conclusões. O conteúdo de cada uma dessas partes está mostrado a
seguir.
! Introdução: Nessa parte é apresentada a empresa e especificado o problema que se
pretende resolver. Inclui-se também uma análise da importância desse estudo, bem
como um resumo de cada capítulo.
! Revisão Bibliográfica: Nessa parte há uma revisão dos conceitos utilizados para
resolução do problema apresentado.
! Desenvolvimento: Mostra todo o trabalho realizado. Começa com a metodologia
utilizada, apresenta as soluções propostas e por fim, analisa os resultados alcançados
com a implementação do processo sugerido.
! Conclusões: Essa parte começa com uma síntese do trabalho, depois faz uma análise
crítica dos resultados e termina sugerindo trabalhos futuros nessa área.
22

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Planejamento, Programação e Controle da Produção

De acordo com Santoro (2007), um sistema de produção possui como objetivo


minimizar faltas, ociosidade de equipamentos e de recursos humanos, lead times de
fabricação, e também maximizar a utilização de materiais, equipamentos e ferramentas de
produção, equipamentos de transporte e armazenagem, recursos humanos, espaços de
armazenagem e obtenção de níveis de qualidade especificados. Além disso, deve conseguir
uma distribuição de trabalho no tempo suave e equilibrada entre os recursos produtivos.
A fim de alinhar esses objetivos, a área de PPCP (Programação, Planejamento e
Controle da Produção) de uma empresa funciona como um sistema de informações que deve
decidir o que, quanto, quando e onde produzir e comprar (SANTORO, 2007).
Além disso, uma empresa deve ter bem definido qual seu mercado alvo, ou seja,
parcela da população que pretende atingir, para então estabelecer quais necessidades desse
consumidor ela esperar satisfazer com seus produtos. Essa análise faz parte de sua estratégia
competitiva.
A estratégia competitiva de uma empresa estabelece o que cada função deve fazer. A
estratégia funcional, por outro lado, deve orientar como cada função deve decidir a fim de que
fique coerente com a estratégia competitiva. O alinhamento estratégico procura alinhar as
estratégias funcionais à estratégia competitiva da empresa.
A partir da definição de seus produtos, uma empresa deve definir qual o seu tipo de
produção, ou seja, o processo a ser adotado.

2.2. Tipos de produção

O tipo de produção de uma empresa pode ser caracterizado em função do seu volume
e variedade. Slack (1999) representou esses tipos em um gráfico volume-variedade, mostrado
na Figura 2.1.
23

Volume

Baixo Alto
Alta

Projeto

Jobbing

Lotes ou bateladas

Variedade

Em massa

Contínua

Baixa

Figura 2.1 - Tipos de produção (SLACK, 1999)

A seguir será apresentada uma explicação para cada um desses tipos.


Projeto: caracteriza-se por uma produção discreta, com produtos bastante
customizados. O período de fabricação é geralmente longo, o que leva a um baixo volume e
alta variedade. Normalmente o produto fica imóvel e os recursos produtivos que se
movimentam para fabricá-lo. Como exemplo, podemos citar as construções civis, construção
de navios e a produção de um filme.
Jobbing: assim como no projeto, nesse tipo de produção também há variedade alta e
baixo volume. A diferença é que os recursos produtivos são compartilhados por mais de um
produto, apesar de cada um ter sua necessidade específica de recursos. Como exemplo, temos
técnicos especializados e alfaiates que trabalham por encomenda.
Lotes ou bateladas: caracteriza-se por fabricar mais de um produto igual conforme o
tamanho do lote. É como uma encomenda. Se o lote for pequeno, esse tipo de produção
assemelha-se ao jobbing, mas conforme a produção o tamanho aumenta chega a ser quase
uma produção em massa. Como exemplo, temos a produção de roupas.
Produção em massa: caracteriza-se por um alto volume e baixa produtividade. Como
exemplo, podemos citar a produção de automóveis e da maioria de bens de consumo duráveis.
Processo contínuo: apresenta volume ainda maior que a produção em massa e
variedade ainda mais baixa. Os produtos normalmente são inseparáveis e produzidos em fluxo
ininterrupto, como as indústrias petroquímicas e de geração de eletricidade.
24

Cada tipo de produção apresenta um modelo de planejamento e de programação


específico, como mostrado no quadro abaixo.

Tabela 2.1- Modelos de planejamento e de programação para cada tipo de produção.


TIPOS DE PRODUÇÃO X MODELOS
MODELO DE MODELO DE
TIPO DE PRODUÇÃO
PLANEJAMENTO PROGRAMAÇÃO
Processo Contínuo Planejamento Agregado Balanceamento de linhas
Produção em massa Planejamento Agregado Balanceamento de linhas
Lotes ou bateladas Planejamento Agregado Seqüenciamento
Jobbing Planejamento Agregado Seqüenciamento
Projetos Planejamento em Redes Programação em redes
Fonte: adaptado de SANTORO, 2007

Como este trabalho trata da produção de um projeto, no próximo item será explicado
como fazer o planejamento e a programação desse tipo de produção.

2.3. Planejamento e Programação de Projetos

De acordo com Corrêa (2005), na gestão de projetos, os projetos são planejados e


executados seguindo um processo sistemático. Ele ainda complementa que um projeto pode
ser entendido como um conjunto único de atividades inter-relacionadas, estudadas a fim de se
produzir um resultado definido (especificação de qualidade), dentro de um prazo
(especificação de tempo) utilizando uma alocação específica de recursos (especificação de
custo).
O planejamento e programação que serão estudados para esse projeto dizem respeito
ao gerenciamento de seu tempo. De acordo com Carvalho (2006), os processos considerados
pelo PMBok nesse gerenciamento são:
a) Definição das atividades: as atividades são todas tarefas que compõe o projeto.
São como as unidades mínimas em que o trabalho pode ser dividido. Essa
definição de divisão depende de como o projeto foi definido em termos de
recursos e métodos.
25

b) Seqüência das atividades: nesse processo são estabelecidas as relações de


dependência das atividades previamente definidas.
c) Estimativa dos recursos das atividades: serve para definir todos os recursos
utilizados pelas atividades.
d) Estimativa da duração das atividades: refere-se ao tempo de duração de cada
atividade.
e) Desenvolvimento do cronograma: nesse processo são reunidas e analisadas
todas as informações anteriores em conjunto para se realizar a programação do
projeto e seu cronograma.
f) Controle do cronograma: utilizado para controlar todas as mudanças feitas no
cronograma.
Em termos de relações de precedência, um projeto pode ter os seguintes tipos:
! Término/ início: uma atividade sucessora só inicia quando sua predecessora
acabar;
! Término/ término: o término do trabalho da atividade sucessora depende do
término do trabalho da predecessora;
! Início/ início: o início da sucessora depende do início da predecessora;
! Início/ término: o fim da atividade sucessora depende do início da predecessora.
A representação de um projeto costuma ser feita através de redes, as quais, por sua
vez, mostram os eventos e as atividades do projeto, com suas durações e recursos necessários
(SANTORO, 2007). Como exemplos dessas redes, temos o diagrama de precedência (PDM-
Precedence Diagramming Method) e o diagrama de flecha/ arco (ADM- Arrow Diagramming
Method). No primeiro as atividades são representadas no nó e as relações de precedência nas
setas. Já no segundo, as atividades são representadas nos arcos e só admitem a precedências
do tipo término/início.
Em termos de programação do projeto, podemos utilizar os seguintes modelos:
! Gráfico de Gantt: trata-se de um instrumento utilizado para representar as
etapas de um projeto, incluindo seu início, duração e fim. As tarefas de cada
membro da equipe são representadas por uma barra sobre o eixo horizontal do
gráfico. De acordo com Santoro (2007), esse tipo de instrumento serve para
representar programas de produção, mas vem sendo empregado intensivamente
para programação. Apesar da facilidade de operação, seu uso pode representar
um fator de risco já que conta apenas com a experiência dos executores do
programa.
26

! CPM (Critical Path Method): trata-se do método do caminho crítico. Por esse
método, todas as atividades do processo são representadas por redes, com suas
relações de precedência e duração. O objetivo com isso é calcular o caminho
mais longo da rede, considerado o caminho crítico. Utiliza-se nesse método uma
estimativa para a duração das atividades. De acordo com Santoro (2007), a
vantagem desse método é que as atividades de planejamento do produto são
separadas das atividades de programação. Além disso, ele utiliza cálculos
simples que auxiliam na tomada de decisão mesmo antes da programação do
projeto estar completa.
! PERT (Program Evaluation and Review Technique): é semelhante ao método
CPM, mas utiliza um sistema estocástico para a estimativa de tempos.
! Simulação: nesse modelo também são utilizadas redes com tratamento
estocástico, mas não há a necessidade de simplificações do modelo formal.
Além disso, pode-se trabalhar com uma rede probabilística. Utilizam-se nesse
modelo as técnicas de Monte Carlo (SANTORO, 2007).
! Rede probabilística: nesse modelo o tratamento estocástico é estendido a
outros elementos além dos tempos das atividades, como a própria rede que pode
variar em função da existência de retrabalhos.
O estudo desse trabalho será realizado utilizando o método CPM. Sua elaboração está
mais detalhada no item a seguir.

2.4. Programação utilizando o método do caminho crítico (CPM)

Para realizar a programação utilizando o CPM, o primeiro passo é identificar todas as


atividade do projeto. A partir daí, deve-se atribuir os recursos e tempos necessários para a
execução de cada atividade. Nessa parte, é importante lembrar que o método utiliza
estimativas de tempos para a duração das atividades.
De acordo com o PMBok 2004 (apud CARVALHO, 2006), pode-se utilizar
estimativas bottom-up ou top-down para a duração e os recursos de uma atividade. Na
primeira, as atividades muito complexas, de difícil mensuração, são desagregadas em
atividades menores de mais fácil estimativa. Já a segunda, utiliza atividades análogas como
base para realizar uma estimativa de duração da atividade futura.
27

Tendo essas informações, a próxima etapa consiste em estabelecer as relações de


precedência entre as atividades e construir a rede. Com a rede construída, realiza-se dois tipos
de programação, a programação para frente e a programação para trás. O objetivo dessa
programação é calcular as datas e folgas do projeto.
Na programação para frente, calcula-se a data mais cedo de início da atividade. Para
isso, parte-se do evento de origem e são colocadas as primeiras datas para se atingir os nós e
iniciar as atividades subseqüentes. Esta data é caminho mais longo entre a origem do projeto e
um determinado evento da rede (CARVALHO, 2006). Isso significa que para calcular a data
de um determinado evento, deve-se escolher entre as predecessoras o caminho de maior
duração. Esse caminho é calculado somando a data do evento anterior com a duração da
predecessora. Essa escolha é feita pois, de acordo com o diagrama ADM, um evento só é
atingido se todas suas atividades predecessoras forem terminadas.
Na programação para trás, calcula-se a data mais tarde de término da atividade. Inicia-
se no ultimo evento e percorre-se a rede para trás até o evento de origem. A data do evento
término pode ser considerada igual à sua data mais cedo ou então igual à data estabelecida em
contrato, desde que ela seja maior que sua data mais cedo (caso não seja, o projeto não poderá
ser terminado a tempo). A partir daí, para as outras atividades escolhe-se o caminho de menor
duração, ao contrário da programação para frente.
As fórmulas para se calcular as datas mais cedo e mais tarde estão descritas a seguir
(adaptado de CARVALHO, 2006).

Data mais cedo

t j = max i (ti + d ij )
(2.1)
Para todas as atividades (i,j) do projeto, em que:
ti é a data mais cedo dos eventos i predecessores imediatos;
dij é a duração das atividades (i,j) predecessoras imediatas.

Data mais tarde

Ti = min j (Ti + d ij )
(2.2)
Para todas as atividades do projeto, em que:
Ti é a data tarde dos eventos i;
dij é a duração das atividades (i,j).
28

A partir desses cálculos para cada atividade, é importante agora definir mais quatro
datas para cada atividade a fim de se calcular sua primeira e última oportunidade de início e
também suas folgas. Essas datas são (CARVALHO, 2006):
! PDIij: primeira data de início da atividade

PDI ij = ti
(2.3)
! PDTij: primeira data de término da atividade

PDTij = PDI ij + d ij = ti + d ij
(2.4)
! UDIij: última data de início da atividade

UDI ij = UDT j − d ij = T j − d ij
(2.5)
! UDTij: última data de término da atividade

UDTij = T j
(2.6)
Com esses valores, calculam-se as folgas totais (FT) e as folgas livres (FL) das
atividades. A primeira refere-se a quanto eu posso atrasar o início de uma atividade para ela
ainda atingir o próximo nó na data mais tarde. A segunda refere-se a quanto eu posso atrasar o
início de uma atividade para que ela atinja o próximo nó na data mais cedo. Seus cálculos são:
Folga total:

FTij = UDI ij − PDI ij = UDTij − PDTij = (T j − ti ) − d ij


(2.7)
Folga livre:

FL = t j − (ti + d ij )
(2.8)
A folga total pode ser maior ou igual à folga livre.
Calculando-se as folgas, é possível definir quais atividades do projeto pertencem ao
caminho crítico. Essas são as atividades em que a data cedo é igual à data tarde e por isso elas
não possuem folgas. Qualquer atraso nessas atividades implica em um atraso no projeto.
O próximo passo da fase de programação é a revisão do plano para verificar se o plano
estabelecido atende às premissas do projeto ou não. Segundo Santoro (2007), na verdade essa
revisão é uma tarefa de planejamento efetuada na fase de programação quando se verifica
uma inadequação do plano original.
Essa revisão pode ser feita de duas formas, por desagregação e superposição das
tarefas e por aceleração das tarefas. A primeira consiste em detalhar mais as atividades do
29

projeto a fim de enxergar precedências antes não verificadas. A segunda consiste em tentar
encolher a duração do projeto. Para isso, começa-se tentando acelerar as atividades críticas.
Nas etapas anteriores, fazia-se a programação sem limitação de recursos. As próximas
etapas consistem em realizar a programação considerando limitação de recursos.
De acordo com Santoro (2007), primeiro realiza-se o nivelamento dos recursos que é a
atividade que procura um programa que utilize os recursos da forma mais nivelada possível
sem ultrapassar o tempo crítico do projeto. Não se considera uma limitação quantitativa.
Depois, realiza-se a alocação de recursos que tem o objetivo de fazer um programa que utilize
somente os recursos disponíveis, podendo ultrapassar o tempo crítico se necessário.
Uma outra etapa dessa programação com recursos consiste na minimização dos custos.
Normalmente essa etapa não é realizada, pára-se na etapa anterior. Trata-se de um problema
mais completo que procura otimizar diversos aspectos ao mesmo tempo. Ele envolve a
consideração das curvas custo x tempo, da alocação de recursos e das receitas e custos
associados a cada entrega do projeto (SANTORO, 2007).

2.5. Softwares utilizados para gerenciamento de projetos

Existem diversos softwares disponíveis no mercado para auxiliar na programação de


projetos mais complexos. Os dois mais conhecidos são o MS Project da Microsoft e o
Primavera.
O MS Project possibilita a programação do projeto através do controle de custos e das
cargas de trabalho e também através do acompanhamento do cronograma, que pode ser de
forma simples ou detalhada.
O Primavera, além das mesmas funções do MS Project, ele também efetua a simulação
de Monte Carlo, podendo considerar outras características da empresa, como os riscos, as
finanças, as compras e o RH.
Nesse trabalho, optou-se por utilizar o MS Project e suas principais saídas serão os
gráficos de Gantt do projeto com seus recursos.
30

2.6. Movimentação e armazenagem de materiais

De acordo com Gurgel e Francischini (2002), para que as mercadorias possam ser
trabalhadas, deve-se manter em movimento pelo menos um dos três elementos básicos da
produção, o homem, a máquina ou o material. Normalmente a maior movimentação é dos
materiais, mas há casos em que há maior movimentação do homem ou da máquina, como na
aviação civil ou nas construções pesadas.
As atividades de movimentação e armazenagem não agregam valor ao produto final e
ainda incrementam seus custos. Dessa forma, deve-se projetá-las de maneira a reduzir esse
efeito.
Por outro lado, os custos de mão-de-obra podem ser reduzidos através da escolha de
equipamentos mecânicos que minimizem o esforço humano. Já no caso dos custos de
materiais, uma boa armazenagem e transporte evita perdas e no caso de equipamentos, seu
uso correto evitará maiores custos com a compra de ativos para a empresa (GURGEL e
FRANCISCHINI, 2002).
Além dos custos, a movimentação e armazenagem corretas do material aumentam a
capacidade produtiva através da racionalização do transporte dos materiais, a qual aumenta a
rapidez de sua entrega até o processo produtivo. Elas também auxiliam na melhoria das
condições de trabalho e de distribuição na fábrica.
Complementando as questões acima, Dias (1993) coloca outras duas finalidades
básicas que um sistema de movimentação e armazenagem de materiais deve atender, as quais
são:
! Melhorar condições de trabalho, através da redução da fadiga, da maior segurança
proporcionada pelo uso de equipamentos de manuseio e do maior conforto pessoal, já que
libera o homem de trabalhos pesados e repetitivos;
! Melhorar a distribuição, a qual proporciona uma melhoria na circulação de mercadorias
com a criação de corredores bem definidos de endereçamento fácil e de equipamentos
eficientes. Além disso, a utilização de sistemas de manuseio torna possível a localização
de pontos de armazenagem em locais distantes da fábrica.
Em relação à movimentação, de acordo com Gurgel e Francischini (2002), para ela se
manter eficiente, deve-se seguir algumas leis, as quais são:
! Obediência ao fluxo das operações: tentar dispor a trajetória do material de
forma a seguir a seqüência de operações;
31

! Mínima distância: eliminar os fluxos cruzados dos materiais;


! Mínima manipulação: reduzir a utilização de transporte manual através da
utilização de equipamentos;
! Segurança e satisfação: considerar a segurança dos operadores quando for
escolher o equipamento de transporte;
! Padronização: procurar utilizar equipamentos padronizados já que possuem
utilização mais variada e flexível;
! Flexibilidade: utilizar equipamentos que satisfaçam vários tipos de cargas em
várias condições de trabalho;
! Máxima utilização do equipamento: manter o equipamento o mais ocupado
possível;
! Máxima utilização da gravidade: utilizar a gravidade o máximo possível no
transporte de materiais;
! Método do espaço disponível: procurar utilizar o espaço o máximo possível,
inclusive verticalmente;
! Menor custo total: escolher equipamentos utilizando a base de custos totais e
não somente o custo inicial mais baixo, ou o custo operacional ou o custo de
manutenção.

2.7. Modulação de cargas

Com o objetivo de facilitar a movimentação, as empresas procuram utilizar a


padronização, desde o fornecedor até o cliente final. Para isso, utilizam uma organização
modal. Estas se baseiam no conceito de unidade de movimentação (Unimov). Dessa forma,
todos os materiais utilizados na cadeia, desde matéria-prima até o produto final, devem ser
alocados à Unimov.
Essa padronização facilita o fluxo já que se pode utilizar os mesmos equipamentos
para carga e descarga para diferentes materiais.
De acordo com Gurgel e Francischini, esse padrão de modulação pode se originar da
modulação externa ou da modulação interna. Na primeira, parte-se de um padrão de meios de
transporte para se chegar ao tamanho da Unimov e das embalagens dos produtos. Na segunda,
32

parte-se das dimensões e volumes dos produtos para se chegar às características dos
equipamentos de transporte.

2.8. Equipamentos de movimentação

Os equipamentos de movimentação devem ser escolhidos a partir da definição dos


fluxos de materiais envolvidos a fim de atender bem às necessidades da empresa. Entretanto,
segundo Gurgel (1996), muitas empresas acabam comprando os materiais espaçadamente
conforme a necessidade de uma área isolada, acumulando equipamentos de tipos diferentes
que não se coordenam entre si. No final, o gasto acumulado acaba sendo igual ao que se
atingiria se as compras fossem coordenadas desde o começo.
Dias (1993) ainda comenta que o problema de movimentação de materiais deve ser
analisado junto com o layout. Para isso, uma série de dados é necessária: características dos
produtos (dimensões, quantidade a ser transportada, etc), características das edificações
(dimensões, espaço entre paredes e colunas, etc), método utilizado (seqüência de operações,
método de armazenagem, equipamentos de movimentação, etc), custo da movimentação, área
necessária para o funcionamento do equipamento, fonte de energia necessária, deslocamento,
direção do movimento, operador que vai utilizar, entre outros.
Também se deve verificar a alteração freqüente do layout devido à mudança do
método, do produto ou do regime de operação. Para essa situação o fator flexibilidade do
equipamento é de extrema importância (DIAS, 1993).
Como os equipamentos de movimentação podem executar vários tipos de tarefas, cabe
para uma empresa alocá-los a sua área de atuação, principalmente para fins de gestão.
Segundo Gurgel e Paulino (2002), podemos identificar três áreas de logística dentro de
uma empresa:
1. Logística de abastecimento: refere-se à atividade de transporte do fornecedor até
a empresa;
2. Logística de manufatura: movimentação entre os postos de produção;
3. Logística de distribuição: transporte para os clientes da empresa.
Eles ainda complementam dizendo que há tarefas claramente pertencentes à área de
movimentação, mas há outras que ficam na interface de relativa mobilidade, da dependência
entre empresas.
33

Esse trabalho trata principalmente da logística de manufatura. Sua principal função é


abastecer a área de fabricação.

2.9. Equipamentos de movimentação utilizados na construção civil

Nessa parte serão apresentadas as características de alguns equipamentos de


movimentação utilizados na construção civil.
O primeiro equipamento a ser discutido é a grua. Ela é um transporte de cargas
pesadas utilizado tanto para o deslocamento horizontal quanto vertical. Alguns exemplos de
gruas existentes no mercado são: grua móvel sobre trilhos, grua fixa com mão francesa e
contra peso de base, grua fixa com chumbadores de base, grua ascensional, entre outras.
De acordo com Scigliano (2008), a grua móvel sobre trilhos executa até quatro
movimentos:
1. Movimento de translação: movimento para frente e para trás sobre os trilhos, com
uma velocidade de aproximadamente 20m/ min;
2. Movimento de giro: rotação da lança sobre o eixo, com uma velocidade de 0,8
voltas/ min;
3. Movimento do carrinho da lança: movimento pra frente e para trás que o carrinho
faz para levar a carga, com velocidade de aproximadamente 40m/ min;
4. Movimento de levantamento: movimento para abaixar e levantar a carga. A
velocidade depende da carga a ser erguida, sendo possíveis três velocidades:
a. 6,5 m/ min para carga de 5t;
b. 25 m/ min para carga de 5t;
c. 50 m/ min para carga de 2,5t.

Outro equipamento de movimentação bastante utilizado nas obras é o elevador de


obras. Ele é utilizado tanto para transportar pessoas quanto materiais. Seu regulamento está
regido na norma NR-18 (Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da
Construção). A seguir serão apresentadas algumas das características do elevador de materiais
exigidas por essa norma.
Primeiro a norma trata das torres desses elevadores. Segundo a norma, as torres devem
ser dimensionadas em função das cargas que estão sujeitas e devem ser montadas e
34

desmontadas por trabalhadores qualificados. Devem ficar o mais próximo possível da


edificação.
Em relação ao elevador de transporte de material, a norma exige que não sejam
transportadas pessoas no seu interior. Ele deve ter um dispositivo de tração de modo a impedir
a descida em queda livre.
A norma não especifica capacidade máxima de um elevador, apenas exige que em seu
interior seja fixada uma placa contendo a indicação de carga máxima e a proibição do
transporte de pessoas.
Há dois tipos de elevador de obra. Os de cabo e os de cremalheira. Os primeiros são
mais limitados, transportam de 800 a 1500 Kg, já os do segundo modelo podem transportar
até 4000 Kg (REVISTA CONSTRUÇÃO MERCADO, 2009).
35

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. Metodologia

O propósito desse trabalho é realizar o planejamento e a programação das etapas de


marcação e elevação das paredes de um projeto de construção civil e também fazer uma
análise sobre a movimentação e a armazenagem de materiais utilizados nesse processo. Como
o interesse do projeto é uma análise mais micro do processo, essas duas etapas foram
estudadas apenas para um pavimento. Assim, o processo analisado consistiu da marcação e
elevação das paredes de um pavimento de um edifício.
Para cada uma dessas duas etapas separadas, foram feitas as análises mostradas a
seguir. Depois, essas duas etapas foram examinadas em conjunto.

! Planejamento e Programação
O estudo de planejamento e programação usou como base o método do caminho
crítico mostrado no item 2.4. Dessa forma, primeiro foi feita uma descrição de todo o
processo definido em laboratório. Essa descrição tinha como principal propósito servir de
base para se determinar os recursos e tempos necessários à execução de cada atividade. A
partir desse estudo, as relações de precedência foram determinadas e uma tabela de
precedências foi construída. Procurou-se com isso descobrir que atividades pertenciam ao
caminho crítico.
Toda essa informação foi colocada no software MS Project para se verificar a duração
do plano proposto. Quando esta ultrapassou o limite de tempo estabelecido pelas premissas do
projeto, o plano foi revisto.
A revisão do plano foi feita de duas formas. Primeiro, utilizou-se o conceito de
desagregação e superposição das tarefas. Todas as atividades do processo foram revistas e
analisadas para se verificar se era possível dividi-las em mais partes. Com isso, novas
precedências foram encontradas, bem como um novo caminho crítico.
Depois, utilizou-se o conceito de aceleração de tarefas. Procurou-se diminuir o tempo
do processo acelerando as atividades que pertenciam ao caminho crítico. Para realizar essa
aceleração, optou-se por aumentar os recursos produtivos. O recurso analisado foi a mão-de-
obra, já que o tempo do projeto está diretamente ligado à quantidade de mão-de-obra. Além
disso, este era o único recurso que apresentava limitação.
36

O novo plano foi programado e a duração foi novamente analisada. Se esta


ultrapassasse o tempo proposto, outra revisão seria feita. Esse processo se repetiu até se
encontrar um plano com duração dentro do tempo solicitado.
Depois de encontrado o plano ideal em termos de duração, foi feita uma análise de
consumo de mão-de-obra. Como já dito, esse recurso também tinha uma meta estabelecida
pelo projeto. Se esta ultrapassasse o limite, o plano seria revisto com toda equipe de
desenvolvimento para se definir novas datas de entrega ou uso maior de recursos. Caso
contrário, adotava-se a quantidade definida pelo plano.
Por fim, depois de definido o plano, calculou-se o consumo dos outros recursos, os
insumos. Esse cálculo serviu como base para o estudo de movimentação e armazenagem de
materiais.

! Movimentação e Armazenagem de Materiais


A principal resposta dessa análise é a quantidade de insumos utilizados e em que
momento da obra eles serão necessários. Com essa resposta, foram definidas as características
dos equipamentos de MAM para cada etapa.
Para isso, utilizou-se o que foi concluído na parte de programação em termos de
quantidade de insumos por atividade. Depois, analisou-se de onde esses insumos vinham, se
junto com os operários, se eram materiais novos que vinham do térreo ou se eram
reaproveitados do pavimento anterior. Com essas duas análises, foi possível definir quando
cada insumo deveria chegar ao pavimento e através de qual meio de entrega (carregado pelo
operário, pela grua ou por outro equipamento).
Por fim, os equipamentos de entrega foram estudados para se definir suas dimensões,
capacidade de carga mínima e velocidade de entrega.
37

3.2. Planejamento e Programação

Um projeto de construção de um edifício em alvenaria estrutural envolve as etapas


mostradas no fluxograma a seguir.

Projeto e Pré- obra Construção Revestimento Pintura


orçamento da torre interno interna

Acabamento Telhado Revestimento Textura


de fachada

Figura 3.1- Fluxograma do processo de construção de um edifício

A parte de projeto e orçamento envolve conhecimentos específicos em engenharia


civil além de processos burocráticos próprios desse procedimento. Por esse motivo não fará
parte do escopo desse trabalho.
A pré-obra inclui diversas atividades, como limpeza do terreno, terraplanagem,
instalações provisórias, instalações do canteiro, montagem da grua e montagem da caixa
d’água. Apesar de ser um procedimento relativamente longo, essa etapa também não será
estudada nesse trabalho. Isso porque algumas dessas atividades serão executadas por métodos
já existentes e outras serão realizadas por uma empresa externa contratada.
Em relação à construção da torre, esta pode ser dividida em processos internos, para
cada pavimento, e processos externos, para a torre inteira. No laboratório de testes os
processos externos não foram testados.
Os processos internos incluem a parte de alvenaria e laje, o revestimento interno e
argamassa, a pintura e o acabamento. O processo de pintura já foi escolhido entre os métodos
já existentes na indústria e as etapas de revestimento interno e acabamento ainda não foram
estudadas pela equipe de desenvolvimento.
Dessa forma, o estudo desse projeto será baseado no planejamento da alvenaria e laje
para todos os pavimentos.
A alvenaria é composta por três sub-etapas, a marcação, a elevação das paredes e a
colocação de lajes. A colocação de lajes será feita por um processo padrão. Serão estudados,
então, dois processos: a marcação e a elevação das paredes.
38

Para esses processos, foi estabelecido como premissa do projeto que a semana para
uma obra deve ser dividida da seguinte maneira: no primeiro dia os operários fazem a
marcação, nos 3 dias seguintes eles fazem a elevação das paredes. No quinto dia será feita a
colocação da laje.
Para a marcação e a elevação das paredes, a meta de utilização de mão-de-obra
definida foi de 400 homens-hora.
A marcação utilizada nesse procedimento apresenta características peculiares, as quais
exigem profissionais mais qualificados para executá-las. Assim, haverá uma equipe
responsável somente pela marcação e outra somente pela elevação das paredes.
39

3.3. Planejamento e programação da Marcação

A marcação serve para preparar o pavimento para assentar os blocos das paredes dos
apartamentos. Ao fim da marcação, o pavimento deverá ter os escantilhões e os batentes já
instalados e a primeira fiada já assentada. A função dos escantilhões e dos batentes é
direcionar verticalmente os blocos e a primeira fiada serve para o direcionamento horizontal.
Uma foto do pavimento ao final do processo de marcação é mostrada na Figura 3.2.
BATENTE

ESCANTILHÃO

1a FIADA

Figura 3.2- Pavimento ao final do processo de marcação

3.3.1 Planejamento da marcação


O processo de marcação é composto pelas etapas mostradas no fluxograma da Figura
3.3. Em seguida, está apresentado um resumo de cada uma dessas etapas.

1- Posicionar e 2- Posicionar e 3- Mapear o 4- Fixar os 5- Aprumar os


fixar bases de fixar bases de nível do piso escantilhões escantilhões
escantilhão escantilhão
externas internas

6- Nivelar a 7- Assentar a 8- Colocar 9- Colocar 10- Fixar


régua dos primeira fiada batentes escantilhões rampas de
escantilhões nos batentes passagem dos
racks

Figura 3.3- Fluxograma do processo de marcação

1. Posicionar e fixar bases de escantilhão externas: as bases servem como apoio para os
escantilhões. Por serem menores é mais fácil de instalá-las nos pontos corretos. As
bases externas se referem às paredes externas do pavimento;
40

2. Posicionar e fixar as bases de escantilhão internas: têm a mesma função das bases
externas, mas se referem às paredes internas do pavimento;
3. Mapear o nível do piso: essa etapa serve para indicar qual o ponto mais alto do
pavimento. Com essa informação, o ajuste dos escantilhões dos outros pontos será
baseado nesse valor. Assim, todas as fiadas começarão na mesma altura;
4. Fixar os escantilhões: essa etapa consiste em colocar os escantilhões nas bases e fixá-
los no pavimento;
5. Aprumar os escantilhões: para que os escantilhões consigam dar o direcionamento
vertical correto eles não podem estar inclinados. Nessa etapa, todos os escantilhões
serão ajustados nos dois eixos em 90 º;
6. Nivelar a régua dos escantilhões: os escantilhões possuem uma régua que serve de
indicação para assentar os blocos. Por esse motivo, a partir do ponto com a cota mais
alta, os escantilhões são ajustados para que suas réguas comecem na mesma altura. A
diferença entre as alturas iniciais das réguas será compensada com a argamassa ao se
assentar a primeira fiada;
7. Assentar primeira fiada: Consiste em se colocar os blocos da primeira fiada de todo o
pavimento;
8. Colocar batentes: os batentes das portas também vão servir para direcionar as paredes
e por isso serão instalados na marcação;
9. Colocar escantilhões nos batentes: como os batentes também devem servir para
direcionar as fiadas, deve-se colocar um escantilhão neles e ajustar suas réguas;
10. Fixar rampas de passagem dos racks: como será mostrado mais adiante, na elevação
das paredes, os operários utilizarão racks. Para que esses racks se desloquem entre os
cômodos, existirão rampas nos batentes.

I. Descrição detalhada do processo

1. Posicionar e fixar as bases de escantilhões externas


A principal função das bases é servir de apoio para os escantilhões. Os escantilhões
servem para direcionar as paredes e como há paredes externas e internas no apartamento,
deverá também existir escantilhões e bases externos e internos.
Antes de explicar o processo de alocação das bases de escantilhão é importante se
conhecer os equipamentos e ferramentas diferentes que serão utilizados. Estes estão
mostrados na Tabela 3.1.
41

Tabela 3.1- Explicação dos insumos utilizados na fixação das bases de escantilhão externas

Equipamento/
Nome Descrição
Ferramenta
Equipamento que fornece
Laser de 5 feixes com 5 feixes de laser, em 5
tripé direções (cima, baixo,
esquerda, direita, frente)
Ferramenta utilizada
Bloco metálico L como gabarito das bases
externas de canto
Ferramenta utilizada
como gabarito das bases
Bloco metálico T
externas que não são de
canto
Apoio para os
Bases de escantilhão
escantilhões
Fonte: Elaborado pela autora

Além desses, há também os equipamentos mais comuns, como furadeiras, martelos e


pregos.
Para alocar as bases externas serão necessários pontos de referência. Esses pontos são
definidos por uma equipe de topografia terceirizada. Essa equipe localiza os pontos com o uso
da estação total e operários marcam esse pontos com parafusos no pavimento térreo. Para
cada base haverá dois pontos marcados no pavimento. Cabe lembrar que esses pontos
somente serão marcados no pavimento térreo já que são externos ao espaço da construção.
Definidos esses pontos, o processo de alocação das bases externas segue o seguinte
procedimento:
1. O operário coloca o laser com o tripé alinhando seu feixe de baixo com um dos
parafusos de referência. Repete o mesmo procedimento para o outro parafuso com
outro laser. Fazendo isso, ele avisa o próximo operário para começar a fixação. A
comunicação entre eles é feita por rádio;
2. Em seguida, o operário responsável pela fixação posiciona o bloco metálico
correspondente (L para bases de canto e T para bases de meio) alinhando sua
extremidade com o feixe de laser. Se for no pavimento térreo, será utilizado o
feixe de baixo, para os outros pavimentos, utiliza-se o feixe de cima. Isso acontece
pois o equipamento de laser não sai do pavimento térreo (este é o único que possui
a marcação dos pontos de referência);
3. Depois o operário coloca a base alinhada com o bloco metálico;
42

4. Com um punção, o operário marca o furo da base;


5. A seguir o operário fura essa marca com a furadeira e uma broca de 3 mm;
6. Ele então retira a base e reforça esse furo com a furadeira e uma broca de 6 mm;
7. A base é recolocada e o operário a fixa com um prego utilizando um martelo.
Há no total 58 bases externas. Esse processo dura em torno de 3 minutos para fixar
cada base.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de fixação de
bases de escantilhão externas. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição
acima.

Posicionar e fixar as bases de escantilhões externas

1 2 3 4

7 6 5

Figura 3.4- Fotos das etapas de fixação de bases de escantilhão externas

2. Posicionar e fixar as bases de escantilhões internas


A fixação das bases internas será feita por um processo diferente das bases externas.
Isso porque a equipe de topografia só fornece os pontos externos para o pavimento térreo.
Assim, o que dará a posição das bases internas serão as bases externas. Para chegar à posição
em que as bases internas devem ser instaladas, em algumas das bases externas o operário deve
fixar arames que cruzam todo o pavimento. As bases internas devem ser instaladas em
algumas das intersecções desses arames. Há arames que cruzam o pavimento na direção
horizontal da planta, e arames que cruzam na direção vertical da planta. Eles serão chamados
de arames linha e arames coluna, respectivamente.
As bases externas, então, possuem duas funções: apoio para escantilhão e alinhamento
de arames. Das 58 bases externas, 30 são usadas somente para alinhamento do arame.
O processo de fixação das bases internas é composto pelas seguintes etapas:
43

1. Os operários fixam os arames nas bases externas de alinhamento, tanto os arames


linha quanto os arames colunas;
2. No local de fixação das bases internas, de acordo com a planta, o operário coloca a
base posicionada na intersecção dos arames;
3. Com um punção, o operário marca o furo da base;
4. A seguir o operário fura essa marca com a furadeira e uma broca de 3 mm
5. Ele então retira a base e reforça esse furo com a furadeira e uma broca de 6 mm;
6. A base é recolocada e o operário a fixa com um parafuso e um martelo;
7. Por fim, os operários retiram os arames e as bases alinhamento com o auxílio de
uma parafusadeira.
Há um total de 28 bases internas e o processo dura 2,5 minutos para fixar cada uma
delas.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de fixação de
bases de escantilhão internas. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição
acima.

Posicionar e fixar as bases de escantilhões internas

1 2 3

6 5 4

Figura 3.5- Fotos das etapas de fixação de bases de escantilhão externas


]
3. Mapeamento do nível do piso
Depois que as bases já foram fixadas é necessário se determinar qual o ponto mais alto
do pavimento, pois este vai servir como referência para as alturas dos escantilhões.
Para esse procedimento também são usados materiais específicos que estão
apresentados na tabela a seguir.
44

Tabela 3.2- Explicação dos insumos utilizados no mapeamento do nível do piso

Equipamento/
Nome Descrição
Ferramenta

Equipamento que
Laser contínuo com
fornece um feixe de laser
tripé
contínuo

Equipamento que indica


se o ponto escolhido está
Detector sonoro
acima ou abaixo do nível
do laser contínuo

Ferramenta graduada
Régua nível alemão utilizada como suporte
do detector

Fonte: Elaborado pela autora

Com esses materiais, deve-se medir vários pontos do pavimento, definidos pelo
projeto, a fim de se determinar qual o ponto mais alto. O operário recebe uma planta do
pavimento com os pontos a serem medidos. Esses pontos estão representados por números.
O procedimento para essa etapa consiste dos seguintes passos:
1. Posicionar o nível laser contínuo com o tripé em um local que consiga abranger a área
inteira do andar (pode ser em um dos cantos ou no andaime fachadeira);
2. Instalar o detector sonoro na régua e colocar o conjunto (régua + detector) no ponto
inicial;
3. Ajustar a régua até zerar o sensor (isso acontece quando aparecer um traço na tela do
sensor);
4. Ir até o próximo ponto e observar a seta do visor do detector:
a. Se a seta mandar subir ou aparecer um traço, ir para o próximo ponto;
b. Se a seta mandar descer, ajustar a régua até zerar (aparecer um risco na tela).
Anotar esse ponto;
5. Continuar dessa maneira até o último ponto.
Definiu-se para o projeto que seria necessário medir 84 pontos no pavimento. Para
essa tarefa completa, se gasta 14 minutos.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de mapeamento
do nível do piso. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima.
45

Mapeamento do nível do piso

1 2 3 4

Figura 3.6- Fotos das etapas de mapeamento do nível do piso

Esse processo deve ser feito por duas pessoas. Uma é responsável por segurar a régua
e olhar os dados do sensor e a outra deve anotar esses dados.

4. Fixar os escantilhões
O processo de fixar escantilhão pode ser dividido nas seguintes etapas:
1. Colocar os escantilhões nas bases;
2. Soltar os apoios laterais dos escantilhões até eles baterem no chão e ajustar o pino do
encosto do escantilhão;
3. Parafusar os furos dos apoios laterais com a broca de 6 mm;
4. Colocar os pregos nos apoios laterais e martelar.
Há 56 escantilhões no pavimento. Para cada escantilhão, esse processo demora 3
minutos.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de fixação de
escantilhão. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima.

Fixar os escantilhões

1 2 3 4

Figura 3.7- Fotos das etapas de fixação do escantilhão


46

5. Aprumar os escantilhões
O processo de aprumar o escantilhão serve para deixar os escantilhões formando um
ângulo reto com piso. Para isso será utilizado um instrumento chamado régua de prumo
digital. Essa régua mostra a inclinação em graus do escantilhão em relação ao piso. Ela está
mostrada na figura a seguir.

Figura 3.8- Régua de prumo digital

Esse processo é feito por uma única pessoa e está definido a seguir.
1. Colocar a régua na parede oposta de um dos apoios do escantilhão;
2. Ajustar o apoio oposto até que no visor da régua apareça um número de 89,9º a
90,01º (quando isso acontecer o aparelho vai apitar);
3. Repetir o mesmo procedimento para o outro apoio.
Será necessário aprumar os 56 escantilhões. A duração desse processo é variável
conforme a inclinação de cada escantilhão. Em média, entretanto, esse processo dura 2
minutos.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de aprumar os
escantilhões. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima.

Aprumar os escantilhões

1 2

Figura 3.9- Fotos das etapas de aprumar o escantilhão


47

6. Nivelar a régua dos escantilhões


O processo de nivelamento das réguas necessita dos mesmos materiais utilizados na
etapa de fazer o mapeamento do nível do piso, só que a régua de suporte deve ter um tamanho
já marcado para se colocar o detector. O tamanho escolhido foi de 1,40 m e o nome adotado,
para evitar confusão, será de nível alemão. Como na etapa anterior não havia nenhuma
restrição, opta-se por usar esse nível alemão para as duas situações, tanto para medir o nível
quanto para nivelar a régua dos escantilhões.
As atividades desse processo são:
1. Colocar o laser contínuo com o suporte em um ponto central do andar;
2. Colocar o detector sonoro na indicação de 1,40m do nível alemão;
3. Alocar esse conjunto no ponto mais alto do piso, já definido no mapeamento do nível
do piso;
4. Ajustar a altura do laser contínuo de acordo com a indicação do visor do detector
sonoro (parar de ajustar quando aparecer um traço na tela). Esse ajuste é feito pelo
tripé do laser;
5. Retirar o detector sonoro da régua padrão e colocá-lo ao lado da régua de algum
escantilhão. Movimentá-lo até aparecer um traço em seu visor, de acordo com a
indicação do laser contínuo;
6. Alinhar a marca de 1,40 da régua do escantilhão de acordo com a indicação do
detector sonoro e fixar os ganchos para prender a régua;
7. Repetir esse procedimento para os outros escantilhões da área que o laser contínuo
atinge;
8. Mudar o laser contínuo de posição para que atinja os outros pontos;
9. Repetir o procedimento 4 utilizando como referência algum escantilhão já ajustado;
10. Repetir o procedimento de ajuste para as réguas que estão faltando.
Todos os 56 escantilhão deverão ter sua régua nivelada e esse processo dura em média
1 minuto para cada escantilhão (total de 56 minutos).
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de nivelar a
régua dos escantilhões. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima.
48

Nivelar a régua dos escantilhões

1 2 3

6 5 4

Figura 3.10- Fotos das etapas de nivelar a régua do escantilhão

O laser contínuo deve ser colocado no meio para que atinja metade dos escantilhões e
depois de trocado de lugar atinja a outra metade. Uma vantagem dessa localização é que na
hora de se mudar a posição dele, o solo que ele será colocado será praticamente o mesmo do
anterior, assim, poucos ajustes serão necessários.
Esse processo necessita de 2 operários trabalhando juntos.

7. Assentar primeira fiada


O processo de assentar a primeira fiada necessita de duas pessoas para executá-lo. A
função de um deles é de assentar os blocos e o outro deve abastecer o primeiro com blocos e
argamassa. O nome utilizado para cada um deles será de assentador e abastecedor,
respectivamente.
Cada fiada de cada parede do apartamento é executada segundo uma ordem pré-
definida em projeto. O sentido de assentamento deve ser anti-horário e o pedreiro caminha de
costas. Ele pega o bloco com a mão esquerda e com a mão direita ele retira o excesso de
argamassa utilizando a colher de pedreiro. Depois, ainda com a colher, ele bate no bloco
assentado. Dessa forma, ele não retira a colher de pedreiro da sua mão direita. Esse método de
assentamento já foi estudado e comprovado que é o melhor em termos de ergonomia.
O processo de assentar consiste das seguintes etapas:
49

1. O abastecedor deve colocar todos os blocos e a argamassa que serão utilizados pelo
assentador no cômodo que ele assentará;
2. Enquanto isso, o assentador coloca um esticador em cada escantilhão de todas as
paredes do cômodo que ele executará e engancha as linhas nesses esticadores;
3. Na parede que será executada primeiro o abastecedor ajusta a linha de acordo com a
primeira marcação da régua do escantilhão;
4. A seguir, ele coloca argamassa com a colher de pedreiro nessa mesma parede, no
sentido contrário de colocação de blocos (sentido horário);
5. Por fim, o assentador coloca os blocos naquela parede no sentido anti-horário;
6. O mesmo procedimento é repetido para as outras paredes do cômodo e depois para as
outras paredes do apartamento.
Para assentar a primeira fiada inteira do pavimento, uma dupla demora em média 13
horas e 20 minutos.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de
assentamento da primeira fiada. Os números correspondem à numeração utilizada na
descrição acima.

Assentar a primeira fiada

1 2 3

5 4

Figura 3.11- Fotos das etapas de assentamento da primeira fiada

8. Colocar batentes
Os batentes das portas são colocados logo após o assentamento da primeira fiada.
50

O processo de colocar batentes, então, é dividido em quatro grandes etapas: montagem


do batente, fixação do batente, alinhamento do batente e aprume do batente. A montagem e a
fixação são feitas por apenas um operário, já o alinhamento e o aprume necessitam de 2
pessoas.
A montagem é feita da seguinte maneira:
1. O operário encaixa o batente no gabarito de batente;
2. Em seguida, ele regula os parafusos que já vêm fixos no gabarito até que ele fique bem
ajustado no batente;
Já a fixação consiste de:
1. Erguer o batente pelas duas abas de dentro do gabarito e encaixá-lo no local do vão do
batente na alvenaria (na 1º fiada já assentada);
2. Colocar argamassa nos vãos laterais do batente.
A seguir são mostradas as fotos referentes a esse processo.

Fixar batentes

1 2

Figura 3.12- Fotos das etapas de fixação de batentes

O alinhamento, por sua vez, é feito da seguinte maneira:


1. Pegar o equipamento de laser contínuo (o mesmo utilizado para medir as cotas e
nivelar a régua dos escantilhões) e ajustar sua altura com o nível da régua de um
escantilhão próximo ao batente;
2. Alinhar a marca que já vem no batente de acordo com o feixe de laser e a indicação do
detector sonoro. Para isso deve-se ajustar os 2 primeiros e os 2 últimos parafusos que
se encontram na base do gabarito.
A seguir é mostrada uma foto referente a esse processo.
51

Figura 3.13- Alinhamento do batente


Depois de nivelar o batente será necessário aprumá-lo. Para isso será utilizada a régua
de prumo digital, como mostra o processo a seguir:
1. Colocar a régua de prumo digital na parte de frente do batente no lado esquerdo;
2. Ajustar os parafusos de baixo do gabarito até que no visor da régua apareça um
número de 89,9º a 90,01º (quando isso acontecer o aparelho vai apitar);
3. Repetir o mesmo procedimento para o lado direito do batente.
A seguir são mostradas as fotos referentes a esse processo.

Aprumar os batentes

1 2

Figura 3.14- Fotos das etapas de aprume dos batentes


Há no total 5 batentes por apartamento, o que leva a 20 batentes por pavimento. A
montagem da cada batente dura 1 minuto, a fixação 2,5 minutos, o alinhamento, 1,5 minuto e
o aprume, 1,5 minutos (7 minutos no total).

9. Colocar escantilhões nos batentes


Os batentes também servirão de referência para assentar as fiadas. Por isso, neles serão
colocados escantilhões de batentes. Estes se assemelham a um escantilhão normal, mas sem
seus apoios. Sua fixação consiste das seguintes etapas:
1. Colocar o escantilhão de batente encostado no batente e encaixar os ganchos de régua
de batentes;
52

2. Fixar os escantilhão no pavimento: furar os orifícios da base do escantilhão utilizando


a broca de 6 mm, colocar os pregos e martelar;
3. Ajustar a altura da régua do escantilhão de acordo com a marca do batente que já foi
alinhada.
Em cada batente devem ser colocados 2 escantilhões. Assim, há 40 escantilhões de
batentes e o processo para se colocar cada um deles demora 3 minutos.
A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de colocação de
escantilhão de batente. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima.

Colocar escantilhões nos batentes

1 2 3

Figura 3.15- Fotos das etapas de colocação dos escantilhões de batente

10. Fixação das rampas de passagem dos racks


A função dessa rampa é auxiliar a passagem de racks sobre os batentes durante a
elevação das fiadas mais altas. Sua fixação consiste nos seguintes passos:
1. Colocar a rampa em cima do gabarito do batente, do lado em que não há as
hastes (lado rebaixado do gabarito);
2. Furar com a broca de 6 mm. Há somente dois furos, um em cada lado do
gabarito, em direções opostas;
3. Martelar os pregos nesses mesmos furos.
Há uma rampa para cada batente, 20 rampas por pavimento. O processo dura em
média 2,0 minutos por rampa.
Uma foto da rampa de passagem dos racks é mostrada a seguir.
53

Figura 3.16- Rampa de passagem dos racks

II. Relações de precedência

De acordo com o processo descrito, obteve-se a seguinte tabela com relações de


precedência:

Tabela 3.3- Tabela de precedências do processo de marcação

Código Duração Atividade Precedência


(min) imediata
1 174,0 Posicionar e fixar bases externas -
2 75,0 Posicionar e fixar bases internas 1
3 14,0 Mapeamento do nível do piso 2
4 168,0 Fixar os escantilhões 3
5 112,0 Aprumar os escantilhões 4
6 56,0 Nivelar a régua dos escantilhões 5
7 800,0 Assentar a primeira fiada 6
8 140,0 Colocar batentes 7
9 120,0 Colocar escantilhões nos 8
batentes
10 40,0 Fixar rampas de passagem de 9
racks
Fonte: Elaborado pela autora
Todos os tempos foram calculados multiplicando o tempo para execução de cada
atividade pelo número de vezes que ela deve ser repetida. Esse número corresponde à
quantidade de insumos instalados (bases de escantilhão, escantilhões, batentes, etc).
Pela tabela, percebe-se que, da forma como esse processo está dividido, nenhuma das
atividades pode ser executada simultaneamente à outra. Isso acontece pois o início de uma
tarefa depende do final da outra. Só há relações término- início. Uma explicação mais
detalhada é mostrada a seguir.
Para se fixar as bases internas, é necessário que as bases externas estejam instaladas já
que estas servem de apoio para os arames.
Para realizar o mapeamento do nível do piso, o operário utiliza como referência para
os pontos de medição as bases que já estão no piso.
54

O processo de instalar escantilhão só necessita que as bases estejam instaladas, não


necessariamente que o mapeamento do nível do piso esteja completo. Acontece que os
escantilhões no piso atrapalham o processo de mapeamento. Por esse motivo é importante que
eles só sejam instalados depois.
Quanto ao aprume, só é possível fazê-lo depois que os escantilhões estiverem
instalados. O mesmo acontece para a etapa de nivelamento dos escantilhões em relação ao
aprume, já que aquele só pode ser feito se os escantilhões estiverem na sua posição correta de
instalação.
A primeira fiada necessita de indicação das réguas para ser feita e por isso elas já
devem está niveladas. Os batentes também só podem ser instalados depois que a primeira
fiada estiver completa, já que é nela que eles serão apoiados. O escantilhão de batente só pode
instalado sobre o batente e rampas atrapalham a instalação dos escantilhões de batente.
Dessa forma, a duração do processo global corresponde à soma dos tempos de cada
atividade individualmente. Esse valor dá em torno de 1606 minutos, o que corresponde a,
aproximadamente, 3,4 dias, lembrando que cada dia útil tem duração de 8 horas. Esse
processo foi colocado no software MS Project e seu resultado está mostrado na Figura 3.17.

Figura 3.17- Gráfico de Gantt do processo de marcação gerado pelo MS Project

3.3.2. Programação da marcação


Da forma como o processo de marcação foi definido, ele tem duração maior do que
três dias úteis. Segundo a premissa desse projeto, deveria durar apenas 1 dia. Dessa forma,
esse planejamento inicial deve ser revisto.
Há duas maneiras de se revisar o plano previamente estabelecido: desagregação e
superposição de tarefas e aceleração de tarefas. Primeiro será feito um estudo de desagregação
e superposição de tarefas. A função desse estudo é enxergar outras precedências. Estabelecida
as novas tarefas, será feito um estudo de aceleração das atividades.
55

I. Desagregação de tarefas

Analisando o processo de marcação, todas as etapas possuem diversas tarefas. Assim,


em termos de acelerar o processo, pode-se pensar em dividir a execução de cada etapa entre
mais de um operário. Para saber qual o limite de separação dos elementos, pode-se utilizar
três métodos: perda de contato, ganho de contato ou algum ruído (MIYAKE, 2007). Nesse
trabalho, serão adotados os 2 primeiros, em relação ao contato com equipamentos e
ferramentas.
A seguir, todas as etapas serão analisadas em termos de divisão de tarefa. Primeiro,
será explicado se elas podem ser desagregadas em mais atividades ou não. Depois, em caso
afirmativo, será analisado como essa divisão será feita. Por fim, o processo de marcação será
mostrado com todas suas atividades e respectivas precedências e superposições.

1. Fixação de bases de escantilhão externas


Tanto na fixação de bases de escantilhão externas quanto internas há o uso de quatro
ferramentas de fixação, um punção, uma furadeira com broca de 3 mm, uma furadeira com
broca de 6 mm e um martelo. Além disso, no caso de bases externas, há ainda o uso dos
blocos metálicos. Assim, pensou-se em três divisões possíveis para essa etapa. Elas estão
descritas a seguir.
Primeiro, o procedimento é dividido em quatro atividades e quatro operários
trabalharam juntos para executá-lo, cada um executando uma atividade.
A outra possibilidade é o procedimento ser dividido entre duas atividades, cada
operário responsável por uma delas.
Por fim, caso nenhuma dessas simulações seja possível, pensou-se em o operário
executar todo o procedimento sozinho. Não há divisão de tarefas. A atividade corresponde ao
processo inteiro de marcação.
Uma tabela explicativa dessas situações é mostrada a seguir.
56

Tabela 3.4- Explicação da divisão de etapas de fixação de bases externas para cada simulação proposta

Etapas Proposta 1 Proposta 2 Proposta 3


Posicionar o bloco
metálico com o laser
Colocar a base alinhada
Atividade 1
com o bloco metálico
Marcar com um punção Atividade 1
os furos da base
Furar a marca com a
broca de 3 mm Atividade 2
Atividade 1
Retirar a base
Furar a marca com a
broca de 6 mm Atividade 3
Limpar o pó com a Atividade 2
trincha
Colocar os parafusos com
bucha Atividade 4
Martelar os parafusos
Fonte: Elaborado pela autora

As propostas foram avaliadas em função da viabilidade e também sobre aspectos de


ergonomia e de organização do próprio operário. Isso porque em algumas situações ele
necessita fazer muitos movimentos repetitivos e/ou carregar mais materiais. Cabe ressaltar,
entretanto, que esse último fator pode ser facilitado projetando-se equipamentos adequados
para transportar esses materiais. Esse aspecto será melhor discutido no item 3.5.
Movimentação e Armazenagem de Materiais).
As conclusões obtidas com o ensaio de cada proposta no laboratório estão mostradas a
seguir.
− Proposta 1: Quando o pessoal do laboratório foi executar essa proposta, eles
perceberam que esta não seria possível. Isso porque o primeiro operário levaria os
blocos metálicos e assim o segundo operário não teria em que apoiar sua base. Se
o bloco metálico fosse deixado, a empresa teria que comprar muitas peças e isso
também atrapalharia a circulação, além de deixar o processo mais confuso. Assim,
essa alternativa foi descartada
− Proposta 2: Em termos de viabilidade, a proposta 2 foi possível. Isso porque o
segundo operário conseguiu executar toda sua atividade a partir do “ambiente” que
o operário anterior deixou para ele. Por ambiente, entenda-se uma base com os
57

furos da broca de 3 mm. Esses furos são suficientes para se fazer o furo de cima
com a broca de 6 mm e também a fixação com o martelo e o prego.
Outro ponto positivo dessa simulação é que o primeiro operário gastou
praticamente o mesmo tempo que o segundo operário. Assim, não haveria
operários ociosos. Tanto a primeira atividade, quanto a segunda atividade duraram
em média 1,5 minutos cada uma.
− Proposta 3: Apesar da segunda proposta ter sido viável, decidiu-se realizar também a
terceira para se comparar as duas. Em termos de tempo, essa atividade durou em
média 3 minutos. Além disso, operários tiveram que carregar mais materiais,
dificultando o deslocamento. Portanto, a escolha dessa proposta não é
recomendada.
Diante das informações apresentadas, optou-se por utilizar a proposta 2. Dessa forma,
a fixação de bases externas fica dividida pelas seguintes atividades:
− Atividade 1: Posicionar a base, marcar o furo com um punção e furar a marca com
a broca de 3 mm;
− Atividade 2: Furar a marca com a broca de 6 mm e martelar o prego.
Cabe lembrar que além dessas atividades ainda há atividade de posicionar o laser com
a indicação do piso. Essa atividade é feita sempre no nível térreo e ela será executada
simultaneamente à atividade 1. São atividades que necessitam ser executadas em conjunto. O
posicionamento do laser, então, fica denominado de atividade 3.
A duração da atividade 1 foi de 1,5 minuto, a da 2 foi de 1,5 minuto e da 3 foi de 1
minuto.

2. Fixação de bases de escantilhão internas


No posicionamento das bases internas não há mais laser, no entanto, há o uso de
arames. Assim, como no caso do laser, a colocação de arames será considerada como uma
atividade a parte pois, provavelmente não será executada pelos mesmos operários que fixam
as bases. Essa atividade dura em torno de 15 minutos.
Em termos de desagregação em atividades, nesse processo os gabaritos não serão
utilizados e o método de alinhar a base com o arame é muito mais fácil do que com o laser.
Por esse motivo, só foram propostas duas situações. Na primeira, esse processo é dividido
entre duas atividades e na segunda o processo inteiro é considerado uma só atividade.
58

Tabela 3.5- Explicação da divisão de etapas de fixação de bases internas para cada simulação proposta

Etapas Proposta 1 Proposta 2


Posicionar a base na
intersecção dos arames
Marcar com um punção
os furos da base Atividade 1
Furar a marca com a
broca de 3 mm
Retirar a base Atividade 1
Furar a marca com a
broca de 6 mm
Limpar o pó com a Atividade 2
trincha
Colocar os parafusos com
bucha
Martelar os parafusos
Fonte: Elaborado pela autora

O resultado obtido na simulação dessas duas propostas foi bastante semelhante ao


ocorrido com as bases externas. Assim, também se optou pela desagregação da proposta 1. A
única observação que deve ser feita é que o operário responsável pela segunda atividade
demorou um pouco mais que o primeiro e por isso, este acabaria ficando um pouco ocioso no
fim do processo. A atividade 1 durou 1,3 minutos e a 2 durou 1,5 minutos.

3. Mapeamento do nível do piso


No caso do mapeamento do nível do piso, apesar de aparecer mais de um
equipamento, o laser contínuo e o detector sonoro com a régua de nível alemão, cada um dos
operários utiliza apenas um, não trocam de ferramentas no meio do processo. Eles ainda
trabalham juntos e simultaneamente. Assim, as atividades dessa etapa estão bem definidas,
não há necessidade de desagregá-las ainda mais e sua duração permanece a mesma, 14
minutos. As atividades são:
1. Atividade 1: Posicionar o nível laser e anotar os dados;
2. Atividade 2: Posicionar o detector sonoro de acordo com a indicação do nível
laser.
59

4. Fixação de escantilhões
Para fixar os escantilhões, os operários também mudam de equipamentos de fixação.
Primeiro há o uso só do escantilhão. Depois utilizam a furadeira e o martelo. Dessa forma,
também é possível uma divisão de tarefas.
Para melhor análise da desagregação possível, esse processo foi agrupado em duas
grandes atividades: colocar os escantilhões nas bases e fixar os escantilhões.
O processo de colocar os escantilhões nas bases consiste apenas em retirar os
escantilhões de um determinado local, colocá-los nas bases já instaladas e soltar os apoios
laterais até que eles batam no chão. Não é possível desagregar esse processo em mais de uma
atividade. Sua duração é de 1 minuto para cada escantilhão.
Já o processo de fixar os escantilhões consiste de parafusar os apoios laterais e fixá-los
com martelo e prego. Para esse procedimento duas alternativas fora sugeridas. Elas estão
mostradas no quadro a seguir:

Tabela 3.6-- Explicação da divisão de etapas de fixação de escantilhões para cada simulação proposta

Etapas Proposta 1 Proposta 2


Parafusar os apoios
laterais com a broca de 6 Atividade 1
mm Atividade 1
Colocar o prego e
Atividade 2
martelar
Fonte: Elaborado pela autora

A primeira proposta foi viável e os operários também se mostraram mais satisfeitos


em executar apenas uma tarefa, pois não precisam mudar de ferramenta várias vezes. Por esse
motivo essa proposta foi escolhida.
Ambas as atividades têm duração de 1 minuto cada.

5. Aprumar os escantilhões
Para essa etapa só há o uso de um equipamento por apenas uma pessoa. Por isso, não é
possível uma desagregação em mais de uma atividade. Sua duração continua sendo de 2
minutos para cada escantilhão.
60

6. Nivelar a régua dos escantilhões


Nessa etapa ocorre a mesma situação do mapeamento, os operários não trocam de
ferramentas no meio do processo e as atividades são feitas em conjunto e simultaneamente.
As atividades são:
3. Atividade 1: Ajustar o nível laser de acordo com a indicação do detector sonoro;
4. Atividade 2: Ajustar a régua do escantilhão.
O processo inteiro demora 56 minutos.

7. Assentamento da primeira fiada


O assentamento da primeira fiada já tem o processo bem definido bem como os papéis
de cada operário envolvido. Assim, há duas atividades envolvidas, a de abastecer e a de
assentar os blocos.

8. Batentes e Insumos de batente


As etapas seguintes, referentes aos batentes, são semelhantes às etapas já citadas. Com
isso, pode-se dizer que não é possível uma desagregação em atividades na montagem, mas na
fixação de batente e de escantilhão de batente, essa divisão é possível. A atividade de
montagem tem duração de 1 minuto para cada batente.
A fixação de batentes é dividida nas seguintes atividades:
− Atividade 1: encaixar no vão;
− Atividade 2: Preencher com argamassa.
Uma atividade não impede a execução da outra, por isso essa divisão é possível. A
primeira atividade tem duração de 1minuto e a segunda de 1,5 minuto para cada batente.
As etapas de alinhamento e de aprume são feitas por dois operários trabalhando juntos.
No alinhamento, um operário ajusta o laser e fornece informações para o outro operário
ajustar os parafusos do gabarito. Essa atividade tem duração de 1,5 minutos. No aprume, o
operário do laser pega a régua de prumo digital e novamente fornece informações para o
ajuste do gabarito. Essa atividade demora 1,5 minutos.
A fixação de escantilhão de batente pode ser dividida nas seguintes atividades:
− Atividade 1: Encostar o escantilhão no batente e colocar o gancho para prender o
batente;
− Atividade 2: Furar com a broca de 6 mm
− Atividade 3: Martelar o prego.
61

Para que sejam atividades pares, optou-se por agrupar a atividade 2 com a atividade 3
e chamá-las de fixação. Nessa divisão, a primeira atividade dura 1,3 minutos e a segunda dura
1,5 minutos. Isso mostra que o primeiro operário deve ficar um pouco ocioso no fim do
processo.

9. Fixação de rampas de passagem de racks


Por fim, para fixar a rampa de passagem dos racks, como há o uso de mais de um
equipamento de fixação, a furadeira e o martelo, pode-se pensar em dividir as tarefas desse
processo em duas atividades: furar com a broca de 6 mm e martelar o prego. Ambas as
atividades têm duração de 1 minuto para cada rampa.

Depois dessa análise, o processo de elevação ficou dividido nas seguintes atividades:
1 Fixar bases de escantilhão externas
1.1 Fixar base externa 1
1.1.1 Posicionar laser
1.1.2 Posicionar base no gabarito e furar com broca de 3 mm
1.1.3 Furar com broca de 6 mm e fixar com o martelo
Repetir esse procedimento para as outras 57 bases.
2 Fixar bases de escantilhão internas
2.1 Fixar arame
2.2 Fixar base interna 1
2.2.1 Posicionar base nos arames e furar com broca de 3 mm
2.2.2 Furar com broca de 6 mm e fixar com o martelo
Repetir esse procedimento para as outras 27 bases.
3 Medir o nível das bases
3.1 Posicionar o nível laser e anotar os dados;
3.2 Posicionar o detector sonoro
4 Fixar os escantilhões
4.1 Colocar escantilhões nas bases
4.1.1 Colocar escantilhão 1
Repetir para os outros 55 escantilhões.
4.2 Fixar os escantilhões
4.2.1 Furar com a broca de 6 mm
4.2.2 Martelar prego
62

Repetir para os outros 55 escantilhões.


5 Aprumar os escantilhões
5.1 Aprumar escantilhão 1
Repetir esse procedimento para os outros 55 escantilhões.
6 Nivelar a régua dos escantilhões
6.1 Nivelar régua 1
6.1.1 Ajustar o nível laser de acordo com a indicação do detector sonoro.
6.1.2 Ajustar a régua do escantilhão.
7 Assentar a primeira fiada
7.1 Abastecer
7.2 Assentar
8 Colocar batentes
8.1 Colocar batente 1
8.1.1 Montar
8.1.2 Fixar
8.1.2.1 Encaixar no vão
8.1.2.2 Colocar argamassa
8.1.3 Alinhar
8.1.4 Aprumar
Repetir esse procedimento para os outros 19 escantilhões.
9 Colocar escantilhões de batentes
9.1 Colocar escantilhão no batente 1
9.1.1 Encostar no batente e colocar ganchos
9.1.2 Fixar no pavimento e ajustar régua
Repetir esse procedimento para os outros 39 escantilhões de batente.
10 Fixar rampa de passagem dos racks
10.1 Fixar rampa 1
10.1.1 Colocar e furar com a broca de 3mm
10.1.2 Martelar o prego
63

I. Superposição de tarefas
Para a fixação de bases externas, a base 2 pode começar a ser feita quando a atividade
de “posicionar base no gabarito e furar com broca de 3 mm” da base 1 estiver finalizada, se
elas utilizarem os mesmos operários. Assim, há uma superposição das tarefas de “furar com
broca de 6 mm e fixar com o martelo” da base 1 com a tarefa de “posicionar base no gabarito
e furar com broca de 3 mm” da base 2, repetindo essa mesma lógica para as demais bases
externas.
O mesmo acontece para as atividades de “posicionar base nos arames e furar com
broca de 3 mm” e “furar com broca de 6 mm e fixar com o martelo” para as bases internas.
Dessa forma, percebe-se que todas as etapas que envolvem a fixação de algum
componente têm superposição de suas atividades. Estas são: fixar bases externas e internas,
fixar escantilhões, colocar batentes, colocar escantilhões de batentes e fixar a rampa de
passagem do racks.
Com essas informações, passa-se para a próxima etapa de revisão do plano, na qual
será utilizado o conceito de aceleração de tarefas.

II. Aceleração de tarefas


Por essa técnica, deve-se acelerar as atividades críticas as quais, como já discutido, são
todas as tarefas do processo. A aceleração delas pode ser feita melhorando-se o processo ou
aumentando-se a equipe de trabalho. O processo já foi estudado e previamente definido, por
esse motivo ele não será modificado. Assim, optou-se por aumentar a equipe de trabalho. A
escolha dessa equipe está discutida a seguir.
A tabela a seguir mostra quanto a duração de cada etapa representa do tempo total.
64

Tabela 3.7- Porcentagem da duração de cada atividade do processo de marcação em relação ao tempo
total

% em relação
Duração
Código Atividade ao tempo
(min)
total
1 Fixar bases externas 174 10,30%
2 Fixar bases internas 75 4,44%
3 Mapear nível do piso 14 0,83%
4 Fixar escantilhões 168 9,95%
5 Aprumar escantilhões 112 6,63%
6 Nivelar a régua dos escantilhões 56 3,32%
7 Assentar a primeira fiada 800 47,37%
8 Colocar batentes 130 7,70%
9 Colocar escantilhões de batentes 120 7,10%
10 Fixar rampas de passagem dos racks 40 2,37%
Total 1689 100,00%
Fonte: Elaborado pela autora

Para se saber os itens de maior influência na duração do processo, utilizou-se o


conceito de curva ABC. O gráfico com essa curva está mostrado na Figura 3.18.

Curva ABC- Atividades da marcação


Porcentagem acumulada

100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
a

el
da

s
s
es
as

as
es

es

gu

pa

ív
õe
f ia

rn

nt

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Ba

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se

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il h

ru
nt

Ap
ca
Es

Atividades

Figura 3.18- Curva ABC para o processo de marcação

Por essa curva, percebe-se que a atividade de assentar a primeira fiada é responsável
por quase 50% do tempo total. Dessa forma, o dimensionamento de equipe para o processo de
marcação será baseado nessa atividade.
65

Deve-se lembrar que o processo de marcação inteiro deve durar apenas um dia. Assim,
o tempo para assentar a primeira fiada deve durar, aproximadamente, metade de um dia (4
horas, ou 240 minutos).
Como a etapa de assentamento é realizada por uma dupla, fez-se um estudo de sua
duração para vários tamanhos de equipe com número par de componentes. Ele está mostrado
na tabela a seguir.

Tabela 3.8- Duração da atividade de assentamento da primeira fiada para diferentes tamanhos de equipe

Tamanho da Duração da atividade


equipe (min)
2 800,00
4 400,00
6 266,67
8 200,00
10 160,00
Fonte: Elaborado pela autora

Pelos resultados mostrados acima, decide-se testar dois tamanhos de equipe, 6 e 8


pessoas. Primeiro será estudado o processo com 6 pessoas e, se o tempo total incluindo as
outras etapas ultrapassar o máximo estabelecido, será feito um estudo com 8 pessoas.

! Duração do processo para uma equipe de 6 pessoas


Utilizando-se o software MS Project, fez-se a programação das atividades do processo
para uma equipe de 6 pessoas. Essa programação está na Figura 3.19. Apenas algumas sub-
tarefas foram apresentadas com o objetivo de se verificar as relações de precedência propostas
e os recursos utilizados.
66

Figura 3.19- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 6 operários gerado pelo MS Project

A duração total do processo foi de 1,09 dias, ou seja, 8 horas 43 minutos. Ela
ultrapassa o limite definido de 1 dia útil (8 horas). Dessa forma, esse dimensionamento não
pode ser utilizado. Passamos para a análise seguinte para uma equipe de 8 pessoas.

! Duração do processo para uma equipe de 8 pessoas


A mesma análise anterior foi realizada para uma equipe de 8 pessoas e chegou-se ao
projeto apresentado na Figura 3.20. As sub-tarefas são as mesmas para a equipe de 6 operários
e por isso elas não serão apresentadas.

Figura 3.20- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 8 operários gerado pelo MS Project

Para esse tamanho de equipe a marcação dura 0,84 dias, ou seja, apenas 6 horas 43
minutos.
67

Apesar de esse valor estar abaixo do mínimo exigido, devemos considerar que os
valores de tempo adotado consideram que os operários estão trabalhando com eficiência de
100 %. Na vida real, entretanto, esse valor pode ser menor devido à fadiga dos operários, a
esperas fora do controle entre outros fatores. Assim, há um fator de tolerâncias que deve ser
adotado. De acordo com Miyake (2007), essa tolerância deve ser definida pela gerência, pela
comissão de fábrica ou pela representação sindical. Como o processo é totalmente novo, esse
estudo de tolerância ainda não foi feito. Adotaremos, então, o valor de 10 %.
O cálculo utilizado para determinar o tempo padrão é (MIYAKE, 2007):

 100% 
TP = TN   (3.1)
 100% − TOL % 
Onde:
TP: tempo padrão- a ser calculado
TN: tempo normal- 6 h 43 min
TOL: fator de tolerância- 10%
Substituindo-se todos os valores chega-se ao tempo padrão de 7 h 28 min. Esse valor
ainda é menor que o máximo exigido de 8 horas e por isso uma equipe de 8 pessoas pode ser
utilizada.
As outras atividades da marcação foram divididas para esse número de operários
conforme mostra o próximo item.

3.3.3. Nivelamento de recursos e planejamento para as demais etapas


Como o definido foi de 8 operários para o processo de assentamento da primeira fiada
(4 assentadores e 4 abastecedores trabalhando em duplas), procurou-se executar todas as
etapas com esse número. A seguir, tem-se o planejamento de divisão de tarefas utilizado para
as outras etapas da marcação. Vale lembrar que é apenas uma sugestão de planejamento, não
uma verdade absoluta. Dessa forma, a divisão das atividades desse processo poderia ser
pensada de maneiras diferentes por outras pessoas.

1. Posicionar e fixar bases de escantilhão externas


Da forma como o trabalho foi dividido, o laser só precisa ficar posicionado enquanto o
operário executa a primeira atividade do processo de fixação de bases externas, que é
posicionar o bloco metálico com o laser e marcar o furo utilizando a broca de 3 mm. A partir
desse ponto, o operário que executa a atividade seguinte já tem indicação suficiente para
68

continua seu serviço. Por esse motivo, decidiu-se que o operário do laser deve acompanhar o
operário que executa a primeira atividade.
Dessa forma, no planejamento definido para essa etapa, os 8 operários se dividiriam da
seguinte maneira: 4 operários para fixarem as bases e 4 operários para posicionarem o laser.
Eles seriam denominados de operários de fixação e operários de laser, respectivamente. Os
operários de fixação, por sua vez, se dividiriam entre as duas atividades envolvidas nesse
processo. Denominamos operários A e B aqueles que posicionam o bloco e furam com a
broca de 3 mm e operários C e D aqueles que utilizam a broca de 6 mm e martelam. Os
operários como laser são denominados E, F, G e H. Deve-se lembrar que os operários de laser
não saem do nível térreo nessa etapa e se comunicam com os operário de fixação através de
rádio.
A partir da denominação escolhida, definimos que os operários de laser E e F
acompanham o operário A e o mesmo acontece para os operários G e H em relação ao
operário B. Além disso, C deve executar a segunda atividade para as bases que A instala e D
faz o mesmo para as bases de B. Com essas escolhas, há duas equipes: A, C, E, F e B, D, G,
H, cada uma responsável por instalar metade das bases.
No início, E posiciona os lasers da primeira base a ser instalada por sua equipe e F
posiciona o laser da segunda. O operário A executa sua atividade. Assim que A acabar, ele
avisa E (por rádio) e este vai posicionar o laser da terceira base. C começa a sua atividade na
base 1 e A vai para a base 2. O processo segue assim até a última base de sua equipe.
Simultaneamente, a outra equipe (B, D, G e H) faz o mesmo processo para suas bases.
Da forma como o processo foi definido, não haverá tempo de espera entre as
atividades de laser e de fixação e as duas equipes terminam o processo ao mesmo tempo.

2. Posicionar e fixar bases de escantilhão internas


Para essa etapa os operários também seriam divididos em dois grupos, o grupo de
fixação e o grupo de instalar o arame e de retirar as bases de alinhamento. Utilizando a mesma
nomenclatura do processo de bases externas, define-se que A, B, C e D fazem parte do grupo
de fixação e E, F, G, e H fazem parte do outro grupo. Cada um desses grupos também é
composto por duas duplas. Estas são: A e C, B e D, E e F, G e H. Novamente A e B fazem a
primeira atividade e C e D fazem a segunda.
Um problema do processo de instalação de bases internas é que o pavimento fica
ocupado por diversos arames, atrapalhando a circulação dos operários e dos insumos. Dessa
69

forma, esse processo foi pensado de uma maneira que no pavimento haja um número mínimo
de arames.
Primeiro, a dupla E e F fixa os arames linha começando de um lado e G e H fazem o
mesmo processo começando do outro lado. Assim que cada uma dessas duplas instalarem um
arame, as duplas de fixação já começam a fixar os arames coluna e a instalar as bases
correspondentes àquela coluna. A dupla A e C fixa o arame da primeira coluna da direita,
instala suas bases correspondentes depois já retira esse arame e volta a usá-lo na coluna
seguinte, caminhando sentido da direita para a esquerda. A dupla B e D faz o mesmo
procedimento, mas começa a instalar o arame na primeira coluna da esquerda e caminha
sentido da esquerda para a direita. Esse procedimento de ir retirando os arames coluna auxilia
a não sobrecarregar o pavimento de arames. Quando as duplas dos arames (E e F, G e H)
terminarem de fixá-los, eles já começam a retirar as bases de alinhamento coluna que já foram
utilizadas pelas duplas de fixação. Depois que todas as bases já tiverem sido instaladas, eles
retiram os arames horizontais e as bases de alinhamento linha.

3. Mapeamento do nível das bases


Independente do tamanho da equipe, esse processo só pode ser executado por duas
pessoas. Essa atividade, entretanto, não é muito demorada, apenas 15 minutos, e por isso não
há problema de alguns operários ficarem ociosos durante sua execução.

4. Fixar os escantilhões
Esse processo pode ser dividido em duas etapas: colocar o escantilhão na base e fixar
o escantilhão.
Colocar o escantilhão na base
Por ser um processo sem complexidade (basta colocar os escantilhões nas bases e abrir
seus pinos), ele pode ser executado por todos os 8 operários simultaneamente.
Fixar os escantilhões
Esse processo também será executado pelos 8 operários, mas eles trabalharão em
duplas. Uma pessoa da dupla deve furar o piso com a broca de 6 mm e outro deve martelar os
parafusos no furo. Cada dupla deve instalar um quarto dos escantilhões, ou seja, 14
escantilhões (há 56 escantilhões no total).
70

5. Aprumar os escantilhões
Esse processo também é executado por uma pessoa, mas dependendo do número de
réguas de prumo digital, todos os operários poderão fazê-lo. Admitindo que sejam compradas
8 réguas, cada operário deve aprumar 7 escantilhões.

6. Nivelar régua dos escantilhões


O processo de nivelar as réguas também só pode ser executado por 2 pessoas. Nesse
caso, os 6 operários não envolvidos na atividade ficariam ociosos aproximadamente 30
minutos.

7. Colocar batentes
Os operários também irão trabalhar em duplas. Serão as mesmas duplas do
assentamento, ou seja, um abastecedor e um assentador. Enquanto o assentador termina a
primeira fiada, o abastecedor pega o batente e encaixa no gabarito de batente (montagem).
Depois ele vai até o vão da porta, retira o gabarito do vão de porta e coloca o conjunto
(batente + gabarito) nesse vão. O abastecedor sai para buscar o laser contínuo e o assentador
aproveita para preencher as laterais do batente com a argamassa que está na caixa de
argamassa do cômodo (fixação). Quando o abastecedor chega com o laser e o tripé, ele os
coloca próximo do batente e ajusta o laser de acordo com a indicação de um escantilhão
próximo.
Após esse procedimento, o abastecedor pega o detector sonoro, encosta no batente e o
assentador ajusta os parafusos de acordo com as coordenadas do assentador (alinhamento).
Depois de alinhar o batente, eles começam o processo de aprumar. O abastecedor pega
a régua de prumo digital, encosta também no batente, sem retirar o detector sonoro, e
novamente passa as coordenadas para o assentador ajustar os parafusos do batente.

8. Colocar escantilhões nos batentes


O processo de colocar escantilhão no batente será dividido entre duas etapas, cada
uma realizada por uma pessoa da dupla (abastecedor e assentador). A primeira etapa consiste
de colocar o escantilhão encostado no batente e encaixar os ganchos de régua para fixar o
escantilhão no batente. A segunda etapa consiste de fixar os escantilhões no pavimento, com a
furadeira e o martelo, e também de ajustar a altura da régua do escantilhão.
71

9. Fixar rampas de passagem dos racks


O processo de fixar rampas de passagem dos racks também será dividido entre duas
etapas, cada uma realizada por uma pessoa da dupla. A primeira etapa consiste de colocar a
rampa em cima do gabarito do batente e furar com a broca de 6 mm. A segunda consiste de
martelar os pregos nos furos.

3.3.4. Restrição do número de homens- hora utilizado


Apesar de o trabalho durar o tempo estimado, devemos lembrar que há uma outra
restrição desse projeto que é a quantidade máxima de homens-horas utilizados. Para as etapas
de marcação e de elevação essa quantidade não deve ultrapassar 400hh.
Escolhendo-se uma equipe de 8 pessoas para o processo de marcação, tem-se a
seguinte quantidade de homens-hora:

8operários × 8horas × 1dia = 64hh (3.2)

Como meta otimista, se estabeleceu o consumo de 400hh para se terminar um andar do


prédio, desconsiderando-se o tempo de colocar a laje (etapas de marcação e elevação das
paredes). Assim, para a elevação das paredes sobram:

400 hh − 64hh = 332hh (3.3)


No estudo sobre o processo de elevação das paredes esse valor será retomado para
verificar se o dimensionamento de equipe escolhido está de acordo com o proposto para o
projeto.

3.3.5. Dimensionamento de recursos- Insumos


De acordo com a definição da quantidade de mão-de-obra e com as características do
projeto em estudo, define-se a quantidade de insumos (equipamentos, ferramentas e materiais)
necessária para a obra. Essa definição da quantidade será importante para o estudo da parte de
Movimentação e Armazenagem de Materiais. Ela está mostrada na tabela a seguir.
72

Tabela 3.9- Insumos utilizados em cada etapa da marcação.


Equipamento Ferramenta Material
Etapa
Nome Qtd Nome Qtd Nome Qtd
Prego (caixa com
Laser com 5 feixes 8 Bloco metálico L 2 2
100)
Tripé 8 Bloco metálico T 2
Bases Furadeira com broca
2 Base de escantilhão 58
externas de 3 mm
Furadeira com broca
2 Punção 2
de 6 mm
Rádio 6 Martelo 4
Furadeira com broca Prego (caixa com
2 Arames linha 10 2
de 3 mm 100)
Furadeira com broca
Bases 2 Arames coluna 2
de 6 mm
internas Bases 28
Punção 2
Martelo 4
Laser com feixe Régua de nível
Mapear 1 1
contínuo alemão
nível do
Tripé 1
piso
Detector sonoro 1
Furadeira com broca Prego (caixa com
Escantilh 4 Escantilhões 56 4
de 6 mm 100)
ões
Martelo 4
Aprumar
Régua de prumo
escantilh 8
digital
ões
Laser com feixe Régua de nível
1 1
Nivelar a contínuo alemão
régua Tripé 1
Detector sonoro 1
Blocos 30 cm
Colher de pedreiro 4 4
(paletes)
Blocos especiais
Primeira Linhas 79 1
fiada (paletes)
Caixa de
Esticadores 158 argamassa da 16
marcação
Laser com feixe Gabarito de batente
4 12 Batente de 70 cm 12
contínuo 70 cm
Gabarito de batente
Tripé 4 4 Batente de 90 cm 4
Batentes 90 cm
Gabarito de batente
Detector sonoro 4 4 Batente de 150 cm 4
150 cm
Régua de prumo
4 40
digital
Escantilh Furadeira com broca Escantilhões de Prego (caixa com
4 40 4
ões de de 6 mm batente 100)
batente Martelo 4
Furadeira com broca Prego (caixa com
4 Rampas 20 4
Rampas de 6 mm 100)
Martelo 4

Fonte: Elaborado pela autora.


73

3.4. Planejamento e programação da elevação de paredes

A elevação das paredes consiste em assentar todas as fiadas de blocos de um


pavimento. É a etapa que antecede a colocação da laje. Sua duração não deve exceder 3 dias,
conforme as premissas do projeto.
Assim como o assentamento da primeira fiada, ela é dividida principalmente entre
duas figuras principais: o assentador e o abastecedor. O primeiro é responsável por assentar os
blocos nas fiadas e o segundo deve abastecer o primeiro.
Esse processo apresenta uma característica diferente do processo de marcação. Isso
porque suas atividades não possuem divisões de tarefa significativas. Vale ressaltar,
entretanto, que nenhuma fiada será exatamente igual à anterior, pois nas paredes de um
apartamento há blocos de tamanhos e de funções diferentes. Além disso, há fiadas completas,
fiadas com o vão da porta e fiadas com o vão da janela. Contudo, o processo de assentamento
de todos os blocos não muda.
Uma ressalva deve ser feita para o processo de instalação de contra marcos, que ocorre
no meio da elevação. O contra marco é uma espécie de batente para as janelas.
Em cada apartamento há 4 janelas. Dessa forma, são necessários 16 contra marcos (4
para cada apartamento).

3.4.1 Planejamento da elevação das paredes


O objetivo da elevação é criar um procedimento simples no qual os operários não
necessitem de plantas com medidas para executar seu serviço. A idéia geral é que os
abastecedores já entreguem o número exato de blocos e bisnagas com argamassa que os
assentadores vão precisar em uma fiada de uma parede. Para isso, cada fiada tem uma ficha
específica, com o número de blocos e o desenho de como eles devem ser colocados no
cômodo que o assentador está trabalhando. Toda essa explicação está mais detalhada nos
próximos itens.

I. Descrição do processo
1. Assentamento de blocos
A elevação das paredes será feita por fiadas contínuas. Isso significa que o operário
deve assentar uma fiada inteira de um apartamento para depois assentar a fiada seguinte.
74

Por ser um processo novo, os insumos utilizados também são diferentes. Os principais
deles estão descritos na tabela a seguir.

Tabela 3.10- Explicação dos insumos utilizados no processo de elevação das paredes.

Equipamento/
Nome Descrição
Ferramenta
Serve para mostrar os
insumos (blocos e
bisnagas de argamassa)
Ficha que o abastecedor deve
fornecer para o
assentador em cada fiada
de cada parede.
Serve para colocar os
blocos e as bisnagas de
Rack argamassa que serão
utilizados em cada fiada
de cada parede.

Utilizado no
Andaime assentamento das fiadas
mais altas.

Fonte: Elaborado pela autora.

Para cada parede há um número fixo de racks, implicando em um número fixo deles
para cada cômodo também. Os racks da cada cômodo podem ser utilizados para mais de uma
parede, conforme a disponibilidade de espaço.
O abastecedor deve ter uma ficha indicando a parede e a fiada que ele vai fazer e
quantos blocos colocar em cada rack. Assim, o assentador só precisa se preocupar em colocar
os blocos na ordem em que eles estão nos racks, não precisa olhar nenhuma planta com
medidas. O projeto já deve entregar essas fichas e uma planta com a localização dos racks de
cada cômodo. Cada apartamento terá 15 paredes, por isso haverá 15 fichas por fiada por
apartamento.
Além disso, as fiadas mais altas, a partir da sétima fiada, têm um procedimento
diferente das fiadas mais baixas. Isso porque há a necessidade do uso de andaimes. Os
procedimentos utilizados para cada tipo de fiada estão descritos a seguir.

! Procedimento utilizado da segunda até a sétima fiada


Cada fiada é alimentada pelo abastecedor da seguinte maneira:
75

o O abastecedor olha a sua ficha para verificar quantos blocos de cada tipo são
necessários para a fiada a ser assentada;
o Ele vai até o palete e coloca os blocos necessários para a parede em questão em
seu carrinho;
o Depois ele vai para o cômodo que está sendo preparado;
o Ele pára o carrinho em frente à porta do cômodo e coloca bloco por bloco nos
racks que serão utilizados;
o A seguir, ele coloca argamassa com a bisnaga em cima dos blocos anteriores à
fiada que será assentada;
o Repete esse procedimento para as outras paredes e depois para as outras fiadas.
Cada fiada é preenchida pelo assentador da seguinte maneira:
o O pedreiro ajusta a linha dos escantilhões que serve de guia para a fiada;
o Em seguida, ele coloca os blocos em cima da argamassa colocada pelo
abastecedor;
o Ele, então, limpa o excesso de argamassa com a colher e joga o excesso na
caixa de massa;
o Depois ele repete esse procedimento para as paredes seguintes do cômodo;
o Ele faz o mesmo processo para as outras fiadas;
o O processo é repetido até terminar todas as fiadas.
A figura a seguir apresenta o procedimento utilizado para a elevação de paredes.

Elevação das paredes

Figura 3.21- Processo de elevação das paredes

! Procedimento utilizado a partir da sétima fiada


Nas fiadas mais altas, há o uso de andaimes. O assentador sobe nos andaimes e fica lá
durante o processo inteiro. Já o abastecedor não sobe e fica responsável por movimentar os
76

andaimes que são utilizados para mais de uma parede. Dessa forma, o abastecedor não mais
coloca a argamassa, essa tarefa fica atribuída ao assentador.
Cabe ainda dizer que a altura do andaime é de apenas 1,40m e por isso o abastecedor
não encontra dificuldade em colocar os blocos e as bisnagas em cima do andaime.
A figura a seguir mostra um operário trabalhando em cima de um andaime.

Figura 3.22- Operário trabalhando em cima do andaime

Por questões de ergonomia, o preenchimento de argamassa é feito em sentido horário,


já o assentamento de blocos é em sentido anti-horário. A partir dessas premissas, foi definida
uma ordem de assentamento de paredes que é a mesma para todas as fiadas.

2. Colocação do contra marco


O contra marco só será colocado na décima fiada. Essa decisão foi tomada pois se o
colocássemos antes, seria necessário fazer seu aprume e alinhamento, atrasando a execução da
alvenaria.
Por ser uma peça pesada, para sua instalação são necessárias três pessoas. Uma fica no
andaime fachadeira, ou seja, na parte de fora do pavimento e as outras duas ficam dentro do
apartamento. Sua instalação consiste das seguintes etapas:
1. Coloca-se argamassa com a bisnaga em cima dos blocos que receberão o contra
marco;
2. Os dois operários internos colocam o contra marco em cima do andaime;
3. Esses mesmos dois operários sobem no andaime e encaixam o contra marco no
vão da janela, com o auxílio do operário que está no andaime fachadeira;
4. Cada um dos operários internos preenche uma das laterais do contra marco com a
bisnaga de argamassa.
A figura a seguir mostra uma foto desse processo.
77

Figura 3.23- Operários trabalhando no processo de colocação de contra marco

Em todos os procedimentos acima analisados, não há necessidade de um estudo de


divisão de tarefas, pois, como já explicado, não são tarefas que os operários necessitem trocar
de ferramentas.

II. Recursos e tempos necessários à execução de cada atividade


Para assentar cada fiada de um apartamento, os operários levaram em torno de 1h
30min. Considerando que também há um fator de tolerância de 10%, será utilizado o valor
aproximado de 1h 45 min para cada fiada de um apartamento.
Para instalar cada contra marco, os operários levavam em média 8 minutos. Admitindo
novamente uma tolerância, vamos adotar que esse tempo seja 10 minutos. Considerando que
há 4 apartamento, cada um com 12 fiadas (além da primeira fiada) e que são utilizados 16
contra marcos no total, constrói-se o quadro de recursos (mão-de-obra) e de tempos abaixo.

Tabela 3.11- Recursos e tempos necessários à execução de cada atividade do processo de elevação de
paredes.

Etapa Duração (h) nº oper


Assentar fiadas 84,00 2
Instalar contra marco 2,67 3
Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com essa tabela, o processo de elevação das paredes dura 86,67 horas, ou
seja, aproximadamente 11 dias de trabalho.
78

III. Relações de precedência


Em termos de precedência, só há algumas considerações que devem ser obedecidas, as
quais são:
! Cada fiada só pode ser executada depois que a fiada anterior estiver
completamente finalizada;
! Os contra marcos serão colocados depois de se executar a décima fiada inteira e
antes de começar a décima primeira fiada.

3.4.2. Programação da elevação de paredes


I. Revisão do plano
A revisão do plano também será feita por aceleração de tarefas. De acordo com a
Tabela 3.11, a tarefa de assentamento é a que ocupa a maior parte do tempo. Dessa forma, o
dimensionamento será feito com base nessa tarefa.
Para que a tarefa de elevação de paredes dure apenas 3 dias, como pressuposto do
projeto, deve-se aumentar a equipe. Esse processo também é executado por duas pessoas.
Assim, de acordo com a informação de tempo para cada fiada, chega-se ao seguinte quadro de
duração da tarefa de elevação para diferentes tamanhos de equipe:

Tabela 3.12- Duração da etapa de assentamento para diferentes tamanhos de equipe.

Tamanho da Duração da atividade Duração da atividade


equipe (h) (dias)
2 84,00 10,50
4 42,00 5,25
6 28,00 3,50
8 21,00 2,63
10 16,80 2,10
Fonte: Elaborado pela autora
Com base nessas informações, escolheu-se uma equipe de 8 pessoas para assentar as
fiadas do apartamento.
O tempo que sobra, 0,37 dias, ou 2,96 horas, é suficiente para instalar os contra
marcos.

II. Organização das tarefas


Como a equipe é formada por 8 pessoas, quatro duplas, para o trabalho ficar
igualmente distribuído, uma maneira é deixar que cada dupla execute as fiadas de um
apartamento (são 4 apartamentos por pavimento).
79

De acordo com a planta, entretanto, há uma parede central comum a dois apartamentos
e mais uma referente às escadas que não pertencem a nenhum apartamento.
Para que essas paredes não atrapalhem a seqüência de execução definida, optou-se por
utilizar mais um operário responsável por essas paredes. Ele é chamado de pedreiro coringa e
deve se auto abastecer de blocos e bisnagas.
Com essa alteração, a equipe de elevação passa a ter 9 componentes.

III. Composição da equipe de elevação


Apesar do abastecedor e do assentador conseguirem executar a elevação, há a
necessidade de outros operários para dar suporte ao trabalho deles. Estes são responsáveis por
receber e entregar os materiais que eles precisam, já que a elevação consome muitos insumos
grandes que ocupam bastante espaço. A função de cada um desses operários está mostrada a
seguir.
o Abastecedor geral do pavimento: responsável por guiar a grua e distribuir as
bisnagas de argamassa;
o Controlador da grua que deve ficar na grua
o Preparador de argamassa e de bisnagas, que fica no nível térreo e é responsável
também por organizar as bisnagas e enviá-las para cima;
o Operário responsável por organizar os blocos na grua.
O controlador da grua e o responsável por organizar os blocos também devem realizar
outras entregas e por isso não são considerados membros da equipe de elevação.
A equipe de elevação, então, passa a ter 11 operários.

3.4.3. Cálculo de homens- hora utilizados


O processo de elevação escolhido apresenta as seguintes características:
Número de operários: 11
Número de dias: 3
Horas por dia: 8

horas
11 hom ens × 8 × 3dias = 264hh (3.4)
dia
Somando esse valor à quantidade de homens-hora utilizada na marcação, tem-se:

264 hh + 64hh = 328hh (3.5)


80

Esse valor é inferior à meta otimista de 400hh utilizados na alvenaria, por isso esse
tamanho de equipe pode ser adotado.

3.4.4. Planejamento para as demais etapas


O processo de elevação já está definido para a equipe escolhida. A seguir será
analisado o processo de instalação de contra marco para esse tamanho de equipe.
No pavimento, além dos abastecedores e dos assentadores há também o operário
coringa e o abastecedor geral. Como durante a instalação do contra marco ainda será
necessário utilizar argamassa, o abastecedor geral continuará exercendo sua função. O
pedreiro coringa, entretanto, deve se juntar às duplas de abastecedores e assentadores para
ajudar no processo de instalar o contra marco. Assim, haverá 9 pessoas trabalhando nessa
etapa.
Para instalar cada contra marco são necessários 3 operários. A equipe, então, se
rearranjará em três trios. Dois desses trios instalarão 7 contra marcos e 1 trio instalará 6 contra
marcos.
Os trios devem trabalhar simultaneamente. Lembrando que a instalação de cada contra
marco leva 10 minutos, o processo total de instalação vai durar 70 minutos, 1h 10 min. Esse
valor não ultrapassa as horas restantes do processo só de elevação (2,96 horas).
A partir das afirmativas acima, temos o seguinte quadro de duração das atividades de
elevação das paredes.

Tabela 3.13- Tempo gasto em cada uma das etapas iniciais da marcação

Etapa Duração (dias)


Assentar fiadas 2,63
Instalar contra marco 0,15
Total 2,78
Fonte: Elaborado pela autora.

Em termos de organização, decidiu-se que em cada dia seriam executadas 4 fiadas.


Assim, o planejamento para cada dia será:
! Primeiro dia: fiadas 2, 3, 4, 5;
! Segundo dia: fiadas 6, 7, 8, 9;
! Terceiro dia: fiadas 10, 11, 12, 13.
81

3.4.5. Dimensionamento de recursos- Insumos


De acordo com a definição da quantidade de mão-de-obra e com as características do
projeto em estudo, define-se a quantidade de insumos (equipamentos, ferramentas e materiais)
necessária para a obra. Ela está mostrada na tabela a seguir e, assim como no caso da
marcação, será utilizada no estudo de movimentação e armazenagem de materiais.

Tabela 3.14- Insumos utilizados em cada etapa da elevação.


Equipamentos Ferramentas Material
Nome Qtd Nome Qtd Nome Qtd
Carrinho para 5 Colher de 5 Palete de blocos 30 48
carregar blocos pedreiro cm
Rack de 75 cm x 30 56 Caixa de 9 Palete de blocos 12
cm argamassa da especiais
elevação
Andaime de 75 cm x 48 Bisnaga de 1950
90 cm Argamassa
Andaime de 55 cm x 56 Contra marco de 12
90 cm 1,20m x 1,00m
Contra marco de 4
0,60m x 1,00m
Fonte: Elaborado pela autora.
82

3.5. Movimentação e Armazenagem de Materiais

O estudo de movimentação e armazenagem terá como base o que foi concluído na


parte de planejamento e programação.
Nessa parte será estudado como o material chega do nível térreo ao pavimento onde a
construção está sendo executada. Também será estudado o caminho inverso, ou seja, como o
material que já foi utilizado sai do pavimento e volta para o nível térreo. Esse estudo será
denominado de Movimentação e Armazenagem de Canteiro.
A partir dos resultados encontrados, pretende-se obter também as características dos
equipamentos de movimentação que serão utilizados. Em função da complexidade do
processo, esse estudo será feito em detalhe.
Para evitar confusão de linguagem, será utilizado o termo insumo para denominar tudo
que será movimentado na obra. Os insumos podem ser de três tipos:
− Material: todo insumo que fica na obra, que faz parte do produto final (o edifício);
− Ferramenta: todo instrumento utilizado para realização do trabalho que utiliza somente
a ação humana para seu funcionamento;
− Equipamento: todo instrumento utilizado para realização do trabalho que utiliza outro
tipo de força, além da humana, para seu funcionamento. Pode ser elétrico ou
mecânico.
A seguir será mostrada a metodologia utilizada nos dois tópicos desse estudo, a
movimentação e armazenagem de canteiro e as características dos equipamentos de entrega.

Movimentação e armazenagem de canteiro


O objetivo da movimentação de canteiro é responder a quatro questões básicas:
• Quanto: quantidade do insumo a ser utilizado;
• Quando: em que momento do processo ele será utilizado;
• De onde: lugar de origem do insumo;
• Como: que equipamento será utilizado para transportá-lo.
As duas primeiras questões já foram analisadas e respondidas na parte de
planejamento e programação. Assim, essa parte do estudo procura analisar a origem do
insumo e qual o equipamento de entrega será utilizado para transportá-lo. Todas essas
informações serão colocadas na forma de tabelas.
83

A partir dessas respostas, o estudo busca ainda determinar em que momento do


processo o insumo pode ser levado ou retirado do pavimento, ou seja, a movimentação direta
e a movimentação reversa. Essa questão é pertinente, porque é interessante ter o mínimo de
entregas possíveis. Isso economiza tempo e também evita o desgaste dos equipamentos de
movimentação, já que estes farão menos viagens. Quanto mais insumo for possível levar de
uma vez, mais vantajoso é o processo. Entretanto, isso nem sempre é possível devido às
características do processo executado.
Dessa forma, o processo será analisado para se descobrir em que momento ocorrerão
as entregas e as retiradas dos insumos.
Os passos usados para essa análise foram:
Movimentação direta (chegada dos insumos no pavimento):
1. Rever qual a quantidade de insumo utilizada em cada etapa;
2. Definir a origem de cada insumo;
3. Analisar o processo e definir quando as entregas poderão ser realizadas;
4. Definir que equipamentos de movimentação serão utilizados em cada entrega.
Movimentação reversa (retirada dos materiais do pavimento):
5. Definir quando cada insumo pode sair do pavimento;
6. A partir das entregas e da análise anterior, determinar quando as retiradas poderão
ser realizadas;
7. Definir que equipamentos de movimentação serão utilizados em cada entrega.
As retiradas da movimentação reversa foram analisadas de forma que elas pudessem
coincidir com as entregas da movimentação direta, já que, dessa forma, se aproveitaria a volta
dos equipamentos. Essa situação, entretanto, nem sempre foi possível.
A partir das respostas obtidas, foi possível determinar quais as características dos
equipamentos de entrega utilizados. A metodologia utilizada para isso está descrita a seguir.

Características dos equipamentos de entrega


Há três maneiras para se realizar a entrega de insumos: pela escada (operários
carregando), por um equipamento auxiliar de transporte vertical (EATV) e por uma grua. O
EATV se assemelha a um elevador de obras para materiais.
Para as entregas feitas pela escada, devem-se projetar acessórios que possibilitem aos
operários carregarem os itens, como maletas e caixotes pequenos. Além disso, tanto para o
transporte com a grua quanto para com o EATV serão desenvolvidas embalagens para colocar
84

cada um dos seus insumos carregados. As características de cada embalagem também serão
especificadas.
Pretende-se com esse estudo, definir três características importantes dos equipamentos
(EATV e grua): suas dimensões, sua carga máxima e sua velocidade de entrega. Cada um
desses equipamentos possui suas peculiaridades, por esse motivo, o estudo para se calcular
suas características será feito de maneira diferente. A metodologia utilizada para definir as
características de cada um desses equipamentos está explicada a seguir.

− Grua
Definiu-se que será utilizada uma grua móvel sobre trilhos, de algum modelo já
existente no mercado. A empresa optou por alugá-la. As características desse tipo de grua
estão definidas no item 2.9 (Equipamentos de movimentação utilizados na construção civil).
Resumindo, ela terá capacidade de 2,5 toneladas e com essa carga poderá subir com
velocidade de 50 m/ min.
Seu estudo será realizado de maneira diferente, como explicado a seguir.
Como a capacidade de carga da grua já está pré-definida, essa informação será
utilizada apenas como restrição do lote máximo de entrega. Além disso, a grua não apresenta
limite de dimensões dos seus pacotes de entrega, é um gancho que pega os materiais.
Deve-se lembrar, entretanto, que durante a elevação, as paredes já estarão erguidas
levando a uma restrição no tamanho dos compartimentos que a grua pode entregar. Esse deve
ser no máximo do mesmo tamanho disponível nos cômodos.
Com essas premissas, pretende-se nessa parte calcular as dimensões das embalagens
de entrega da grua para cada insumo transportado.
A velocidade da grua também já está definida. Por esse motivo, nessa parte do estudo
será analisada qual a velocidade mínima exigida considerando todas as entregas. Se esta
ultrapassar a velocidade definida, será feito um estudo de quantas gruas serão necessárias.
Assim, o estudo da grua segue os seguintes passos:
1. Calcular e especificar as dimensões dos compartimentos de entrega para cada
insumo, considerando a capacidade de carregamento máxima da grua e o espaço
disponível nos cômodos. Será mostrada também a forma como esses insumos
estarão dispostos nos seus respectivos compartimentos, através de figuras e fotos.
2. Determinar a quantidade de entregas conforme o tamanho do lote em cada
embalagem;
85

3. Calcular a velocidade mínima exigida para a grua conforme o número de entregas


e compará-la com sua velocidade nominal. Se maior, calcular o número mínimo de
gruas. A velocidade mínima é calculada pela maior quantidade de entregas
necessárias em determinado intervalo de tempo.

− Equipamento Auxiliar de Transporte Vertical (EATV)


Ao contrário da grua, o EATV será totalmente projetado conforme as necessidades do
projeto.
Ele será colocado no vão em frente às escadas, ou no poço do elevador para edifícios
maiores. Assim, suas dimensões serão definidas por esse espaço: sua largura e comprimento
devem ter as dimensões máximas de 2,70 m x 3,00 m. A altura será limitada pelo pé direito
do apartamento, em torno de 3m, já que esse equipamento servirá a todos os pavimentos,
inclusive os que já tiverem laje, e em todas as etapas da construção. As dimensões exatas do
EATV serão definidas no decorrer desse trabalho. Também serão definidos os lotes de entrega
dos insumos conforme essas restrições. Como os insumos estarão dentro do EATV, não será
necessário colocá-los em nenhum compartimento ou embalagem de entrega, como no caso da
grua. Dessa forma, as embalagens de entrega só serão definidas para os insumos menores,
mas por motivo de não se perder o material.
Para sua capacidade de carga e velocidade não há nenhuma restrição e por isso elas
serão definidas de acordo com o exigido pelo projeto.
O estudo para o EATV segue os seguintes passos:
1. Conforme as restrições de tamanho do EATV, calcular dimensões dos lotes de
entrega para cada insumo transportado e o número de entregas;
2. Calcular as dimensões mínimas do EATV e sua capacidade de carga;
3. Calcular a velocidade exigida conforme o número de entregas.
86

3.6. Movimentação e armazenagem de canteiro

As etapas de marcação e elevação das paredes serão analisadas separadamente e o


estudo será feito utilizando os 7 passos definidos para se realizar a movimentação e
armazenagem de canteiro.

I. Marcação
Os insumos utilizados na marcação foram agrupados para mais fácil denominação no
decorrer do relatório. Os grupos são compostos pelos seguintes componentes:
− Acessórios para fixação de bases: furadeiras, parafusadeira, punção, trincha, martelo,
arames, pregos e rádios;
− Blocos metálicos: modelos T e L;
− Bases: bases de alinhamento, bases externas normais e bases internas;
− Equipamentos de medição: laser de feixe contínuo com o tripé, detector sonoro, régua
de nível alemão e régua de prumo digital;
− Blocos: blocos de 30 cm e blocos especiais;
− Acessórios de pedreiro: linha com os esticadores e colher de pedreiro;
− Gabaritos de batente: modelos de 70 cm, 80 cm e 150 cm,
− Batentes: modelos de 75 cm, 90 cm e 150cm
Os outros insumos aparecerão com os mesmo nomes. Além disso, algumas vezes,
alguns insumos aparecerão separados do seu grupo, conforme a necessidade.
A quantidade necessária por etapa será a mesma mostrada na Tabela 3.9- Insumos
utilizados em cada etapa da marcação (passo 1).
Sobre a origem dos insumos, passo 2, apesar de todos virem do pavimento térreo,
alguns deles serão reutilizados de um pavimento para o outro e, dentro desse grupo, ainda há
aqueles que saem depois da marcação e aqueles que continuam para serem usados na
elevação.
Dessa forma, esse estudo foi feito dividindo os insumos utilizados em quatro grupos,
de acordo com sua origem de chegada. Esses grupos estão mostrados na tabela a seguir, com
seus respectivos itens. Uma explicação de cada um deles é apresentada mais adiante.
87

Tabela 3.15- Origem dos insumos utilizados durante a marcação


Do andar anterior
Do andar Fica no
Com o operário Saem durante a Ficam depois da
térreo térreo
marcação marcação

Acessórios para Laser com feixe Bases de escantilhão Laser com 5


Bloco
fixação de bases contínuo e tripé normais feixes e tripé

Caixa de Equipamentos de Bases de escantilhão


argamassa medição internas

Batentes Blocos metálicos Escantilhão

Bases de escantilhão
Gabaritos de batente
alinhamento

Colher de pedreiro Escantilhão de batente

Linha com esticador


de linha

Rampa

Carrinho para
transporte de bloco

Fonte: Elaborado pela autora.


O grupo “com o operário” significa que os operários deverão transportar esses itens
com eles durante todo o processo da marcação. O grupo “do andar térreo” mostra os insumos
que deverão vir de algum tipo de depósito da obra para o pavimento. São itens novos que
ficarão na obra depois de finalizada, ou seja, os materiais. O grupo “do andar anterior” mostra
os insumos que serão usados na marcação, mas, ao contrário do grupo anterior, não ficarão na
obra depois de finalizada. Esse grupo ainda pode ser dividido em dois subgrupos: os itens que
saem depois da marcação e os que continuam depois da marcação e só saem do pavimento
depois que a elevação das paredes estiver finalizada. Esses itens deverão ser levados para
algum tipo de depósito antes de irem para o próximo pavimento. Há ainda os materiais que
devem ficar no nível térreo durante todo o processo, que são os equipamentos de laser
utilizados na fixação de bases externas.
O próximo passo (passo 3), ainda da movimentação direta, será fazer uma análise de
possíveis entregas de acordo com o processo. Ela está feita a seguir.
Quando as duas primeiras etapas (posicionar e fixar as bases) forem executadas,
somente os insumos utilizados nelas poderão estar no pavimento. Isso acontece porque o
processo de fixar as bases internas ocupa o espaço inteiro do pavimento com os arames (ver a
88

descrição de Posicionar e fixar as bases de escantilhões internas na parte de Planejamento e


Programação).
Durante as 4 etapas seguintes (medir o nível das bases, fixar os escantilhões, aprumar
os escantilhões e nivelar a régua dos escantilhões) os insumos de todas elas poderão estar
simultaneamente no andar.
Já o processo de assentar a primeira fiada utiliza bastante quantidade de material. Por
esse motivo, esses insumos devem ser entregues somente após a conclusão das etapas
anteriores.
De acordo com o descrito acima, deve-se ter três momentos de entregas na etapa de
marcação: a entrega das bases, a entrega dos escantilhões e a entrega da primeira fiada. Uma
tabela com os materiais utilizados em cada uma dessas entregas é mostrada a seguir.

Tabela 3.16- Insumos de cada entrega da marcação.


Primeira entrega Segunda entrega Terceira entrega
Acessórios para fixação de bases Equipamentos de medição Blocos
Blocos metálicos Escantilhões Argamassa
Bases Acessórios de pedreiro
Laser com 5 feixes e tripé Gabaritos de batente
Batentes e acessórios
Escantilhão de batentes
Rampas
Fonte: Elaborado pela autora.
Agrupando-se as informações da origem dos insumos com as entregas de cada um
deles, chega-se à tabela a seguir.

Tabela 3.17- Origem e entrega dos insumos da marcação.


Do andar anterior Fica no
Com o Do andar
Saem depois da Ficam depois da térreo
operário térreo
marcação marcação
Acessórios Blocos metálicos Bases externas Laser
Primeira para fixação Bases externas normais e internas com 5
entrega de bases alinhamento feixes e
tripé
Segunda Equipamentos de Escantilhões
entrega medição
Blocos Acessórios de
pedreiro
Argamassa Gabaritos de
Terceira batente
entrega
Batentes e Escantilhão de
acessórios batente
Rampas
Fonte: Elaborado pela autora.
89

Com essas informações, consegue-se definir como será feito o envio de cada insumo
utilizado na marcação, em cada uma das entregas e utilizando qual meio de entrega (passo 4).
Esse estudo está mostrado a seguir, separado por entregas.

1) Primeira entrega
Na fixação de bases externas, haverá 4 operários (E,F,G,H), chamados de grupo 2,
responsáveis pelo laser e 4 operários (A,B,C,D), chamados de grupo 1, responsáveis pela
fixação. O grupo 1 ainda se divide em duas atividades, conforme o projeto definido na parte
de planejamento e programação (páginas 67 e 67). Esses serão chamados de grupo 1A e grupo
1B. Os funcionários do laser devem ficar no andar térreo durante a instalação das bases
externas. Durante a instalação das bases internas, entretanto, eles sobem (sem o laser e sem o
tripé) para o andar que está sendo executada a marcação. O grupo 2 instala os arames linha
enquanto o grupo 1 fixa as bases. Quando o grupo 2 termina os arames linha, ele começa a
retirar as bases de alinhamento já utilizadas pelo grupo 1.
A partir dessa divisão de tarefas, cada grupo deve carregar uma maleta individual com
os seguintes itens:
− Grupo 1A: 1 furadeira com broca de 3 mm, 1 trincha, 1 punção e 1 martelo e 1
arame coluna. Peso: 2,2 Kg cada.
− Grupo 1B: 1 furadeira com broca de 6 mm, 1 punção, 1 martelo e 1 caixa com 100
pregos. Peso: 2,7 Kg cada.
− Grupo 2: 1 parafusadeira, 5 arames linha e 1 martelo 2,0 Kg cada.
Os operários carregarão essa maleta e chegarão aos andares pelas escadas.
Os outros insumos chegarão num caixote pelo EATV. Para pensar em como esses
elementos serão organizados no caixote, deve-se lembrar que as bases de alinhamento não
ficarão no pavimento depois da marcação.
O caixote será organizado, então, da seguinte maneira:
− 2 caixas cada uma com 1 bloco metálico T e 1 bloco metálico L. Peso: 9,0 Kg
cada;
− 2 caixas cada uma com 15 bases da alinhamento. Peso: 7,5 Kg cada;
− 2 caixas com materiais para bases externas: 14 bases normais Peso: 7 Kg cada;
− 2 caixas com materiais para as bases internas: 14 bases internas. Peso: 7 Kg cada.
Peso total do caixote: 61 Kg
90

A ordem dos insumos no caixote foi definida dessa maneira, pois é a mesma ordem
em que eles serão utilizados. Para cada tipo de material também haverá dois compartimentos,
um para cada dupla de operários de instalação de bases. Isso facilita a distribuição de
materiais entre eles.
O processo, então, fica descrito da seguinte maneira: o grupo de operários 1 (A, B, C,
D) sobe para o andar que será trabalhado carregando suas maletas. O grupo de operários 2 (E,
F, G, H) fica com os lasers e com suas maletas no térreo. O caixote chega ao pavimento pelo
EATV. Cada operário do grupo 1A retira uma caixa de bases de alinhamento, uma caixa de
blocos metálicos e uma caixa de bases externas do caixote e começam o processo de instalar
as bases externas. Terminado o processo de fixar bases externas, o grupo 1A coloca os blocos
metálicos de volta na sua respectiva caixa e o grupo 2 sobe para o andar que está sendo
trabalhado com suas maletas (sem o laser). Depois do grupo 2 retirar as bases de alinhamento,
os operários desse grupo as recolocam nas suas respectivas caixas.

2) Segunda entrega
Alguns dos insumos utilizados na primeira entrega serão reutilizados na segunda, que
são a furadeira com a broca de 6 mm, o martelo e os parafusos com bucha. São os itens das
maletas dos operários. Os outros insumos necessários (escantilhões, laser contínuo, tripé,
detector sonoro, régua nível alemão, régua de prumo digital) virão pelo EATV ou pela grua.
Os equipamentos utilizados para medição (laser contínuo, tripé, detector sonoro, régua
nível alemão e régua de prumo digital) deverão vir separados dos escantilhões. Essa separação
auxilia o processo de tirar e mandar para o depósito os materiais que sairão depois da etapa de
marcação, como será estudado na parte de movimentação reversa. Os primeiros, apesar de
serem leves, estarão no pavimento térreo e por isso serão enviados por EATV. O laser
contínuo e o detector sonoro virão em uma maleta própria, que já vem de fábrica com eles. O
tripé também virá em uma sacola própria, bem como as réguas de prumo digital. Somente a
régua do nível alemão que não virá em compartimento nenhum. Os quatro conjuntos (maleta
com laser, tripé na sacola, régua do nível alemão e régua de prumo digital na sacola) virão
num caixote na mesma viagem do EATV. Essa questão será retomada na parte da descrição
dos equipamentos de entrega.
Os escantilhões serão trazidos pela grua. Eles virão todos juntos, deitados com seus
apoios virados um para cada lado, dentro de um engradado.
91

3) Terceira entrega
A terceira entrega será feita em parte por EATV e em parte por grua. Os blocos virão
por grua, enquanto que o resto dos insumos por EATV.
Em relação ao EATV, pode-se dividir suas entregas em três vezes:
1. Acessórios de pedreiro e carrinho para transporte de bloco;
2. Insumo 1: caixa com argamassa;
3. Insumo 2: gabaritos de batente, batentes, escantilhão de batentes e rampas para
a passagem dos racks.
Os acessórios virão no início do processo de assentamento. Para as caixas de
argamassa, haverá 4 entregas (ver ANEXO II). A entrega de insumos 2 será feita somente
depois que a primeira fiada estiver finalizada.

A movimentação direta da marcação já está definida. Agora será feito o estudo da


movimentação reversa.
Para esse estudo, deve-se primeiro definir quando cada insumo pode ser retirado
(passo 5). Também será analisada se essa retirada corresponde a alguma viagem de volta das
entregas. Essa informação está mostrada na tabela a seguir.

Tabela 3.18- Etapa em que cada insumo da marcação pode ser retirado.
Insumo No final de que etapa pode Entrega correspondente
ser retirado
Posicionar e fixar bases
Blocos metálicos Primeira entrega
externas
Acessórios para fixação de
bases (exceto furadeira 6 mm e Posicionar e fixar bases
Primeira entrega
martelo) internas
Bases de alinhamento
Nivelar a régua dos
Régua nível alemão Segunda entrega
escantilhões
Equipamentos de medição Colocar batentes Terceira entrega
Acessórios de pedreiro (exceto
linhas e esticadores) Colocar escantilhões nos
Terceira entrega
Caixas de argamassa da batentes
marcação
Furadeira com broca de 6 mm
Fixar rampas Terceira entrega
Martelo
Fonte: Elaborado pela autora.

A partir do estudo dessa tabela, chegou-se à seguinte definição de quando cada insumo
da marcação pode sair do pavimento (no final de que entrega) e qual equipamento de
transporte será utilizado (passos 6 e 7). Essa informação está mostrada na tabela a seguir.
92

Tabela 3.19- Momento de saída de cada insumo da marcação e seu respectivo equipamento de transporte.
Equipamento de
Quando sai Insumo
transporte
Blocos metálicos EATV
Final da primeira entrega
Bases de alinhamento EATV
Final da segunda entrega - -
Equipamentos de medição EATV
Final da marcação Caixas de argamassa da marcação EATV
Maletas Operários
Fonte: Elaborado pela autora.

Os blocos metálicos e as bases de alinhamento sairão no mesmo caixote que vieram na


movimentação direta. Esse caixote, entretanto, voltará mais vazio já que não terá mais as
bases normais externas e internas.
Os equipamentos de medição devem sair somente no final de todo processo. Apesar da
régua de nível alemão poder ser retirada no final da segunda entrega, optou-se por mantê-la
junto com os outros equipamentos de medição para não se fazer entregas quase vazias.
Os outros insumos ficarão depois da marcação.

II. Elevação de paredes


A quantidade necessária por etapa será a mesma mostrada na Tabela 3.14- Insumos
utilizados em cada etapa da elevação (passo 1).
Em relação à origem dos insumos (passo 2 ), temos três possibilidades: são os mesmos
insumos utilizados na marcação, eles vêm do andar térreo (materiais novos), ou eles vêm do
andar anterior (são reaproveitados). A partir dessa informação, construiu-se a tabela a seguir.

Tabela 3.20- Origem dos insumos utilizados durante a elevação de paredes.


Marcação Do andar térreo Do andar anterior
Carrinho para transportar blocos Paletes com blocos Racks
Colher de pedreiro Bisnagas de argamassa Andaimes
Contra marco Caixote de argamassa
Fonte: Elaborado pela autora.

O próximo passo é realizar uma análise do processo para se descobrir quando as


entregas devem ser realizadas e também qual o equipamento de movimentação utilizado
(passos 3 e 4).
93

Há dois insumos utilizados com bastante freqüência durante o processo, que são os
blocos e as bisnagas de argamassa. Por esse motivo, foi feito um estudo em separado das
quantidades de entrega de cada um. Esse estudo está mostrado nos ANEXO II e ANEXO III.
Através desse estudo, para os blocos, haverá, aproximadamente, 16 entregas de paletes
com blocos de 30 cm por dia e mais 4 entregas de paletes com blocos especiais por dia. As
primeiras serão distribuídas em três períodos diários e a segundas, somente uma vez ao dia.
Todas essas entregas serão feitas por grua.
Para a argamassa, haverá entrega de 25 bisnagas a cada 15 minutos. Elas chegarão por
EATV.
Em relação aos outros insumos, o carrinho para transporte de blocos e as colheres de
pedreiro já estarão lá, pois foram utilizadas na marcação. As caixas de argamassa chegarão no
início do processo de elevação e virão por EATV.
Os racks também chegarão no início, mas virão por grua, dentro de um
compartimento.
Os andaimes chegarão somente quando forem utilizados, ou seja, a partir da oitava
fiada. Isso ocorrerá na metade do segundo dia (podem ser entregues antes dos operários
voltarem do almoço). Assim como os racks, eles virão por grua.
Além desses insumos, há também a entrega de contra marcos, que devem chegar para
a décima fiada, ou seja, no início do último dia. São 16 contra marcos e eles virão por grua.
Toda essa informação apresentada está resumida na tabela a seguir.

Tabela 3.21- Momento de entrega de cada insumo da elevação e seu respectivo equipamento de
transporte.
Insumo Momento de entrega Equipamento de transporte
Blocos Durante todo o processo Grua
Bisnaga de argamassa Durante todo o processo EATV
Caixa de argamassa da Início EATV
elevação
Racks Início Grua
Andaimes 8a fiada Grua
Contra marco 10a fiada Grua
Fonte: Elaborado pela autora.
Agora será feito um estudo da movimentação reversa.
A movimentação reversa do processo da elevação se refere tanto aos insumos da
elevação quanto aos insumos da marcação que só devem sair nessa parte do processo.
Em relação à definição de quando eles podem ser retirados (passo 5), temos as
seguintes características para os insumos da elevação:
– Palete com blocos: são trocados sempre que consumidos completamente;
94

– Bisnagas com argamassa: voltam vazias para o térreo na viagem de volta das
bisnagas cheias;
– Racks: saem na oitava fiada;
– Caixa de argamassa: devem ficar até o final da elevação;
– Andaimes: ficam até o final da elevação;
– Contra marco: ficam na obra finalizada;
Já os insumos que sobrarão da marcação devem sair somente no final da elevação.
Estes incluem: escantilhões, bases de escantilhões, acessórios de pedreiro, gabaritos de
batente e rampas para os racks.
Para o passo 6, somente os paletes com blocos e as bisnagas de argamassa poderão
reaproveitar a viagem de volta dos equipamentos de entrega. Mesmo para os racks, eles não
poderão reaproveitar a viagem de volta dos andaimes por limitação de espaço no pavimento.
Assim, primeiro deve-se retirar todos os racks para somente depois se colocar andaimes. Essa
questão será melhor discutida na parte de descrição dos equipamentos de entrega (página 95).
Dessa forma, em relação à movimentação reversa, no primeiro dia da elevação só
sairão os paletes e bisnagas vazias. No segundo dia, além desses insumos, também sairão os
racks. No terceiro dia sairão os outros insumos, todos no final. Os equipamentos utilizados na
retirada serão os mesmos das entregas (passo 7).
Por fim, percebe-se que serão bastantes entregas no final do processo e por isso elas
devem ser organizadas. Define-se, então, a seguinte ordem de retirada para o final do
processo:
− Primeiro serão retirados as colheres de pedreiro, junto com as caixas de argamassa
e os carrinhos para carregar blocos. Essa escolha foi feita porque esses insumos
são mais fáceis de retirar já que não estarão presos em lugar nenhum e não
precisam de uma organização complexa para serem enviados;
− Depois, escolheu-se retirar todos os andaimes. Essa retirada deixará o pavimento
mais livre, facilitando a continuidade das operações;
− Em seguida os operários devem enviar as rampas;
− Após isso, serão retirados os gabaritos de batente. Eles sairão da mesma forma que
chegaram;
− Depois, serão enviados os escantilhões, da mesma forma que chegaram, tanto os
normais quanto os de batente;
95

− Por fim serão enviadas as bases de escantilhão junto com as linhas e os


esticadores.
96

3.7. Características dos equipamentos de entrega

I. Grua

A grua deve transportar os escantilhões, os paletes com blocos, os batentes, os


gabaritos de batente, os racks, os andaimes e os contra marcos. Para se calcular as dimensões
dos compartimentos de entrega (passo 1), cada um desses insumos será estudado
separadamente. Além disso, exceto para os paletes de blocos, todas as embalagens de entrega
se assemelharam a uma gaiola, que será encomendada de um fornecedor externo. Elas são
semelhantes à gaiola mostrada na Figura 3.24. O estudo apenas mostrará as dimensões dessa
gaiola para cada insumo.

Figura 3.24- Modelo de gaiola utilizado como embalagem de entrega dos insumos transportados pela grua
( fonte: site da empresa RodCar, 2009)

Paletes com blocos


As dimensões do palete já foram definidas. Para os blocos de 30 cm será utilizado um
palete grande de 1,20 m x 1,20 m e para os blocos especiais, será utilizado um palete pequeno
de 0,30 m x 1,20 m (ver ANEXO II). O primeiro pesa 1760 Kg, já o segundo pesa 440Kg, e
por isso nenhum ultrapassa a capacidade de carregamento máxima da grua que é de 50
toneladas.
A seguir está uma foto de um palete de blocos.
97

Figura 3.25- Foto do palete de blocos

É importante especificar onde eles ficarão localizados principalmente durante o


processo de elevação das paredes, já que eles também limitarão o tamanho do pavimento para
se colocar os outros insumos. Apesar desse problema também ocorrer na marcação, a pior
situação ocorre na elevação já que nessa etapa são utilizados mais paletes.
Há dois paletes grandes e um palete pequeno em cada apartamento durante o processo
de elevação. A equipe de desenvolvimento definiu que localização deles será na parede da
sala de cada um dos apartamentos. Essa localização está mostrada na Figura 3.26.

Figura 3.26- Localização dos paletes em cada apartamento (figura sem escala).
Observando essa figura, o espaço disponível na sala, desconsiderando o uso dos
paletes, pode ser dividido em dois retângulos. O primeiro, que vai até o início do banheiro,
tem dimensão de 4,50 m x 1,80 m. O segundo mede 2,70 m x 1,35 m.
98

Escantilhões
Não haverá nenhuma estrutura montada na entrega dos escantilhões, já que esta será
durante a marcação. A retirada dos escantilhões, entretanto, será no fim da elevação, ou seja,
as paredes estarão erguidas. Dessa forma, um pacote com todos os escantilhões seria muito
volumoso para essa última situação. Por esse motivo, optou-se por dividir suas entregas em
quatro pacotes, cada um com as quantidades de escantilhão para um apartamento, ou seja, 14
escantilhões. Os escantilhões estarão organizados no pacote da forma como mostra a Figura
3.27.

Figura 3.27 - Organização dos escantilhões na sua embalagem de entrega

Da forma como eles estão organizados, sua embalagem de entrega deve ter dimensões
de 2,50 m x 0,90 m x 0,60 m. Com essas dimensões é possível colocá-los na sala de cada
apartamento, no retângulo maior.
O peso de cada escantilhão é de 8 Kg, cada embalagem pesará então 112 Kg, que
também não ultrapassa a capacidade de carregamento máxima da grua.

Batente
Os batentes utilizados serão sempre novos já que ficarão na obra. Por esse motivo, a
dimensão de seu pacote foi definida pelo próprio fornecedor. Ele criou uma embalagem que
fosse possível transportar em seu caminhão e ao mesmo tempo colocar no pavimento na obra.
Foi utilizado nesse caso o conceito de Unimov, como já explicado na pesquisa bibliográfica.
Por pavimento são utilizados 12 batentes de 75 cm, 4 de 90 cm e 4 de 150 cm. Haverá
dois tipos de embalagem, uma para os batentes de 75 cm e 90 cm e outra só para os batentes
99

de 150 cm. As dimensões de cada uma são 2,065 m x 0,855 m x 1,000 m e 2,065 m x 1,60 m
x 1,00 m, respectivamente. Os dois tipos de embalagem podem ser alocados no retângulo
maior da sala.
A primeira embalagem tem espaço só para 6 batentes do modelo de 75 cm e mais 2
batentes do modelo de 90 em cada pacote, por isso será utilizado dois pacotes por pavimento.
A segunda consegue comportar os 4 batentes de 150 cm e por isso uma só entrega já é
suficiente.
O batente de 75 cm pesa 10 Kg, o de 90 cm pesa 14 Kg e o de 150 pesa 16 Kg. Dessa
forma, a primeira embalagem pesa 88 Kg e a segunda pesa 64 Kg e por isso ambas não
ultrapassam a capacidade de carregamento máximo da grua.

Gabaritos de batente
Os gabaritos de batente, por outro lado, são reutilizados de um andar para o outro. Por
esse motivo, as dimensões de sua embalagem foram definidas de modo a adaptarem-se às
necessidades da obra. Optou-se por utilizar uma embalagem para transportar todos os
gabaritos do pavimento. Há 12 gabaritos de 70 cm, 4 gabaritos de 80 cm e mais 4 gabaritos de
150 cm. Uma embalagem com 160 cm x 200 cm x 120 cm é suficiente para carregar todos
esses gabaritos. Os gabaritos de mesmo tamanho são armazenados encaixando a parte de cima
de um com a parte de baixo do outro, como mostra a Figura 3.28.

Figura 3.28- Disposição dos gabaritos de batente em cada pacote

Na embalagem escolhida, é possível colocar os gabaritos de 70 cm e os de 80 cm


organizados em grupos de 4 peças e os de 150 cm em grupos de 2 peças. Assim, a embalagem
armazenaria as peças da forma mostrada na Figura 3.29.
100

2 gabaritos de 150 cm

2 gabaritos de 150 cm

4 gabaritos de 80 cm

120 cm
4 gabaritos de 70 cm

4 gabaritos de 70 cm

4 gabaritos de 70 cm
20 cm

160 cm

Figura 3.29- Esquema da organização dos gabaritos de batente em sua embalagem- Vista frontal (figura
sem escala)
O gabarito de 70 cm pesa 10 Kg, o de 80 pesa 11 Kg e o de 150 cm pesa 12 Kg. Dessa
forma, o peso da embalagem será de 212 Kg, a qual também não ultrapassa a capacidade de
carregamento máxima da grua.

Racks
Cada rack mede 30 cm x 75 cm de largura e comprimento, e mais 70 cm de altura. Há
56 raacks no pavimento, 14 para cada apartamento. Agrupando os 14 racks de cada
apartamento, em duas fileiras de 7, chegamos às dimensões de 2,10 m x 1,50 m x 0,7m.
Projetando-se um engradado com as dimensões desse conjunto, ou seja, 2,10 m de
comprimento, 1,50 m de largura e 0,7 m de altura, é possível colocá-lo no espaço do primeiro
retângulo da sala. Assim, haverá uma entrega de racks para cada apartamento, 4 entregas no
total. Cada rack pesa 14 Kg, por isso, o peso total de sua embalagem será de 196 Kg, o qual
não ultrapassa a capacidade de carregamento máxima da grua.
Há uma entrega de racks para cada apartamento, totalizando 4 entregas por pavimento.
A figura a seguir mostra como os racks serão agrupados.
101

30 cm

75 cm

1,5 m

2,10 m

Figura 3.30- Esquema com a organização dos racks em sua embalagem de entrega- Vista de cima (figura
sem escala)

Andaimes
Para os andaimes, há duas dimensões de largura, 75 cm e 55 cm. Seu comprimento é
de 90 cm para os dois modelos e sua altura é de 1,40 m. Do primeiro modelo são utilizados 48
andaimes, 12 por apartamento, e do segundo, são utilizados 56 andaimes, 14 por apartamento.
Para o modelo de 75 cm será necessário realizar duas viagens por apartamento, cada
uma com 6 andaimes. A dimensão da embalagem de entrega será de 2,70 m x 1,50 m x 1,40
m. Para o andaime de 55 cm, também são necessárias duas viagens por apartamento, uma com
8 andaimes e outra com 6 andaimes. A embalagem da primeira terá dimensões de 3,60 m x
1,10 m x 1,40 m. A segunda terá dimensões de 2,70 m x 1,10 m x 1,40m. A seguir é mostrado
um esquema de cada uma dessas embalagens.

1,50 m 1,10 m 1,10 m

3,60 m 2,70 m
2,70 m
(a) (b) (c)

Figura 3.31- Esquema com a organização dos andaimes em cada uma de suas embalagem de entrega-
Vista de cima- (a) andaimes de 75 cm; (b) andaimes de 55 cm na embalagem de 8 peças; (c)andaimes de 55
cm na embalagem de 6 peças (figura sem escala)
Com essas dimensões, essas embalagens também podem ser alocadas no retângulo
maior da sala.
O andaime de 75 cm pesa 27 Kg e o de 55 cm pesa 24 Kg. Assim, a embalagem de
andaimes de 75 cm pesa 162 Kg, a de 8 andaimes de 55 cm pesa 192 Kg e a de 6 andaimes de
102

55 cm pesa 144 Kg. Nenhuma dessas três embalagens ultrapassa a capacidade máxima de
carregamento da grua.
Como há cinco entregas de andaimes por apartamento, serão 20 entregas no total.

Contra marco
Há dois modelos de contra marco, os de 1,20 m x 1,00 m x 0,20 cm e os de 0,60 m x
1,00 m x 0,20 m. Do primeiro serão necessárias 3 peças por apartamento e do segundo apenas
uma. Deste modo, no total há 12 contra marcos de 1,20 m e 4 de 0,60 m.
Como os operários deverão carregar os contra marcos e eles são pesados, optou-se por
realizar 4 viagens, cada uma com os contra marcos para um apartamento. Dessa forma eles
necessitariam andar menos.
Cada contra marco de 1,20 m pesa 56 Kg e o de 0,60 m pesa 40 Kg e por isso, a
embalagem planejada terá 208 Kg. Esse valor não ultrapassa o limite máximo de
carregamento da grua. Sua dimensão será 1,20 m x 1,00 m x 0,80 m. A forma como os contra
marcos estarão dispostos está mostrada na figura a seguir.

Contra marco de 0.60

Contra marco de 1,20 m

0,80 m
Contra marco de 1,20 m

20 cm Contra marco de 1,20 m

1,20 m

Figura 3.32- Esquema com a organização dos contra marcos em sua embalagem de entrega- Vista frontal
(figura sem escala)

A partir das definições acima do tamanho das embalagens de entrega, podemos definir
as quantidades de entregas para cada insumo transportado pela grua (passo 2).
Elas estão apresentadas na Tabela 3.22.
103

Tabela 3.22- Quantidade de entregas de cada insumo transportado pela grua

Insumo Quantidade de entregas


Paletes com blocos de 30 cm 48
Paletes com blocos especiais 12
Escantilhões 4
Batentes 3
Gabaritos de batentes 1
Racks 4
Andaimes 75 cm 2
Andaimes 55 cm 2
Contra marcos 4
Fonte: Elaborado pela autora.

A definição da quantidade de entregas de paletes de blocos está no ANEXO II .


O próximo passo agora é definir qual a velocidade necessária para que a grua consiga
realizar todas essas entregas (passo 3).
O período com maior utilização da grua é no segundo dia da elevação, na chegada dos
andaimes. Nessa parte do processo, a grua deve retirar os racks e colocar mais 2 engradados
de andaimes em cada apartamento. Ainda poderá ocorrer uma situação mais extrema na qual a
grua também deve trocar os paletes de blocos grandes nesse momento. Nessa situação a grua
deve executar 16 viagens de ida e volta nesse período.
Essa situação ocorrerá na metade do segundo dia, ou seja, na hora do almoço. Por esse
motivo, a grua terá 1 hora para fazer 16 entregas.
Além disso, em uma entrega a grua deve subir até 21 metros (altura do pavimento
mais alto- 8º andar, considerando 3 metros de altura para cada pavimento). Seu percurso
também inclui a volta, por isso ela deve andar até 48 metros.
Considerando essas questões, chega-se aos seguintes cálculos de velocidade exigida da
grua:

metros
16entregas × 48
entrega metros
V = = 12,8 (3.6)
60 min min
Essa velocidade é inferior à velocidade nominal da grua (50m /min) e por isso concluí-
se que se pode utilizar uma grua para todas essas entregas.
104

II. Equipamento Auxiliar de Transporte Vertical (EATV)

O EATV deve transportar o caixote com as bases e os blocos metálicos, os


equipamentos de medição, as caixas de argamassa da marcação, os escantilhões de batente, os
acessórios de pedreiro, as caixas de massa para elevação, os carrinhos para transporte de
blocos e as bisnagas de argamassa.
A seguir serão estudadas as dimensões de entrega desses insumos e o número de
entregas necessárias (passo 1).

Caixote com as bases e blocos metálicos


O caixote foi organizado de uma maneira que suas dimensões são: 55 cm de
comprimento, 45 cm de largura e 51 cm de altura. Os insumos serão organizados dentro de
cada caixa do caixote como mostra a Figura 3.33. Há somente uma entrega.

25 cm
Blocos metálicos

Bases alinhamento 12 cm

Bases externas normais 12 cm

Bases internas 12 cm

55 cm

Figura 3.33- Esquema da organização dos insumos dentro do caixote- vista frontal (figura sem escala)

Equipamentos de medição
Todos os equipamentos possuem dimensões pequenas e por isso poderão ser
transportados juntos. Uma ressalva deve ser feita em relação à altura porque a régua do nível
alemão mede 2,00 m. Há somente uma entrega.
Os equipamentos virão em sua própria embalagem de comercialização. O laser e o
detector sonoro vêm juntos em uma maleta própria. As dimensões dessa maleta são: 21 cm x
26 cm x 9,7 cm. São necessárias quatro embalagens dessas. O tripé vem em uma bolsa de 65
cm x 10 cm x 10 cm e também serão necessários 4 tripés. A régua de prumo digital também
vem em uma bolsa, de dimensões 61 cm x 8 cm x 8 cm e são necessárias 8 réguas de prumo
digital. Somente a régua de nível alemão não virá em nenhuma embalagem e somente uma 1
peça será necessária. As fotos de todas essas embalagens estão na Figura 3.34.
105

(a) (b) (c)


Figura 3.34- Foto das embalagens dos equipamentos de medição- (a) maleta com laser e detector sonoro;
(b) bolsa do tripé; (c) bolsa da régua de prumo digital

Optou-se por criar uma embalagem maior para colocar todos os equipamentos dentro,
exceto a régua de nível alemão, para facilitar o envio desses insumos. Essa caixa teria as
dimensões de 34 cm x 61 cm x 65 cm. A organização dessa caixa está mostrada na Figura
3.35.

61 cm

Réguas de prumo digital

34cm
Tripés
Maleta

Figura 3.35- Esquema da organização dos equipamentos de medição em sua embalagem de entrega- vista
de cima (figura sem escala)

Caixas de argamassa da marcação


As caixas de argamassa são apoiadas em um carrinho. Cada conjunto de caixa de
massa e carrinho tem dimensões de 54,5 cm x 41 cm x 80 cm.
De acordo com o estudo realizado no ANEXO II, na marcação, devem ser entregues 4
caixas de argamassa a cada 50 minutos, durante 200 minutos (4 períodos de entrega).
Colocando as caixas com seus carrinhos em grupos de 4, temos as dimensões de 109
cm x 82 cm x 80 cm. Essa dimensão permite que as 4 caixas sejam levadas de uma só vez no
EATV. Portanto, haverá quatro entregas de caixas de argamassa.

Escantilhões de batente
Serão necessários 40 escantilhões de batente, cada um com dimensões de 280 cm x 4
cm x 2 cm. Como suas dimensões são pequenas e eles não têm apoios como o escantilhão
106

normal, eles podem vir todos juntos. Não haverá nenhuma embalagem de entrega para eles,
entretanto eles virão amarrados juntos pelos seus centros. A altura do EATV também deve ser
superior a 280 cm. Há somente 1 entrega.

Acessórios de pedreiro e carrinho para o transporte de blocos


Os acessórios de pedreiro são a colher de pedreiro e as linhas com esticadores. Serão
necessárias 5 colheres. A colher de pedreiro tem dimensões 34 cm x 11,5 cm x 12 cm e as
linhas com esticadores têm dimensões desprezíveis. Como ambos têm dimensões pequenas,
da ordem de centímetros, será possível carregar todos numa mesma viagem do EATV. As
colheres de pedreiro virão numa caixa de 70 cm x 48 x 25 cm. As linhas com esticadores
virão em uma caixa de 30 cm x 30 cm x 20 cm. Ambas as embalagens serão de material
plástico.
Os carrinhos para carregar blocos têm dimensões de 30 cm x 75 cm x 70 cm. Como
há somente 5 carrinhos, organizando eles enfileirados também será necessária somente uma
viagem do EATV. Poderão vir com os acessórios. Assim, será uma entrega do EATV para
todos eles. Essa combinação terá dimensões de 150 cm x 90 cm x 100 cm e sua organização
dentro do EATV está mostrada na Figura 3.36.

Carrinhos para
transportas blocos

90 cm

Caixa com
Caixa com as as linhas e
colheres de os
pedreiro esticadores

150 cm

Figura 3.36- Esquema da organização dentro do EATV dos carrinhos para transporte de blocos e dos
acessórios para pedreiro- Vista de cima (figura sem escala)

Caixas da argamassa da elevação


As caixas de argamassa utilizadas na elevação são como baldes metálicos. Serão
utilizadas duas caixas para cada apartamento, uma para o assentador e outra para o
107

abastecedor, e mais uma caixa para o pedreiro coringa, totalizando 9 baldes. Suas dimensões
são de 32 cm de diâmetro maior, 18,5 cm de diâmetro menor e 19 cm de altura. Além disso,
um balde pode vir dentro do outro. Colocando os nove baldes juntos, um dentro do outro, a
altura do conjunto fica de aproximadamente 25 cm, mantendo as dimensões dos outros dois
diâmetros. Eles poderão chegar em uma viagem do EATV e na volta poderão voltar junto
com os acessórios de pedreiro e os carrinhos para transporte de blocos.

Bisnagas de argamassa
Em relação à argamassa, como já estudado, cada viagem do EATV deve carregar 25
bisnagas. Para facilitar o transporte das mesmas, optou-se por utilizar um suporte para
carregá-las. Esse suporte possui 25 orifícios, um para cada bisnaga, e vem em cima de um
carrinho semelhante ao carrinho para transportar blocos. A dimensão desse conjunto (suporte
e carrinho) é de 1,40 m x 1,00 m x 1,00 m. Ele está desenhado na figura a seguir. Há diversas
entregas, feitas a cada 15 minutos.
1,40 m

1,00 m

Figura 3.37- Figura representativa do suporte para carregar bisnagas de argamassa- Vista de cima (figura
sem escala)

Com esse estudo de dimensões dos conjuntos de insumo transportados, podemos


calcular as dimensões exigidas para o EATV e sua capacidade de carga (passo 2).
A dimensão mínima deve ser de 1,00 m x 1,50 m x 2,80 m. O comprimento, 1,00 m,
foi definido pelo comprimento da caixa de bisnagas de argamassa. A largura foi limitada pela
largura do lote de carrinho para transporte de blocos e altura, 2,80 m, foi limitada pela altura
dos escantilhões de batente. Mesmo aumentando essas dimensões em 10 cm para que todos
insumos entrem com folga, a nova dimensão de 1,10 m x 1,60 m x 2,90 m ainda é menor que
a dimensão máxima possível do EATV de 2,70 m x 3,00 m x 3,00 m.

Em termos de carga, cada entrega possui o seguinte peso:


108

Tabela 3.23- Peso dos insumos transportados pelo EATV.

Insumo Peso (Kg)


Caixote 61,0
Equipamentos de medição 4,4
Escantilhões de batente 240,0
Carrinho para transporte de blocos com acessórios 60,0
Caixas de massa com carrinhos 208,0
Bisnagas de argamassa 22,5
Fonte: Elaborado pela autora.
Dessa tabela, conclui-se que a capacidade mínima de carga do EATV deve ser de 240
Kg.

Em relação à velocidade (passo 3), o item que mais limita o EATV é a bisnaga de
argamassa, pois deve-se fazer entregas constantemente.
Deverão chegar ao pavimento 25 bisnagas a cada 15 minutos (ver ANEXO III).
Novamente considerando que o EATV deve percorrer até 48 metros (duas vezes a altura do
pavimento mais alto), temos o seguinte cálculo de velocidade:

48m
V = = 3,2m / min (3.7)
15 min
Resumindo, temos as seguintes características do EATV:
! Dimensão: 1,10 m x 1,60 m x 2,90 m
! Capacidade mínima de carga: 240 Kg
! Velocidade mínima: 3,2 m/ min
109

3.8. Implementação e resultados

Nesse tópico trataremos de questões relativas ao processo de implementação da


proposta sugerida, tanto para a análise de planejamento e programação, quanto para a análise
de movimentação e armazenagem de materiais.
Sobre o planejamento e a programação, os resultados numéricos da simulação
sugerida estão dentro das metas definidas no início do projeto. Em termos de viabilidade
prática, esta está sendo testada no laboratório da empresa. Até momento, a quantidade de
mão-de-obra definida é suficiente para realizar todas as tarefas no prazo previsto. Os testes em
obra do processo sugerido, entretanto, irão começar só no início do próximo ano.
Sobre a movimentação de materiais, com o estudo sobre a grua, é possível calcular
quantas torres uma grua consegue atender por dia. Isso auxilia a equipe de desenvolvimento a
dimensionar a quantidade de gruas que devem ser alugadas para cada projeto. A produção do
EATV ainda está sendo negociada com os fornecedores, mas outros estudos ainda necessitam
ser realizados.
110

4. CONCLUSÕES

Esse tópico trata do fechamento do trabalho realizado. Para isso, primeiro será
apresentada uma síntese de tudo que foi desenvolvido. Esta mostrará o problema tratado, as
soluções propostas e os resultados obtidos. Depois será feita uma análise crítica das soluções
sugeridas, principalmente em termos de viabilidade do projeto. Por fim, mostra-se como se
dará a continuação desse estudo e são sugeridos alguns temas para serem abordados
posteriormente.

4.1 Síntese

Esse trabalho procurou solucionar um problema de planejamento de duas etapas de um


projeto de construção civil. Essas etapas são a marcação e a elevação de paredes. Como
característica, esse projeto apresenta metas bem definidas de duração das etapas e de consumo
de mão-de-obra. Para solucionar esse problema, utilizou-se o método do caminho crítico na
programação das atividades. Essa programação foi feita com o auxílio do software MS
Project. Os resultados obtidos foram analisados para ver se obedeciam à meta proposta.
A partir dos resultados obtidos nesse planejamento, realizou-se a segunda parte do
estudo desse trabalho. Esta consistiu em uma análise de movimentação e armazenagem dos
materiais durante as etapas de marcação e elevação de paredes. Nessa parte, foi feita também
uma definição mais detalhada das características dos equipamentos de movimentação e
armazenagem.
Por fim, foi feito um comentário sobre como a empresa está implementando essas
propostas.
111

4.2 Análise crítica

Apesar do planejamento proposto nesse trabalho estar sendo testado em laboratório,


deve-se lembrar, entretanto, que esse ambiente não condiz completamente com a realidade de
uma obra. Fatores externos à empresa, como condições climáticas, atraso de material por
conta do fornecedor, etc; e também internos, como absenteísmo dos operários, podem
influenciar significativamente os resultados. Além disso, serão executadas obras em todo
Brasil e cada região apresenta suas peculiaridades.
Outra ressalva que deve ser feita é em relação ao efeito da curva de aprendizagem.
Depois de muita prática, o tempo que os operários levam para executar uma atividade tende a
diminuir. Assim, pode ser que uma equipe menor consiga executar todo serviço no tempo
exigido.
Cabe ressaltar, entretanto, que algumas dessas questões poderão ser respondidas
brevemente, com o início dos testes em obra.
Uma maneira de avaliar a efetividade das ações propostas em campo seria com a
criação de indicadores de desempenho, tema ainda não abordado pela empresa.
Além disso, pela forma como esse projeto foi proposto, com uma equipe responsável
somente pela marcação e outra somente pela elevação das paredes, o empreendimento só
passa a ser viável economicamente com a construção de várias torres. Isso porque a marcação
de um piso só pode ser executada depois do fim da elevação do pavimento anterior. Dessa
forma, no caso de uma torre somente, a equipe de marcação ficaria ociosa durante 4 dias, e a
de elevação durante 1 dia por semana.
Sobre as características definidas para o EATV, deve-se lembrar que ele estará
atendendo a vários pavimentos do edifício. Enquanto o processo de alvenaria e laje estaria
sendo executado em um pavimento, nos pavimentos anteriores outros processos estariam
sendo realizados, como o revestimento e a pintura. Esses processos também necessitam de
materiais que seriam entregues pelo EATV. Por esse motivo, quando o processo das outras
etapas for definido, um novo estudo desse equipamento deve ser realizado.
O mesmo vale para a grua quando ela for atender mais de uma torre do
empreendimento.
A partir do exposto, percebe-se que muitos estudos ainda podem ser realizados a fim
de aprimorar os resultados obtidos.
112

4.3 Desdobramentos

Um estudo que pode ser realizado no futuro é uma programação das atividades com
consideração estocástica dos tempos gastos. Essa simulação permitirá uma análise mais
apurada da duração das atividades, levando a resultados mais reais.
Para tornar a análise mais completa, outro estudo sugerido é fazer o planejamento
colocando os equipamentos de entrega também como recurso limitante do projeto, não
somente a mão-de-obra. Assim, teríamos uma visão de quando cada equipamento entraria no
processo.
O próximo passo para o estudo de planejamento e programação é estendê-lo a outras
etapas da construção, como o revestimento interno. Com essa análise, como já comentado, o
estudo dos equipamentos de entrega também será revisto para todas as etapas em conjunto.
Além disso, também na parte de movimentação e armazenagem, pode-se realizar o
estudo de movimentação e armazenagem externa. Esta trata sobre como o material chega do
fornecedor externo à obra. Na sua análise, podem ser aplicados conceitos de logística.
Por fim, sugere-se que seja realizado um estudo para o controle do projeto. Este
compararia o que foi executado com o que foi programado, para tomar medidas corretivas
e/ou preventivas quando necessário.
113

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

! CARRARO, F.; SOUZA, U. E. L. de. Monitoramento da produtividade da mão-de-


obra na execução da alvenaria. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO
TECNOLOGIA E GESTÃO NA PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS, SOLUÇÕES PARA
O TERCEIRO MILÊNIO, São Paulo, 1998. São Paulo, EPUSP, 1998.

! CARVALHO, M. M.; RABECHINI JUNIOR, R. Construindo competências para


gerenciar projetos: teoria e casos. São Paulo: Editora Atlas, 2006.

! CORRÊA, C. A.; CORRÊA, H. L. Administração de produção e de operações:


manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Editora Atlas,
2005.

! DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. São Paulo:


Editora Atlas, 1993.

! FRANCISCHINI, P.; GURGEL, F.C.A. Administração de materiais e do


patrimônio. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

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! MIYAKE, D. Conceitos e técnicas de estudo de tempos e métodos: teoria e


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800 Kg a 1500 Kg e os de cremalheira transportam até 4000 Kg [Online]. Disponível
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construcao/68/artigo121269-1.asp [acessado em 08/11/2009 às 15h00].
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! RODCAR- Foto do Stock Tainer STE- T 024.5.11 [Online]. Disponível em


http://www.rodcar.com.br/catalogo/loja_tipo2.php?cat_id=21&pro_id=98 [acessado
em 04/11/2009 às 11h00].

! SANTORO, M.C. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São


Paulo: EPUSP, 2007. 182p. Apostila para disciplina de graduação do Departamento de
Engenharia de Produção, PRO 2415- Planejamento, programação e controle da
produção.

! SCIGLIANO, W. A. Gruas: “o que é preciso para se usar grua”. São Paulo:


Editora do autor, 2008.

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no serviço de fôrmas para estruturas de concreto armado. 1996. 280p. Tese
(doutorado)- Escola Politécnica- Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
115

6. ANEXOS

I. Planta do pavimento do projeto

Cozinha com área de


serviço

Banheiro

Dormitório 1 Dormitório Sala


2
116

II. Cálculo do consumo de blocos no processo

De acordo com os cálculos da equipe de desenvolvimento, para cada fiada de um


apartamento são utilizados aproximadamente 120 blocos de 30 cm, 480 no total. Além disso,
haverá as paredes centrais que utilizam em torno de 40 blocos. Sobre os blocos especiais, para
cada apartamento, usa-se menos de 10 blocos desse tipo.
Os blocos virão do fornecedor por paletes. Serão utilizados dois tipos de paletes, o
grande de 1,20 m x 1,20 m cuja capacidade é de 160 blocos, e o pequeno de dimensões 0,30
m x 1,20 m, no qual há espaço para 40 blocos. Para mais fácil denominação, o primeiro será
chamado de palete grande enquanto o segundo será chamado de palete pequeno.
Devido à maior quantidade de utilização dos blocos de 30 cm, a empresa optou por
colocá-los em paletes grandes. Já os blocos especiais, 15 cm, 45 cm, elétrico e canaleta, por
serem utilizados em menos quantidade, serão colocados todos juntos nos paletes pequenos.

Na marcação, só será executada a primeira fiada. Com isso, serão necessários


aproximadamente 520 blocos de 30 cm e mais 30 blocos especiais. Assim, apenas 4 entregas
da grua com 1 palete grande de blocos normais cada uma (640 blocos) e 1 entrega de um
palete pequeno com blocos especiais já é suficiente para abastecer essa fiada.
Com essas informações, a equipe de desenvolvimento optou por colocar 4 paletes de
blocos normais, um em cada apartamento e mais um palete de blocos especiais para todo o
pavimento. Esse palete de blocos especiais se localizará no meio do pavimento.

Já na elevação de paredes esse consumo é bem maior. Por esse motivo é interessante
colocar mais paletes de blocos no pavimento a fim de que não seja necessário trocá-los muitas
vezes. Cabe lembrar, entretanto, que são apartamentos pequenos e por isso não haverá muito
espaço disponível.
Analisando a planta, a equipe de desenvolvimento definiu que durante a elevação para
cada apartamento haverá dois paletes grande com blocos de 30 cm e um palete pequeno com
os blocos especiais. A localização dos paletes será também na parede da sala de cada um dos
apartamentos. Ao total, haverá no pavimento 8 paletes grandes com blocos normais e 4
paletes pequenos com blocos especiais. Como essa quantidade não é suficiente para todas as
fiadas, a grua deve trocar os paletes sempre que eles são consumidos.
117

Foi definido que a grua coloca dois paletes de manhã e troca um sempre que ele
termina. Isso evita que haja operários ociosos. A troca de palete ocorre da seguinte maneira:
– Quando um palete termina, o abastecedor geral o coloca de lado
(provavelmente em pé);
– A grua vem já com o palete cheio, coloca-o ao lado do outro e retira o palete
vazio.
Como a grua só retira o palete quando ele for totalmente consumido.
Com a quantidade de blocos de um palete será possível assentar mais de uma fiada de
um apartamento. Apesar disso, será feito um cálculo aproximado da quantidade de viagens
que a grua deve fazer em cada dia.
Para os paletes grandes, o cálculo utilizará a informação de que os blocos em um
palete de um apartamento são consumidos a cada 2 horas.
Assim, no primeiro dia temos as seguintes entregas:
• De manhã (7h30) ou no dia anterior: 8 entregas (duas para cada apartamento)
• Depois de consumidos os blocos de um palete (10h00): 4 entregas (uma para cada
apartamento)
• Depois de consumido mais um conjunto de blocos do palete: 4 entregas (haverá
dois paletes com blocos para serem consumidos nas duas fiadas restantes, por isso
não haverá necessidade de mais uma viagem no dia)
• Por dia: 16 viagens
• No processo inteiro (3 dias): 48 viagens (aproximadamente)
Já para os paletes pequenos, sua troca também acontecerá sempre que seu conjunto de
blocos for totalmente consumido. Isso ocorre aproximadamente no início de cada dia. Assim,
por dia haverá 4 viagens, totalizando 12 viagens de paletes pequenos no processo inteiro.
Com essas duas informações, conclui-se que a grua fará aproximadamente 60 viagens
com paletes de blocos no processo inteiro de elevação.
118

III. Cálculo do consumo de argamassa no processo

Na primeira fiada a argamassa vem colocada em caixas de massa e não em bisnaga


como no caso da elevação.
O consumo de argamassa na primeira fiada é de difícil mensuração pelo fato da
espessura de argamassa utilizada variar em função do nível do piso da parede. Assim, para
paredes com nível mais baixo o consumo será maior.
Por esse motivo, o consumo foi calculado utilizando uma espessura de 1,5 cm, que
costuma ser a pior situação. Para essa situação calculou-se um consumo de 4 kg/m linear de
parede.
No pavimento inteiro há 147,66 metros lineares de parede. Assim, o consumo de
argamassa foi de 590,64 kg para a primeira fiada.
Cada caixa de argamassa suporta 40 Kg. Portanto, são consumidas 14,76 caixas de
argamassa. Arredondando esse valor para cima, chegamos a 15 caixas de argamassa
consumidas na primeira fiada.
No assentamento da primeira fiada há 4 abastecedores. Como as caixas não poderão
ser divididas, esse valor de consumo será arredondado para cima para um múltiplo de 4.
Assim, serão necessárias 16 caixas de argamassa na primeira fiada e cada entrega deve conter
4 caixas. Isso leva a 4 entregas no processo.
De acordo com o programa definido, o processo de assentar a primeira fiada dura em
torno de 200 minutos. Dividindo esse valor por 4, temos que as entregas de caixa devem ser
feitas a cada 50 minutos.
Concluímos, então, que deve ser feita uma entrega com 4 caixas de argamassa a cada
50 minutos.
Para o processo de elevação são utilizadas bisnagas de argamassa.
O consumo de bisnagas é feito na razão de uma bisnaga para 1,10 m de parede linear.
Com essas duas informações, calculou-se um consumo de 36 bisnagas por fiada de cada
apartamento.
Lembrando que o tempo para assentar cada fiada é de 1h45min, temos as seguintes
condições:
Tempo para assentar cada fiada: 1h45min=105min;
Quantidade de bisnagas por fiada por apartamento: 36
Número de apartamentos: 4
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Bisnagas por fiada, considerando os 4 apartamentos:

bisnagas
36 × 4apartamentos = 144bisnagas (6.1)
apartamento
Além dos quatro apartamentos, haverá também as paredes centrais sendo executadas
pelo pedreiro coringa. Com isso, esse valor será arredondado para 150 bisnagas por fiada.
A seguir, calculamos a quantidade de bisnagas por minuto:

bisnagas fiada bisnagas


150 ×1 = 1,43 (6.2)
fiada 105 min min
Um limitante da entrega de bisnagas é que sua duração máxima é de 30 minutos, após
esse período a argamassa endurece e não pode mais ser usada dentro da bisnaga. Portanto,
deve-se fornecer poucas unidades, mas freqüentemente.
Para que os operários não fiquem sem trabalhar por causa de falta de bisnagas, o
intervalo entre entregas de bisnagas deve ser inferior a 30 minutos. É um processo quase
contínuo. Por isso, pensou-se em uma entrega a cada 15 minutos. O consumo de bisnagas para
esse tempo é de:

bisnagas
1,43 × 15 min = 21,43bisnagas (6.3)
min
Arredondando esse valor para um número inteiro, em cada entrega haverá 22 bisnagas.
Como são 5 pessoas para receber as bisnagas (4 assentadores e 1 pedreiro coringa), será
utilizado um valor de 25 bisnagas por entrega.
Resumindo, haverá uma entrega com 25 bisnagas de argamassa a cada 15 minutos no
processo de elevação das paredes.

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