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narrativa familiar
A narrativa começa em Bereshit 25: 19–26, com o relato de sua luta por
domínio, durante a gravidez e parto de Rivka. E continua em Bereshit 25:
27–34, com uma breve narrativa sobre a venda de Essav, do seu direito de
primogenitura a Iáacov por uma tigela de lentilhas.
O termo:
אדמוני
“vermelho”, é um trocadilho com o próprio nome 'Edom”, sendo uma
referência a um “manto de cabelos''.
O termo:
שער
śe`ar, é outro trocadilho com o nome Seir, que é o nome regional do
território, em que o povo de Edom estava localizado.
Em resposta à sugestão de sua mãe, Iáacov finge ser Essav diante de seu
pai cego, Itzhak, para que Iáacov recebesse a bênção do primogênito. Na
cena, ele responde (Bereshit 27: 11):
ל־ר ְב ָ ֖קה ִא ּ֑מֹו ֵ ֣הן עֵ ָׂש ֤ ו אָ ִחי֙ ִ ֣איׁש ָׂש ֔ ִער וְאָ נ ִ ֹ֖כי ִ ֥איׁש חָ ָ ֽלק
ִ ֶאמר ַיעֲקֹ֔ ב א
ֶ ֣וַֹּי
Iáacov respondeu a sua mãe Rivka: "Mas meu irmão Essav é um homem
cabeludo (sa'ir) e eu sou de pele lisa (halak)".
A conexão do sul
Julius Wellhausen (1844-1918), figura-chave no desenvolvimento das
críticas modernas às fontes da Torá, atribuiu a maior parte do material de
Iáacov à fonte J (chamada javista ou yahvista).
Por causa disso, as narrativas de Iáacov tinham mesmo que fazer parte da
tradição J, na visão de Wellhausen, posto que a narrativa fundamental da
Torá tinha que ter uma história completa, e as narrativas de Iáacov
ajudavam a garantir a integridade da fonte, que era mais antiga.
A fonte tradicional E (elohista) que era do norte – chamada deste modo
pelo uso do termo Elohim para se referir a divindade; foi estabelecida no
século 8 antes da era comum e, muitos acreditavam, que poderia ter sido
um complemento, ou apêndice da tradição J.
[E isso, apesar de seu pai, Itzhak, ter vivido no sul de Iehudá e na Filístia.
As fontes sobre Itzhak sobre onde ele morou, vieram da tradição J não da
tradição E, refletindo as tradições da região sul.]
A permanência de Iáacov em Aram com seu tio Lavan, a quem ele serviu
por vinte anos para se casar com as filhas, Leah e Rahel, também não deve
ser tomada literalmente.
Em vez disso, esta narrativa reflete a subjugação de Israel a Aram durante
os primeiros anos da dinastia Iehu, após a derrubada da Casa de Omri no
final do século 9 antes da era comum.
E de fato, foi somente durante o reinado dos reis da dinastia Iehu, Ioash /
Iehoash ben Iehoahaz e Ierav’am ben Ioash, que Israel restaurou seu
domínio sobre a Transjordânia, estabelecendo suas fronteiras com Aram no
século oito antes da era comum.
A Conexão de Iehudá
Edomitas em uma História do Norte?
A princípio, isso parece sugerir que a história não poderia ser do norte, e
que seria Iehudá, não Israel, que estaria alegorizando seu relacionamento
com Edom, imaginando “dois irmãos lutando” num passado remoto.
Como então essa história poderia ser lida, como uma derivação do norte de
Israel, que tinha Iáacov como sua figura ancestral?
No século nove antes da era comum, Edom era controlado por Iehudá, e
Iehudá, por sua vez, era controlado por Israel.
Visto que Israel via Iehudá como seu próprio território, o vassalo de
Iehudá, Edom, também era considerado vassalo de Israel. Assim, numa
história israelita do norte, se expressava tal relacionamento com Edom,
como o de nações irmãs, sendo possível até desenvolver demonstrações de
reconhecimento sobre sua fronteira comum.
A derrota de Edom e a esperança de
reconquista
Isso durou até o domínio de Israel ser desafiado por Aram (finais do nono
ao início do oitavo século), período durante o qual, Edom se libertou do
controle israelita (Melahim bet 8: 20–24).
ָּוארָך
ֽ ֶ ַוְעַ ל־חַ ְרְּב ָך֣ ִ ֽת ְח ֶ֔יה וְאֶ ת־אָ ִ ֖חיָך ַּת ֲע ֑ ֹבד וְהָ יָה֙ ַּכאֲ ֶׁש ֣ ר ָּת ִ ֔ריד ּופָ ַר ְקָּת ֥ ע ֻּ֖לֹו ֵמ ַ ֥על צ
Pela tua espada viverás! E servirás a teu irmão. Mas quando você se
desprender, quebrará o jugo dele, do seu pescoço.
Várias fontes, como o Tehilim 137; Irmiahu 49: 7–22; e Ieheskel 25: 12–
14 indicam que, séculos mais tarde, Edom se juntou aos Babilônios e
participou da profanação e destruição do Templo de Jerusalém, em 586
antes da era comum.
As falhas de Iáacov no contexto
histórico