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Brazilian Journal of health Review

COVID-19 e a infecção por SARS-CoV-2 em um panorama geral

COVID-19 and infection by SARS-CoV-2 in an overview

DOI:10.34119/bjhrv3n2-182

Recebimento dos originais:23/03/2020


Aceitação para publicação:23/04/2020

Silvio de Almeida Júnior


Mestre em Ciência Animal
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: silvioalmeidajr@yahoo.com.br

Rodolpho César Oliveira Mellem Kairala


Especialista em Cirurgia Geral
Instituição: Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca
Endereço: R. Dr. Júlio Cardoso, 1826 - Centro, Franca - SP, 14400-730
E-mail: rodskairala@gmail.com

Amanda Garcia Pereira


Graduação em Medicina Veterinária
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: dinha2608@hotmail.com

Guilherme Barbosa da Costa


Graduação em Medicina Veterinária
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: guilherme.costa@yahoo.com.br

Roberta Cristina Ribeiro Cruz


Graduação em Nutríção
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: robertinha20@yahoo.com.br

José Roberto de Souza Junior


Graduação em Direito
Instituição: Universidade Estadual de Minas Gerais
Endereço: Av. Juca Stockler, 1130 - Belo Horizonte, Passos - MG, 37902-407
E-mail: jrsouza.advocacia@gmail.com
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Vinícius José da Silva Cardoso Brito
Formação acadêmica mais alta: Mestre em Ciência Animal dos Trópicos
Instituição: Universidade Federal da Bahia
Endereço: Av. Adhemar de Barros, s/nº - Ondina, Salvador - BA, 40170-110
E-mail: viniciusbrito_ssa@yahoo.com.br

Anderson Borges Serra


Doutorado em Ciências
Instituição: Universidade Federal do Pará
Endereço: Rua Coronel José Porfírio, 3455 -Esplanada do Xingú- Altamira/PA – CEP:
68.372-040
E-mail: serraok@ufpa.br

Fabíola Pansani Maniglia


Doutora em Ciências Médicas
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: fabiola.maniglia@unifran.edu.br

Ricardo Andrade Furtado


Doutor em Ciências
Instituição: Universidade de Franca
Endereço: Av. Dr. Armando de Sáles Oliveira, 201 - Parque Universitário, Franca - SP,
14404-600
E-mail: ricardo.furtado@unifran.edu.br

RESUMO
Objetivo: Frente ao quadro pandêmico vivido em 2020 no mundo, este trabalho de revisão
tem por objetivo, formar e informar através da literatura o panorama geral do quadro de
COVID-19 Métodos: Para tal, foram selecionados aspectos de caracterização, etiologia,
patogenia, quadro clínico, laboratorial, de imagem e principais medidas tomadas para
realização do combate a infecção do COVID019. Revisão Bibliográfica: Sabendo que o
vírus SARS-CoV-2 causador do quadro patológico, a revisão focou nos aspectos da
gestante, passando pelo nascituro, crianças, adultos e idosos com apanhado geral das
informações pertinentes a cada faixa etária. A descrição de quadros clínicos e a mimetização
com demais quadros apresentados por afecções de vias respiratórias superiores e inferiores
e demais doenças sazoanais, junto com seu diagnostico laboratorial com alterações e
anormalidades, exames de imagens e tomadas de decisões a partir dos resultados.
Apresentado ainda, processo de tratamento, vacinas e investigações cientificas. Para
finalizar os dados encontrados, ações de promoção de saúde capazes de melhorar a
qualidade de vida de toda população. Conclusão: O trabalho demonstrou extrema
importância devido a sua abordagem ampla da pandemia por coronavírus e como identificá-
la, trazendo uma forma simples e descomplicada, levando conhecimento cientifico a
população e informações verídicas e de qualidade.

Palavras-chave: pandemia, virologia, teste laboratorial

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ABSTRACT
Objective: In view of the pandemic situation experienced in 2020 in the world, this review
work aims to form and inform through the literature the general picture of the COVID-19
picture. Methods: To this end, aspects of characterization, etiology, pathogenesis, clinical,
laboratory, imaging and main measures taken to combat COVID019 infection.
Bibliographic Review: Knowing that the SARS-CoV-2 virus that causes the pathological
condition, the review focused on aspects of the pregnant woman, including the unborn child,
children, adults and the elderly with a general overview of the information relevant to each
age group. The description of clinical pictures and mimicry with other pictures presented
by affections of upper and lower respiratory tract and other seasonal diseases, together with
their laboratory diagnosis with alterations and abnormalities, imaging exams and decision
making based on the results. Also presented, treatment process, vaccines and scientific
investigations. To finalize the data found, health promotion actions capable of improving
the quality of life of the entire population. Conclusion: The study showed extreme
importance due to its broad approach to the coronavirus pandemic and how to identify it,
bringing a simple and uncomplicated form, bringing scientific knowledge to the population
and true and quality information.

Key words: pandemic, virology, laboratory test

1 INTRODUÇÃO
O Brasil vive um quadro atual de acentuada pandemia pela infecção oficialmente
denominada COVID-19, que ocorre devido à contaminação pelo vírus SARS-CoV-2. O país
parou grande parte de suas atividades devido à característica desta doença viral que se
alastra de forma rápida e contínua por todos os continentes do mundo. Com início na China,
espalhando-se por países vizinhos, a doença chega ao final de dois meses a 10 mil casos
confirmados, inúmeras mortes sendo declarado como surto emergente de saúde pública
(Whitworth, 2020). Os números crescentes atingiram recentemente 88 mil casos em 74
países (Rodriguez-Morales et al., 2020) e até o mês de março de 2020 alcançou 697.244
pacientes infectados e 33.257 mortes conformadas em 204 países (WHO, 2020).
Os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças que
variam do resfriado comum a enfermidades mais graves, como Síndrome Respiratória do
Oriente Médio (MERS-CoV) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV).
Investigações mostraram que o SARS-CoV foi transmitido de gatos Civet para humanos e
MERS-CoV de camelos dromedários para humanos. Os coronavírus estão presente em
humanos e em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e
morcegos (de Wit et al., 2016).
A disseminação de conhecimento é de extrema importância nesse momento da
pandemia, visto que a necessidade de levar informações a todas as camadas da sociedade se

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faz crucial para minimizar os efeitos da mesma. Entretanto, isto tem sido dificultado devido
à quantidade de informações erradas ou controversas, chamadas popularmente de “fake
news” (Berger et al., 2020; Junior et al., 2019).
Frente ao quadro pandêmico, faz-se necessária a produção de conteúdo cientifico na
intenção caracterizar o quadro de infecção, de alertar a população e informar sobre os riscos
presentes do vírus SARS-CoV-2 e da doença COVID-19, com foco principal na promoção
da saúde e bem-estar da população.

2 DESENVOLVIMENTO
O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA que pertence a uma grande família de vírus
envelopados de fita simples que vem causando a pandemia de COVID-19. Este cenário
impõe um crescente pânico devido à rápida disseminação e propagação da doença (Lung et
al., 2020; Walls et al., 2020). Milhares de pessoas são afetadas diariamente por esse vírus e
centenas já morreram em todo o mundo (Xu et al., 2020a).
A partir do quadro para orientação pressuposta se faz necessário a sensibilização,
informação e recomendação de medidas de proteção proposto pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) por meio de meios como televisão e rádio, por exemplo, que incluam ações
simples que podem salvar vidas. Entre estas ações encontram-se: lavagem das mãos de
forma frequente e cuidadosa, com um sabonete à base de álcool ou sabão e água; manter
pelo menos 1 metro de distância de qualquer pessoa, principalmente se apresentar sinais de
tosse ou espirro; evitar tocar nos olhos, nariz e boca com mãos; praticar a higiene
respiratória cobrindo a boca e o nariz com cotovelo dobrado; uso de máscaras ou tecidos
quando tossir ou espirrar; evitar aglomerações em centros médicos e procurar atendimento
especializado caso tiver febre, tosse e dificuldade em respirar (WHO, 2020).
Ao governo e à sociedade competem restringir o tráfego em áreas movimentadas,
como locais de peregrinação, turismo e mercados, fechando jardins de infância, escolas e
universidades, redução do horário de expediente, cancelamentos de atividades esportivas,
desinfecção de locais movimentados, como pontos de ônibus, metrôs e BRTs (ônibos de
trânsito rápido), controle e identificação limitados de pessoas suspeitas de ter COVID-19 na
entrada e saída de várias cidades, criação de grupos e equipes para diagnosticar a doença
através dos centros distritais de saúde localizados em diferentes áreas das cidades afetadas
(WHO, 2020).

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2.1 ESTUDOS EM GESTANTES, NASCITUROS E CRIANÇAS
Estudos realizados com mulheres em trabalho de parto positivos para SARS-CoV-2
tiveram gestações a termo e não demonstram infecção ao bebê, sem complicações na hora
do parto, apresentando a criança saudável sem contaminação vertical da doença (De Luca,
2020). Em pacientes admitidos no serviço de terapia intensiva com quadros de
broncopneumonia, foram testados e apresentaram resultados negativos para o COVID-19
além de apresentarem escore normal de Apgar (Khan et al., 2020). O neonato admitido em
serviço de terapia intensiva deve testar para o COVID-19, visto que diversos quadros
comuns podem ser confundidos devido a ampla gama de patologias originadas de
insuficiência respiratória, sendo importante a definição para a instalação de ventilação
mecânica e tratamento adequado (De Luca, 2020).
As crianças apresentam quadro característico de síndrome respiratória com presença
de tosse e coriza, sendo geralmente o prazo de incubação de 1 a 14 dias, contudo, sintomas
podem aparecer entre 3 a 7 dias, ressaltando que em cada país e faixa etária essa informação
pode sofrer mudança (Kim et al., 2020). Manifestações clínicas clássicas que incluem
fadiga, febre, tosse seca e ainda, em alguns casos podem apresentar obstrução nasal, coriza
e garganta inflamada (Kim et al., 2020; Li et al. 2020). Quadros raros como gastroenterites,
desconforto abdominal, náuseas, vômitos, dor gástrica e diarreia. A incidência em crianças
é baixa possivelmente pela pequena expressão da enzima conversora da angiotensina 2
(ECA2) em região de epitélio pulmonar devido desenvolvimento natural do indivíduo,
entretanto, quando infectado pode levar a graves problemas incluindo óbito (Li et al., 2020).

2.2 ESTUDOS EM ADULTOS E IDOSOS


Em adultos é sabido uma maior circulação visto que a exposição seja maior que
demais faixas etárias, devido a vida ativa. O vírus SARS-CoV-2 tem grande afinidade por
receptores respiratórios humanos e se propaga de forma rápida por contato direto ou
indireto. Os sintomas apresentados por pacientes testados COVID-19 positivo são febre,
problemas respiratórios, tosse seca com início geralmente duas semanas após o contato com
o vírus (Xu et al., 2020b). Apresenta ainda expectoração, cefaleia, mialgia e fadiga e
hemoptise. Situações como saturação menor que 93% e diminuição dessa taxa a partir de
48 horas depois do início dos sinais e sintomas são comuns (Cao et al., 2020). Ainda é
possível observar problemas gastrointestinais como anorexia, diarreia, vômito e dor
abdominal que podem ser apresentados como sinais e sintomas secundários a falta de ar, ou

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ainda como indícios primários, podendo ser encontrado o vírus nas fezes diarreias por
exame molecular de reação em cadeira de polimerase em tempo real (RT-PCR) (Zhou et al.,
2020). Quadros secundários e doenças de base devem ser levados em consideração em
pacientes adultos, tais como doenças hepáticas, hipertensão arterial, doenças obstrutivas
crônicas, diabetes e doenças vasculares (Cao et al., 2020; Xu et al., 2020b).
Em pacientes idosos a apresentação do quadro é semelhante as demais faixas etárias,
entretanto, com maior agravo e incidência. A crise respiratória é a maior queixa destes
pacientes, semelhante a quadros de pneumonia e broncopneumonia (Cao et al., 2020; Li et
al., 2020). A estes pacientes são necessários para o fechamento de diagnostico se faz
necessário coleta de material nasofaringeo ou ainda aspirado traqueal para realização de
teste molecular por RT-PCR (Li et al., 2020). Exames moleculares complementares podem
ser realizados para identificação de outros vírus respiratórios como Influenza A (sazonal e
subtipos), Influenza B e C, Adenovírus, Rinovírus entre outros, comuns no outono e inverno
(Leber et al., 2018).

2.3 QUADROS CLÍNICOS


Uma dificuldade encontrada pelo corpo clínico é a semelhança de sintomas do
COVID-19 e de outras patologias associadas ou não ao trato respiratório superior e inferior.
Alguns pacientes apresentam sinais iniciais ou tardios que divergem com o que é visto
normalmente na SARS-CoV-2, como anosmia e ageusia (Lüers et al., 2020). Pacientes com
quadro de dor abdominal por linfadenite mesentérica (semelhante a um quadro agudo de
apendicite), além dos relatos de exantema purpúrico que é característico de outra doença
viral comum nessa época do ano, a dengue (Joob and Wiwanitkit, 2020)
A necessidade rápida de diagnósticos de SARS-CoV-2 fez com que os kits para
detecção findassem de forma muito rápida devido ao estado pandêmico. O Center for
Disease Control and Prevention (CDC) defini ações de prevenção, identificação, profilaxia
e diagnostico de doenças globais e aconselha que a melhor opção para o diagnóstico
conclusivo de COVID-19 é a identificação molecular do vírus através de secreção de
mucosa de nasofaringe (Bruce et al., 2020), ou ainda material de broncoaspiração como
lavado traqueal, diferindo esses ensaios de outras doenças encontradas em painéis
respiratórios praticados (Li et al., 2020).
Em estudo por Fan et al. (2020) foi demonstrado que a coleta de swab de vigilância
realizado habitualmente em pacientes isolados para identificação de bactérias nosocomiais

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e principalmente multirresistentes, apresentou positivo para SARS-CoV-2. O exame
realizado a partir de secreção de nasofaringe deu positivo em SARS-CoV-2 até o 14º dia de
infecção, negativando após esse período, enquanto o swab anal utilizado para vigilância de
demais infecções nosocomiais, apresentava-se positivo para COVID-19 até o 28º dia do
início da doença, indicando a necessidade de tomada de decisões para precaução de uma
reinfecção por transmissão orofecal (Fan et al., 2020).

2.4 QUADROS LABORATORIAIS


Ensaios laboratoriais para diagnósticos diferenciais e acompanhamento do paciente
demonstram quadros de linfopenia seguido de casos de leucocitose em grande maioria dos
casos, diminuição de índices de hemoglobina com presença de microcitose e plaquetopenia,
aumento de proteína C reativa, diminuição da albumina sérica e demais globulinas
circulantes, processo inflamatório acentuado devido alteração em VHS e IL-6. Relatado
ainda, alterações em enzimas hepáticas como ALT e AST, e elevação do índice de LDH.
Em alguns casos de pacientes internalizados em serviços de terapia intensiva é possível
observar aumento de Troponina I e Dímero-D, sendo este último intimamente ligado a
aumento de IL-6 além da elevação bilirrubinas, creatinina, PCR e prolactina (Cao et al.,
2020; Lippi and Plebani, 2020; Rodriguez-Morales et al., 2020). Em alguns casos, o
paciente pode apresentar alterações em marcadores renais (ureia e creatinina), coagulação
(TP, TTPa), glicose e bilirrubinas (Gao et al. 2020).
Recentemente, a Agencia Nacional de Vigilância Nacional (ANVISA) liberou a
venda de ensaios imunocromatográficos no país para fins de acompanhamento clínico do
COVID-19, para presença de IgA (imunoglobulina de ação primária presença em regiões
de mucosas), IgM (imunoglobulina de ação primária) e IgG (imunoglobulina de ação tardia
/ memória) em sangue total. Estudos revelam que é possível detectar presença de IgA e IgM
até o décimo dia da infecção, com soroconversão para IgG no décimo primeiro dia e estando
presente na circulação sanguínea em prazo superior de 3 meses, compreendendo que a
presença de qualquer destes anticorpos não necessariamente indicam que o paciente possa
transmitir o vírus a outras pessoas. Ressalta-se ainda, que o valor de IgM pode perdurar por
tempo superior ao informado, visto a carga viral e competência do sistema imunológico do
paciente (Hsueh et al., 2004).
Achados de exames de imagens apresentam semelhanças e diferenças entre COVID-
19 em comparação com as da síndrome respiratória aguda grave, tais como pneumonia ou

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broncopneumonia e principalmente, bem caracterizado como pneumonia viral. Os exames
de imagens apresentam opacidades em vidro fosco e consolidação com ou sem aumento
vascular, espessamento septal interlobular e sinal de broncograma aéreo (Li and Xia, 2020).
É importante ressaltar que exames laboratoriais e de imagem auxiliam a equipe clínica no
prognostico e tomada de decisões, não sendo utilizado para fechamento diagnostico de
COVID-19 devido apresentar semelhança com demais quadros virais e síndromes
respiratórias (Cao et al., 2020; Li and Xia, 2020; Rodriguez-Morales et al., 2020).

2.5 BUSCAS PELO TRATAMENTO E CURA


A necessidade de vacinas para SARS-CoV-2 levou a diversos pesquisadores do
mundo a identificarem diferentes epítopos capazes de ativarem resposta imunológica
humoral e inata para prevenção contra infecção do COVID-19. Pracher et al (2020),
realizaram o teste de 777 peptídeos em ensaios in vitro que fossem capazes de ativação de
complexo HLA em linfócitos T e ativação subsequente de ativação de alótipos MHC.
Destes, 174 epítopos que ativariam 11 alótipos de HLA demonstram grande atividade frente
a necessidade pesquisada (Prachar et al., 2020). Ong et al. (2020) utilizaram ferramenta de
vacinação reversa Vaxign identificando através da proteômica do SARS-CoV-2, proteína S
e outras cinco proteínas não estruturais (nsp3, 3CL-pro, e nsp8-10) responsáveis pela adesão
viral e invasão ao hospedeiro, com alta atividade indutora de antigenicidade. Tais proteínas
são promissoras quanto a ativação de linfócitos T, MHC-I, MHC-II e epítopos lineares de
células B (Ong et al., 2020).
Além da busca por novas vacinas, grandes centros de pesquisas cientificas realizam
a busca de fármacos com atividades antivirais faz com que seja avaliado a identificação de
possíveis atividades. De acordo com alguns estudos recentes, ECA2 tem um efeito regulador
na imunidade inata e importante papel antifibrótico determinante na lesão pulmonar
induzida por sepse, aspiração ácida, SARS e vírus H5N1 da influenza aviária letal (Gurwitz,
2020).
Alguns medicamentos como a losartana potássica, utilizada para pacientes
hipertensos e em alguns casos diabéticos para redução de danos aos rins, age diretamente
no sistema renina-angiotensina modulando ECA2 e TGF-β1. Estudos apontam que, a
imunomodulação de TGF-β1 levada por esse medicamento, modula moléculas fibrogênicas
diminuindo efeitos em infecções por vírus respiratório como citomegalovírus e quadros
crônicos como a síndrome de Marfan, retardando consequentemente a formação de fibrose.

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Ressalta-se a importância do bloqueio de receptores do sistema renina-angiotensina para
região pulmonar, fazendo com que haja dificuldade e a não instalação do vírus respiratórios,
sendo uma hipótese aplicável a ser estudada para o COVID-19 (Hoffmann et al., 2020;
Zeinalian et al., 2020).
Outros medicamentos em avaliação para pacientes COVID-19 testado positivo são
a cloroquina e a hidroxicloroquina utilizados para tratamento de malária e doenças
autoimunes como lúpus e artrite reumatoide, no qual apresentou efetividade na redução de
carga viral (Liu et al., 2020). Entretanto, o uso deve ser indicado e realizado de forma
cautelosa, pois não é apresentado na literatura estudos multicêntricos de segurança clínica
para tratamento da pneumonia por COVID-19, podendo levar o paciente a quadros de
intoxicação aguda e morte (Cortegiani et al., 2020).
No Brasil, os protocolos seguidos estão em acordo com demais instituições de saúde
do mundo, utilizando a hidroxiclorina (Sahraei et al., 2020), com a associação a antibióticos
como Teicoplanina (Baron et al., 2020) ou Azitromicina (Gautret et al., 2020),
demonstrando efeito sinérgico entre eles, potencializando o efeito antiviral, além de
prevenir infecções segundarias como sepse, visto em muitos casos.
Ainda, estudos demonstram que possivelmente a melatonina que auxilia na
regulação no sono, com papel importante como coadjuvante de terapia antiviral no combate
e tratamento desta pandemia devido a imunomodulação de citocinas e quimiocinas,
ressaltando que a mesma não possui atividade antiviral e sim anti-inflamatória e
antioxidante (Zhang et al., 2020).
A utilização de oxigenoterapia auxilia na melhora do quadro clínico do paciente,
levando a maior quantidade de oxigênio para região pulmonar, expelindo dióxido de
carbono em casos mais leves. Em casos graves, a intubação endotraqueal se torna necessária
seguindo aconselhamentos da Organização Mundial da Saúde. Se ocorrer hipóxia, progredir
para uma proporção de PaO2 : FiO 2 inferior a 100-150 mm Hg (Matthay et al., 2020).

2.6 PROMOÇÃO DE SAÚDE


Dentro de ambiente hospitalar, para proteção da equipe de assistência, equipe de
diagnóstico e auxiliares de demais setores algumas precauções são importantes para o
controle da doença e evitar contaminação de colaboradores e contaminações cruzadas
(Junior et al., 2020; Niud and Xu, 2020). Os pacientes devem permanecer em isolamento,
aplicado promoção de medidas de saúde pública, lavagem de mãos, identificação do

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paciente e do quarto com alto risco de doença transmissível, distanciamento social, auxilio
e apoio aos colaboradores que trabalham com manutenção de oxigenoterapia e ventilação
mecânica, utilização correta de equipamentos de proteção individual e coletiva,
procedimentos padrões estabelecidos e treinados para desinfecção de superfícies, bancadas,
pisos e paredes (Bedford et al., 2020).
A universalidade e equidade tanto defendida no Brasil é algo posto à prova em
tempos de pandemia, visto que comunidades menos favorecidas socioeconomicamente
muitas vezes não tem a opção de inteirar a demanda de informações solicitadas pelas
autoridades sanitárias como ficar em casa, não frequentar o trabalho entre outros. Tais
direitos devem ser assistidos pelo poder público na intenção de contenção da doença e bem-
estar dos menos favorecidos. A aglomeração de pessoas em classes média alta e alta é algo
fácil de controlar, entretanto aos desfavorecidos socioeconomicamente e trabalhadores é
uma luta diária enfrentada ao utilizarem transportes públicos superlotados se expondo
diretamente ao risco (Berger et al., 2020). O mesmo ainda pode ser observado em diversos
lugares do mundo, onde não existiam planos de contingenciamento para crises pandêmicas
na saúde, demonstrando falhas na equipe médica, saneamento ambiental entre outros fatores
(Willan et al., 2020).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na prática de saúde pública, “quarentena” refere-se à separação de pessoas (ou
comunidades) expostas a uma doença infecciosa. O "isolamento", por outro lado, aplica-se
à separação de pessoas que se sabe estarem infectadas. (Parmet and Sinha, 2020). Tal
processo se faz necessário nesse momento visto que quanto menor a circulação do vírus,
menor a quantidade de pessoas afetadas. Tais dados encontrados na literatura e circulantes
em mídias colocam em risco a saúde de toda a sociedade mundial e traz malefícios a saúde
social, psicológica e psiquiátrica, além de crise econômica.

AGRADECIMENTOS E FINANCIAMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de


Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

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