Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Especialização em Modelagem Do Vestuário: Traçado de Base Da Calça F Eminina Com Elastano
Especialização em Modelagem Do Vestuário: Traçado de Base Da Calça F Eminina Com Elastano
Ester Koch1
Renata Lodi2
RESUMO
O presente artigo aborda a adaptação do traçado básico da calça feminina de tecido plano para
tecido com elastano, para posteriormente elaborar a modelagem de uma calça modelo jeans
ajustada ao corpo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa em livros e artigos científicos sobre
o contexto histórico do jeans, bem como dos conceitos de modelagem, graduação e processo
de pilotagem. Além disso, foi desenvolvida uma pesquisa experimental, onde o traçado da
base da calça de tecido plano ajustada foi testada em três tecidos, com maior e menor índice
de elasticidade para verificar o comportamento dos mesmos. Com os resultados da pesquisa,
espera-se contribuir para o aprendizado dos estudantes de moda e trabalho dos modelista com
um traçado de calça específico para tecidos planos com elastano, bem como trazer dados
sobre graduação das partes/detalhes da calça feminina.
ABSTRACT
This article deals with the adaptation of the basic pattern´s tracing of women´s pant with flat
fabric to fabric with elastane, to later elaborate the modeling of a jeans model pants adjusted
to the body. Therefore, it was made a bibliographic research in specialized books and
scientific articles about the historical context of jeans, as well as the concepts of modeling,
graduation and piloting. Besides that, it was developed an experimental research, where the
basic tracing of adjusted flat fabric pant was tested on three elastane tissues, with more and
less elasticity index to verify their behavior. With the research results, it is hoped to
contribute to the learning of fashion students and modellers work with a specific pant tracing
to flat fabric with elastane in order, as well as bring data about graduation of parts/details of
female pants.
KEYWORDS: Modeling of women’s pant. Fabric with elastane. Graduation of pant. Jeans
pants.
1
Ester Koch: Bacharel em Moda pela Universidade Feevale, acadêmica do curso de Pós-graduação em
Modelagem do Vestuário – 2ª Edição e modelista free lancer.
2
Renata Lodi: Tecnóloga Têxtil formada pela Universidade de Passo Fundo - UPF no ano de 2000. Experiência
em processos de produção, modelagem, costura e supervisão de qualidade. Pós-graduada em Engenharia de
Produção e mestre em Design pela UFRGS. Docente no curso de Moda da Universidade Feevale/RS.
1
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
INTRODUÇÃO
Conforme Flügel (1966) desde o seu surgimento, a roupa possui três principais
finalidades: pudor, proteção e enfeite. Embora essas funções sejam muito importantes, elas
deixaram de ser únicas, visto que as roupas “não cumprem mais apenas a função histórica de
cobrir, proteger e embelezar o corpo, mas também a de desenvolver embalagens e sistemas de
embalagens vestíveis para acondicionar o corpo e, ao mesmo tempo, preservar a saúde do
corpo, sua segurança e bem-estar”. (MARTINS 2007, p. 1). Portanto, o conforto é
indispensável em qualquer artigo de vestuário, já que desde a Revolução Industrial3 as
pessoas passaram a trabalhar cada vez mais, em funções diferentes e, portanto, a vestimenta
deve proporcionar-lhes conforto e bem-estar independente do período de tempo que
permanecerão com ela ou do movimento executado.
Assim, desde o surgimento da calça jeans como roupa de trabalho, ela tornou-se uma
peça muito usada, sendo inserida no cotidiano de grande parte da população tornando-se um
artigo de moda. Além disso, passou por transformações ao longo do tempo até chegar ao
produto que encontramos nas lojas atualmente, o qual se apresenta, em sua maioria, produzido
em tecidos com elasticidade, um fator relacionado ao conforto do vestuário por propiciar
maior mobilidade e melhor vestibilidade, moldando melhor o corpo.
Em virtude disso, o presente artigo aborda o traçado da base de calça com elastano,
através da adaptação da modelagem básica da calça feminina de tecido plano para este tipo de
tecido. Percebe-se a falta de estudos acerca desse assunto, uma vez que os livros mais
utilizados em cursos de graduação e pós-graduação em modelagem ensinam o traçado básico
para tecido plano, sem fazer menção ao tecido plano com elastano. Portanto, busca-se
desenvolver um traçado de base de calça ajustada para tecido com elastano a fim de facilitar o
aprendizado dos estudantes de moda, bem como, o trabalho dos futuros modelistas, pois a
experiência na área da modelagem revela que a base de tecido plano, quando confeccionada
em tecido com elastano, necessita de ajustes. Assim, questiona-se: Como trabalhar a redução
da base de tecido plano para tecidos com elastano? Diante disso, apresenta-se como hipótese
3
A Revolução Industrial iniciou no século XVIII com a invenção da máquina a vapor por James Watt e
caracterizou-se pela passagem da manufatura à produção industrial, ou seja, substituiu as ferramentas manuais
pela máquina, a energia humana pela motriz e a produção doméstica pelo sistema fabril. Estendendo-se de 1760
a 1850, causou uma grande transformação na estrutura da sociedade acompanhada de evolução tecnológica e
encerrou a transição entre o feudalismo e o capitalismo (SCHMID, 2004).
2
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
que em virtude da elasticidade, o molde com elastano não necessita de curvas acentuadas
como a base sem elastano e, possivelmente a diminuição será maior na parte do quadril.
A pesquisa possui como objetivo geral, verificar as alterações de modelagem
necessárias para se confeccionar uma base de calça em tecido com elastano, partindo de uma
base de tecido plano. Como objetivos específicos, são propostos: descrever brevemente o
surgimento da calça jeans e os tipos de modelagens; conceituar a modelagem plana e explicar
o processo de prototipagem; pesquisar as regras de graduação das modelagens (calças) e as
medidas utilizadas pelas empresas bem como realizar uma pesquisa de campo para ver o
sistema de gradação de bolsos e braguilha adotado por algumas marcas; elaborar, a partir de
um traçado básico de calça feminina de tecido plano, uma base para tecidos com elastano,
verificando se a alteração deve ser proporcional ou se há locais com maior ajuste; desenvolver
uma calça modelo jeans utilizando a base proposta.
Analisando a classificação da pesquisa abordada por Prodanov e Freitas (2013, p. 51),
este projeto caracteriza-se como sendo de natureza aplicada, pois “objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos”. Quanto
aos objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória, já que se encontra em fase preliminar
buscando mais informações acerca do assunto investigado. Quanto aos procedimentos
técnicos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material já publicado
sobre o assunto principalmente em livros, artigos e dissertações; experimental porque serão
feitas amostras para a experimentação (neste caso, protótipos em tecido com elastano para o
ajuste da modelagem) e os resultados são considerados aplicáveis para o universo da pesquisa.
Outro procedimento é a pesquisa de campo, utilizada a fim de adquirir informações sobre
determinado problema para o qual se busca uma resposta, ou a comprovação de uma hipótese.
Nesse caso, o objetivo é coletar informações sobre a graduação dos detalhes das calças jeans
(bolsos e braguilha) através da medição de produtos de algumas marcas, uma vez que há
carência de material bibliográfico sobre o assunto. Já quanto à abordagem na análise dos
dados, a pesquisa é definida como qualitativa, pois não utiliza dados estatísticos como centro
da pesquisa (como é o caso da quantitativa), mas sim, a descrição dos dados coletados
retratando elementos existentes na realidade estudada.
confecção de uma calça modelo jeans. Assim, para a melhor compreensão dos fatos é
importante partir de um breve histórico referente ao surgimento da calça jeans e os tipos de
modelagens disponíveis no mercado.
Lv (2007, tradução nossa) revela que a primeira calça jeans foi desenvolvida por Levi
Strauss que ficou universalmente conhecido como o inventor do jeans. No auge da febre do
ouro, em 1853, Levi Strauss abriu sua primeira empresa em São Francisco, pois os
mineradores reclamavam que as calças de algodão rasgavam com muita facilidade e o ouro
guardado nos bolsos se espalhava quando estes “se desmanchavam totalmente”. Diante disso,
Strauss decidiu desenvolver calças mais resistentes da lona que havia trazido para vender
como lona de barraca, o que deixou os mineradores muito satisfeitos, já que as calças eram
mais resistentes. Embora alguns digam que Strauss inovou as calças para dar utilidade à lona
que não estava vendendo, estas tiveram êxito (Lv, 2007, p. 15, tradução nossa). A Figura 1
mostra os mineradores vestindo as calças de lona desenvolvidas por Strauss.
Além disso, Lv (2007, tradução nossa) comenta que um alfaiate, chamado Jacob
Davis, de uma pequena loja em Nevada para o qual Levi Strauss fornecia tecidos, teve uma
grande colaboração no surgimento do jeans. Barros (1998 apud GUERREZI, 2008) confirma
esse fato ao afirmar que a ideia de desenvolver uma calça resistente para os mineradores
americanos partiu de Jacob Davis, que ao reforçá-la com rebites e botões de metal fez surgir a
calça jeans.
4
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Segundo Lv (2007, tradução nossa), há duas versões dessa história. Uma delas conta
que em 1860, um mineiro do acampamento de Comstock em Nevada comentou com Davis
(seu alfaiate) que as calças que usava para trabalhar nas minas de ouro sempre rasgavam. Já a
outra relata que em 1870, uma vizinha de Davis encomendou para seu marido lenhador, uma
calça mais durável. Assim, em ambas as histórias “Davis teve a ideia de reforçar os cantos dos
bolsos com rebites de cobre, que muitas vezes eram usados para fazer selas, para torná-los
mais resistentes”. (LV, 2007, p.16, tradução nossa). O autor acrescenta que em 5 de julho de
1872, Davis enviou a Strauss juntamente com uma carta, duas amostras de calças sendo uma
confeccionada em algodão branco e a outra em denim azul. Na carta ele revelava ser o
inventor das calças rebitadas, além de recomendar que a empresa dividisse a patente com ele,
fato que é também mencionado por Guerrezi (2008), afirmando que com o crescimento do
negócio surgiu a necessidade de patenteá-lo. No entanto, o fato de Davis não possuir capital,
fez com que Levi Strauss patenteasse o modelo e fornecesse os tecidos em troca de 50% dos
lucros, surgindo assim, a marca Levi´s.
Porém, o fato de se ter como prova somente “a carta de Davis e o registro de patente
para as calças rebitadas que foi concedido em 1873” (LV, 2007, p. 25, tradução nossa), deixa
dúvidas quanto a real história do nascimento do jeans, mas sabe-se que esta inicia em 1876
juntamente com o início da produção das calças rebitadas.
Acredita-se que o nome “jeans” vem de um tipo de calças reistentes chamadas de
genovês ou genes, que eram uniformes dos marinheiros da cidade portuária italiana
de Gênova. De um ponto de vista etimológico, “jean” vem da palavra italiana, “ da
genova”. Outros especialistas que realizaram estudos adicionais da palavra,
declararam que se trata da ortografia americana da palavra Genois, que se refere a
um tipo de lona. Desde o final do século XIX tem sido usado como sinônimo de
roupa de trabalho (LV, 2007, p. 26, tradução nossa).
5
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Já o zíper foi inventado por Whitcomb Judson em 1893 e somente em 1926 a Lee
criou a primeira calça com zíper. “As calças jeans dos homens eram abotoadas na frente
enquanto as das mulheres tinham zíper de um lado, pois era o único lugar que se considerava
aceitável” (LV, 2007, p. 40, tradução nossa). No entanto, 50 anos depois, a Lee Cooper
passou a colocar o zíper da calça feminina na parte da frente como é colocado atualmente. A
Figura 2 mostra algumas calças da época.
O autor complementa que o governo federal americano escolheu a calça jeans (União
Lee) como uniforme dos soldados durante a Primeira Guerra Mundial, inclusive para as
mulheres do exército, o que tornou as calças jeans (principalmente as femininas) mais
populares após a Guerra.
6
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
O jeans feminino foi anunciado pela primeira vez na revista americana Vogue em
maio de 1935 pela marca Levi´s com o objetivo de priorizar a estética. A partir desse
momento, a calça jeans passou a ser vista não somente como uma roupa de trabalho
resistente, mas também como uma peça “moderna e encantadora”, que passou a ser integrada
no cotidiano dos americanos como um artigo de moda (LV, 2007, p. 42, tradução nossa).
Nesse sentido, Martins (2009) destaca que, embora tenha sido tratada primeiramente
como uma peça para o trabalho, o jeans se tornou uma peça acessível e popularizada por
ícones da juventude como Marlon Brando e Elvis Presley. Catoira (2006) afirma que o jeans
não é uma peça que foi imposta à sociedade, mas sim escolhida pelos jovens, tendo um
significado próprio. Ou seja, afirma que para Valerie Steele e Ana Martinez, o jeans é o
“dispositivo da sedução-expressão” por ter se transformado “numa manifestação da cultura
individualista fundamentada no culto ao corpo e a busca de uma sensualidade teatralizada,
com ressonâncias de aspectos sexuais” (CATOIRA, 2006, p. 53). Assim, da contracultura a
peça passou a ser um produto de sucesso de grandes marcas. Hoje em dia, as calças jeans
podem ser uma peça básica, de moda, ou uma afirmação de status em dependendo da
necessidade e ocasião de uso da peça.
Atualmente existem diversos modelos de calças jeans, e para exemplificá-los, optou-se
por utilizar a marca Damyller como referência em função de apresentar, no seu site,
informações sobre os modelos que produz e ilustra com imagens. Os modelos de calça jeans
produzidos pela marca Damyller (2017) são apresentados no Quadro 1 juntamente com a
descrição.
4
Quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929.
7
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
8
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
O Quadro 1 mostra as variações nas modelagens, a partir dela verifica-se que alguns
modelos são muito parecidos diferenciando-se apenas em um pequeno detalhe. A Damyller
apresenta os modelos de calças que produz atualmente seguindo as tendências de moda, sendo
estes, os principais modelos em jeans, no entanto, no site Use Fashion (2017) além destes, o
glossário de moda apresenta outras denominações de calças tais como: bag, cargo, cenoura,
cullote, five pockets (jeans tradicional de cinco bolsos, criado por Levi Strauss), fuso,
montaria, odalisca e pantalona. Essa pesquisa será útil para a escolha do modelo a ser
produzido como resultado final deste trabalho, que será uma calça reta. Assim apresentados os
fatos históricos e os principais tipos de modelagens de calças jeans femininas disponíveis no
mercado atual, parte-se para o estudo das etapas do processo produtivo que envolve a
modelagem, prototipagem e graduação.
9
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Borbas e Bruscagim (2007) comentam que para obter uma modelagem mais
qualificada, é importante considerar os movimentos realizados pelos indivíduos, conhecer e
valorizar a simetria, a forma e postura, ou seja, saber valorizar os diferentes biótipos do
público-alvo, a fim de que a roupa seja adequada a cada um deles. As autoras salientam ainda
que o modelista deve ter conhecimento prático para que seja capaz de visualizar o efeito na
10
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
roupa. Além disso, o tipo de material e a qualidade do mesmo devem ser considerados no
desenvolvimento da modelagem (SALTZMAN, 2004 apud BORBAS; BRUSCAGIM, 2007),
uma vez que de acordo com Silveira (2008), o caimento e a forma de um modelo variam de
acordo com o tipo de tecido, por isso, diversas vezes não proporcionam o efeito visual e o
caimento desejado.
Segundo Osório (2007), a técnica de modelagem conhecida como drafting consiste na
modelagem bidimensional, a qual é denominada por Heinrich (2005) de modelagem plana.
Marinho e Rocha (2009, p. 2) destacam que “a modelagem plana é um trabalho que envolve
precisão, uso de proporção e habilidade de desenho, no qual se representa de forma
bidimensional um efeito de três dimensões, ajudado por princípios de geometria”. Essa ideia é
reforçada por Heinrich (2005, p. 17) ao salientar que:
A modelagem plana é uma técnica utilizada para reproduzir, em segunda dimensão,
no papel, algo que será usado sobre o corpo humano, em tecido ou similar, de forma
tridimensional. Esta modelagem pode ser utilizada para confeccionar uma peça de
roupa apenas, ou para produção em grande escala, como acontece na confecção
industrial de pequeno, médio ou grande porte.
Assim, como relatam Fulco e Silva (2003, p. 12), as bases de modelagem possuem as
medidas do corpo, para que se tenha uma noção das formas corporais, “o que nos facilitará a
eleger o valor das folgas e acréscimos necessários à modelagem de acordo com o modelo
apresentado”. Os autores salientam que os traçados básicos de modelagem são utilizados
5
A antropometria é “uma ciência que estuda as medidas do corpo humano, os volumes, as formas, seus
movimentos e articulações” (SILVEIRA, 2008, p. 27).
11
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
como base para a interpretação de qualquer modelo, ou seja, é possível acrescentar folgas,
transferir pences, criar recortes, enfim, dar a aparência desejada à peça.
Osório (2007) define o processo de interpretação de modelagem como a viabilização
do desenho de moda (criado pelo designer) transformando blocos de moldes, ou seja,
modificando os blocos básicos através da construção de partes de molde de acordo com as
características de um desenho específico, o que resultará na confecção de uma peça de
vestuário. Duarte e Saggese (2008) destacam a responsabilidade do modelista, portanto,
consideram a montagem da peça-piloto (ou protótipo) extremamente importante a fim de
validar a modelagem.
Para Fulco e Silva (2003), a primeira peça produzida de determinado modelo é
chamada de peça-piloto, cuja modelagem é executada conforme as medidas do tamanho base
da tabela de medidas da empresa, e uma pessoa com tais medidas, chamada de modelo de
prova, experimenta a peça a fim de verificar se o caimento, a forma e o tamanho estão
corretos. Aldrich (2014, p. 10) aponta que “as peças-pilotos são os protótipos produzidos das
roupas para que o designer possa conferir e refinar tanto o molde quanto a construção da
peça”.
Heinrich (2005) comenta que existe uma sequência de etapas a serem seguidas durante
a aplicação das técnicas de modelagem que resultarão no molde final, ou seja, na peça de
vestuário. A sequência inicia com o traçado dos moldes básicos – ou caixas de modelagem, ou
ainda blocos geométricos, como são chamados por Osório (2007) –, conforme as medidas da
tabela elaborada pela empresa de acordo com o seu público alvo, seguido das interpretações,
isto é, as alterações realizadas no molde básico. Depois confecciona-se o protótipo, a fim de
testar a modelagem, que caso esteja correta, será graduada de acordo com a tabela de
medidas. Já Duarte e Saggese (2008) relatam que a pilotagem é necessária, pois somente
depois da aprovação é realizada a graduação6 dos demais tamanhos a serem confeccionados.
Fulco e Silva (2003) acrescentam que caso algum ajuste seja necessário, as marcações
devem ser feitas na própria peça durante a prova para que depois as correções sejam feitas na
modelagem. Para conferir se os ajustes da modelagem estão corretos, os autores sugerem a
confecção de um novo protótipo, o qual após ser aprovado, será graduado. Portanto, a
prototipagem serve para verificar a vestibilidade e o caimento da peça no corpo, bem como, se
6
Graduação: termo utilizado pelos livros para ampliação e redução de moldes. Segundo o dicionário Priberam
(2017), graduação significa escala, mas também se refere à colação de grau, portanto, alguns autores estão
passando a usar o termo gradação para se referir a ampliação de moldes.
12
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
esta atingiu o efeito esperado pelo criador, o qual Osório (2007, p. 19) chama de
“performance da roupa”.
Diante disso, percebe-se a importância da prototipagem para verificar e validar a
modelagem, uma vez que descobrir o erro durante a produção após um lote já cortado, seria
um enorme prejuízo para a empresa, pois dependendo dos ajustes necessários, as peças
cortadas não poderão ser aproveitadas necessitando de um novo corte. Além disso, nesse caso,
não somente um único molde precisará de ajustes, mas toda a grade de tamanhos, o que
também resultará em prejuízos em função do tempo e da mão-de-obra gastos para fazer os
ajustes em todas as peças graduadas.
7
CAD é a sigla da expressão inglesa Computer Aided Design (projeto assistido pelo computador). Trata-se de
um software para facilitar a realização de projetos e desenhos.
13
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
A Figura 3 (apresentada acima) mostra como as medidas das tabelas são aplicadas no
molde para a realização da graduação. A diferença de medida de um tamanho para o outro é
aplicada no local a ser graduado. Durante a pesquisa bibliográfica notou-se que há diferenças
entre os pontos de medidas de cada autor, uns apresentam mais pontos que outros, sendo
assim, algumas tabelas são mais completas. Faltam por exemplo, medidas de altura de joelho,
bem como circunferência de joelho e de tornozelo, sendo que as duas últimas são
fundamentais para realizar a graduação. O Quadro 2 apresenta um comparativo realizado com
as tabelas de medidas dos autores Heinrich (2005), Duarte e Saggese (2008), Fulco e Silva
(2003), Cavalheiro e Silva (2004) e Senai (Apostila, 2000). Foram selecionados estes autores
como bibliografia, visto que são os mais utilizados pelos cursos de moda na região da Grande
Porto Alegre.
14
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Cintura 62 66 70 74 78 82 4 60 64 68 72 76 80 4
Quadril 86 90 94 98 102 106 4 88 92 96 100 104 108 4
Altura do quadril 18 18 18 20 20 20 2 20 20 20 20 20 20 0
Altura do gancho 22,4 23,2 24 24,8 25,6 26,4 0,8 25 25,5 26 26,6 27 27,5 0,5
Altura do joelho 59 59,5 60 60,5 61 61,5 0,5 - - - - - - -
Circunf. joelho - - - - - - - - - - - - - -
Circunf. -
- - - - - - 34 35 36 37 38 39 1
Tornozelo
Comp.calça 99 100 101 102 103 104 1 100 101 102 103 104 105 1
FULCO E SILVA (2003) CAVALHEIRO E SILVA (2004)
TAMANHOS
36 38 40 42 44 46 ≠ 36 38 40 42 44 46 ≠
MEDIDAS
Cintura 60 64 68 72 76 80 4 62 66 70 74 78 82 4
Quadril 88 92 96 100 104 108 4 88 92 96 100 104 108 4
Altura do quadril 20 20 20 20 20 20 0 - - - - - - -
Altura do gancho 24,5 25,25 26 26,75 27,5 28,25 0,75 24 24 25 25 27 27 1-2
Altura do joelho - - 58 - - - - 56 56 58 58 60 60 2
Circunf. joelho - - 44 - - - - - - - - - - -
Circunf.
- - 40 - - - - - - - - - - -
Tornozelo
Comp.calça 98 99 100 101 102 103 1 100 100 105 105 110 110 5
SENAI (Apostila, 2000) ABNT - NBR 13377 (1995)
TAMANHOS
36 38 40 42 44 46 ≠ 36 38 40 42 44 46 ≠
MEDIDAS
Cintura 60 64 68 72 76 80 4 60 64 68 72 76 80 4
Quadril 88 92 96 100 104 108 4 - - - - - - -
Altura do quadril 19 20 21 22 23 24 1 - - - - - - -
Altura do gancho 21 22 23 24 25 26 1 - - - - - - -
Altura do joelho - - - - - - - - - - - - - -
Circunf. joelho 36 38 40 42 44 46 2 - - - - - - -
Circunf.
28 30 32 34 36 38 2 - - - - - - -
Tornozelo
Comp.calça 103 104 105 106 107 108 1 - - - - - - -
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
15
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Nestas anotações é sugerida uma largura de bolso de 13,5 cm para os tamanhos 36, 38
e 40; de 14 cm para 42 e 44; de 14,5 cm para os tamanhos 46 ao 52 e 15,5 cm para o 54 ao 66.
Assim, a gradação do bolso traseiro é a cada três, dois, quatro e sete tamanhos
17
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
18
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
19
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
8
Anatômico: Segundo o Dicionário Criativo (2017) é relativo à anatomia, que se adapta as forma do corpo
humano.
20
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
21
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
22
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
auxílio de alfinetes e esticar a malha “de forma moderada” – o que pode variar de pessoa para
pessoa que realizar o teste – a fim de verificar quantos centímetros ultrapassa da medida
indicada. Se ultrapassar 2 cm, ou seja, se atingir a medida de 12 cm, o percentual será 20%,
como mostra a Figura 7.
Santana (2014) e Textile Industry (2015) sugerem que se a medida atingir 12 cm, o
tecido possui baixa elasticidade, nesse caso, deve ser utilizada a tabela de medidas para tecido
plano. Caso a medida atinja de 13 a 18 cm, deve ser utilizada a tabela de medidas para malha
de média elasticidade e acima de 18 cm a tabela para malha de alta elasticidade. O site da
Textile Industry (2015) apresenta tabelas de medidas para malha de média e alta elasticidade,
assim como tabelas de medidas de redução para malha feminino adulto e infantil.
Outra técnica encontrada para modelagem de tecidos com elasticidade sugerida por
Santana (2014) é a multiplicação da medida – do corpo ou do molde de tecido plano – por 0,8
para tecidos com muita elasticidade; 0,9 no caso de tecidos com média elasticidade e por 0,95
quando o tecido tiver pouca elasticidade.
Pelo fato de não haver nenhum trabalho abordando tecidos planos com elastano,
optou-se pelo processo inverso, ou seja, descobrir o percentual de redução após o ajuste da
peça no corpo. Normalmente se calcula o percentual de redução e se desenvolve a modelagem
com as medidas já reduzidas, no entanto, neste caso, optou-se por desenvolver a modelagem
com as medidas que seriam utilizadas para tecido plano e, ajustar o protótipo no corpo da
modelo para depois passar os ajustes para a modelagem. A partir do molde ajustado,
23
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
24
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
25
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
As imagens acima apresentam o traçado de base de calça para tecido plano sugeridos
por Niepceron (2016) e Armstrong (2010), deixando evidente uma curva de gancho menor
para tecidos com elastano. Após a realização dos ajustes necessários, o primeiro protótipo
vestiu de forma anatômica, conforme a Figura 10.
26
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
elastano). Verificou-se que este tecido, assim como o primeiro possui baixa elasticidade e o
resultado do protótipo é apresentado na Figura 11.
A figura mostra que o segundo protótipo não necessita de ajustes, o que comprova a
eficiência dos ajustes da primeira prototipagem transferidos para a modelagem. O terceiro
protótipo foi realizado em tecido summerflex (98% algodão e 2% elastano) a fim de verificar
como os ajustes da modelagem se comportariam em um tecido com outro percentual de
elasticidade. Apesar do percentual de elastano da composição do tecido ser menor (2%) do
que o dos tecidos utilizados anteriormente (3%), aparentemente possui maior elasticidade. A
Figura 12 apresenta o resultado do terceiro protótipo e os ajustes necessários.
27
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
28
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
29
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
Analisando as medidas do Quadro 5, nota-se que a coxa alta da base de tecido plano
ficou maior no molde (57 cm) do que a medida da modelo (52 cm), resultando numa enorme
folga nessa região. No entanto, após o ajuste na região do gancho, verificou-se que a medida
da coxa alta ficou exatamente igual a da modelo. Além disso, o Quadro 5 mostra que do
tecido sem elastano para o tecido 1 com 3% de elastano a redução de medidas não é
proporcional, visto que na cintura e no quadril a redução foi de 6 cm e nas demais partes a
redução foi menor. O tecido 2 comprovou ter a mesma elasticidade do tecido 1 e o tecido 3,
embora tenha um percentual menor de elastano, possui maior elasticidade necessitando de um
ajuste maior na região entre cintura e quadril.
Para exemplificar o ocorrido acima, ou seja, que um tecido com menor percentual de
elastano pode ter mais elasticidade que aquele que possui um percentual maior, apresenta-se a
Figura 14, que traz alguns tecidos produzidos pela empresa Santista e informações de
percentual de elastano e o máximo de elasticidade.
A Figura 14, que apresenta imagens disponíveis no site da Santista, mostra que tecidos
com o mesmo percentual de elastano (2%), possuem índices de elasticidade diferentes (Strech
máximo = 39% e 31%). Já os que possuem menos elastano em sua composição (1%)
possuem índice de elasticidade maior (Strech máximo = 35%). Isto comprova que a
elasticidade do tecido não depende apenas do percentual de elastano de sua composição, mas
principalmente da estrutura do tecido, já que tecidos de menor percentual de elastano podem
ter um índice de elasticidade maior. Os tecidos de maior gramatura permitem maior
elasticidade.
Comparando os resultados com as informações que a literatura traz sobre cálculo de
redução, concluiu-se que o tecido 1 utilizado para a primeira prototipagem, assim como o
tecido 2 (segundo protótipo), possuem um percentual de redução de 20%, que descontado das
medidas do molde, ficaria muito menor do que o molde ajustado no corpo da modelo de prova
(como mostra o Quadro 6), não se aplicando a esta modelagem. Considerando que no método
de medição sugerido por Santana (2014) e Textile Industry (2015), a medida atingiu 12 cm, o
tecido possui baixa elasticidade, nesse caso, é sugerido utilizar a tabela de medidas para
tecido plano, porém foi comprovado pelo primeiro protótipo que a peça necessita de ajustes
para se tornar anatômica.
Utilizando a outra técnica de Santana (2014) que sugere a multiplicação da medida por
0,9 no caso de tecidos com média elasticidade e por 0,95 quando o tecido tiver pouca
elasticidade, chegou-se bem próximo às medidas da peça ajustada. O Quadro 6 apresenta a
comparação entre as medidas do molde inicial, da calça ajustada no corpo, aplicando a
redução de 20% bem como as medidas utilizadas para tecido de baixa e média elasticidade
aplicando os fatores de multiplicação (0,95 e 0,9) às medidas do molde original.
Percebe-se que multiplicando as medidas do molde inicial por 0,95 que é o fator de
multiplicação para o tecido de baixa elasticidade, as medidas de cintura, quadril e coxa alta
ainda necessitariam de ajustes, por isso, realizou-se o cálculo multiplicando por 0,9 para
tecidos com média elasticidade (que é o caso do tecido 3 utilizado no terceiro protótipo) e
verificou-se que a maioria das medidas ficariam pequenas demais, ou seja, o fator de
multiplicação 0,9 não se aplica neste caso.
Portanto, mesmo o tecido sendo de elasticidade média, sugere-se a multiplicação das
medidas por 0,95 (baixa elasticidade) para o traçado da modelagem, já que, o Quadro 6
apresentado anteriormente, mostra que o resultado chegaria muito próximo às medidas da
peça já ajustada, necessitando apenas de pequenos ajustes na cintura, quadril e coxa alta para
que a peça seja realmente anatômica. Assim, caso seja necessário algum ajuste, que
provavelmente será mínimo, que este seja feito no corpo da modelo.
Após a realização dos experimentos, chegou-se ao molde base de calça para tecido
com baixa/média elasticidade, a partir do qual, foi desenvolvida a modelagem de uma calça
modelo jeans reta. Em seguida, a calça jeans foi confeccionada a partir desta modelagem
utilizando o mesmo tecido do terceiro protótipo (summerflex: 98% algodão e 2% elastano) em
função deste, possuir maior elasticidade. A calça foi cortada e costurada e a vestibilidade é
apresentada na Figura 15, juntamente com a modelagem.
Como resultado obteve-se uma calça modelo jeans, que não necessitou de ajustes no
momento da prova, o que comprovou que a base traçada estava correta. Portanto, espera-se
com este estudo, contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos dos cursos de moda e
demais interessados por modelagem e costura, bem como, dos futuros modelistas e os que já
atuam na profissão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
realizados em três tecidos com maior e menor percentual de elastano, percebeu-se que tecidos
de composições distintas com o mesmo percentual de elastano podem ter elasticidades
diferentes, assim como os que possuem menos elastano podem possuir maior elasticidade
devido a sua estrutura, portanto, necessitando de maiores ajustes. Assim, para executar base
de calça em tecidos com elastano confirma-se a hipótese de que o ajuste deve ser maior na
região do quadril. Ou seja, a modelagem para tecidos com elastano não necessita de curvas
tão acentuadas quanto a modelagem plana. Diante disso, o objetivo geral deste estudo, ou
seja, verificar as alterações de modelagem necessárias para se confeccionar uma base de calça
em tecido com elastano, partindo de uma base de tecido plano foi contemplado.
Portanto, fica como sugestão para futuros estudos a realização de mais testes com
maior percentual de redução, já que muitas empresas utilizam o jeans com maior elasticidade
a fim de que seja possível atingir uma maior variedade de biótipos. Dos quatro autores
utilizados, três deles sugerem as mesmas medidas de cintura, quadril e altura de quadril,
variando as demais medidas como comprimento de calça e altura de gancho justamente em
função da variedade de corpos. Com base nos experimentos constatou-se a importância dos
protótipos e da prova na modelo para a visualização de vestibilidade e caimento da peça, bem
como a identificação de ajustes e alterações que forem necessárias.
De acordo com as bibliografias encontradas sobre modelagem para tecidos com
elasticidade, o percentual de redução de cada tecido deve ser identificado e descontado das
medidas do molde para que a peça fique anatômica, porém a maioria menciona tecidos com
alta elasticidade. Em função de não haver nenhum trabalho desenvolvido para tecidos de
média e baixa elasticidade, optou-se por realizar esta modelagem através de um processo
inverso, ou seja, ao invés de descontar o percentual de elasticidade do tecido das medidas do
molde para traçar a base, traçá-la com as medidas do corpo, ajustar o protótipo no corpo da
modelo e calcular a elasticidade para chegar próximo às medidas da modelagem já ajustada.
Analisando estas medidas, verificou-se que para tecidos de baixa e média elasticidade, ao
multiplicar as medidas de largura por 0,95 chega-se próximo às medidas obtidas com o ajuste.
Tendo em vista tudo o que foi mencionado, conclui-se que para traçar uma base de
calça anatômica para tecido com elastano são possíveis as duas formas, tanto traçar a base
anatômica para tecido plano e confeccioná-la em tecido com elastano fazendo os ajustes no
corpo da modelo quanto multiplicar as medidas de circunferência do corpo ou do molde
anatômico de tecido plano por 0,95 para tecidos de baixa e média elasticidade. Esta segunda
opção resulta em menos ajustes na peça final, conforme mostraram os experimentos.
34
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
REFERÊNCIAS
ALDRICH, Winifred. Modelagem Plana para Moda Feminina. 5ª edição. Porto Alegre:
Bookman, 2014.
ARMSTRONG, Helen Joseph. Patternmaking for Fashion Design. The Fashioon Center,
Los Angeles Trade-Technical College, 2010, 5ª Edição.
CAVALHEIRO, Rosa Marly; SILVA, Rosa Lúcia de Almeida. Moldes Femininos: Noções
básicas. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2004.
FLÜGEL, J. C. A Psicologia das Roupas. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1966.
FULCO, Paulo de Tarso; SILVA, Rosa Lúcia de Almeida. Modelagem plana feminina. Rio
de Janeiro, Ed. SENAC Nacional, 2008.
FULCO, Paulo; SILVA, Rosa Lúcia de Almeida. Modelagem plana feminina. Rio de
Janeiro, Ed. SENAC Nacional, 2003.
35
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
36
ESPECIALIZAÇÃO EM MODELAGEM DO VESTUÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso
SCHMID, Érika. Marketing de Varejo de Moda: uma ênfase em médias empresas. Rio de
Janeiro, RJ: Qualitymark, 2004.
37