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Aula Extra 04
1322357
Sumário
Introdução ......................................................................................................................................................................... 3
1. Questões Discursivas de Direito Administrativo ............................................................................................................ 4
2. Respostas das Questões Discursivas de Direito Administrativo .................................................................................... 7
3. Considerações Finais ................................................................................................................................................... 20
INTRODUÇÃO
Prezado! No intuito de colaborar com a sua formação e preparação para o seu concurso, apresento
aqui as respostas completas de cada uma das questões discursivas feitas como provocação no
início da aula teórica de Poderes Administrativos!
Como você bem sabe, para alcançar uma vaga nos principais certames de carreiras jurídicas do país,
você terá que superar, além da prova objetiva (preambular), algumas fases posteriores que incluem
questões discursivas, peças processuais e arguição oral.
Nessa linha que, com intuito colaborativo, apresento aqui esse material.
Espero que lhe seja realmente útil e agregue valor a sua formação.
Lembre-se que, havendo qualquer dificuldade na compreensão da teoria ou na
resolução das questões discursivas ou objetivas, você pode contar comigo por meio
do Fórum de Dúvidas!
Estarei à disposição para superar qualquer dificuldade no aprendizado da nossa
disciplina.
Repito: conte comigo como um parceiro nessa sua caminhada!
Por fim, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você
siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você
também poderá seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias
de eventos do Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar
questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação!
Tudo isso para que você esteja cada dia mais próximo de vencer esse desafio e ver seu nome no
Diário Oficial!
Que Deus o ilumine nos estudos e que você, em breve, alcance o seu objetivo!!!
Cordial abraço
Wagner Damazio
1. (Wagner Damazio)
O que são e quais são os poderes da administração?
2. (Wagner Damazio)
Os poderes administrativos são irrenunciáveis?
3. (Wagner Damazio)
O agente público tem o poder ou o dever de agir?
4. (Wagner Damazio)
Quais são as espécies do gênero abuso de poder?
5. (Wagner Damazio)
É certo afirmar que o caso Lesbats, de 1864, julgado pelo Conselho de Estado na França foi o
marco da teoria do abuso de poder?
6. (Wagner Damazio)
O excesso de poder está relacionado à finalidade e o desvio de poder à competência?
7. (Wagner Damazio)
O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar?
8. (Wagner Damazio)
O que é o princípio da juridicidade? Ele amplia ou mitiga a discricionariedade/vinculação?
9. (Wagner Damazio)
A expressão do poder hierárquico se aplica entre ente da Administração Pública direta e
entidade da Administração Pública indireta?
1. (Wagner Damazio)
O que são e quais são os poderes da administração?
Resposta
Os poderes administrativos, também denominados pelo Professor Hely Lopes Meirelles como
poderes instrumentais, são os instrumentos de que dispõem os agentes públicos para o
exercício de suas atividades legalmente estabelecidas, tudo no interesse da coletividade.
Ressalte-se, contudo, que essas prerrogativas não são pessoais, mas funcionais, posto que, em
geral, são atribuídas aos cargos, empregos ou funções públicas. A cada agente público é
outorgada uma parcela do Poder do Estado, em sentido amplo, para que, nos limites da lei,
executem em prol da coletividade as atividades em concreto, em função de serem titulares de
funções administrativas.
Esquematizando, os poderes da administração são os seguintes:
Poder Discricionário/Vinculado
Poder Hierárquico
Poder de Polícia
2. (Wagner Damazio)
Os poderes administrativos são irrenunciáveis?
Resposta
Não há a possibilidade de o agente público renunciar ao dever a ele imposto. Enquanto
titularizar a função administrativa para a qual a legislação previu determinadas prerrogativas,
estas devem ser exercidas e são irrenunciáveis.
O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que:
(...) os poderes administrativos são outorgados aos agentes do Poder Público para lhes permitir
atuação voltada aos interesses da coletividade. Sendo assim, deles emanam duas ordens de
consequência:
1ª) são eles irrenunciáveis; e ==142d75==
3. (Wagner Damazio)
O agente público tem o poder ou o dever de agir?
Resposta
Diz-se que o agente público tem o poder-dever em agir.
Ao mesmo tempo em que é titular de uma prerrogativa, também nasce para o agente público
o dever de exercê-la e sem desbordar dos limites de atuação fixados por lei para o cargo,
emprego ou função. O não exercício do dever caracterizará uma omissão. Já o exercício que
ultrapasse os limites da lei caracterizará o abuso de poder.
Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles:
Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma
obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da
comunidade. É que o Direito Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar.
4. (Wagner Damazio)
Quais são as espécies do gênero abuso de poder?
Resposta
São o excesso de poder e o desvio de finalidade:
- Excesso de poder: A figura do excesso de poder está relacionada à competência para a prática
do ato administrativo e ocorrerá quando o agente público, embora detentor inicial da
prerrogativa para a realização do ato, agir desbordando os limites de sua competência,
invadindo, portanto, área para a qual ele não possui a prerrogativa.
5. (Wagner Damazio)
É certo afirmar que o caso Lesbats, de 1864, julgado pelo Conselho de Estado na França foi o
marco da teoria do abuso de poder?
Resposta
Sim. Na obra do professor Hely Lopes Meirelles aduz-se que a origem da teoria do abuso de
poder se deu na França com o julgamento pelo Conselho de Estado do caso Lesbats em 1864.
Nesse julgamento o Conselho de Estado reconheceu o abuso de poder do Prefeito de
Fontainebleau, que proibiu uma das empresas de ônibus de transporte de passageiros de
entrar e estacionar seus veículos no pátio da estação ferroviária. Isso porque a lei não
autorizava que ele assim procedesse, mas apenas permitia que se regulasse o estacionamento
de ônibus em frente à estação rodoviária. Além disso, o Conselho de Estado declarou não ser
legítima a discriminação entre as transportadoras de passageiros concedendo autorizações
para umas e não para outras, de modo a evitar privilégios e direcionamento de benefícios a
empresas determinadas.
6. (Wagner Damazio)
O excesso de poder está relacionado à finalidade e o desvio de poder à competência?
Resposta
Não. A figura do excesso de poder está relacionada à competência para a prática do ato
administrativo e ocorrerá quando o agente público, embora detentor inicial da prerrogativa
para a realização do ato, agir desbordando os limites de sua competência, invadindo, portanto,
área para a qual ele não possui a prerrogativa. Já a figura do desvio de finalidade, também
denominado desvio de poder, surge quando a autoridade administrativa realiza ou deixa de
realizar um ato para o qual é competente, mas desvirtuando os fins a que a norma almeja ou
mesmo se utilizando de motivos outros que não aqueles que mereceriam o ato omisso ou
comisso.
7. (Wagner Damazio)
O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar?
Resposta
Exatamente. O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado atua
contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato transgressor ao controle jurisdicional, mas
viabiliza, até mesmo, tal a gravidade desse comportamento governamental, o exercício, pelo
Congresso Nacional, da competência extraordinária que lhe confere o art. 49, V, da
Constituição da República e que lhe permite "sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar.
8. (Wagner Damazio)
O que é o princípio da juridicidade? Ele amplia ou mitiga a discricionariedade/vinculação?
Resposta
A doutrina e a jurisprudência têm denominado mais recentemente de princípio de juridicidade
a necessidade de observância por parte do agente público ao cumprimento da lei e do direito
(conjunto amplo de normas que disciplina o direito administrativo, seja do altiplano
constitucional às normas infraregulamentares), que acarreta uma ampliação do princípio da
legalidade com consequente mitigação das margens de discricionariedade.
9. (Wagner Damazio)
A expressão do poder hierárquico se aplica entre ente da Administração Pública direta e
entidade da Administração Pública indireta?
Resposta
Não. as entidades da Administração Pública Indireta não são subordinadas aos entes da
Administração Pública Direta, mas sim estão a eles vinculados em função do controle finalístico
ou pela supervisão ministerial.
Assim, a título de exemplo, ao se incluir a Fundação Nacional do Índio FUNAI no organograma
do Ministério da Justiça, indica-se a vinculação da aludida Fundação com o Ministério, mas não
pelo poder hierárquico e sim pelo exercício de atribuições que por competência cabe ao
Ministério o controle finalístico.
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➢ à à à à à à à à à à à à à à
➢ à à à à à à à à à à à à à à
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A prerrogativa de dar ordens é corolário direto da estrutura hierarquizada com fixação de
responsabilidades para cada função administrativa.
As prerrogativas de avocar e delegar de que o superior hierárquico em regra dispõe, devem ser
utilizadas com o fim de melhor atender ao interesse público, seja por razões técnicas, sociais,
econômicas, jurídicas ou territoriais.
A delegação e a avocação são institutos utilizados para que se permita que outro agente que
não o titular ordinário de determinada competência execute a atividade.
Na avocação, o superior hierárquico assume atribuição que ordinariamente é estabelecida
para a função exercida por um de seus subordinados. De acordo com a o art. 15 da já citada
Lei nº 9.784, de 1999, a avocação deve ser utilizada em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, bem como em caráter temporário.
Na delegação, que só pode ocorrer quando não houver impedimento legal, a competência de
um órgão pode ser delegada a outro órgão a ele subordinado ou não.
Ou seja, enquanto na avocação a autoridade atrai a competência, na delegação ela distribui
competência que inicialmente cabia a si em razão da função administrativa por ela exercida.
Exemplo:
a) suponha que o Ministro da Justiça tenha delegado ao seu Chefe de Gabinete (Assessor direto
do Ministro) as atribuições relativas a gestão de recursos humanos (período de concessão de
férias, cessões de servidores, demais licenças e afastamentos, entre outros). Pode o Chefe de
Gabinete subdelegar essas atribuições ao Diretor do Departamento de Pessoal do Ministério?
Não pode, exceto se expressamente autorizado pelo próprio Ministro da Justiça (autoridade
delegante).
b) no livro do professor Hely Lopes Meirelles também há os seguintes exemplos como vedados
à delegação:
b.1) delegação de um Poder do Estado para outro: do Poder Executivo para o Judiciário ou
Legislativo, entre outras combinações;
b.2) delegação do Poder de Tributar: não pode a União delegar sua competência tributária ao
Estado, Distrito Federal ou para algum dos Municípios;
b.3) delegação de sanção ou veto de lei: não pode o Presidente, Governador ou Prefeito
delegar a um Ministro ou Secretário a competência para sanção ou veto de lei.
Resposta
Não. Nesse caso, a administração deveria anular os atos. Lembre-se que revogação é para atos
inconvenientes e inoportunos, conquanto a anulação aplica-se aos atos ilegais. Observem a
súmula 473 do STF:
Súmula 473:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
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Ressalte-se que, em que pese a CRFB tratar apenas da figura do Chefe do Poder Executivo
Federal, aplica-se por simetria aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, bem como
aos Prefeitos.
Frise-se, entretanto, que o poder regulamentar ou normativo em geral não autoriza que
sejam produzidas disposições que maculem a reserva de lei. Isto é, não se pode, a pretexto
do exercício do poder regulamentar, produzir normativo infralegal que inove materialmente e
discipline matéria não prevista em lei e que exige este tipo de ato normativo. Ou seja, o decreto
regulamentador disciplina a lei para sua fiel execução, não podendo ser contra legem ou ultra
legem. De igual modo as normas infraregulamentares.
Inclusive, a CRFB em seu art. 49, inciso V, fixou como competência exclusiva do Congresso
Nacional a possibilidade de sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Contudo, o texto originário da Constituição de 1988 não manteve esse dispositivo, e incluiu
entre as competências privativas do Presidente da República dispor sobre a organização e o
funcionamento da administração federal, na forma da lei. Veja o teor original do inciso VI do
art. 84:
Ocorre que o aludido texto foi alterado pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001. Desta
forma, o art. 84, inciso VI, da CRFB passou a assim dispor:
Perceba, portanto, que o texto original autorizava o Presidente da República a dispor sobre a
organização e o funcionamento da Administração Pública Federal, na forma da lei.
Ou seja, o aludido dispositivo autorizava apenas a figura do decreto regulamentador, também
denominado decreto de execução.
Com a mudança promovida pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, o texto constitucional
passou a prever que o Presidente da República tem competência privativa para dispor, por
meio de decreto, sobre a organização e o funcionamento da Administração Pública Federal,
desde que não implique em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Diante deste quadro, dividiu-se a doutrina quanto à existência ou não no ordenamento
brasileiro do decreto autônomo.
Antes da alteração do texto da CRFB pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, o professor
José dos Santos Carvalho Filho indicou que Hely Lopes Meirelles, Diogo de Figueiredo Moreira
Neto e Sérgio de Andréa Ferreira adotaram a posição de que sim, é compatível com o
ordenamento jurídico a figura do decreto autônomo. De outro lado, o próprio José dos Santos
Carvalho Filho, José Cretella Júnior, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Diógenes Gasparini e Celso
Ribeiro de Bastos se posicionaram como não havendo compatibilidade do decreto autônomo
com o ordenamento jurídico brasileiro.
Já após a Emenda Constitucional nº 32, de 2001, aqueles que já propugnavam pela
possibilidade do decreto autônomo reforçaram este posicionamento e, ao menos a professora
Maria Sylvia, passou a admitir a sua existência, ainda que de forma limitada.
discricionariedade
autoexecutoriedade
Atributos do Poder de
Polícia:
coercibilidade
indelegabilidade
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caríssimo, espero que essa bateria de questões discursivas tenha agregado valor à sua
aprendizagem!
A minha preocupação maior é ser um colaborador para sua aprovação!
Para isso, além das aulas teóricas e resoluções de questões de concursos anteriores, procuro
preparar essas questões discursivas.
Tenho recebido retorno muito positivo de aprovados em concursos anteriores no sentido de que
essa abordagem colaborou de modo fundamental para que eles pudessem alcançar a aprovação.
Então aproveite ao máximo, faça e refaça as questões.
Lembre-se que estou à sua disposição no Fórum de Dúvidas.
Deixe lá suas sugestões, comentários e críticas.
Conte comigo nessa sua caminhada!!!
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questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação!
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Wagner Damazio