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Ficha de Leitura
Jogos No Ensino De Matemática
O Jogo no Ensino
Conceito de Jogos
Na atualidade sem se falado muito sobre o uso dos jogos como um dos meios de ensino do
processo de aprendizagem.
No que concerne a definição dos jogos, não existe uma definição consensual, ou seja, existem
varias definições de jogos onde cada autor definiu tendo em conta a sua área de estudos. Das
múltiplas definições dos jogos podemos destacar as seguintes definições:
Para esse autor o jogo é uma actividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de determinados
limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente
obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de
alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana
Esse autor destaca que embora o jogo seja visto como uma actividade lúdica ela não deixa de ter
regras para a sua realização, ou seja deve haver uma seriedade no jogo de modo que não seja
uma simples brincadeira.
Desde muito cedo os teóricos destacaram a importância dos jogos no desenvolvimento das
crianças. As teorias envolvidas têm pontos de vistas diferentes quer no conteúdo dos jogos quer
na aplicabilidade dos jogos.
Na teoria de homo Ludens de Huizinga (1971) O ser humano é lúdico por natureza. Aprendemos
as coisas brincando, jogando, desde crianças. O jogo é visto como estando na origem do
pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de
transformar o mundo.
Olhando as teorias propriamente ditas destacam-se teorias clássicas, teorias psicológicas e teorias
do desenvolvimento cognitivo.
Das teorias clássicas destacam se:
A teoria de Mc Dougall: que defende que o jogo existe pela necessidade de satisfazer o
instinto da rivalidade.
Teoria de schiller: segundo essa teoria a criança tem muita vitalidade e não tem
actividades serias, os jogos seriam usados para equilibrar energias acumuladas.
No campo das teorias psicológicas descataca-se as correntes afactivas de Freud, Erckson e
Winnicott e as teorias do desenvolvimento cognitivo de Piaget e Vygotsky.
Freud: Usou jogo no processo de cura de crianças. O autor obervou que apartir dos
brinquedos a criança cria seu próprio mundo, cria as suas emoções;
Erickson: O jogo é uma função do ego, uma tentativa no sentido de sincronizar os
processos corporais e sociais A criança manifesta uma capacidade de generalização e
diferenciação entre os deveres, as regras e suas origens;
Piaget: os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois
a partir da livre manipulação de situações variadas, ela passa a reconstruir objectos,
reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa.
Vygotsky: estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe
uma grande importância. A principal ideia da sua teoria do desenvolvimento cognitivo é
que este resulta da interacção entre a criança e as pessoas com quem mantém contactos
regulares
Classificação dos Jogos
a classificação dos jogos é muito ampla assim como a sua definição, durante muito tempo vairos
autores classificaram os jogos da sua maneira e tendo em conta o contexto em que estam
aplicados.
Jean-Piaget classificou os jogos baseando-se numa evolucacao sistematizada, estruturando em
três classes:
Exercícios senso-motor: consiste na repetição de gestos e movimentos simples, natural
nos primeiros meses de vida. A sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento.
Jogo de símbolos: consiste no uso da imaginação e da imitação, e dá-se por volta dos 2
até os 6 manos de idade.
Jogo de regras: são jogos de combinações sensório-motoras ou intelectuais em
que há competição regulamentada por códigos ou acordo momentâneo.
Tendo em conta os estudos feitos por Grando (1995) sobre os jogos e o ensino de matemática,
podemos ter a seguinte classificação:
Jogos de Azar: São aqueles que dependem apenas da “sorte” para se vencer o jogo. O
jogador não tem como interferir ou alterar a solução. Ele depende das probabilidades para
vencer. (lançamento de dados, par ou impar, casinos);
Jogos quebra-cabeças - são aqueles em que o jogador, na maioria das vezes, joga
sozinho e a sua solução ainda é desconhecida para ele.(quebra cabecas, enigmias)
Jogos de estratégia (e/ou jogos de construção de conceitos) – são aqueles que dependem
única e exclusivamente do jogador para vencer. (xadres, damas)
Jogos de fixação de conceitos – são aqueles cujo objectivo está fixar conceitos;
Jogos pedagógicos – são aqueles que possuem o seu valor pedagógico, ou seja, que
podem ser utilizados durante o processo ensino-aprendizagem. Jogos computacionais –
são os que são projectados e executados no ambiente computacional.
Fases do jogo
Grando (2004) considera que o professor deve respeitar sete “momentos de jogo”
Momento: Familiarização dos alunos com o material do jogo: É o momento em que os
alunos entram em contacto com o material do jogo, identificando objectos já conhecidos;
Momento: Reconhecimento das regras No segundo momento os alunos devem
reconhecer as regras do jogo e estas podem ser expostas de maneiras diferentes;
Momento: O “jogo pelo jogo” – jogar para garantir regras: é o momento do jogo
espontâneo, possibilita ao aluno jogar para garantir a assimilação das regras;
Momento: Registo do jogo: Registar os pontos, os procedimentos e os cálculos utilizados
é uma maneira para sistematizar e formalizar por meio da linguagem matemática;
Momento: Intervenção escrita: Este é o momento da problematização das situações de
jogo;
Momento: Jogar com competência Neste momento o aluno retoma à situações de jogo e
executa estratégias definidas e analisadas durante a resolução de problemas.
Bibliografia
MOTA, Paula Cristina Leite de Moura. Jogos no Ensino de Matemática. Dissertação para a
obtenção de grau de Mestre em Matemática/Educação pela Universidade Portucalense Infante D.
Henrique. 2009