Você está na página 1de 12

EXAME

MÓDULO 6
RESUMOS 11º ANO HISTÓRIA

A expansão da Revolução Industrial no século XIX:

Iniciada no fim do século XVIII, em Inglaterra, a Revolução Industrial expandiu-se pela


Europa no decurso da centúria seguinte, transformando profundamente as antigas formas
de produção.

Vantagens da ligação ciência/ técnica/ empresa

A ligação estreita entre a ciência e a técnica acelera a inovação tecnológica, já que


gera “progressos cumulativos”, isto é, as descobertas da ciência dão origem a novas
máquinas e produtos que, por sua vez, suscitam novas investigações científicas. As
grandes empresas investem somas elevadas na pesquisa de produtos
revolucionários, financiando e desenvolvendo a investigação científica, uma vez que
a investigação é muitas vezes patrocinada pelas grandes empresas com um produto
revolucionário que lhes proporcione lucros avultados.

Fatores que conduzem à concentração empresarial

A evolução tecnológica exige equipamentos caros, um apoio técnico especializado


e grandes investimentos de capital. A capacidade de inovação das grandes empresas,
ligadas à pesquisa científica são aptas a desenvolver novos produtos e vencer a
concorrência.
Também, as crises do capitalismo que, recorrentes, favorecem as empresas mais
fortes, capazes de resistir à quebra do consumo, enquanto as empresas mais débeis
abrem falência ou são absorvidas pelas firmas mais poderosas.

Formas de organização do trabalho

O desenvolvimento da grande empresa deu origem a uma nova organização do


trabalho, que foi racionalizado, com vista a uma maior produtividade (taylorismo). Assim,
reforçou-se a estandardização dos produtos, com vista a uma produção em massa, dividiu-
se o trabalho em pequenas tarefas elementares, encadeadas, a fim de assegurar maior
rapidez de execução.

1
Introduziram-se mecanismos que levavam as peças até aos operários, de forma a
evitar perdas de tempo com a movimentação dos trabalhadores e impôs-se, por força
da linha de montagem, um ritmo constante e acelerado de produção.

Reação às condições de vida e de trabalho do operariado no século XIX:

A Revolução Industrial provocou alterações avultadas na situação dos operários


sujeitos à concorrência das máquinas, à desvalorização do trabalho manual e a
degradantes condições de vida e de trabalho.

Condições de vida e de trabalho do operariado

 Habitações insalubres e, frequentemente, sobrelotadas;

 Alimentação insuficiente e desequilibrada;

 Doenças OU alcoolismo OU prostituição OU delinquência OU criminalidade;

 Longos horários de trabalho e esgotamento físico;

 Acidentes de trabalho;

 Trabalho e salário precários;

 Exploração da mão-de-obra feminina e infantil.

Propostas de transformação revolucionária da sociedade

- O socialismo utópico de Saint-Simon, Fourier, Louis Blanc, entre outros, que


recorria às cooperativas de produção e de consumo.
- O socialismo utópico de Proudhon, que abolia a propriedade privada e o Estado.
- O socialismo marxista, de Marx e Engels, que advogava a luta de classes e a
ditadura do proletariado que conduziria ao comunismo.

Formas adotadas pelo movimento operário

 Destruição das máquinas OU ludismo;

2
 Associativismo;

 Sindicalismo;

 Greves;

 Manifestações.

As classes médias, um grupo paradigmático da sociedade burguesa:

As classes médias como um mundo heterogéneo de trabalhadores, sem


contacto direto com o trabalho manual, que se situavam, na hierarquia social, entre a
alta burguesia e o proletariado.

Composição das classes médias

As profissões dos membros das classes médias era relacionada com a proliferação
do terciário e com a expansão urbana incrementadas a partir da segunda metade do
século XIX. Compostos por:

 Pequenos empresários agrícolas, da indústria, do comércio;

 Profissionais liberais (advogados, médicos, engenheiros, notários, intelectuais,


artistas);

 Funcionalismo (empregados de escritório, professores, polícias).

As classes médias e a mobilidade social burguesa

A mobilidade social era dependente do comércio OU dos serviços, do trabalho,


do saber científico OU da instrução pública. Muitos banqueiros e chefes de
estado ascendiam ao topo da sociedade.

Mentalidade e valores das classes médias

 Conservadoras;

3
 Gosto pelo trabalho, pelo estudo;

 Valorização da poupança;

 Valorização da família como fonte de virtudes;

 Imitação de padrões de vida da alta burguesia OU apreço por pequenos luxos,


como as férias na praia.

O imperialismo europeu nas últimas décadas do século XIX e inícios do


século XX:

Desde as últimas décadas do século XIX, as potências europeias intensificaram


o seu domínio político, militar, económico e cultural sobre vastas regiões. O fenómeno
ficou conhecido por imperialismo/colonialismo.

Potências imperialistas e zonas alvo do imperialismo

 Grã-Bretanha, França, Alemanha, Bélgica, Portugal e Espanha;

 Instalação de colónias, protetorados (apoios dados por uma nação a outra


menos poderosa) e explorações na África, na Ásia e na América Latina;

 A Conferência de Berlim (1884-1885) que estabeleceu a partilha do continente


africano/ partição e divisão territorial de África.

Motivações do imperialismo

 Motivos económicos;

 Motivos demográficos;

 Motivos nacionalistas OU racistas;

4
Consequências do imperialismo

 Rivalidades imperialistas;

 Corrida aos armamentos;

 Tensão internacional OU clima de “paz armada”;

ORIGINA-SE UMA...

Nova fase de expansão europeia na segunda metade do


século XIX.

Princípios em que se baseia o nacionalismo europeu

 Identidade nacional definida pela comunhão de raça, língua, história e tradições


culturais comuns;

 Princípio liberal das nacionalidades: “a cada povo corresponde uma Nação, a cada
Nação deve corresponder um Estado autónomo”;

 Princípio da ocupação efetiva de territórios coloniais, estabelecido na Conferência


de Berlim (1884 -1885), em detrimento dos direitos de posse históricos;

 Orgulho e superioridade das potências europeias relativamente a outras dos


continentes europeu, africano e asiático;

 Superioridade económica da Europa relativamente a África ou à Ásia como


legitimação do domínio político;

 Frequentes movimentos nacionalistas no Império Austro-Húngaro devido ao


predomínio cultural e político dos alemães;

 Movimento de unificação nacional na Itália, que conduziu à formação do Estado


italiano, em 1861 OU na Alemanha, que conduziu à formação do Império Alemão, em
1871.

5
Expansão geográfica do imperialismo europeu

 Política de germanização para com as minorias polaca, dinamarquesa e alsaciana;

 Política de opressão dos eslavos, povos bálticos, dos turcos por parte do Império
Russo;

 Política de submissão das nacionalidades, por parte do Império Austro-Húngaro,


sobre, romenos, checos, eslovacos, eslovenos, sérvios e croatas;

 Conquistas OU ocupação de novos territórios para afirmação do domínio europeu


sobre o mundo;

 Colonialismo em África e Ásia OU domínio alemão no Sudeste africano, segundo as


condições definidas na Conferência de Berlim;

 Expansão do imperialismo britânico e do imperialismo alemão à América do Sul.

As rivalidades coloniais entre as potências europeias

Disputa de territórios coloniais entre as velhas potências coloniais, como a Grã-


Bretanha e a França, juntaram-se a Bélgica, a Alemanha, a Itália e a Rússia, ocorriam
rivalidades de ordem económica pela posse de novos territórios fornecedores de
matérias-primas e de consumidores da produção industrial. Ocorreram rivalidades de
ordem política com o domínio da Alemanha no Sudeste africano, que impediu a Grã-
-Bretanha de construir um império em África. Imposição das técnicas, ciência,
instrução, dos ocidentais às populações tidas como “primitivas”.

A crise económico-financeira de Portugal em finais do século XIX:

O fomento económico da Regeneração não foi suficiente para impedir a grave


crise económico-financeira de 1890-1892, que conduziu o país à bancarrota.

Situação de crise

O défice comercial era resultante da elevada importação de géneros agrícolas,


de matérias-primas e artigos industriais, mais competitivos que os nacionais. O
crescimento da dívida pública, resultante dos elevados empréstimos contraídos,
6
no país e no estrangeiro leva ao défice orçamental, resultante da diminuição das
receitas e do aumento das despesas públicas.

Antecedentes da crise

A política livre-cambista adotada pela Regeneração nos anos 50 do século XIX


era responsável pela especialização da agricultura em géneros específicos (vinhos,
laranjas, gado, bichos-da-seda) e pelas facilidades de entrada dos cereais, matérias-
primas e artigos industriais estrangeiros. Todavia, existia a dependência do capital
estrangeiro, através de investimentos diretos e de empréstimos, para financiar a
política de Obras Públicas e o fomento agrícola e industrial.
A falta de competitividade industrial (predomínio de unidades de pequena
indústria, falta de matérias-primas, deficiente preparação dos recursos humanos) fez
com que diminuísse as remessas dos emigrantes brasileiros na década de 80, que
ajudavam a equilibrar o orçamento.

Saída para a crise

A adoção de uma nova pauta, de cariz protecionista, em 1892 servia para


defender a agricultura e a indústria da concorrência estrangeira.
Promoveu-se o desenvolvimento do comércio com as colónias, para colocação
da produção metropolitana com a criação de companhias industriais, que
concentravam outras empresas e onde predominava o capital financeiro, dotadas de
maiores condições de competitividade.

Da crise do rotativismo à primeira revolta republicana:

O país sofreu um atraso económico, apesar da política económica da


Regeneração, e à ineficácia do sistema rotativista.

Fatores que contribuíram para o desgaste do sistema monárquico

 Desgaste da classe política portuguesa, vista como incompetente sujeita a


interesses pessoais, que se sobrepunham ao interesse nacional;

 Atraso económico e miséria das populações. A debilidade económica do país


traduzia-se na saída de um grande contingente de emigrantes, que abandonava

7
sobretudo as zonas rurais, e na miséria que sofria o operariado das cidades, mal
alojado e mal nutrido;

 Cedência ao Ultimato Inglês de 1890, que destruiu o sonho de Portugal de unir


os territórios de Angola e Moçambique, que fizesse justiça às glórias da época
das Descobertas;

 Crescimento do Partido Republicano, por natureza antimonárquico. Este partido


soube chamar a tenção para a ineficácia do sistema rotativista, fazendo recair
sobre o rei a corrupção dos governos. A uma monarquia “sem apoio moral”,
através da mudança de sistema político, isto é, da proclamação da República;

 Impacto da primeira revolta republicana, no Porto, em 31 de janeiro de 1891.


Esta revolta armada, conduzida pelas baixas patentes do exército, acabou por
fracassar, mas agudizou o fim a que tinham chegado as instituições monárquicas
.

Relação entre o Ultimato e a revolta do 31 de Janeiro

A cedência do Governo monárquico ao Ultimato Inglês feriu fortemente o


orgulho nacional. A Inglaterra que se agiganta sobre a África, desferindo o
Ultimato, fez com que a população se desdobra-se em manifestações violentas
contra a Inglaterra, reunindo-se em exaltados comícios onde se responsabilizava
a monarquia pela decadência nacional.
Foi com esta indignação que se deu a primeira tentativa de derrube do regime
monárquico. A República e um Governo Provisório chegaram a ser proclamados
da varanda da Câmara Municipal do Porto.

Houve então, a afirmação dos ideais republicanos na Europa e a


crescente expressão eleitoral do Partido Republicano Português,
fundado em 1870.

Fatores de descrédito do regime monárquico

 Mau funcionamento do rotativismo partidário, fragilizado pela falta de um


programa coerente de governo e pela incompetência de muitos ministros;

 atraso económico e dificuldades financeiras do país;

 descontentamento das classes médias e miséria das classes trabalhadoras;


8
 ataques do Partido Republicano à instituição monárquica;

 indignação face à cedência ao Ultimato Inglês;

 tentativa revolucionária de derrube da monarquia – 31 de janeiro de 1891;

 governo ditatorial de João Franco;

 assassinato do rei e do príncipe herdeiro.

Sistema parlamentar republicano

a. Congresso da República formado por duas câmaras – a dos Deputados e o


Senado – eleitas por sufrágio direto e universal (embora com restrições);

b. Competência legislativa atribuída ao Congresso da República;

c. Amplas funções do Congresso, ao qual competia, entre outras, a eleição e a


destituição do Presidente da República;

d. Controlo, pelo Congresso, dos atos de administração do Governo e do


Presidente da República;

e. grande instabilidade governativa resultante da supremacia do Congresso face


aos demais órgãos de governação.

Medidas dos governo republicanos

 Lei de Separação do Estado e das Igrejas, que assemelhou a religião católica,


predominante no país a qualquer outro culto;

 expulsão das ordens religiosas e nacionalização dos bens da Igreja;

 instituição do Registo Civil obrigatório;

 regulamentação do horário de trabalho e instituição do descanso semanal


obrigatório;

 reconhecimento do direito à greve;

9
 criação do Ministério do Trabalho e Segurança Social;

 investimento nas áreas da habitação, saúde e assistência;

 promoção do ensino público, com particular ênfase na escolaridade


obrigatória; renovação do ensino técnico e criação das universidades de
Lisboa e do Porto.

Novas correntes pictóricas na segunda metade do século XIX:

A segunda metade do século XIX assistiu a uma sucessão de movimentos


artísticos que renovaram as artes e as letras.

Temas

 Cenas da vida real, privilegiando muitas vezes as gentes simples e os aspetos


caricatos da realidade (Realismo);

 Cenas do quotidiano, retratadas de forma ligeira e jovial (Impressionismo);

 A paisagem, tal como se apresenta, despida de toda a idealização e emotividade


romântica (Realismo);

 A paisagem e a sua gradação, resultantes da luz e das variações atmosféricas


(Impressionismo);

 O retrato (Realismo e Impressionismo);

 O mundo do pensamento, do invisível e do sobrenatural (Simbolismo).

Paleta cromática e técnicas

 Cores escuras, ou cores fortes, claras e cintilantes;

 Desenho prévio e composição cuidada, de acordo com as regras do academismo;

 Ausência de esboço preliminar;

 Aplicação de cores previamente misturadas;

10
 Aplicação de cores puras, em pinceladas sobrepostas;

 Perfeito acabamento do quadro;

 Desenho diluído, textura empastelada do quadro.

Aspetos de modernidade

 Temas privilegiando a impressão imediata, fugaz, recebida pelo pintor;

 Temas descolados da realidade concreta;

 Pintura ao ar livre (ao contrário da pintura de atelier);

 Pintura rápida, sem desenho preliminar;

 Aplicação de cores puras diretamente sobre a tela;

 Substituição do preto e do cinzento, nas sombras, por pinceladas coloridas;

 Textura empastelada e desenho diluído.

A sociedade burguesa oitocentista:

A sociedade burguesa como uma sociedade de classes

Uma sociedade de classes é o tipo de sociedade que se generaliza no mundo


ocidental desde o século XIX, caracterizada pela igualdade dos homens perante a lei,
pelas diferenças baseadas no estatuto económico/profissão/riqueza e pela mobilidade
ascensional entre os seus estratos. Era o oposto da antiga sociedade de ordens
relacionada com o nascimento.
A composição da sociedade de classes era a burguesia e o proletariado.

11
A heterogeneidade da condição burguesa

I. Diversidade de estatutos económico-profissionais e de padrões culturais entre a


burguesia;

II. Distinção dos estratos burgueses: a alta burguesia empresarial e financeira e as


classes médias, abrangendo a pequena e a média burguesias;

III. Mobilidade entre os estratos burgueses.

Mentalidade e valores da sociedade burguesa

 Imitação da aristocracia por parte da alta burguesia empresarial e financeira,


elevada à própria nobreza OU frequência da Ópera pelas elites;

 Gosto pelo trabalho, pela realização profissional (escolha da carreira de médico)


OU exibição da riqueza como fruto do trabalho e esforço pessoais;

 Culto da vida familiar, lugar de aprendizagem das virtudes burguesas do


trabalho, respeitabilidade....

FIM.

12

Você também pode gostar