3a

SÉRIE

2024_EM_B1_V1
História

Totalitarismo e antidemocracia:
o fascismo

1o bimestre - Aula 11
Ensino Médio
 Conteúdo Objetivos

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● Crise da democracia liberal; ● Analisar o conceito de
● Fascismo; fascismo, e consequentemente
de totalitarismo, evidenciando
● Totalitarismo.
sua relação com a crise da
democracia liberal;
● Identificar permanências e
mudanças acerca do conceito,
no mundo contemporâneo.
 Para começar

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Leitura atenta!
O que é fascismo?
George Orwell, (O que é fascismo?, e outros ensaios, é uma compilação das publicações de
Orwell entre 1938 a 1948 para veículos da imprensa britânica).
“De todas as perguntas não respondidas sobre nossa época, talvez a mais
importante seja: ‘O que é fascismo?’ Uma das organizações americanas de
pesquisa social fez recentemente (coluna publicada no jornal inglês Tribune em
24 de março de 1944) essa pergunta a 100 pessoas diferentes e obteve
respostas que foram desde ‘democracia pura’ até ‘demonismo puro’. Neste país,
se se pedir a uma pessoa medianamente esclarecida que defina o fascismo, ela
em geral responderá apontando os regimes alemão e italiano. Mas isso é muito
insatisfatório, porque mesmo os grandes Estados fascistas diferem em boa
medida um do outro em estrutura e em ideologia”.
George Orwell (1903-1950) foi um escritor e jornalista britânico. Dentre suas obras
destacam-se “A Revolução dos Bichos” (1945) e “1984” (1949).
 Para começar

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Todos falam! 3 Minutos

● E então? Após a leitura do texto, tendo em vista nosso

distanciamento temporal da experiência dos regimes
alemão e italiano (que não satisfizeram o autor do texto
como resposta), e o texto da legenda abaixo, como você
definiria o fascismo? É um fenômeno que ficou no
passado? Discutam!

‘Fascio di Combattimento’, ou Esquadra de Combate, que deu origem ao fascismo,

buscou seu nome na expressão ‘fascio’, que significa feixe de varas. O feixe de varas,
simbolizando união e força, vem do latim ‘fesce’, um feixe de varas que, junto com uma
machadinha, era levado pelo 'litor', uma espécie de oficial de justiça que, na Roma
antiga, seguia os magistrados para executar as decisões da justiça, com poderes para
coagir, incluindo a aplicação de castigos físicos.
 Na prática

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De surpresa!

Leia o fragmento de texto no slide a seguir e, em dupla, reflita:

● Explique três características do fascismo apresentadas pelos textos.

Não esqueça de registrar suas considerações!
 Na prática

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Texto I. O que é fascismo?
“O fascismo no poder consiste num composto, num amálgama
poderoso dos ingredientes distintos, mas combináveis, do
conservadorismo, do nacionalismo e da direita radical, unidos por um
inimigo em comum e pela mesma paixão pela regeneração,
energização e purificação da Nação, qualquer que seja o preço a ser
pago em termos de instituições livres e do estado de direito. As
proporções exatas dessa mistura resultam de processos tais como
escolhas, alianças, compromissos e rivalidades. O fascismo em ação se
assemelha muito mais a uma rede de relações que a uma essência fixa”
(PAXTON, 2007).
Amálgama: no sentido do texto, mistura de coisas diversas e heterogêneas.
 Na prática

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Texto II. O mundo idealizado pelo fascismo
“O fascismo é um fenômeno político moderno, nacionalista e
revolucionário, antiliberal e antimarxista, organizado em um ‘partido
milícia’, com uma concepção totalitária da política e do Estado, com uma
ideologia de fundamento mítico, viril e contrária ao hedonismo,
sacralizada como religião laica, que afirma o primado absoluto da nação,
entendida como uma comunidade orgânica etnicamente homogênea,
hierarquicamente organizada em um Estado corporativo, com uma
vocação belicosa à política de grandeza, de potência e de conquista,
visando à criação de uma nova ordem e de uma nova realidade”.
(GENTILE, 2004).
 Na prática

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Correção
Ambos os textos convergem ao destacar no fascismo a presença de
elementos conservadores, característicos da direita radical, já que
antidemocráticos, antimarxistas e antiliberais. Também destacam os
valores nacionalistas (com um inimigo em comum) afirmando o
primado absoluto da nação, da pátria, uma pátria viril e belicosa,
apta para a guerra. Outro aspecto fundamental na análise reside na
abordagem da ideologia e na concepção do Estado, pois organizado
em um “partido milícia” e estruturado hierarquicamente no
corporativismo, que despreza as instituições livres e o estado de
direito.
 Foco no conteúdo

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Características do fascismo
“Algumas explicações sobre as origens do fascismo se relacionam com
momentos agudos de crise do capitalismo e com a necessidade de
reforçar o domínio econômico sobre a sociedade. Para que isso ocorresse
de modo efetivo e sem contestações, propagavam-se movimentos e
ideologias que prezavam pelo enfraquecimento – ou até mesmo a extinção –
das instituições democráticas, sob a justificativa de defender valores
tradicionais. Esses movimentos exploram e potencializam, também, os
preconceitos, o machismo, o racismo etc., arraigados e estimulados na
mentalidade de parte da população, mas se voltam principalmente para os
setores pequeno-burgueses, ou de classe média, que se veem como as
principais vítimas das crises econômicas e sociais.
Continua…
Continua…
 Foco no conteúdo

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Ou seja, para os grupos mais ricos da sociedade, é útil fomentar
movimentos e ideologias conservadoras e antidemocráticas, para que
seu controle econômico sobre a população seja mantido e reforçado em
momentos de crise.
De modo geral, o fascismo defende a monopolização da representação
política centrada no culto e na idealização do chefe, na exaltação da
nacionalidade, no desprezo pelas liberdades individuais e na
oposição frontal ao socialismo e ao comunismo.
Uma vez no poder, o chefe fascista mobiliza as massas em organizações
totalmente favoráveis ao regime, ataca e aniquila as oposições usando a
violência e o terror, persegue os meios de comunicação que tentam ser
independentes e faz uma intensa propaganda ideológica do próprio
governo difundindo mentiras em massa e controlando a educação e as
informações que podem ou não ser divulgadas” (AMORIM, 2020).
 Na prática

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Virem e conversem!

Leia o fragmento de texto no slide a seguir e registre

suas reflexões.

● De que maneira a aliança com o grande capital contribui para a

consolidação do poder fascista e como influencia a dinâmica
econômica?
 Na prática

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Texto I. Sobre a teoria do fascismo
“[...] O movimento fascista em geral surge em meios pequeno-burgueses, do
lumpemproletariado e dos setores da oligarquia fundiária. [...] O fascismo
somente se converte em uma força capaz de chegar ao poder e nele
permanecer quando atrai o interesse e o apoio do grande capital. [...] O
movimento fascista pode cumprir o papel de regenerador do capitalismo
porque expressa exatamente os temores, os desejos, as ambições e os
valores pequeno-burgueses [...].
Lumpemproletariado:
Lumpemproletariado: conceito
conceito marxista
marxista que
que designa
designa grupos
grupos de
de pessoas
pessoas que,
que, emem
condições
condições dede crise
crise social
social ee sem
sem consciência
consciência de
de classe,
classe, tornam-se
tornam-se suscetíveis
suscetíveis aa
ideologias
ideologias reacionárias.
reacionárias.
Oligarquia:
Oligarquia: governo
governo exercido
exercido por
por um
um pequeno
pequeno número
número de
de pessoas
pessoas que
que fazem
fazem parte
parte do
do
mesmo
mesmo partido
partido político,
político, classe,
classe, família,
família, grupo
grupo ou
ou corporação.
corporação.
Continua…
Continua…
Pequeno-burguês:
Pequeno-burguês: classe
classe média.
média.
 Na prática

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Esses valores [...] permitem justificar a repressão ao comunismo e à
revolução [...]. O Estado fascista, por sua vez, é o resultado da fusão
deste movimento pequeno-burguês com os grandes capitalistas. [...]
Além disso, o fascismo favorece de maneira especial os monopólios, ao
estimular todos os fatores responsáveis pela concentração econômica e
centralização financeira, e ao subordinar a classe trabalhadora a
condições negativas de negociação econômica que facilitam a
superexploração da força de trabalho e, consequentemente, a
realização de altas taxas de lucro que se revertem em favor do grande
capital, do monopólio, e do processo de concentração, como um todo”
(SANTOS, 2018).
 Na prática

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Correção
A aliança com o grande capital contribui para a consolidação do
poder fascista ao fornecer recursos financeiros e apoio político
essenciais. Essa colaboração impacta a dinâmica econômica ao
favorecer a centralização de poder nas mãos dos monopólios, uma
vez que o fascismo estimula fatores que promovem a concentração
econômica e a centralização financeira. Além disso, a subordinação
da classe trabalhadora a condições desfavoráveis de negociação,
facilita a superexploração da força de trabalho, resultando em altas
taxas de lucro que beneficiam a burguesia que possui o capital, os
monopólios, além de um processo de concentração econômica e
política do poder.
 Foco no conteúdo

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Totalitarismo: As origens do conceito
“O termo totalitarismo surgiu na Itália, em 1923, com um
sério crítico do fascismo, o jornalista e professor
universitário Giovanni Amendola (1882-1926), que
acabou morto por simpatizantes do regime.
Ele definiu o Estado totalitário como distinto das
ditaduras convencionais, porque ambicionava não apenas
submeter a sociedade ao poder político discricionário, Giovanni
Giovanni
mas também converter a sociedade aos valores do Amendola
Amendola emem
Salerno,
Salerno, 1923.
1923.
Estado por meio da educação e da propaganda de
massa. Continua…
Continua…

Discricionário: livre de condições, de restrições; arbitrário (o poder dos ditadores).

 Foco no conteúdo

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“No sentido original, ‘totalitários’ seriam aqueles sistemas de governo
que tentariam conformar os cidadãos dentro de uma ideologia, para isso
fazendo uso de mecanismos de controle e coação, e, ao mesmo tempo,
buscariam mobilizá-los. Todavia, em 12 de maio de 1923, Benito
Mussolini utilizou pela primeira vez a expressão ‘sistema totalitário’
aplicado ao Estado fascista, usurpando o conceito e tornando-o de
pejorativo, no sentido empregado por Amendola, em positivo. Cabe
lembrar que foi justamente na Itália, durante os anos 20, que se iniciou o
debate em torno do conceito de totalitarismo”. (CORNELSEN, 2009).
Pejorativo: que exprime sentido desagradável ou de desaprovação.
 Foco no conteúdo

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“Com Giovanni Gentile (1875-1944), filósofo
e educador considerado o principal teórico do
fascismo, Mussolini escreveu em parceria A
doutrina do fascismo, defendendo a
construção de um Estado original, capaz de
encarnar toda a nação, sem expressar a
vontade de nenhuma das classes, ou seja, um
Estado de união nacional capaz de operar
realizações para o bem-estar geral, O
O perfil
perfil dede Benito
Benito Mussolini
Mussolini em em
um pôster de propaganda
um pôster de propaganda do do
comungado por toda a população, sem livro:
livro: IlIl primo
primo libro
libro del
del fascista
fascista
sectarismo. O totalitarismo ganhou (1940),
(1940), ou ou OO primeiro
primeiro livro
livro do
do
fascista,
fascista, na na tradução
tradução em em
conotação positiva em contraste com as português.(Universal
português.(Universal History History
democracias liberais”. (VAINFAS, 2020). Archive UIG, Bridgeman
Archive UIG, Bridgeman
Images).
Images).
 Foco no conteúdo

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Hannah Arendt: origens do totalitarismo
A obra de referência para essa discussão é a
da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975),
autora de Origens do totalitarismo. Arendt
pensou o totalitarismo como parte de um trio
conceitual:
● o antissemitismo, não no sentido
religioso, de rejeição ao judaísmo, senão Hannah
Hannah Arendt
Arendt em
em Nova
Nova York,
York,
aos judeus, por sua raça, considerada em
em 1944,
1944, retratada
retratada pelo
pelo também
também
judeu
judeu refugiado
refugiado Fred
Fred Stein.
Stein.
inferior e parasita, opinião que datava do
século XIX em vários países europeus;
Continua…
Continua…
 Foco no conteúdo

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● o imperialismo, não apenas a expansão colonialista
europeia na Ásia e na África, que degradava
racialmente os povos dominados, mas também os
imperialismos continentais europeus, como o
pangermanismo e o pan-eslavismo, apesar de, neste
caso, as diferenças terem sido maiores do que as
semelhanças;
● o totalitarismo, um projeto e uma experiência política
Propaganda
Propaganda da da conquista
conquista
avessa à democracia liberal, baseado no terror da
da África
África Oriental
Oriental Italiana
Italiana
ee da
da proclamação
proclamação do do
policial e na propaganda massiva, ambicionando Império. As frases
Império. As frases são são
doutrinar a sociedade civil e promover a idolatria de dos
dos discursos
discursos dede
Mussolini, c. 1936.
Mussolini, c. 1936.
um grande líder considerado o condutor da nação;
no caso alemão, fortemente marcado pelo racismo. Continua…
Continua…
 Foco no conteúdo

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Em primeiro lugar, o conceito de totalitarismo destaca a morfologia do poder
estatal, um poder total, que vai do Estado à família e desta ao indivíduo, não
admitindo críticas ou oposições. Ele refuta o diálogo e rejeita a divisão da
sociedade em classes com interesses distintos e opostos. Em segundo
lugar, o racismo, em particular o antissemitismo, que marcou o regime
nazista, aparece como ingrediente importante desse tipo de regime político,
que atropela cidadanias constitucionais com base em critérios raciais.
Prevalecem, porém, no referido conceito de totalitarismo, os aspectos
antiliberais e antidemocráticos dos regimes totalitários:
● a instituição de um partido único, com a supressão dos demais partidos,
que tende a controlar o Estado ou a fundir-se com ele, nomeando
dirigentes e funcionários em todos os graus;
Continua…
Continua…
 Foco no conteúdo

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● a montagem de uma máquina de violência por
intermédio de milícias e organismos de polícia
secreta, voltados a retirar da sociedade ou mesmo
eliminar fisicamente os inimigos do Estado;
● a estruturação de lugares de confinamento para os
opositores do regime, reais ou imaginários,
condenados a trabalhos forçados ou ao extermínio,
como nos campos de concentração nazistas;
Mussolini
Mussolini cumprimenta
cumprimenta umauma multidão
multidão
● a criação de um forte sistema de propaganda após
após um
um encontro
encontro com
com oo ditador
ditador
para reforçar os valores do Estado e as alemão
alemão Adolf
Adolf Hitler
Hitler em
em Munique,
Munique,
Alemanha,
Alemanha, emem setembro
setembro de de 1937.
1937.
qualidades inigualáveis de seus chefes Foto
Foto de
de Stefano
Stefano Bianchetti.
Bianchetti.
carismáticos;
Continua…
Continua…
 Foco no conteúdo

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● a quase sacralização dos líderes máximos
por meio do culto à personalidade dos
chefes, transformados pela propaganda em
personificações da nação;
● o apego dos líderes ao diálogo direto com
as massas, criando-se solenidades e O
O ditador
ditador italiano
italiano Benito
Benito Mussolini
Mussolini
veículos atrelados ao Estado, em detrimento durante
durante um
um discurso
discurso público
público por
por
de instituições da sociedade civil; volta
volta de
de 1938.
1938.

● a organização de uma política de intervenção sistemática na

sociedade civil, com o objetivo de converter famílias, indivíduos e,
sobretudo, crianças e jovens aos valores nacionalistas e militaristas do
Estado” (VAINFAS, 2020).
 Na prática

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Faça agora!

Em duplas, a partir da leitura no slide a seguir, da mensagem do ditador

fascista italiano Benito Mussolini, analisem:

a) Como é possível caracterizar a universalidade que Mussolini

atribuiu ao fascismo como doutrina e prática de poder?
b) Como se explica a diferença estabelecida pelo ditador entre o
fascismo e os Estados anteriores e posteriores a 1789?
c) Qual passagem do texto permite associar o fascismo, na visão de
Mussolini, ao conceito de Estado totalitário?
 Na prática

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Fonte 1. Mensagem de Benito Mussolini
“Hoje afirmo que o fascismo, como ideia, doutrina, realização, é universal;
italiano em suas instituições particulares, o fascismo é universal em seu espírito
e não poderia ser de outro modo. O espírito é universal por sua própria natureza.
Portanto, podemos prever uma Europa fascista, uma Europa cujas instituições
se inspirem nas doutrinas e na prática do fascismo. Quer dizer, uma Europa que
resolva, no sentido fascista, o problema do Estado moderno, do Estado do
século XX, que é muito distinto dos Estados que existiam antes de 1789 ou que
se formaram depois. O fascismo atualmente responde a exigências de caráter
universal. Efetivamente, resolve o tríplice problema das relações entre Estado e
indivíduo, entre Estado e grupos, entre grupos e grupos organizados”.
Mensagem de Benito Mussolini aos diretórios federais reunidos no Palácio es
Venecia, em 27 de outubro de 1930, IX Ano da Era Fascista. (VAINFAS, 2020).
 Na prática

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Correção
a) Mussolini afirma que o fascismo é universal porque deriva de um
espírito universal, preconizando sua expansão, provavelmente
como alternativa às democracias ocidentais e certamente contra
o internacionalismo comunista.

Continua…
Continua…
 Na prática

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Correção
b) Os Estados anteriores a 1789 eram absolutistas, e neles a ideia
de nação era frágil diante das hierarquias tradicionais,
encabeçadas por clero e nobreza. Os Estados posteriores a 1789
eram resultado da Revolução Francesa, que defendeu a ideia de
“igualdade, liberdade e fraternidade” por meio do estímulo aos
conflitos sociais. O Estado fascista, que Mussolini qualifica
como Estado moderno, seria portador de um novo modelo, capaz
de promover uma conciliação nacional entre os diversos grupos
sociais. Cada nação o faria a seu modo, mas o modelo inspirador
seria o fascismo.
Continua…
Continua…
 Na prática

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Correção
c) Na última frase do texto citado é possível identificar aspectos do
totalitarismo com a figura centralizadora do Estado quando o
autor afirma que o fascismo “resolve o tríplice problema das
relações entre Estado e indivíduo, entre Estado e grupos, entre
grupos e grupos organizados”.
 Aplicando

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Discussão disciplinada

Após os estudos da aula de hoje, leia o texto no slide a seguir, e

discuta com seus colegas a partir da seguinte reflexão:

● Você identifica discursos de cunho fascista no presente?

Discuta com seus colegas!
 Aplicando

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Texto I. A Economia política do fascismo
“O fascismo [...] tende a vir à tona em conjunturas econômicas difíceis [...] de
crise (desemprego, precarização do trabalho, queda da renda e aumento da
pobreza) que penaliza a maioria da sociedade, especialmente os grupos e
camadas que [...] mudam para pior o seu status social. É principalmente nessa
parte da população, atingida pela crise de modo particular [...] que o fascismo
pode proliferar e recrutar seus apoiadores. [...] O fascismo apelará a esse grupo
[...], como explicação para a situação desfavorável em que se encontram –
ignorando e obscurecendo as razões e contradições mais profundas [...] que
levaram à crise. [...] o fascismo traz um apelo fortemente emocional contra o
‘outro’: imigrantes, minorias étnicas, judeus, comunistas, homossexuais, negros,
etc. Tudo misturado, o ‘outro’ é o responsável (culpado) direto, ou indireto, pela
situação desfavorável vivida pelo indivíduo, o perigo a ser combatido – devendo
ser negado liminarmente e, se possível, ser eliminado simbólica e/ou
fisicamente”. (FILGUEIRAS, 2018).
O que aprendemos hoje?

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● Analisamos o conceito de fascismo, e
consequentemente de totalitarismo,
evidenciando sua relação com a crise da
democracia liberal;
● Identificamos permanências e mudanças
acerca do conceito no mundo
contemporâneo.
 Referências

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AMORIM, H. Et. al. Contexto e Ação. Desigualdade e Poder. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2020.
CORNELSEN, E. Totalitarismo. Literatura e Autoritarismo - literatura: compreensão crítica.
Literatura e Autoritarismo. Santa Maria, n. 14, v. 01, jul/dez, 2009. Disponível em:
https://cutt.ly/OwKlxo6R Acesso em: 16 jan. 2024.
FILGUEIRAS, Luiz. A Economia Política do fascismo. Le Monde Diplomatique Brasil, 14 ago. 2018.
Disponível em: https://cutt.ly/4wJzvU9x Acesso em: 09 jan. 2024.
GENTILE, Emilio. Il fascismo in tre capitoli. Roma-Bari: Laterza, 2004, p. VI.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto
Alegre: Penso, 2023.
ORWELL, George. O que é fascismo?: e outros ensaios. Tradução Paulo Geiger, organização e
prefácio Sérgio Augusto. 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
PAXTON, Robert O. A anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007. p. 335-336.
SANTOS, Theotonio dos. Socialismo ou fascismo: o novo caráter da dependência e o dilema
latino-americano. Florianópolis: Insular, 2018. p. 86-90.
VAINFAS, R; FARIA, S. de C.; FERREIRA, J. Humanitas.doc. Ensino Médio: Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas. Sociedade, Cultura e Política. São Paulo: Editora Saraiva, 2020.
 Referências

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Lista de imagens e vídeos
Slide 4 – Representação de fascio romano. Disponível em:https://cutt.ly/ZwJziOI1 Acesso em: 10 jan. 2024.
Slide 15 – Giovanni Amendola em Salerno, 1923. Disponível em: https://cutt.ly/qwJzsrXz Acesso em: 11 jan.
2024.
Slide 17 – Pôster de propaganda do livro: Il primo libro del fascista (1940). Universal History Archive UIG.
Disponível em: https://cutt.ly/FwJzdxND Acesso em: 11 jan. 2024.
Slide 18 – Hannah Arendt em Nova York, em 1944, retratada pelo também judeu refugiado Fred Stein. Disponível
em: https://cutt.ly/MwJzcP7N Acesso em: 11 jan. 2024.
Slide 19 – Propaganda da conquista da África Oriental Italiana e da proclamação do Império, c. 1936. Disponível
em: https://cutt.ly/jwJzcup2 Acesso em: 11 jan. 2024.
Slide 21 – Mussolini cumprimenta uma multidão após um encontro com o ditador alemão Adolf Hitler em
Munique, Alemanha, em setembro de 1937. Foto de Stefano Bianchetti. Disponível em: https://cutt.ly/ewJzKtM9
Acesso em: 11 jan. 2024.
Slide 22 – O ditador italiano Benito Mussolini durante um discurso público por volta de 1938. Disponível em:
https://cutt.ly/DwKlzVF1 Acesso em: 16 jan. 2024.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do Canva. Disponível em:
https://www.canva.com/pt_br/ Acesso em: 11 dez. 2024.
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