Você está na página 1de 8

Tópicos de Álgebra: Atividade 1- Números inteiros e indução

…nita
2.1. Para a; b 2 Z, motre que:

(a) Se a + b = 0, então b = a e a = b;
Demonstração: Como
a+b = 0 , (a + b)+( b) = b , a+(b + ( b)) = b,a= b
e
a+b = 0 , (a + b) + ( a) = a
, (b + a) + ( a) = a
, b + (a + ( a)) = a
, b= a
temos o resultado.

(b) ( a) = a;
Demonstração: Como a + a = a + ( a) = 0, pela de…nição de
oposto, tem-se ( a) = a.

(c) ( 1)a = a;
Demonstração: Como a + ( 1)a = a(1 + ( 1)) = a:0 = 0 segue,
pela de…nição de oposto, que a = ( 1)a.

(d) ( a)b = (ab);


Demonstração: Temos que ( a)b = [( 1):a] b = ( 1)(ab) pelo
item c) anterior tem-se ( a)b = ( 1)(ab) = (ab).

(e) ( 1):( 1) = 1 e ( a):( b) = a:b;


Demonstração: Como 0 = ( 1)0 = ( 1):(1+( 1)) = ( 1):1+
(c)
( 1):( 1) = 1 + ( 1):( 1) novamente pela de…nição de oposto
temos ( 1) = ( 1) :( 1) donde 1 = ( 1) :( 1).
(comutativa)
Temos que ( a):( b) = ( 1)a:( 1)b = ( 1)( 1)ab pelo
que acabamos de ver segue que ( 1)( 1)ab = 1ab = ab.

1
2.2. Seja a 2 Z. Motre que

(a) ( a)2 = a2 ;
(b) ( a)3 = a3 .
1.c
Demonstração: a) ( a)2 = ( a):( a) = ( 1)a:( 1)a = ( 1)( 1)aa =
1aa = a2
1.c
b) ( a)3 = ( a) ( a)2 = ( a)a2 = ( 1)aa2 = ( 1)a3 = a3

2.3. Mostre que, para todo a; b; c 2 Z;

c. c(b a) = cb ca;
Demonstração: Como c(b a)+ca = c [(b a) + a] = c [(b + ( a + a)] =
cb segue que c(b a) = cb ca.

3.1. Mostre que d < e se, e somente se, d> e( e< d).
Demonstração: Suponha que d < e, isto é, e d 2 N. Pela tricotomia
ou d = e ou d < e ou e < d. Sabemos que não pode ser
d = e pois, teriamos d = e. Se fosse d < e então e + d 2 N,
logo ( e + d) + (e d) = 0 2 N (contradição). Portanto e < d.
Reciprocamente, e < d então d+e 2 N. Sabemos que não pode ser
d = e. Se fosse e < d então d e 2 N donde ( d + e) + (d e) = 0 2 N
o que novamente é contradição, logo devemos ter d < e.
De outra forma: Se d < e então d + ( d) < e + ( d), ou seja,
0 < e d. Logo e d 2 N e, portanto, e < d.

3.2. Mostre que a relação dada por a b , a = b ou a b 2 N é uma


relação de ordem em N.
Demonstração: Devemos mostrar que a relação é re‡exiva, anti-
simétrica e transitiva. De fato, como a = a temos que a a para todo
a 2 Z, logo é re‡exiva. Suponha a; b 2 Z tais que a beb a
se fosse a 6= b então b a 2 N e a b 2 N o que é contradição pois,
(b a) + (a b) = 0 62 N donde a = b, logo é anti-simétrica . Por
…m, para ver transitiva, suponha que a b, b c e a 6= b (caso a = b
é trivial e tem-se a = b = c e a c) segue que b a 2 N e c b 2 N

2
asso.
donde (N é fechado em Z) (b a) + (c b) = c a 2 N, isto é, a c.
Portanto, é relação de ordem sobre Z.

3.4. Levando em conta a tricotomia ,

(a) mostre que a negação a < b é a b.


Demonstração: Com efeito, dizer que a < b signi…ca a…rmar
a existência de c 2 N tal que b a 2 N. Logo, negar esse fato
signi…ca dizer que b a 62 N. Então b a 0, isto é, b a = 0 ou
b a < 0 e, portanto, b a.

(b) Qual a negação de a b ?


De acordo com as leis da lógica matemática e o que foi visto a
cima so pode ser a < b.( ( p) = p).
(c) Qual é a negação de a = b?
Negar que a = b é mesmo que dizer que a 6= b que é, pela tricoto-
mia, dizer que a < b ou b < a.

4.1. Mostre as seguinte fórmulas de indução …nita:

(a) p(n) : 12 + 22 + ::: + n2 = n(n+1)(2n+1)


6
;
Demonstração: Com efeito, p(1) é verdadeira pois

1(1 + 1)(21 + 1) 6
12 = = =1
6 6

Suponha que p(n) seja verdadeira para algum n 1. Mostremos


que p(n + 1) também é verdadeira, isto é,

(n + 1)(n + 2)(2(n + 1) + 1)
12 + 22 + ::: + n2 + (n + 1)2 =
6
(n + 1)(n + 2)(2n + 3)
=
6

3
De fato,

12 + 22 + ::: + n2 + (n + 1)2 = 12 + 22 + ::: + n2 + (n + 1)2


n(n + 1)(2n + 1)
H = + (n + 1)2
6
n(n + 1)(2n + 1) + 6(n + 1)2
=
6
(n + 1) [n(2n + 1) + 6(n + 1)]
=
6
(n + 1) [2n2 + n + 6n + 6)]
=
6
(n + 1)(n + 2)(2n + 3)
=
6

Portanto, pelo princípio de indução …nita p(n) é verdadedira para


todo n 1.

1 1 1 n
d. p(n) : 1:2
+ 2:3
+ ::: + n(n+1)
=n+1
;
1
Demonstração: Como 1
= 1+1 = 12
segue que p(1) é ver-
1(1+1)
dadeira. Suponha que p(n) é verdadeira para algum n 1 mostremos
que p(n + 1) é verdadeira, isto é,
1 1 1 1 n+1
+ + ::: + + =
1:2 2:3 n(n + 1) (n + 1)(n + 2) n+2

De fato,
1 1 1 1
+ + ::: + + =
1:2 2:3 n(n + 1) (n + 1)(n + 2)
n 1
H = +
n + 1 (n + 1)(n + 2)
n(n + 2) + 1
=
(n + 1)(n + 2)
n2 + 2n + 1
=
(n + 1)(n + 2)
(n + 1)2 n+1
= =
(n + 1)(n + 2) n+2

4
Portanto p(n) é verdadeira para todo n 1.

1 1 1 n(n+3)
e p(n) : 1:2:3
+ 2:3:4
+ ::: + n(n+1)(n+2)
= 4(n+1)(n+2)
.
1 4 1 1(1+3)
Demonstração: Com efeito, 1:2:3 = = 4:2:3 = 16 , ou
6
e 4(1+1)(1+2)
seja, p(1) é verdadeira. Agora suponha que p(n) seja verdadeira
para algun n 1. Mostremos que p(n + 1) também é verdadeira,
isto é,

1 1 1 1 (n + 1)(n + 4)
+ +:::+ + = .
1:2:3 2:3:4 n(n + 1)(n + 2) (n + 1)(n + 2)(n + 3) 4(n + 2)(n + 3)

De fato,...

4.4. Um progressão aritmético-geométrica é uma sequência de números reais


(an ) tal que a1 é dado e, para todo n 2 N, tem-se

an+1 = qan + r,

onde q e r são números reais dados, com q 6= 1.


n 1
(a) Mostre que an = a1 q n 1
+ rq q 1
1
, para todo n 2 N.
1 1
Demonstração: Para n = 1 temos, a1 = a1 q 1 1 + r q q 1 1 =
a1 + 0 = a1 , logo p(1) é verdadeira. Suponha p(n) verdadeira para
algum n 1. Mostremos que p(n + 1) também é verdadeira, isto
é,
qn 1
an+1 = a1 q n + r .
q 1
De fato, pela lei de recorrência an+1 = qan + r. Assim, usando a

5
hipótese de indução vale

qn 1 1
an+1 = q a1 q n 1
+r +r
q 1
qn q
= a1 q n + r +r
q 1
qn q
= a1 q n + r +1
q 1
qn q q 1
= a1 q n + r +
q 1 q 1
n
q q+q 1
= a1 q n + r
q 1
n
q 1
= a1 q n + r .
q 1

Portanto, p(n) é verdadeira para qualquer que seja n 2 N.

(b) Se Sn = a1 + ::: + an , mostre que

qn 1
1 qn 1 n 1
Sn = qr a1 +r ,
(1 q)2 1 q 1 q

para todo n 2 N.
1 1 1
Demonstração: Para n = 1, Sn = S1 = a1 = qr q(1 q)21 a1 q1 q1 +
r 11 1q = a1 q1 1q = a1 e p(1) é verdadeira. Suponha que p(n) seja
verdadeira para algum n 1. Mostremos que p(n + 1) também é,
ou seja,

qn 1 q n+1 1 n
Sn+1 = qr a1 +r
(1 q)2 1 q 1 q
.
De fato, note que sn+1 = sn +an+1 então, pela hipótese de indução,

6
vale
qn 1
1 qn 1 n 1 qn 1
sn+1 = qr a1 +r + a1 q n + r
(1 q)2 1 q 1 q q 1
sn an+1
n 1 n
q 1 q 1 n r n qn r
= qr a 1 + r + a 1 q + r +
(1 q)2 1 q 1 q 1 q q 1 1 q
n 1 n n
q 1 q 1 n q
= qr 2
a1 +r + a1 q n + r
(1 q) 1 q 1 q q 1
n 1 n
q 1 q 1 n n q n 1 (q 1)
= qr a 1 + r + a 1 q + qr
(1 q)2 1 q 1 q (q 1)2
q n 1 1 + q n 1 (q 1) qn 1 n
= qr a 1 + r + a1 q n
(1 q)2 1 q 1 q
qn 1 1 + qn qn 1 qn 1 n
= qr 2
a1 +r + a1 q n
(1 q) 1 q 1 q
n n n
q 1 q 1 q (1 q) n
= qr 2
a1 + +r
(1 q) 1 q 1 q 1 q
n n n n+1
q 1 q 1 q +q n
= qr 2
a1 + +r
(1 q) 1 q 1 q 1 q
n n+1
q 1 q 1 n
= qr 2
a1 +r .
(1 q) 1 q 1 q

Portanto, p(n) é verdadeira para todo número natural.

4.9 Sejam A e B dois conjuntos com n e m elementos, respectivamente.


Mostre que o número de funções de A em B é mn .
Demonstração: (Demonstração por indução sobre n). Primeira-
mente, considere A = fag um conjunto com um único elemento e que
B = fb1 ; :::; bm g possuí m elementos. Desse modo, temos exatamente
m = m1 funções de A em B pois, tais funções são as fi : fag ! B dadas
por fi (a) = bi para cada i; 1 i m. Logo, a propriedade é verdadeira
para n = 1. Agora considere que a propriedade seja verdadeira para
qualquer conjunto com n 1 elementos. Mostremos que propriedade
tambem vale para um conjunto com n elementos. De fato, dado um
conjunto A = fa1 ; :::; an g com n elementos, extraimos o elemento an de

7
A e denotemos por A0 = A fan g segue que A0 tem n 1 elementos onde
a hipotese é valida, isto é, o número de funções f : A0 ! B é mn 1 . Por
outro lado, cada função f pode ser estendida de m maneiras distintas
(do mesmo modo que foi feito para o caso inicial tomando f (an ) = bi
com 1 i m ). Logo, teremos mn 1 :m = mn 1+1 = mn funções de
A em B.

Você também pode gostar