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Aula 09

Direito Penal p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 (com videoaulas)

Professor: Renan Araujo

22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA


Direito Penal PGFN (2015)
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 09

AULA 09: DOS CRIMES CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PARTE II): DOS
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTRANGEIRA; DOS CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA; DOS CRIMES
CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS.

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação da aula e sumário 01
I – Introdução 02
II - Dos Crimes contra a Administração Pública 02
Estrangeira
III – Dos Crimes contra a Administração da 06
Justiça
IV - Crimes contra as Finanças Públicas 35
Questões para praticar 47
Questões comentadas 79
Gabarito 141

Olá, galera!

Hoje vamos terminar de estudar os Crimes contra a


administração pública (Parte II).
Nossa aula de hoje também contém muitos posicionamentos
jurisprudenciais importantes. ATENÇÃO! 22528601034

Bons estudos!

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I – INTRODUÇÃO

Os crimes contra a administração pública, como o próprio nome já


adianta, são aqueles que implicam em lesão ao patrimônio da
administração pública.

Podem ser praticados tanto por funcionários públicos (agentes da


administração pública, do Estado), quanto por particulares, a depender
do crime.

Podem ser divididos em cinco espécies: a) Crimes praticados por


funcionário público contra a administração em geral; b) Crimes praticados
por particular contra a administração em geral; c) Crimes praticados por
particular contra a administração estrangeira; d) Crimes contra a
administração da Justiça; e) Crimes contra as finanças públicas.

Vamos estudá-los, portanto, de maneira individualizada,


separando-os de acordo com cada gênero, para facilitar a
compreensão de vocês acerca do tema.

II – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


ESTRANGEIRA

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Os crimes contra a administração pública estrangeira foram


introduzidos no CP pela Lei 10.467/02, e vieram em homenagem ao art.
4°, IX da CRFB/88, que, dentre outros princípios, estabelece o princípio
da Cooperação Internacional para o progresso da Humanidade.
O conceito de funcionário público estrangeiro, para fins penais, é
semelhante ao do art. 327, que conceitua o que seria funcionário público
(em geral) para fins penais. Vejamos:

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Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos
penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)

Existe ainda, a figura do “equiparado a funcionário público


estrangeiro” (o que rigorosamente significa a mesma coisa para fins
penais). Nos termos do art. 337-D, § único do CP:

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce


cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou
indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Vejamos, agora, cada um dos tipos penais previstos neste capítulo do


CP:

1) Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
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Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da


vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)

O crime em tela busca tutelar o regular desenvolvimento das


relações comerciais entre o Brasil e demais países.

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O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, logo, CRIME COMUM. O
sujeito passivo é divergente. Uns consideram que é a administração
pública lesada. Outros entendem que é a credibilidade das relações
comerciais internacionais, sendo, portanto, crime vago (aquele em que a
coletividade é vítima). Eu ficaria com a primeira corrente numa prova
objetiva .
O tipo objetivo (conduta proibida), consiste em três núcleos:
“oferecer”, “prometer” e “dar” alguma vantagem a funcionário
público OU TERCEIRA PESSOA, com A FINALIDADE DE FAZER COM
QUE ESTE FAÇA ALGO QUE FUNCIONALMENTE NÃO DEVERIA
(agindo ou se omitindo). Não é necessário que a vantagem seja direta,
podendo ser oferecida, prometida ou dada de maneira indireta, implícita.
O efetivo recebimento da vantagem é irrelevante, consumando-se o
crime no momento em que a vantagem é oferecida ou prometida. Na
modalidade “dar”, o crime só se consuma quando o agente recebe a
vantagem. A tentativa é possível, nas três modalidades.
Embora o efetivo recebimento da vantagem, e a realização do ato
que não era devido, sejam irrelevantes para a consumação do delito, eles
configuram uma causa de aumento de pena, prevista no §1° do artigo.
Assim, nesses casos, a pena será aumentada em 1/3.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a
forma culposa. Exige-se, ainda, a finalidade especial de agir,
consistente na intenção de ver o ato ser praticado, omitido ou retardado
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(Dolo específico).

2) Tráfico de influência em transação comercial internacional

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir
em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas
funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou


insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro.
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

O bem jurídico tutelado, aqui, é o mesmo do artigo anterior.


Quanto aos sujeitos, aplicam-se, também as mesmas disposições do
crime anterior, sendo crime COMUM.
A conduta proibida (tipo objetivo) é idêntica à do art. 332 (tráfico de
influência), e consiste na solicitação, exigência, cobrança ou obtenção de
vantagem, para si ou para outrem, de vantagem de terceiro, a pretexto
de que o infrator irá interceder perante funcionário público estrangeiro
para que este faça ou deixe de fazer alguma coisa que não deva, e seja
relacionada à transação internacional.
Aqui, o fulaninho chega para Joãozinho e diz: “Meu amigo, me dá
uma prata aí que eu vou falar com o Pedrinho, que trabalha lá no
Ministério das Relações Internacionais (por exemplo), pra ele adiantar a
tua parada.” A conduta é, em resumo, essa. Entretanto, o infrator não
pretende, efetivamente, fazer o que prometeu! Ele pretende ludibriar
o “besta” que vai comprar a influência.
O elemento subjetivo também é o dolo, não se admitindo na forma
culposa. Não há finalidade especial de agir (pois o “a pretexto de”,
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não indica uma finalidade especial, pois o agente não pretende fazer o
prometido).
O crime se consuma com a mera solicitação, exigência ou cobrança
da vantagem (crime formal). Na modalidade “obter”, o crime é material.
A tentativa é admitida.
O § único estabelece uma causa de aumento de pena (majorante),
que incidirá caso o infrator alegue que está pedindo a vantagem, mas que
parte dela se destina ao funcionário público que se pretende “comprar”.

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A ação penal, tanto aqui como no crime anterior, é PÚBLICA
INCONDICIONADA. Aliás, só para lembrar a vocês, sempre que a Lei
não disser NADA, o crime é de ação penal pública incondicionada,
pois ESTA É A REGRA.

III – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Os crimes contra a administração da Justiça não tutelam apenas a


atividade do Poder Judiciário, mas as funções relacionadas à prestação
Jurisdicional, inclusive as de natureza policial, por exemplo.
Trata-se de um grupo de crimes que atentam contra o prestígio ou a
credibilidade da Justiça pátria, de forma que são altamente lesivos à
sociedade.
Vejamos cada um deles.

1) Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi


expulso:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o


cumprimento da pena.

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O bem jurídico tutelado é o regular desenvolvimento das atividades


da Justiça, bem como a soberania das decisões. Na verdade, quando se
fala em soberania das decisões, não estamos falando, propriamente, de
ato do Judiciário, eis que o ato administrativo de expulsão é PRIVATIVO
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
O sujeito ativo somente poderá ser o ESTRANGEIRO expulso do
país, logo, o crime É PRÓPRIO. Nada impede que um BRASILEIRO
seja partícipe, auxiliando-o na prática do delito, desde que conheça sua
condição de estrangeiro expulso, nos termos do art. 30 do CP.

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O tipo objetivo consiste em REINGRESSAR, o estrangeiro expulso,
no território nacional. Assim, pressupomos três requisitos:
 Ter o estrangeiro sido expulso por ato do Presidente da
República;

 Ter saído do Brasil;

 Ter retornado ao Brasil.

Assim, não basta que o agente se recuse a sair do país. Nesse caso,
o crime não se configura.
Com relação ao momento da entrada no país (reingresso), a Doutrina
diverge. Seria no momento em que ultrapassa as fronteiras do
NOSSO TERRITÓRIO? Ou bastaria que entrasse em Território por
extensão? A posição que prevalece (divergente) é a de que o tipo penal
só abrange o Território propriamente dito, não abrangendo o
território por extensão (navios e aeronaves militares brasileiros, por
exemplo).
A consumação se dá, como vimos, com o reingresso, e a tentativa é
plenamente admissível. É possível, ainda, que o agente pratique o crime
em estado de necessidade (Está sofrendo perseguição política no país de
origem, e não tem para onde ir, ou o país de origem está em guerra, por
exemplo). Neste caso, nada impede que se verifique a causa de exclusão
da ilicitude.
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CUIDADO! Aqui vai uma dica de Processo Penal: Parcela da


Doutrina vem entendendo que o CRIME É PERMANENTE,
logo, caberia prisão em flagrante a qualquer momento
(camarada retornou ao país há 05 anos, por exemplo. Não
importa, continuaria a situação de flagrância). Além disso,
sendo crime permanente, aplicar-se-ia a súmula n° 711
do STF, lembram-se? Logo, se o estrangeiro ainda estivesse

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no Brasil e sobreviesse lei agravando a pena, ele responderia
pela lei nova.

A ação penal é pública incondicionada.

2) Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.

Busca-se tutelar o regular desenvolvimento das atividades policias E


ADMINISTRATIVAS (correlatas à Justiça), de forma a não serem
prejudicadas por “bestas quadradas” que pretendem “pentelhar” o
sistema, por motivos egoísticos (só para prejudicar alguém). Protege-se,
subsidiariamente, a honra da pessoa ofendida.
Então o agente responde por calúnia e por denunciação
caluniosa? Não! O agente responde só pelo último, pois ele absorve o
crime de calúnia (alguns Doutrinadores chamam este crime de CALÚNIA
QUALIFICADA).
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É necessário que haja a efetiva prática de algum ato pela autoridade


policial, ou seja, é necessário que ela adote alguma providência, ainda
que não instaure o Inquérito Policial.
Parte da Doutrina entende que no caso de se tratar de crime de ação
penal privada, ou pública condicionada, somente a própria “vítima”
poderia praticar o crime, eis que sua manifestação seria indispensável ao
início das investigações. Isso deve ser analisado com cuidado, pois a
conduta típica não se dirige somente a atividades policiais, mas também
administrativas. No mais, é pacífico que se trata de CRIME COMUM.

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A consumação é MUITO CONTROVERTIDA. Doutrina minoritária
entende que é necessária a instauração do Inquérito Policial. A Doutrina
majoritária entende que o crime se consuma quando a autoridade toma
alguma providência, ainda que não instaure o Inquérito. Na
Jurisprudência, o entendimento é o mesmo.1
Mas e no caso de dar causa à instauração de processo
judicial? É pacífico que o artigo se refere, apenas, ao processo judicial, e
é necessário que o agente SAIBA que o denunciado é inocente, não
bastando que ele tenha dúvidas (até porque o processo serve para
esclarecer fatos obscuros). O crime, nesse caso, se consuma com o
RECEBIMENTO DA AÇÃO PENAL (que pode ser a ofertada pelo membro
do MP ou pelo particular ofendido).
Também se insere na conduta proibida, provocar a
instauração de investigação administrativa e inquérito civil. A
investigação administrativa é o procedimento administrativo mediante o
qual a administração busca reunir informações acerca de fato que possa
gerar punição ao servidor. Neste caso, o fato, além de poder gerar
punição ao servidor, deve ser CRIME. Assim, se o denunciante dá causa
à instauração de investigação administrativa imputando falsamente a
alguém a prática de infração funcional que não é crime, não pratica o
crime em tela.
Mas e o que seria o Inquérito Civil? É uma modalidade
investigativa, que fica a cargo do MP, e é instaurado para angariar
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informações a fim de subsidiar futura Ação Civil Pública. Nesse caso,


como a ação civil pública pode versar sobre fatos que constituam, ou não,
crime, deve-se analisar, no caso concreto, se o fato imputado é crime.
Da mesma forma, pune-se a conduta do agente que dá causa à
instauração de ação de improbidade administrativa contra alguém,
sabendo de sua inocência. Nesse caso vocês também devem ter MUITO
CUIDADO! Nem todos os atos que importam em Improbidade
Administrativa são considerados crimes. Dessa forma, somente
1
Ver, como exemplo: STJ CC32496/SP

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responderá POR ESTE CRIME, o camarada que der causa à ação de
improbidade, imputando a outra pessoa, fato definido também como
CRIME.
A TENTATIVA É SEMPRE POSSÍVEL.

O crime não se configura se o fato criminoso que o agente


imputa à outra pessoa já não é mais considerado crime
(houve abolitio criminis), ou se já foi extinta a
punibilidade;

Não se pune a denunciação caluniosa contra os mortos


(Pois, nesse caso, já estaria extinta a punibilidade, né
malandrão!).

O elemento subjetivo é o dolo, não admitindo a forma culposa. A


Doutrina majoritária entende que não cabe dolo eventual neste
crime, apenas dolo direto, pois quando a lei diz que o agente deve “saber
que o ofendido é inocente”, exclui a possibilidade de dolo eventual, pois
se o camarada sabe que o denunciado é inocente, age com dolo direto.
O artigo prevê, ainda, a forma majorada (§1°), que estabelece o
aumento de pena de 1/6 se o agente se vale de anonimato ou
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nome falso. Há, ainda, uma causa de diminuição de pena (§2°), no


caso de o fato denunciado não ser crime, MAS SER CONTRAVENÇÃO
PENAL (a pena é diminuída pela metade).
A ação penal é pública incondicionada.

3) Comunicação falsa de crime ou contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de


crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Neste crime, o bem jurídico tutelado é o mesmo do anterior, com a


exceção de que não se individualiza o infrator, mas se comunica um crime
que NÃO OCORREU.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM), sendo
sujeito passivo o Estado, que sofre prejuízo no desenvolvimento de suas
atividades. A Doutrina entende que se o crime comunicado for de ação
penal privada, somente o suposto ofendido é que poderia cometer o
crime.
A conduta incriminada é a de dar causa (provocar) a ação da
autoridade, comunicando crime ou contravenção que o agente SABE QUE
NÃO OCORREU. Vejam que, aqui, o FATO NÃO OCORREU.
Diversamente do crime anterior, não se exige que se aponte o culpado.
A Doutrina entende que a comunicação falsa de crime perante
policiais militares NÃO CONFIGURA O DELITO EM QUESTÃO, eis que
os policiais militares não são autoridade para estes fins (instauração de
investigação).
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de comunicar
à autoridade a ocorrência falsa de um crime. Boa parte da Doutrina
entende, ainda, que deve haver a especial finalidade de agir, consistente
na INTENÇÃO DE VER A AUTORIDADE “SE MEXER” E PRATICAR
ALGUM ATO INVESTIGATÓRIO. Ficaria com esta corrente se fosse
vocês!  22528601034

CUIDADO! Se o agente comunica falsamente um crime, COM A


FINALIDADE DE OBTER INDENIZAÇÃO DE SEGURO, comete o
crime de fraude contra seguro (art. 171, §2°, V do CP).

O crime se consuma no momento em que a autoridade, em razão da


comunicação falsa, pratica algum ato, não sendo necessária a instauração
do Inquérito. Admite-se a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada.

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4) Autoacusação falsa de crime

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado


por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

O sujeito passivo aqui pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM).


Não pratica o crime, entretanto, quem ASSUME SOZINHO A
PRÁTICA DE UM CRIME DO QUAL PARTICIPOU! O sujeito passivo é o
Estado.
Aqui o objeto NÃO PODE SER CONTRAVENÇÃO PENAL!
A conduta punida é a de autoacusar-se (incriminar a si próprio)
falsamente, PERANTE A AUTORIDADE COMPETENTE (autoridade
policial, MP ou Judiciário). É crime de ação livre, ou seja, pode ser
praticado por qualquer meio.
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de se
autoacusar. Pouco importa o motivo! Ainda que o motivo seja nobre
(evitar a punição de um filho, por exemplo), haverá o crime.
Não há necessidade de que seja espontâneo! Comete o crime, por
exemplo, aquele que, em sede de interrogatório (policial ou judicial)
confessa crime que não cometeu. Se a confissão se deu sob coação, há
inexigibilidade de conduta diversa, que exclui a CULPABILIDADE, logo,
NÃO HÁ CRIME.
O crime se consuma no momento em que A AUTORIDADE TOMA
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CONHECIMENTO DA AUTOACUSAÇÃO FALSA, pouco importando se


toma qualquer providência. A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

5) Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

O sujeito ativo aqui somente pode ser a testemunha, o perito, o


contador, o tradutor ou o intérprete. Assim, o crime é PRÓPRIO. O
sujeito passivo é o Estado.
Mais do que um crime próprio, aqui temos um CRIME DE MÃO
PRÓPRIA, ou seja, além de só poder ser praticado por aquela
pessoa que possui a condição especial, ele NÃO ADMITE
COAUTORIA, nem execução por intermédio de outra pessoa. O próprio
perito, intérprete, testemunha, etc. é quem deve praticar a conduta.
Embora existam vozes na Doutrina, defendendo tese contrária, a
regra Doutrinária é:
No crime de falso testemunho só cabe participação
(alguém induz, instiga ou auxilia testemunha a não falar a
verdade)2. Há decisão do STF admitindo a COAUTORIA –
MAS É DECISÃO ISOLADA!!

No crime de falsa perícia, cabe tanto a coautoria quanto a


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participação (Ex.: perícia feita por dois peritos que, em conluio,


decidem elaborar laudo falso).

2
Ver, como exemplo: STJ HC 36287/SP

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EMENTA: HABEAS-CORPUS. CO-AUTORIA ATRIBUÍDA A ADVOGADO EM CRIME DE


FALSO TESTEMUNHO. POSSIBILIDADE. Advogado que instrui testemunha a
apresentar falsa versão favorável à causa que patrocina. Posterior comprovação de que
o depoente sequer estava presente no local do evento. Entendimento desta Corte
de que é possível, em tese, atribuir a advogado a co-autoria pelo crime de
falso testemunho. Habeas-Corpus conhecido e indeferido.

(HC 75037, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MAURÍCIO
CORRÊA, Segunda Turma, julgado em 10/06/1997, DJ 20-04-2001 PP-00105 EMENT
VOL-02027-04 PP-00687)

Testemunha sem compromisso de dizer a verdade


(informante) comete o crime? É divergente, mas A MAIORIA DA
DOUTRINA ENTENDE QUE SIM, pois o CP não distingue testemunha
compromissada e não compromissada para fins de aplicação deste tipo
penal.
O tipo objetivo é DE AÇÃO MÚLTIPLA (ou plurinuclear), pois pode
ser praticado de diversas formas:
Negando a verdade (que lhe fora perguntada objetivamente.
Ex.: Fulano matou cicrano?);

Fazendo afirmação falsa (Ex.: O que você sabe sobre o


crime? Resposta: Eu sei que fulano não matou cicrano, pois
estava comigo na hora);
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Calando-se (Pode ser deixando de falar ou sendo evasivo,


lacônico. Ex.: “Não sei”, “não me lembro”, “não estou me
recordando”).

CUIDADO! Pode ocorrer de a afirmação falsa decorrer de uma


percepção errada da realidade. Assim, imaginem que uma
testemunha diga que viu o cidadão A estuprar a cidadã B. Agora imagine
que, na verdade, ela tenha se enganado, pois no momento o cidadão A
estava se engalfinhando com a cidadã B por causa de um pão-de-mel

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(Foi braba essa, reconheço!). Nesse caso não há falso testemunho, pois
não há dolo.

Nesse caso não há crime, pois não há intenção de prestar falso


testemunho, e o crime não admite modalidade culposa. O crime só é
punido a título doloso.
O crime se consuma no momento em que o agente faz a declaração
ou perícia falsa, pouco importando se dessa afirmação falsa sobrevém
algum resultado (sentença condenatória ou absolutória com base nela).
Assim, o crime se consuma mesmo que o testemunho ou a perícia não
fundamentem a convicção do Juiz.

CUIDADO! Ainda que o processo seja todo anulado por algum vício
(incompetência absoluta, por exemplo), o crime permanece!

A tentativa só é admitida, pela maioria da Doutrina, no caso de falsa


perícia, pois no caso de falso testemunho, em razão da oralidade, não
pode haver fracionamento do ato.
O §1° prevê causa de aumento de pena nas seguintes
hipóteses: 22528601034

 Crime cometido mediante suborno.

 Praticado com vistas (dolo específico) a obter prova que


deva produzir efeitos em processo civil em que seja
parte a administração direta ou indireta.

 Praticado com vistas a obter prova que deva produzir


efeitos em processo criminal.

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O § 2° prevê uma hipótese de extinção da punibilidade, que ocorrerá
caso o agente se retrate da declaração falsa antes da sentença.
Sentença definitiva? Não. A maioria da Doutrina entende que a
retratação, para gerar a extinção da punibilidade, deve ocorrer antes da
sentença recorrível. Entretanto, tem crescido o entendimento de que a
retratação, a qualquer momento, antes do trânsito em julgado, seria
causa de extinção da punibilidade.
E se o crime foi praticado em concurso (participação ou
coautoria), a retratação de um se estende aos demais? A Doutrina
sempre entendeu que não, por ser circunstância pessoal, mas vem
crescendo na Doutrina (tendo, inclusive, decisão do STJ nesse sentido) o
entendimento de que se comunica.

PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 342, § 2º, DO CÓDIGO PENAL.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. JUSTA CAUSA. RETRATAÇÃO DA TESTEMUNHA.
EXTENSÃO À PACIENTE, DENUNCIADA POR ORIENTAR, INSTRUIR E INFLUENCIAR
AQUELA.
I - É possível a participação no delito de falso testemunho.
(Precedentes desta Corte e do Pretório Excelso).
II - A retratação de um dos acusados, tendo em vista a redação do art. 342, §
2º, do Código Penal, estende-se aos demais co-réus ou partícipes.
22528601034

Writ concedido.
(HC 36.287/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2005,
DJ 20/06/2005, p. 305)

Além disso, a retratação deve ocorrer no processo em que fora


prestado o falso testemunho ou falsa perícia, e não no eventual
futuro processo que será instaurado para punir o infrator.
A ação penal é pública incondicionada.

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6) Corrupção ativa de testemunha, contador, perito,
intérprete ou tradutor

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime
é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

O nome do delito não está previsto no CP, mas é dado pela Doutrina.
Trata-se de delito idêntico ao de corrupção ativo, com a peculiaridade
de que a vantagem deve ser oferecida a uma daquelas pessoas, com a
finalidade (dolo específico) de obter a prática de algum dos atos que
importam em FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA (exceção à
teoria monista, pois, no mesmo fato, quem paga pela afirmação falsa
comete um crime, e quem recebe a vantagem, realizando a afirmação
falsa, comete outro)3.
CUIDADO! Parte da Doutrina entende que se o
destinatário da corrupção é funcionário público (perito
oficial, por exemplo), o crime praticado é o e corrupção
ativa, e não este!

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é o


22528601034

Estado.
O elemento subjetivo é somente o dolo, agregado da
finalidade especial de agir, consistente na intenção de ver ser
praticado um daqueles atos pelo destinatário da vantagem.
O crime se consuma com o oferecimento ou promessa da
vantagem (crime formal). Ocorrendo a modalidade “dar”, o crime
é material, pois se exige a entrega da vantagem. A tentativa só é

3
Caso queiram, podem analisar o seguinte julgado do STJ, abordando esta questão: REsp 169212/PE

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admissível quando o suborno se der por meio que permita o
fracionamento do ato (e-mail ou carta interceptados por terceiro, por
exemplo).
O § único prevê causa de aumento de pena nas seguintes
hipóteses:
 Praticado com vistas (dolo específico) a obter prova que
deva produzir efeitos em processo civil em que seja
parte a administração direta ou indireta.

 Praticado com vistas a obter prova que deva produzir


efeitos em processo criminal.

A ação penal é pública incondicionada.

7) Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer


interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra
pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente
à violência.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo,


sendo, além do Estado, a pessoa que sofre ameaça ou violência, só pode
ser uma daquelas pessoas enumeradas no tipo penal.
O tipo objetivo consiste em se utilizar de violência ou grave ameaça,
22528601034

sobre qualquer das pessoas que funcionam ou são chamadas a intervir no


processo, COM A FINALIDADE DE FAVORECER INTERESSE PRÓPRIO
OU ALHEIO. Vejam que aqui temos INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA,
pois o CP dá uma série de exemplos e, ao final, aplica uma regra
genérica, abrindo possibilidade expressa de que o ato seja praticado em
face de outros sujeitos do processo.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, acompanhado do dolo
específico, consistente na intenção de favorecer a si ou a outra pessoa.
Não há modalidade culposa.

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O crime se consuma quando a coação (moral ou física) é exercida,
não importando se a vítima cede ao que o infrator exige, não sendo
necessário, sequer, que a vítima se sinta efetivamente ameaçada (no
caso da grave ameaça).
A tentativa é possível.
Se da violência eventualmente empregada resultar ferimento,
dano corporal à vítima, o agente responde por ambos os delitos
(lesão corporal + coação no curso do processo).
A ação penal é pública incondicionada.

8) Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em
poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no


art. 345 do CP, sendo o art. 346 um crime “sem nome”, mas que por
guardar traços de “Justiça com as próprias mãos”, será estudado aqui.
O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, tanto no primeiro
22528601034

quanto no segundo caso. O sujeito passivo, em ambos os casos, é o


Estado, e, secundariamente, o particular que sofre a ação do infrator.
O tipo objetivo, no primeiro caso, é composto por apenas um verbo
(fazer), mas que comporta a maior das possibilidades (fazer = qualquer
coisa, rs). Assim, qualquer atitude apta a externar a intenção do agente
em obter Justiça própria caracteriza o delito.
Imagine o caso do dono do restaurante que, ao saber que os clientes
decidiram não pagar a conta por não terem “gostado da comida”, resolve
impedi-los de sair. Nesse caso, a atitude do dono do restaurante, embora

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fundamentada em um direito (o de receber o que é devido) é ilícita, pois
quem detém o monopólio da Jurisdição é o ESTADO, não sendo lícito aos
particulares fazerem sua própria Justiça.
Entretanto, existem casos em que o uso da força pelo particular é
legitimado pelo Estado, como no caso da legítima defesa, por exemplo.
Nesses casos, não há crime.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo forma
culposa. Se o agente pratica o ato sem saber que sua pretensão possui
algum amparo legal, não comete este crime, podendo cometer, por
exemplo, constrangimento ilegal ou cárcere privado (no caso do nosso
exemplo).
A consumação se dá, segundo a Doutrina MAIS QUE
MAJORITÁRIA, no momento em que o agente tem sua pretensão
satisfeita pelas próprias mãos (Imaginem que, no nosso exemplo), o dono
do restaurante recebesse o valor da conta. A tentativa, portanto, é
plenamente possível.
A ação penal é, em regra, pública incondicionada. Entretanto, se
da ação do agente NÃO resultar violência, a ação penal será
PRIVADA.
COM VIOLÊNCIA = PÚBLICA
SEM VIOLÊNCIA = PRIVADA

O art. 346, por sua vez, é uma espécie de exercício arbitrário das
22528601034

próprias razões, com a peculiaridade de que há um objeto que se


encontra em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção,
mas QUE PERTENÇA AO AGENTE.
Nelson Hungria (Talvez o maior penalista brasileiro de todos os
tempos) entendia que este delito não é espécie de exercício arbitrário das
próprias razões, eis que o agente, aqui, não possui qualquer pretensão
legítima a salvaguardar (Faz algum sentido...).
O tipo objetivo consiste em suprimir, tirar, destruir ou danificar.
Perceba, caro aluno, que o sujeito passivo aqui é o Estado, pois se

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fosse o dono da coisa, não haveria crime, pois o dono da coisa é o
próprio infrator...

O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo previsão de


forma culposa. A Doutrina diverge quanto à necessidade de a
atitude do agente visar à satisfação de pretensão legítima.
O delito consuma-se com a prática das condutas descritas no tipo
penal, não havendo necessidade de que o agente consiga qualquer
benefício ou satisfaça qualquer anseio pessoal (Prevalece, portanto, a
Doutrina que entende não haver dolo específico necessário).
A tentativa é plenamente possível.
A ação penal será, em qualquer caso, pública incondicionada.

9) Fraude processual

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou


administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, tenha ou não


22528601034

interesse no processo, participe ou não dele. O sujeito passivo será o


Estado, pois se tutela o regular exercício da atividade jurisdicional.
O tipo objetivo consiste em alterar o lugar, de coisa ou de
pessoa. Ou seja, pune-se o camarada que, mediante a intenção de
praticar fraude processual, muda os fatos (retira manchas de sangue,
limpa o local do crime, etc.). A intenção, aqui, é ludibriar o Juiz (ou o
perito, que, no final das contas, acaba ludibriando o Juiz se fizer uma
perícia com base em elementos errados).

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O tipo fala em processo civil ou administrativo. Mas você acha
mesmo que isso seria possível no processo penal? Mas é claro que
não! No processo penal é pior ainda! Tanto o é, que o § único estabelece
uma causa de aumento de pena (majorante) no caso de o crime ser
praticado com vistas à fraude em processo penal, AINDA QUE NÃO
INICIADO (desde que a intenção seja, no futuro, “pentelhar” o Juiz do
processo penal). Nesse caso, a pena se aplica em dobro.
PROCESSO CIVIL OU ADMINISTRATIVO = PENA COMUM
PROCESSO PENAL = PENA EM DOBRO
O crime se consuma com a mera realização do ato, desde que
CAPAZ DE LUDIBRIAR O JUIZ, ainda que este, efetivamente, não seja
enganado pela manobra do infrator.
A ação penal é pública incondicionada.

10) Favorecimento Pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a


que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão
do criminoso, fica isento de pena.

O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.


Sujeito passivo é o Estado.
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O crime não se verifica quando o próprio autor do crime ajuda


um comparsa a fugir, eis que é necessário que aquele que presta o
auxílio não tenha participado da conduta criminosa, na medida em
que o fato de fugir ou auxiliar na fuga do comparsa é inerente à prática
criminosa (Ou vocês queriam que além de responder pelo crime o
camarada respondesse pela fuga!?).
Além disso, é necessário que o auxílio seja prestado APÓS A
PRÁTICA DO DELITO e, ainda, não tenha sido previamente acordado

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entre o favorecedor e o favorecido. Caso contrário, o favorecedor pode
ser considerado partícipe do delito praticado. CUIDADO COM ISSO!
COMBINAÇÃO PRÉVIA = CONCURSO DE AGENTES (responde
pelo delito praticado)
SEM COMBINAÇÃO PRÉVIA = FAVORECIMENTO PESSOAL
O favorecimento deve ser, ainda, CONCRETO, ou seja, o auxílio
prestado deve ter sido eficaz para a subtração do infrator às autoridades.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, a intenção de colaborar,
auxiliar o infrator na sua empreitada. Assim, pode ocorrer na forma direta
ou na forma eventual.
EXEMPLO: Imagine que Ricardo bata à porta de José, e, com uma bolsa
de dinheiro na mão, sangrando no braço e com uma pistola na cintura,
lhe peça para ficar algumas horas em sua casa, já que são conhecidos de
longa data. José até pode não saber (efetivamente) que Ricardo acaba de
cometer um latrocínio. Entretanto, convenhamos, ele, no mínimo,
assumiu o risco de estar ajudando um criminoso. Não se admite a
forma culposa.

Não é necessário que o favorecedor saiba exatamente


que crime acabara de cometer o favorecido, desde que
saiba ou possa imaginar que ele acaba de cometer
um crime.

O delito se consuma com a efetiva prestação do auxílio e A


22528601034

OBTENÇÃO DE ÊXITO NA OCULTAÇÃO DO FAVORECIDO. Assim, se o


favorecedor fornece sua casa para o criminoso mas a polícia o vê
entrando e o prende, não há crime consumado, mas tentado (art. 14, II
do CP).
CUIDADO! Parte MINORITÁRIA da Doutrina entende
que a obtenção de êxito na ocultação É
DISPENSÁVEL PARA A CONSUMAÇÃO DO DELITO.

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O §1° prevê a forma privilegiada do crime, que ocorre quando o
agente presta auxílio a quem acaba de cometer crime apenado com
detenção (pena mais branda, pois o crime anteriormente cometido é, em
tese, menos grave).
O §2° traz a chamada “escusa absolutória”. O que é isso? Calma!
Eu vou falar! A escusa absolutória é uma causa de exclusão do
crime, que ocorre, neste caso, quando o agente (o favorecedor) é
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do favorecido.
A ação penal é pública incondicionada.

11) Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,


auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

O delito aqui previsto é um pouco diferente do anterior. Enquanto no


crime de favorecimento pessoal o agente ajuda o criminoso a se
esconder, nesse crime o agente ajuda o criminoso a tornar seguro o
proveito do crime.
Macete:
Favorecimento PESSOAL = PESSOA
Favorecimento REAL = Res (Do latim = COISA)

Aqui também se exige que o favorecimento seja posterior ao crime


22528601034

(até porque fala em “proveito do crime” = crime já aconteceu).


Além disso, não deve ter havido prévio acordo. Se tiver havido este
acordo, o favorecedor responde como partícipe do delito cometido.
Também é necessário que o agente não ADQUIRA PARA SI O
PRODUTO. Nesse caso, o crime seria o de RECEPTAÇÃO.
Não se exige (tanto aqui como no anterior) que o crime praticado
pelo favorecido tenha sido objeto de processo criminal e tenha transitado

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em julgado a sentença penal condenatória. Basta que fique comprovada a
materialidade e a autoria do primeiro.
O elemento subjetivo é o dolo, acrescido da especial finalidade de
agir, consistente na intenção de tornar seguro o proveito do crime.
A consumação se dá com a prestação do auxílio, ainda que a
pretensão não seja alcançada (o proveito do crime não se torne seguro).
A tentativa é plenamente possível.
AQUI NÃO SE APLICA A ESCUSA ABSOLUTÓRIA prevista no § 2° do
artigo anterior. Ou seja, ainda que o favorecimento seja prestado a
um parente próximo, o crime permanece!
A ação penal é pública incondicionada.
O art. 349-A, inserido no CP pela Lei 12.012/09, prevê a conduta
daquele que ingressa de qualquer modo auxilia na entrada de aparelho
celular em presídio, sem autorização legal. Vejamos:

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada


de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
2009).

O sujeito ativo, aqui, pode ser qualquer pessoa, logo, O CRIME É


COMUM.
É imprescindível que o agente promova a entrada do celular no
presídio SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL (elemento normativo do tipo
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penal).
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, não sendo prevista a
modalidade culposa. É claro que a intenção deve ser a de levar o aparelho
celular até algum dos detentos. Assim, o camarada que entra no presídio
com o seu celular, porque se esqueceu de deixá-lo na portaria, não
comete crime.
O crime é considerado de MERA CONDUTA, consumando-se no
momento em que o agente entra no presídio com o celular (desde que
tenha a intenção de levá-lo a alguém).

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A tentativa não é admitida pela maioria da Doutrina.

12) Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem


as formalidades legais ou com abuso de poder:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento
destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de
segurança;
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de
liberdade;
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

Este artigo foi revogado pela Lei 4.898/65 (Lei de Abuso de


autoridade), tacitamente.

13) Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de


segurança

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou


submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou
mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
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correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Entretanto, somente


poderá ser cometido pelo funcionário público (sendo, portanto,
PRÓPRIO), nas modalidades culposa (§4°) e qualificada (§3°).

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O tipo objetivo (conduta incriminada) é promover ou facilitar a fuga.
Promove quem dá causa à fuga, e facilita quem ajuda alguém a realizá-la.
CUIDADO! Não se exige que a pessoa esteja
efetivamente presa, podendo, por exemplo, estar sendo
conduzida para a cadeia, desde que esteja sob a
custódia do Estado!

Além disso, se a prisão é ilegal, quem pratica o ato de promover ou


facilitar a fuga não comete crime, pois age em LEGÍTIMA DEFESA DE
TERCEIRO.
O crime se consuma com a obtenção de êxito na fuga, sendo crime
material. A tentativa é plenamente possível.
O § 1° estabelece uma forma qualificada, que ocorrerá sempre que:
 For cometido à mão armada;

 Por mais de uma pessoa;

 Mediante arrombamento;

O §2° estabelece que, havendo violência contra a pessoa, além da


pena deste crime, aplica-se a pena relativa à violência.
O §3° estabelece outra qualificadora, que incide no caso de o crime
ser praticado por quem tinha a custódia do preso. Nesse caso, o crime
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é PRÓPRIO.
O §4° traz a modalidade culposa, que também só pode ser
praticada pelo funcionário público responsável pelo preso, sendo
crime próprio.
A ação penal é pública incondicionada.

14) Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a


medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.

Esse crime é próprio, pois somente pode ser praticado por


quem esteja preso ou submetido à medida de segurança.
O elemento subjetivo aqui é o dolo, não se punindo a forma culposa.
O tipo objetivo é bastante claro: Fugir ou “tentar fugir”. Percebam,
assim, que não há diferença entre fugir e tentar fugir, logo, NÃO SE
ADMITE TENTATIVA, consumando-se o crime no momento em que o
agente tenta fugir (pois já pratica um dos núcleos do tipo).
Exige-se, ainda, que o preso TENHA USADO VIOLÊNCIA CONTRA
A PESSOA (se usou violência contra coisa, não caracteriza o crime).
O elemento subjetivo é o dolo, não havendo previsão típica para a
forma culposa.
A ação penal é pública incondicionada.

15) Arrebatamento de preso

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha


sob custódia ou guarda:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O


sujeito passivo é o estado e, subsidiariamente, o preso. Como não se
admite analogia incriminadora, não há crime se o ato é cometido contra
22528601034

pessoa internada por medida de segurança.


O tipo objetivo consiste em retirar o preso da custódia do Estado
(independentemente da legalidade da prisão) com o fim de MALTRATÁ-
LO (linchamento, por exemplo). Assim, o elemento subjetivo exigido é o
dolo, acompanhado DO ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na
intenção de dar uma “sova” (por exemplo) no preso.
O crime se consuma com a retirada do preso sob custódia da
autoridade, sendo irrelevante para a consumação a ocorrência dos maus-

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tratos. Nesse caso, ocorrendo os maus-tratos, o agente responde, ainda,
pela pena relativa à violência. Admite-se a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada.

16) Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à
violência.

Esse crime é PRÓPRIO, pois somente pode ser cometido por presos.
O tipo objetivo é o de reunirem-se os presos, fazendo
baderna, rebelião, PERTURBANDO A ORDEM OU DISCIPLINA DA
PRISÃO.
A Doutrina admite, no entanto, que o crime possa ser praticado, por
exemplo, em veículo de transporte de presos.
Em qualquer caso, é necessário um número expressivo de presos
(não se diz quantos, mas a Doutrina entende que devam ser, pelo menos,
quatro).
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de realizar a
rebelião, o motim, a baderna, independentemente de quais sejam as
finalidades do motim. Não há forma culposa.
O crime se consuma com a efetiva PERTURBAÇÃO DA ORDEM OU
DISCIPLINA DA PRISÃO, por
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um tempo relevante (Doutrina
majoritária). Não ocorrendo isto, o crime será tentado.
A ação penal é pública incondicionada.

17) Patrocínio infiel

Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever


profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou tergiversação

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Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador
judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Aqui se pune o advogado (ou qualquer outro, como Defensor Público,


defensor dativo, etc.) que viola o dever profissional, prejudicando o
interesse de quem ele representa.
O tipo objetivo consiste em “trair”. Somente pratica o crime aquele
que, deliberadamente, toma decisões contrárias ao interesse da parte que
representa, prejudicando seus interesses. A mera negligência (perder o
prazo de um recurso) não configura o crime. Assim, exige-se o dolo
como elemento subjetivo do delito.
O crime se consuma com a ocorrência do prejuízo à parte. A
tentativa é plenamente possível.
O § único traz um crime autônomo, que é o de “patrocínio
simultâneo ou tergiversação”. Vejamos:
 Patrocínio simultâneo – Advogado, ao mesmo tempo,
patrocina os interesses de partes contrárias (ainda que se
valendo de pessoa interposta, como, por exemplo, de um
colega advogado, desde que fique provado que quem
realmente atuava no caso era o outro);

 Tergiversação (ou patrocínio sucessivo) – Aqui o agente


renuncia ao mandato recebido por uma das partes e passa a
defender a outra. 22528601034

CUIDADO! Não se exige que o patrocínio se dê no mesmo


processo, bastando que seja na MESMA CAUSA (ou seja, se o
processo for extinto por questões processuais e recomeçar, com novo
número, e o agente praticar estas condutas, haverá o crime).

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Nesse crime, dispensa-se o efetivo prejuízo, sendo crime formal,
consumando-se com a mera prática das condutas descritas.
A Doutrina admite a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada.

18) Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de
advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis a três anos, e multa.

O crime só pode ser praticado por quem tenha a qualidade de


advogado ou procurador. Pode ser praticado de duas formas distintas:
Inutilizar, total ou parcialmente, autos, documentos ou
objeto de valor probatório;

Deixar de restituir autos, documentos ou objeto de valor


probatório.

O elemento subjetivo exigido é o dolo, consistente na intenção de


inutilizar ou deixar de restituir os objetos citados, não importando os
motivos que levaram o agente a fazer isto.
Não se pune criminalmente a forma culposa, mas nada impede que o
agente sofra punições pela OAB ou pelo órgão de classe.
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A consumação se dá:
Na inutilização – Quando o agente efetivamente torna inútil o
documento, o objeto ou os autos (crime material) – Admite
tentativa;

No “deixar de restituir” – É crime omissivo próprio,


consumando-se quando o agente, mesmo intimado, se recusa
a devolver os autos. Perfazendo-se num único ato, não se
admite tentativa.

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A ação penal é pública incondicionada.

19) Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das
pessoas referidas neste artigo.

O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa, sendo, desta forma,
crime comum. O sujeito passivo primeiramente é o Estado, podendo ser,
também, o funcionário dito como corrupto pelo agente e o terceiro
ludibriado.
O tipo objetivo consiste no ato de alardear possuir influência
sobre as pessoas indicadas no artigo, de forma que o agente
solicita ou recebe dinheiro do terceiro ludibriado, ou qualquer
outra utilidade, acreditando este (o terceiro), que o infrator é
capaz de influenciar alguma daquelas pessoas e lhe trazer algum
benefício.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, consistente na vontade de
obter vantagem ou promessa de vantagem da vítima, sob o pretexto de
trazer-lhe benefício decorrente da alardeada influência (que pode ou não
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existir).
O crime se consuma, no caso da solicitação, com a mera solicitação,
sendo completamente irrelevante o recebimento da vantagem. Na
modalidade “receber”, quando o agente não pediu dinheiro algum, o
recebimento é o ato que consuma o crime. A tentativa é possível.
O § único prevê uma causa de aumento de pena (1/3) se o
agente alega que parte do dinheiro se destina também ao
funcionário que ele diz ser corrupto e que irá ceder à influência.
A ação penal é pública incondicionada.

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20) Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena
correspondente à violência.

Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer


pessoa, indistintamente. O sujeito passivo é o Estado, podendo ser sujeito
passivo, ainda, eventual particular lesado pela conduta.
O tipo objetivo é de ação múltipla, e consiste em:
Impedir, perturbar ou frustrar arrematação judicial;

Afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por


meio de:

Violência;

Grave ameaça;

Fraude;

Oferecimento de vantagem

CUIDADO! Esse delito não se confunde com o tipo penal do art. 335. Lá,
o ato é realizado pelo poder público. Aqui, embora a arrematação seja
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autorizada judicialmente, ela é realizada pelo particular interessado!

O elemento subjetivo é somente o dolo, não se prevendo a forma


culposa.
A consumação, na primeira das duas modalidades, se dá com o
impedimento, perturbação ou frustração efetiva da arrematação. Na
segunda modalidade, a consumação se dá com a mera tentativa de
afastar um concorrente ou licitante da disputa, através dos meios citados.

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A tentativa só é possível no primeiro caso, pois no segundo caso, a
tentativa já é um dos núcleos do tipo, de forma que, ocorrendo, o crime
será consumado.
CUIDADO! Com relação à conduta de “afastar ou procurar afastar (...)
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem” o
crime está parcialmente revogado pelo art. 95 da Lei 8.666/93:

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

A ação penal é pública incondicionada.

21) Desobediência à decisão judicial sobre perda ou


suspensão de direito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Pune-se aqui o camarada que, mesmo diante de uma sentença


contra si, a ignora e exerce a atividade, ofício, direito, autoridade ou
múnus de que foi suspenso pela decisão judicial.
Imagine que alguém tenha sido suspenso judicialmente por um ano
do direito de dirigir. Caso descumpra a ordem judicial, estará cometendo
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o crime.
O crime é PRÓPRIO, pois somente quem sofreu a decisão judicial
inibitória é que poderá praticar o crime (controvertido, pois há quem
entenda que qualquer pessoa pode vir a estar nesta situação, logo, seria
crime comum. É minoritário).
O elemento subjetivo, como sempre, é o dolo, consistente na
intenção de pôr em prática a atividade de que está proibido por DECISÃO
JUDICIAL.

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O delito se consuma no momento em que o agente dá início ao
exercício da atividade de que está proibido. A tentativa é plenamente
admitida.
A ação penal é pública incondicionada.

IV – CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

Os crimes contra as finanças públicas surgiram para dar efetividade


não só à LRF, mas também ao próprio mandamento constitucional do
art. 37 da CRFB/88, que visa, dentre outras coisas, à responsabilidade
na gestão da administração pública.

Os crimes contra as finanças públicas são crimes que foram


inseridos pela Lei 10.028/00 no Título XI do CP (Crimes contra a
administração pública), donde se conclui que o sujeito passivo imediato
nestes crimes é sempre a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, sendo o bem
jurídico tutelado a MORALIDADE E RESPONSABILIDADE NA GESTÃO
PÚBLICA.

Trata-se, portanto, de uma espécie de crimes contra a administração


pública. São, ainda, crimes funcionais, pois se exige do sujeito passivo a
condição de funcionário público e a utilização desta condição para a
prática do delito. São, portanto, CRIMES PRÓPRIOS.
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Vamos ver cada um dos tipos penais citados:

A) Contratação de operação de crédito

Nos termos do art. 359-A do CP:

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Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou
externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de


2000)

O caput do artigo 359-A prevê a conduta daquele que ordena,


autoriza ou realiza operação de crédito interno ou externo sem prévia
autorização legislativa. Essas condutas são, pois, o que chamamos
de TIPO OBJETIVO DO DELITO (Condutas incriminadas).

O sujeito ativo do delito será o funcionário público responsável pela


prática do ato. A Doutrina entende que tanto aquele que determina a
prática do ato, quanto aquele que realiza, de fato, a conduta, são sujeitos
ativos do delito.

O elemento subjetivo é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente


de praticar a conduta incriminada sem autorização legislativa. Não se
exige nenhum fim especial de agir (não há o chamado dolo
específico).

NÃO SE ADMITE NA FORMA CULPOSA!

A consumação do crime é MUITO controvertida na Doutrina, mas


prevalece o entendimento de que nas modalidades de:
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 Ordenar – Basta que o agente ordene a realização da operação de


crédito, AINDA QUE ESTA NÃO SE CONCRETIZE (CRIME
FORMAL).

 Autorizar – Basta que o agente autorize a realização da operação


(sem autorização legislativa, é claro), não sendo necessária a efetiva
realização desta (Também CRIME FORMAL).

 Realizar – Aqui se exige que a operação de crédito seja efetivamente

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realizada (CRIME MATERIAL).

A tentativa só é admitida pela Doutrina majoritária na


modalidade “realizar”, pois se pode fracionar a conduta do agente em
vários atos, de forma que é possível que ele não consiga consumar o
crime por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II do CP). Nas
demais modalidades, a tentativa não é admitida pela maioria da Doutrina,
pois é difícil imaginar fracionamento das condutas “ordenar” e “autorizar”.
Parcela da Doutrina, no entanto, defende que, se no caso concreto se
puder fracionar a conduta do agente (crime plurissubsistente), haverá
possibilidade de tentativa.

O § único do art. 559-A traz uma forma equiparada:

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza


operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou


em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo


autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

No caso do inciso I, o agente ordena, autoriza ou realiza a operação


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de crédito COM AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, mas ULTRAPASSA OS


LIMITES DA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA.

No caso do inciso II, o agente pratica a conduta mediante


autorização legislativa, mas no final das contas, o montante da dívida
consolidada ultrapassa o limite autorizado por lei. Ou seja, a operação,
em si, não é ilegal, mas em razão dela é ultrapassado o limite da
dívida consolidada.

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B) Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar

Vejamos o que diz o art. 359-B do CP:

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa


que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº


10.028, de 2000)

Aqui se visa a proteger a administração orçamentária, mais


precisamente para evitar que as futuras gestões herdem dificuldades
financeiras em razão das atitudes ímprobas dos antecessores.

O sujeito ativo, mais uma vez, é o agente público responsável pela


prática do ato. O sujeito passivo será o ente público lesado.

Duas são as modalidades:

 Ordenar ou autorizar a inscrição da dívida, QUE NÃO TENHA


SIDO EMPENHADA, em restos a pagar – Aqui o agente inclui em
“restos a pagar”, dívida ainda não empenhada.

 Ordenar ou autorizar a inscrição de dívida que, embora


empenhada, ultrapassa o limite previsto em lei para “restos a
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pagar”.

A consumação se dá com a ordenação ou autorização da


inscrição da dívida em restos a pagar, POUCO IMPORTANDO SE
ELA VEM OU NÃO A SER, DE FATO, INSCRITA EM RESTOS A PAGAR.
Essa é a posição da maioria da Doutrina. Cézar Roberto Bitencourt, no
entanto, entende que a dívida deve vir a ser efetivamente inscrita em
restos a pagar. Para a Doutrina majoritária, sendo crime formal, difícil é a

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caracterização da tentativa. Para a Doutrina minoritária, sendo crime
material (exige o resultado naturalístico, ou seja, no plano fático), a
tentativa é plenamente possível.

O elemento subjetivo é o DOLO, não se exigindo nenhuma finalidade


especial de agir. Lembrando que não se admite na forma culposa, logo, o
agente deve saber que a dívida não foi empenhada (1° caso) ou que a
sua inscrição em restos a pagar excede o limite autorizado em lei (2°
caso).

C) Assunção de obrigação no último ano do mandato

O art. 359-C do CP assim dispõe:

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 10.028, de


2000)

Aqui, não basta que o agente seja funcionário público, a Doutrina


exige que ele seja DETENTOR DE MANDATO! Mandato eletivo, certo?
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Errado! O mandato não precisa necessariamente ser eletivo, podendo ser


um mandato decorrente de indicação (Procurador-Geral de Justiça ou
Defensor-Público-Geral Federal, por exemplo). O que importa é que o
agente seja um agente público detentor de mandato!

A conduta incriminada é a de:

 Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do mandato ou legislatura, cuja DESPESA NÃO POSSA

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SER PAGA NO MESMO EXERCÍCIO; ou

 Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do mandato ou legislatura, que deva ser paga no exercício
seguinte, MAS SEM QUE HAJA VERBA PARA ISSO.

Vejam, portanto, que são condutas diferentes. Na primeira o agente


ordena ou autoriza a assunção da dívida que não pode ser paga no
mesmo exercício. Na segunda, a dívida, apesar de ser paga parcialmente
no mesmo exercício financeiro, vai sobrar um “restinho” para o sucessor,
mas não vai sobrar “graninha” pra isso.

O elemento subjetivo, claro, é o dolo, não se admitindo na forma


culposa. Não é necessário, ainda que o agente tenha a finalidade
específica de prejudicar o próximo mandatário, basta apenas, que
ele saiba que a despesa não pode ser paga no mesmo exercício ou que
vai sobrar parte dela para ser paga no próximo, mas não vai sobrar
contrapartida financeira para isso.

A maioria da Doutrina entende que o crime se consuma com a mera


ordenação ou autorização da assunção da dívida, não sendo necessária a
sua efetiva realização. Nesse caso, sendo crime formal, mais uma vez a
tentativa é muito difícil, considerando-se que provavelmente o crime será
unissubsistente.
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D) Ordenação de despesa não autorizada por lei

O art. 359-D do CP diz:

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028,


de 2000)

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Como todos nós sabemos, num Estado verdadeiramente democrático


de Direito, onde vigora o princípio Republicano, a separação dos poderes
deve ser respeitada, de forma a que o sistema dos “freios e
contrapesos” não seja prejudicado. Assim, é bastante salutar que seja
respeitada a necessidade de autorização legal para a ordenação de
determinada despesa.

CUIDADO! Aqui, diferentemente do que ocorre no art. 359-A, somente é


punido quem ORDENA a despesa não autorizada por lei, não sendo
punível aquele que EXECUTA A ORDEM e realiza a despesa!

O elemento subjetivo é o dolo, não se admitindo a forma culposa.

O sujeito ativo é o agente público responsável pela ordenação de


despesas no ente público. O sujeito passivo será o ente público lesado.

A consumação se dá com a ordenação da despesa, ainda que esta


não venha a ser realizada, sendo, portanto, crime FORMAL. Parte da
Doutrina (sempre tem um!) entende que o crime é MATERIAL, ou seja, é
necessária a efetiva realização da despesa, caso contrário o crime será
tentado.

E) Prestação de garantia graciosa 22528601034

Vejamos o disposto no art. 359-E do CP:

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº


10.028, de 2000)

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O sujeito ativo é o gestor público (funcionário público) responsável


pela prática dos atos dessa natureza. O sujeito passivo será o ente
público lesado.

A LRF prevê, em seu art. 40, que o gestor, ao contratar operação de


crédito que exija garantia de adimplência (art. 29, IV da LRF) deverá
exigir do beneficiário que preste CONTRAGARANTIA, resguardando o
patrimônio público (art. 40, §1° da LRF). Assim, a lei pune exatamente o
gestor que oferece a garantia na operação de crédito, MAS NÃO EXIGE
A CONTRAGARANTIA EM VALOR IGUAL OU SUPERIOR.

De nada adianta, portanto, exigir, por exemplo, contragarantia em


valor INFERIOR ao da garantia. Essa conduta também é crime!

A consumação se dá com a efetiva prestação da garantia sem


contragarantia, sendo, portanto, crime MATERIAL. A Doutrina admite
a tentativa.

F) Não cancelamento de restos a pagar

O art. 359-F do CP diz:

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento


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do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:


(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº


10.028, de 2000)

A conduta aqui é OMISSIVA, pois o agente DEIXA DE FAZER algo


que está obrigado por lei. O agente deve deixar de ordenar, autorizar ou
promover o cancelamento do montante de restos a pagar superior ao

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limite permitido por lei. Assim, a contrario sensu, se o agente deixa de
cancelar restos a pagar, mas não se ultrapassa o limite previsto em lei,
NÃO HÁ CRIME (O fato é atípico).

O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se punindo a forma


culposa.

CUIDADO! A mera demora (negligência) não constitui o crime em


questão, devendo o agente QUERER CONSCIENTEMENTE DEIXAR DE
ORDENAR, AUTORIZAR OU PROMOVER O CANCELAMENTO DO
MONTANTE.

O crime se CONSUMA quando SE ESGOTA O PRAZO PARA QUE O


AGENTE REALIZE O ATO AO QUAL ESTÁ OBRIGADO. Lembrando que
não basta o esgotamento do prazo, deve ter havido VONTADE do agente
em não realizar o ato, E NÃO MERO ESQUECIMENTO, por exemplo.

Sendo crime omissivo puro, não cabe a tentativa, pois ou o agente


deixa, voluntariamente, correr o prazo sem realizar o ato, e o crime se
consuma, ou o agente não pratica crime algum, pois se o fizer no último
dia do prazo, não cometeu o crime.

G) Aumento de despesa total com pessoal no último ano do


mandato ou legislatura 22528601034

Vejamos a norma inserida no art. 359-G do CP:

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de


despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028,


de 2000)

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A conduta punida aqui é bastante simples. Pune-se o ato que importe


em aumento de despesa total com pessoal nos últimos 180 dias (Não são
seis meses!) anteriores ao término do mandato ou legislatura.

Mais uma vez, exige-se que o agente não seja apenas um servidor
público, mas um agente público detentor de mandato, que pode ser
eletivo ou não.

Além de o ato ser nulo (art. 21 da LRF), o ato também é crime,


conforme vimos. Como a maioria dos crimes contra as finanças públicas,
trata-se de CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA (Ou crime PLURINUCLEAR),
pois a conduta incriminada pode ser praticada de DIVERSAS
MANEIRAS. Em todas elas, no entanto, está presente o elemento
temporal, que é o fato de o ato ser praticado nos últimos 180 dias
anteriores ao término do mandato ou legislatura.

A maioria da Doutrina entende que o crime é FORMAL,


consumando-se com a mera ordenação ou autorização da realização do
ato que importa em aumento de despesa com pessoal, não importando se
este vem a ocorrer ou não. Na modalidade “executar”, é unânime na
Doutrina que se trata de crime MATERIAL, exigindo-se que o agente
efetivamente realize o ato. A tentativa, para a maioria da Doutrina, só é
possível na modalidade EXECUTAR.
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H) Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

Nos termos do art. 359-H do CP:

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação


no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)

Trata-se, como em todos os outros crimes contra as finanças


públicas, de crime PRÓPRIO, pois se exige do agente uma qualidade
especial (funcionário público). Exige-se que seja o funcionário responsável
pela prática do ato de colocação de títulos no mercado ou promoção de
oferta pública.

CUIDADO! Aqui, os sujeitos passivos, além de serem os entes públicos


lesados, podem ser, ainda, EVENTUAIS TERCEIROS ADQUIRENTES
DOS TÍTULOS COLOCADOS NO MERCADO.

Também temos mais um crime de ação múltipla, que pode ser


praticado na modalidade ordenar, autorizar ou promover A OFERTA
PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO, sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados no
sistema centralizado de liquidação e custódia.

Essa última parte, grifada, é o que se chama de “elemento


normativo do tipo”. Sempre que vocês virem a menção às expressões
“sem permissão legal”, “sem autorização”, etc., estaremos diante de
elementos normativos do tipo, pois a conduta só será típica se realizada
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com a inobservância de alguma regra. Caso a conduta seja praticada com


a observância das regras pertinentes, não haverá crime, por atipicidade.

A consumação, para a maioria da Doutrina se dá com a mera


autorização ou ordenação da realização do ato (promoção da oferta ou
colocação no mercado), sendo a sua realização irrelevante para a
consumação. Para outra parte da Doutrina, é indispensável que a oferta
pública seja efetivamente promovida ou os títulos colocados no mercado.
O único consenso doutrinário é quanto à última modalidade,
“PROMOVER”, que se trata de um delito nitidamente material, sendo

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necessária a efetiva inserção do título no mercado ou promoção da oferta
pública. Sendo, nesse último caso, crime material, admite-se a tentativa.

I) Pontos comuns

 Os sujeitos ativos, em todos os crimes, são sempre funcionários


públicos. Em alguns casos, no entanto, exige-se que seja detentor de
mandato.

 Os sujeitos passivos serão sempre os entes públicos lesados pela


conduta. No tipo do art. 359-H, é possível que um particular também seja
lesado, sendo, portanto, sujeito passivo.

 A ação penal, em todos os casos, é PÚBLICA INCONDICIONADA.

 Não se admite nenhum desses crimes na forma culposa.

 O bem jurídico tutelado é sempre a regularidade das finanças


públicas.

 Praticamente todos os crimes são de ação múltipla


(PLURINUCLEARES).

 Nada impede que o agente pratique quaisquer destas condutas sob


o pálio de uma causa excludente de ilicitude ou culpabilidade.
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Imagine, por exemplo, a ordenação de uma despesa não autorizada para


socorrer vítimas de uma catástrofe natural (calamidade pública). Nesse
caso, nada impede que se considere a conduta como praticada sob
estado de necessidade (causa de exclusão da ilicitude, nos termos do
art. 23, I do CP).

Bons estudos!

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

01 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)

Luiz é muito amigo do magistrado Paulo. Certo dia, sabedor de que seu
vizinho é parte em ação indenizatória a ser julgada por Paulo, oferece
ajuda para exercer influência sobre a decisão do referido magistrado. Para
tanto, solicita que seu vizinho lhe dê 30% do valor a ser obtido em caso
de êxito na ação indenizatória. O magistrado, que não sabia o que estava
ocorrendo, acabou julgando a causa em favor do vizinho de Luiz, que, por
sua vez, cumpriu o combinado, repassando parte do valor obtido a Luiz.

O crime cometido por Luiz foi:

a) tráfico de influência (Artigo 332 do Código Penal brasileiro).

b) corrupção ativa (Artigo 333 do Código Penal brasileiro).

c) fraude processual (Artigo 347 do Código Penal brasileiro).

d) advocacia administrativa (Artigo 321 do Código Penal brasileiro).


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e) exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro).

02 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII -


PRIMEIRA FASE)

Baco, após subtrair um carro esportivo de determinada


concessionária de veículos, telefona para Minerva, sua amiga, a quem
conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que Minerva

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morava em uma grande casa e que poderia esconder o carro
facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva poderia ajudá-lo,
escondendo o carro em sua residência. Minerva, apaixonada por
Baco, aceita prestar a ajuda. Nessa situação, Minerva deve responder
por

a) participação no crime de furto praticado por Baco.

b) receptação.

c) favorecimento pessoal.

d) favorecimento real.

03 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)

Ao tomar conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua


residência, Caio compareceu à delegacia de polícia e noticiou o crime,
alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o delito, mesmo
sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do fato. Em
decorrência do exposto, foi instaurado inquérito policial para apurar as
circunstâncias do ocorrido.

A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu

a) delito de calúnia.
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b) delito de comunicação falsa de crime.

c) delito de denunciação caluniosa.

d) crime de falso testemunho.

04 - (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ)

Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e


vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar
a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a quantia que

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lhe é devida de qualquer forma. Ao encontrar Maria fazendo compras no
centro da cidade, José retira a bolsa das mãos de Maria puxando-a com
força. A fivela da alça causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre
a bolsa de Maria, constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois
mil reais), e pega R$ 500,00 (quinhentos reais), deixando a bolsa com os
pertences de Maria no chão.

Qual será a punição para o crime praticado por José?

a) Incidirá na pena de roubo simples.

b) Incidirá na pena de furto simples.

c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.

d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da


pena correspondente à violência.

e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da


pena de furto simples.

05 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -


PRIMEIRA FASE)

Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do texto:

“para a ocorrência de __________, não basta a imputação falsa de crime,


mas é indispensável que em decorrência de tal imputação seja
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instaurada, por exemplo, investigação policial ou processo judicial. A


simples imputação falsa de fato definido como crime pode consituir
__________, que, constitui infração penal contra a honra, enquanto a
__________ é crime contra a Administração da Justiça”.

a) denunciação caluniosa, calúnia, denunciação caluniosa.

b) denunciação caluniosa, difamação, denunciação caluniosa.

c) comunicação falsa de crime ou de contravenção, calúnia, comunicação


falsa de crime ou de contravenção.

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d) comunicação falsa de crime ou de contravenção, difamação,
comunicação falsa de crime ou de contravenção.

06 - (FGV – 2008 – TCM/PA – AUDITOR)

As condutas a seguir constituem hipótese de crime contra as finanças


públicas, previstos no Capítulo V do Título XI da Parte Especial do Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida


em lei

(B) Ordenar despesa não autorizada por lei

(C) Executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura

(D) Promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de


títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei

(E) Autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que exceda limite


estabelecido em lei

07 - (FCC - 2011 - TCM-BA - PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS)

A prestação por administrador público de garantia em operação de


crédito, sem contragarantia em valor igual ou superior ao valor da
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garantia prestada, quando a lei o exigir,

A) constitui mera infração administrativa, pois se trata de fato


penalmente atípico.

B) pode representar a prática de crime previsto no Código Penal, além de


configurar possível improbidade administrativa.

C) exige a ocorrência de prejuízo ao erário para ser considerada ato de


improbidade administrativa.

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D) é fato típico, desde que demonstrada a negligência da autoridade que
a prestou.

E) caracteriza crime previsto na Lei Geral de Licitações (Lei Federal


no 8.666/93).

08 - (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR)

Constitui crime contra as finanças públicas

A) ordenar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia


autorização judiciária.

B) autorizar operação de crédito, interno ou externo, com inobservância


de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução da
Câmara Federal.

C) executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
360 (trezentos e sessenta) dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura.

D) realizar operação de crédito, interno ou externo, quando o montante


da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

E) autorizar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser paga no


exercício financeiro nos três últimos trimestres do último ano do mandato.

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09 - (FCC – 2011 – TCE/SP – PROCURADOR)

Constitui crime contra as finanças públicas o ato de ordenar a assunção


de obrigação cuja despesa não possa ser paga no exercício financeiro,
desde que a determinação ocorra

A) nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou


legislatura.

B) nos dois últimos semestres do último ano do mandato ou legislatura.

C) nos três últimos trimestres do último ano do mandato ou legislatura.

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D) nos dois últimos quadrimestres dos dois últimos anos do mandato ou
legislatura.

E) nos dois últimos bimestres dos dois últimos anos do mandato ou


legislatura

10 - (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)

Maria procurou Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o


Tribunal do Júri por crime de infanticídio e, dizendo-se amiga de dois
jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no
julgamento destes. Maria responderá por crime de

A) estelionato.

B) corrupção ativa.

C) exploração de prestígio.

D) advocacia administrativa.

E) favorecimento pessoal.

11 - (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


EXECUÇÃO DE MANDADOS)

A respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça, considere:


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I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há indicação


expressa de pessoa determinada como autora da infração.

II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação expressa de


determinada pessoa como autora da infração.

III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho se calar


a verdade em processo judicial.

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IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se o
agente se retrata ou declara a verdade até o trânsito em julgado da
sentença ou do acórdão proferido no processo em que ocorreu a
falsidade.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:

A) III.

B) I, II e III.

C) I e IV.

D) II, III e IV.

E) I, II e IV.

12 - (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)

Arrebatamento de preso é classificado como crime

A) de abuso de autoridade.

B) praticado por particular contra a administração em geral.

C) praticado por funcionário público contra a administração em geral.

D) contra a fé pública.

E) contra a administração da Justiça.


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13 - (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)

Quanto ao crime de exercício arbitrário das próprias razões, somente se


procede mediante queixa se

A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.

B) não há emprego de violência.

C) cometido para satisfazer pretensão legítima.

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D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por
determinação judicial.

E) não há dano ao patrimônio público.

14 - (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


ÁREA JUDICIÁRIA)

Paulo e Pedro alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de


salvamento, possibilitaram a fuga do chefe da quadrilha a que
pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena
privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime
de

A) arrebatamento de preso.

B) motim de presos.

C) fuga de pessoa presa.

D) favorecimento pessoal.

E) evasão mediante violência.

15 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO -


ESPECIALIDADE DIREITO)

Aquele que solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do Ministério


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Público pratica o crime de

A) condescendência criminosa.

B) advocacia administrativa.

C) tráfico de influência.

D) patrocínio infiel.

E) exploração de prestígio.

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16 - (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
ÁREA JUDICIÁRIA)

Paulo auxilia seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de


reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade pública. Nesse caso, Paulo

A) comete crime de fraude processual.

B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em


metade.

C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada


em metade.

D) fica isento de pena.

E) comete crime de favorecimento real.

17 - (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO


- ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de processo


judicial contra alguém, imputando-lhe crime, sem ter certeza de ser ele
o autor do delito,

A) não comete nenhum delito.

B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa.

C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa.


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D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa.

E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa.

18 - (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO


- ÁREA JUDICIÁRIA)

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José encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em
determinado dia, trocou de roupa com um visitante e fugiu pela porta de
entrada do presídio. Nesse caso, José

A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de


segurança.

B) cometeu crime de arrebatamento de preso.

C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a


pessoa.

D) cometeu crime de fraude processual.

E) cometeu crime de favorecimento pessoal.

19 - (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)

A pessoa que confessa, perante autoridade policial, delito inexistente,

A) não pratica nenhum delito.

B) pratica crime de autoacusação falsa.

C) pratica crime de falso testemunho.

D) pratica crime de comunicação falsa de crime.

E) pratica crime de denunciação caluniosa.


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20 - (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

O reingresso no território nacional de estrangeiro expulso do País, sem


autorização de autoridade competente e sem que tenha sido revogada a
expulsão

A) não caracteriza crime definido no Código Penal se a expulsão foi


injusta.

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B) não caracteriza crime, estando o agente sujeito apenas a nova
expulsão.

C) não caracteriza crime definido no Código Penal e o agente só está


sujeito a nova expulsão se cometer delito apenado com reclusão.

D) caracteriza crime definido no Código Penal e sujeita o agente apenas a


nova expulsão após o término do processo.

E) caracteriza crime definido no Código Penal, estando o agente sujeito a


pena privativa de liberdade sem prejuízo de nova expulsão após o
cumprimento da pena.

21 - (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora


legítima, salvo quando a lei o permite, configura crime de

A) peculato.

B) abuso de poder.

C) exercício arbitrário das próprias razões.

D) concussão.

E) prevaricação.

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22 - (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Entre outros, é pressuposto do crime de denunciação caluniosa

A) a imputação de crime de que o sabe inocente a pessoa certa e


determinada.

B) a imputação de crime de que o sabe inocente a pessoa indeterminada,


desde que o fato seja verdadeiro.

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C) a imputação a pessoa certa e determinada de fato verdadeiro, de que
o sabe culpado.

D) que o fato imputado constitua crime doloso ou culposo.

E) que o fato imputado sempre constitua crime, não mera contravenção


penal.

23 - (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)

O crime de coação no curso do processo

a) não se caracteriza quando da violência empregada contra testemunha


para forçá-la a não dizer a verdade não resultaram lesões corporais.

b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação


processual ou pelo advogado de qualquer delas.

c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de


favorecer interesse próprio ou alheio.

d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o


escrivão de polícia no curso do inquérito policial, com o fim de impedir o
seu indiciamento.

e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco


importando se o agente conseguiu ou não a abstenção ou omissão da
vítima em declarar ou apurar a verdade.
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24 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

Paulus foi preso em flagrante e recolhido à cadeia pública de uma cidade


do interior. No momento da alimentação, mediante violência física,
dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi
dominado por policiais que estavam chegando ao local. Paulus responderá
por crime de

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A) arrebatamento de preso, na forma consumada.

B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.

C) motim de presos, na forma consumada.

D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.

E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.

25 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

A respeito do crime de fraude processual, é INCORRETO afirmar que

A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na
solução do processo.

B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.

C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa.

D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo


administrativo.

E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é fracionável.

26 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
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Augustus compareceu ao distrito policial e acusou falsamente seu


desafeto Paulus de ser o autor de crime de peculato, que sabia não ter se
verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de Ocorrência, mas
deixou de instaurar inquérito policial por ter constatado a falsidade da
acusação. Nesse caso, Augustus

A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.

B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma consumada.

C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada

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D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.

E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não


chegou a ser instaurado.

27 - (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

Paulo, valendo-se do anonimato, telefonou à polícia, informando


falsamente que seu vizinho e desafeto José havia assaltado um banco
situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial, apurou-se que
José era inocente e que o telefonema tinha vindo da residência de Paulo,
que acabou confessando a prática do fato delituoso. Nesse caso, Paulo
responderá por crime de

A) comunicação falsa de crime.

B) denunciação caluniosa.

C) falso testemunho.

D) fraude processual.

E) autoacusação falsa.

28 - (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)

A respeito dos crimes contra a administração pública, considere:


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I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas funções


não pode ser sujeito ativo de crime de prevaricação.
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma tentada.
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de dolo,
enquanto o delito de comunicação falsa de crime ou contravenção admite
a forma culposa.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.

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c) I e III.
d) II e III.
e) III.

29 - (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR)

Quanto aos crimes contra a administração da justiça, é correto afirmar


que

A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de


violência ou grave ameaça contra testemunha em processo
administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio.

B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de


prestígio, se o agente insinua que o dinheiro solicitado, a pretexto de
influir em testemunha, a esta também se destina.

C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de


coautoria ou receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do
crime.

D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que, perante


a autoridade, se atribui o cometimento de contravenção penal inexistente
ou praticada por outrem.

E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que


defende na mesma causa, simultânea
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ou sucessivamente, partes
contrárias.

30 - (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)

O contador que, em declaração prestada em processo administrativo, cala


a verdade pratica o crime de

A) desacato.

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B) desobediência.

C) fraude processual.

D) condescendência criminosa.

E) falso testemunho.

31 - (FCC – 2007 – MPU - ANALISTA)

Considere:

I. Dar causa à instauração de investigação policial contra alguém,


imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

II. Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime


ou contravenção que sabe não ter se verificado.

III. Dar causa à instauração de ação de improbidade administrativa contra


alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

Dentre as situações acima descritas, configura o delito de Comunicação


Falsa de Crime a conduta indicada SOMENTE em

A) II e III.

B) II.

C) I e III.

D) I e II.
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E) I.

32 - (FCC - 2012 – ISS/SP – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)

Paulus solicitou de Petrus a quantia de R$ 5.000,00 para influir junto a


seu amigo Sérvio, funcionário público municipal, para não autuar sua
empresa por irregularidades fiscais. Sérvio, desconhecendo a conduta de
Paulus, mas cedendo ao pedido deste, se omitiu e deixou de autuar a

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empresa de Petrus. Nesse caso, Paulus e Sérvio responderão,
respectivamente, por

A) tráfico de influência e corrupção passiva privilegiada, respectivamente.


B) advocacia administrativa e prevaricação.

C) condescendência criminosa e prevaricação.

D) corrupção ativa e corrupção passiva qualificada.

E) tráfico de influência e prevaricação.

33 - (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ)

Configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou


grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a
intervir em

a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em feito penal.

b) processo administrativo, mas não em inquérito policial.

c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo


administrativo.

d) juízo arbitral.

e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal.


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34 - (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO-EXECUÇÃO DE


MANDADOS)

Em audiência judicial, o intérprete que, dolosamente, traduz declaração


de testemunha de modo contrário ao teor do depoimento, todavia que se
retrata por escrito, depois de proferida a sentença, mas antes do trânsito
em julgado,

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a) não comete o crime de falso testemunho ou perícia por ocorrência de
causa excludente da ilicitude.

b) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo tentado.

c) não comete o crime de falso testemunho ou perícia, pois intérprete não


é testemunha ou perito.

d) comete o crime de falso testemunho ou perícia, mas está isento de


pena pela retratação.

e) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo


consumado.

35 - (FCC- 2012 – TRT1 – JUIZ)

NÃO constitui crime contra a administração da justiça

a) a denunciação caluniosa.

b) o exercício arbitrário das próprias razões.

c) o favorecimento pessoal.

d) o patrocínio infiel.

e) a desobediência.

36 - (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ)


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A retratação do agente, antes da sentença no processo em que ocorreu o


falso testemunho, é causa

a) de exclusão da imputabilidade.

b) de extinção da punibilidade.

c) de diminuição da pena.

d) de exclusão da culpabilidade.

e) supralegal de exclusão da ilicitude.

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37 - (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL)

Considere:

I. Facilitar a fuga de pessoa legalmente presa.

II. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a


que é cominada pena de reclusão.

Essas condutas tipificam, respectivamente, os delitos de

a) fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança e


favorecimento pessoal.

b) arrebatamento de preso e favorecimento real.

c) motim de presos e favorecimento real.

d) condescendência criminosa e favorecimento pessoal.

e) arrebatamento de preso e favorecimento pessoal.

38 - (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO)

José percebeu que seu conhecido João havia cometido crime de


desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais. Em
vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu
veículo, deixando o local e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante
deste. Nesse caso, José responderá pelo crime de
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a) favorecimento pessoal privilegiado.

b) favorecimento real.

c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.

d) arrebatamento de preso.

e) facilitar a fuga de pessoa presa.

39 - (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ)

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No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação penal é

a) sempre pública condicionada.

b) privada, se não há emprego de violência.

c) sempre privada.

d) pública condicionada, se não há emprego de violência.

e) sempre pública incondicionada.

40 - (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR)

A testemunha retratou-se de seu depoimento anteriormente mendaz,


agora para declarar a verdade nos autos do processo, o que ela fez às
vésperas do julgamento da apelação respectiva. Segundo o entendimento
hoje dominante na doutrina brasileira, pode-se afirmar:

a) É caso de perdão judicial.

b) Não se extingue a punibilidade, nem cabe perdão judicial.

c) Extingue-se a punibilidade.

d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado


mediante suborno ou com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade
da administração pública direta ou indireta.
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e) Ocorre perempção

41 - (FCC – 2014 – TRF3 – OFICIAL DE JUSTIÇA)

Segundo a jurisprudência dominante no âmbito do Tribunal Regional


Federal da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de Justiça, aliás em
sintonia com segmento importante da doutrina brasileira mais
contemporânea, no crime de falso testemunho ou falsa perícia,

a) é possível participação e autoria mediata.

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b) é possível participação, mas não autoria mediata.

c) não é possível participação, mas sim autoria mediata.

d) é impossível participação ou autoria mediata.

e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata.

42 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de falso testemunho, do art. 342 do Código Penal

A) pode ser praticado no âmbito de inquérito policial; somente pode ser


praticado por conduta positiva.

B) pode ser praticado no âmbito de processo administrativo; somente


pode ser praticado por conduta negativa.

C) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; pode ser


praticado tanto por conduta positiva como por conduta negativa.

D) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; somente


pode ser praticado por conduta negativa.

E) pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral; pode ser praticado


tanto por conduta positiva como por conduta negativa.

– – –
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43 - (VUNESP 2010 TJ/SP ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Analise as seguintes afirmações com relação aos crimes de exercício


arbitrário das próprias razões (CP, art. 345) e fraude processual (CP, art.
347):

I. ambos estão inseridos no capítulo dos Crimes Praticados por


Funcionário Público Contra a Administração em Geral;

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II. no primeiro deles, caso não haja emprego de violência, somente se
procede mediante queixa;

III. no segundo deles, as penas são aplicadas em dobro se a inovação se


destina a produzir efeito em processo penal.

É correto apenas o que se afirma em

A) I.

B) II.

C) III.

D) I e II.

E) II e III.

44 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Ao agente do crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339), a pena é

I. aumentada, se ele se serve de anonimato;

II. aumentada, se ele se serve de nome suposto;

III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção.

É correto o que se afirma em

A) II, apenas. 22528601034

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

45 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

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O ato de fazer justiça pelas próprias mãos para satisfazer pretensão,
embora legítima, mas sem permissão legal, configura o crime de

A) fraude processual.

B) violência arbitrária.

C) condescendência criminosa.

D) coação no curso do processo.

E) exercício arbitrário das próprias razões.

46 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de exploração de prestígio está inserido no capítulo dos crimes


praticados

A) contra a moralidade pública.

B) contra a administração da justiça.

C) por particular, contra a administração em geral.

D) por funcionário público, contra a administração em geral.

E) por particular, contra a administração pública estrangeira.

47 - (VUNESP – 2007 – 22528601034


TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)

Quanto ao crime de denunciação caluniosa, pode-se afirmar:

I. Não configura delito a solicitação à polícia que investigue determinado


crime, fornecendo-lhe elementos de que dispõe, inclusive quanto à
autoria.

II. A conduta típica é provocar, dar causa à ação da autoridade policial


pela comunicação de ocorrência de crime ou de contravenção que não se
verificou.

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III. O tipo penal apresenta causa de aumento de pena caso a denunciação
caluniosa seja praticada contra funcionário público.

Quanto às afirmações, está correto o contido apenas em


A) I.

B) II.

C) I e II.

D) I e III.

E) II e III.

48 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Receber dinheiro, iludindo o interessado, a pretexto de influir na nota a


ser atribuída, para certo candidato, por Desembargador membro da banca
de concurso público, para ingresso na carreira da Magistratura no Estado
de São Paulo,

A) tipifica o crime de corrupção ativa.

B) tipifica o crime de exploração de prestígio.

C) tipifica o crime de concussão.

D) tipifica o crime de corrupção passiva.


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E) não é fato que recebe punição de acordo com o Código Penal


Brasileiro.

49 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

A pena da testemunha que receber suborno para calar a verdade em juízo

A) será aumentada de 1/2.

B) será aumentada de 2/3.

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C) será de reclusão de 1 a 4 anos e multa.

D) não será aplicada na hipótese de a testemunha declarar a verdade no


processo em que se apura o crime de falso testemunho.
E) não será aplicada na hipótese da retratação da testemunha, antes da
sentença, no processo em que ocorreu o ilícito.

50 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de exploração de prestígio

I. tem como condutas previstas no "caput" do art. 357 do Código Penal os


verbos solicitar ou receber;

II. somente pode ser praticado por funcionário público;

III. consiste, em uma de suas modalidades, na solicitação de dinheiro ou


qualquer outra utilidade a pretexto de influir em determinado elenco de
pessoas indicado pela lei.

Está correto o contido apenas em

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) I. 22528601034

E) III.

51 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Assinale a alternativa que tipifica a conduta do crime de exercício


arbitrário das próprias razões.

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A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu favor.
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em poder
de terceiro por determinação judicial.

C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento de


salários atrasados.

D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em


poder de terceiro em razão de seqüestro judicial.

E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe


impor uma multa por excesso de velocidade.

52 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Leia as afirmações relacionadas ao crime de exploração de prestígio.


I. É crime que não exige do sujeito que o pratica qualquer qualidade
especial.

II. Os delegados de polícia, assim como os promotores de justiça, podem


ser influenciados pelo explorador de prestígio.

III. Comina-se à exploração de prestígio diminuição de pena se o agente,


ao praticar o delito, alegar que o dinheiro será destinado a qualquer das
pessoas referidas no tipo penal.

Está correto o contido em


22528601034

A) I, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

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53 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)

O advogado "X", por mera negligência, esqueceu-se de restituir os autos


de um processo que retirou junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. É
correto dizer que "X"

A) cometeu o crime de desobediência à decisão judicial sobre perda ou


suspensão de direito.

B) cometeu crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório.


C) cometeu crime de desobediência.

D) cometeu crime de resistência.

E) não cometeu crime algum.

54 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA


JUDICIÁRIO)

O crime de denunciação caluniosa consiste na ação de

A) dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,


instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente.

B) fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,


22528601034

perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou


administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

C) provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime


ou de contravenção que sabe não se ter verificado.
D) acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem.

E) caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.

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55 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA
JUDICIÁRIO)

Com relação ao crime de falso testemunho ou falsa perícia,

A) a pena é aplicada em dobro, se o agente se serve de anonimato ou de


nome suposto.

B) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é


cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal.

C) a pena é diminuída da metade, se o processo em que o falso


testemunho ocorreu imputa a prática de contravenção.
D) não há conduta típica, se quem presta o falso depoimento ou realiza a
falsa perícia é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso.

E) o fato deixa de ser punível, se, a qualquer tempo, o agente se retrata


ou declara a verdade.

56 - (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA)

"X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho praticou o furto de um veículo,


dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a autora do delito.
Em tese, "X" praticou o crime de

A) condescendência criminosa.
22528601034

B) falso testemunho.

C) autoacusação falsa.

D) denunciação caluniosa.

E) prevaricação.

57 - (VUNESP – 2011 – TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

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O crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório, nos termos
do quanto determina o art. 356 do CP,

A) comina, alternativamente, pena de reclusão ou multa.

B) tem pena aumentada se praticado com intuito de lucro.

C) comina, alternativamente, pena de detenção ou multa.

D) não se caracteriza na modalidade inutilização se esta é apenas parcial.

E) só se caracteriza se, presentes os demais elementos, tem a conduta


típica praticada por quem os recebeu na qualidade de advogado ou
procurador.

58 - (VUNESP – 2011 – TJM/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA)

O crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de


direito, nos termos do quanto determina o art. 359 do CP

A) comina, cumulativamente, pena de reclusão e multa.

B) comina, cumulativamente, pena de detenção e multa.

C) tem pena aumentada se o agente pratica o fato com intuito de lucro.

D) tem pena aumentada se do fato resulta prejuízo à administração


pública.

E) não exige, em sua descrição típica, que a decisão tenha transitado em


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julgado.

59 - (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de "fraude processual", do art. 347 do CP,

I. é punido com pena de reclusão e multa;

II. só se configura se a fraude se destina a produzir efeito em processo


penal, ainda que não iniciado;

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III. configura-se se a fraude tem o fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
É correto o que se afirma, apenas, em

A) I e II.

B) II e III.

C) II.

D) I.

E) III.

60 - (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Imagine que um advogado solicite dinheiro de seu cliente, deixando claro


que, mediante o pagamento do valor, procurará uma testemunha do
processo, a fim de influenciá-la a prestar um depoimento mais favorável à
pretensão do cliente. Além disso, o advogado insinua que a quantia será
repartida com a testemunha. O advogado recebe o dinheiro, mas engana
seu cliente e não procura a testemunha.
Nesse caso, o advogado

A) cometeu o crime de corrupção passiva.

B) cometeu o crime de usurpação de função pública.

C) cometeu o crime de exploração de prestígio.


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D) cometeu o crime de corrupção ativa.

E) não cometeu crime algum.

61 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)

A, testemunha compromissada, mediante suborno, presta falso


testemunho, em fases sucessivas de um processo penal, por homicídio
doloso, ou seja, no inquérito policial, na instrução criminal e em plenário.

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A cometeu crime de

a) falso testemunho em continuidade delitiva.

b) falso testemunho único, com aumento de pena.

c) falso testemunho em concurso material.

d) falso testemunho em concurso formal.

62 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO


GERAL)

Faristeu da Silva fez afirmação falsa como perito em processo judicial,


praticando o crime de falsa perícia previsto no artigo 342 do Código
Penal. Para que não seja punido, Faristeu

a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos.

b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que ocorreu o


ilícito.

c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver transitado


em julgado.

d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo processo


judicial.

e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público.


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63 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Assinale a alternativa que melhor representa o tipo penal do crime


descrito no art. 339 do CP.

A denunciação caluniosa consiste em imputar crime a quem o sabe


inocente dando causa à instauração de

a) investigação policial, processo judicial ou inquérito civil.

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b) investigação policial, processo judicial ou comissão parlamentar de
inquérito.

c) investigação policial, processo judicial, investigação administrativa,


inquérito civil ou ação de improbidade administrativa.

d) investigação policial, processo judicial, comissão parlamentar de


inquérito ou ação de improbidade administrativa.

e) investigação policial ou processo judicial.

64 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

“O fato deixar de ser punível se, antes da sentença, no processo em que


ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade”.
A previsão legal citada corresponde ao crime de

a) fraude processual.

b) coação no curso do processo.

c) denunciação caluniosa.

d) comunicação falsa de crime ou contravenção.

e) falso testemunho ou falsa perícia.

65 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


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A esposa que comprovadamente ludibria autoridade policial e auxilia


marido, autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da autoridade
pública.

A) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões (CP, art.
345).

B) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349).

C) fica isenta de pena.

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D) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348)

E) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351).

EXERCÍCIOS COMENTADOS

01 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)

Luiz é muito amigo do magistrado Paulo. Certo dia, sabedor de


que seu vizinho é parte em ação indenizatória a ser julgada por
Paulo, oferece ajuda para exercer influência sobre a decisão do
referido magistrado. Para tanto, solicita que seu vizinho lhe dê
30% do valor a ser obtido em caso de êxito na ação indenizatória.
O magistrado, que não sabia o que estava ocorrendo, acabou
julgando a causa em favor do vizinho de Luiz, que, por sua vez,
cumpriu o combinado, repassando parte do valor obtido a Luiz.

O crime cometido por Luiz foi:

a) tráfico de influência (Artigo 332 do Código Penal brasileiro).


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b) corrupção ativa (Artigo 333 do Código Penal brasileiro).

c) fraude processual (Artigo 347 do Código Penal brasileiro).

d) advocacia administrativa (Artigo 321 do Código Penal


brasileiro).

e) exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro).

COMENTÁROS: No caso em tela, o agente praticou o delito de


exploração de prestígio, nos termos do art. 357 do CP:

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Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

02 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII -


PRIMEIRA FASE)

Baco, após subtrair um carro esportivo de determinada


concessionária de veículos, telefona para Minerva, sua amiga, a
quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia
que Minerva morava em uma grande casa e que poderia esconder
o carro facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva poderia
ajudá-lo, escondendo o carro em sua residência. Minerva,
apaixonada por Baco, aceita prestar a ajuda. Nessa situação,
Minerva deve responder por

a) participação no crime de furto praticado por Baco.

b) receptação.

c) favorecimento pessoal.
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d) favorecimento real.

COMENTÁRIOS: Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade


era tornar seguro o PROVEITO do crime, deverá responder pelo delito de
FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349 do CP:

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,


auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

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Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

03 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)

Ao tomar conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de


sua residência, Caio compareceu à delegacia de polícia e noticiou
o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o
delito, mesmo sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa
na data do fato. Em decorrência do exposto, foi instaurado
inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido.

A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu

a) delito de calúnia.

b) delito de comunicação falsa de crime.

c) delito de denunciação caluniosa.

d) crime de falso testemunho.

COMENTÁRIOS: Neste caso, o agente comunicou à polícia um fato


criminoso que, de fato, ocorreu. Contudo, imputou a autoria a uma
pessoa que SABIA SER INOCENTE, de forma que praticou o delito de
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, nos termos do art. 339 do CP:
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Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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04 - (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ)

Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva


e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado
de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide
obter a quantia que lhe é devida de qualquer forma. Ao encontrar
Maria fazendo compras no centro da cidade, José retira a bolsa
das mãos de Maria puxando-a com força. A fivela da alça causa
uma lesão leve no braço de Maria. José abre a bolsa de Maria,
constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e
pega R$ 500,00 (quinhentos reais), deixando a bolsa com os
pertences de Maria no chão.

Qual será a punição para o crime praticado por José?

a) Incidirá na pena de roubo simples.

b) Incidirá na pena de furto simples.

c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.

d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões,


além da pena correspondente à violência.

e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões,


além da pena de furto simples.

COMENTÁRIOS: José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário


das próprias razões, nos termos do art. 345 do CP:
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Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena


correspondente à violência.

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Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência
empregada, José responderá também pela violência empregada, ou seja,
pelo crime de lesão corporal.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

05 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -


PRIMEIRA FASE)

Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do


texto:

“para a ocorrência de __________, não basta a imputação falsa


de crime, mas é indispensável que em decorrência de tal
imputação seja instaurada, por exemplo, investigação policial ou
processo judicial. A simples imputação falsa de fato definido como
crime pode consituir __________, que, constitui infração penal
contra a honra, enquanto a __________ é crime contra a
Administração da Justiça”.

a) denunciação caluniosa, calúnia, denunciação caluniosa.

b) denunciação caluniosa, difamação, denunciação caluniosa.

c) comunicação falsa de crime ou de contravenção, calúnia,


comunicação falsa de crime ou de contravenção.

d) comunicação falsa de crime ou de contravenção, difamação,


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comunicação falsa de crime ou de contravenção.

COMENTÁRIOS: A sequência que preenche as lacunas corretamente está


prevista na alternativa A, pois a exigência de que seja instaurado algum
procedimento pela autoridade é uma exigência prevista para o delito de
denunciação caluniosa, que é um crime contra a administração da Justiça,
nos termos do art. 339 do CP:

Denunciação caluniosa

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Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Caso não haja nenhuma “movimentação” da autoridade, a conduta pode


se amoldar ao delito de calúnia (crime contra a honra), a depender das
circunstâncias, nos termos do art. 138 do CP:

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

06 - (FGV – 2008 – TCM/PA – AUDITOR)

As condutas a seguir constituem hipótese de crime contra as


finanças públicas, previstos no Capítulo V do Título XI da Parte
Especial do Código Penal, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da


estabelecida em lei
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(B) Ordenar despesa não autorizada por lei

(C) Executar ato que acarrete aumento de despesa total com


pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
ou da legislatura

(D) Promover a oferta pública ou a colocação no mercado


financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei

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(E) Autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
exceda limite estabelecido em lei

COMENTÁRIOS: A única alternativa que traz uma conduta que NÃO se


caracteriza como crime contra as finanças públicas é a letra A, pois a
conduta citada configura o delito de “emprego irregular de verbas ou
rendas públicas”, que é um delito previsto no art. 315 do CP e, portanto,
incluído no rol dos “crimes praticados por funcionário público contra a
administração em geral”:

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Do ponto de vista do “bem jurídico tutelado”, tal conduta até pode ser
considerada “atentatória às finanças públicas”. Contudo, não foi incluída
no rol dos crimes contra as finanças públicas pelo CP, de forma que a
alternativa, portanto, está errada.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

07 - (FCC - 2011 - TCM-BA - PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS)

A prestação por administrador público de garantia em operação


de crédito, sem contragarantia em valor igual ou superior ao
valor da garantia prestada, quando a lei o exigir,
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A) constitui mera infração administrativa, pois se trata de fato


penalmente atípico.

B) pode representar a prática de crime previsto no Código Penal,


além de configurar possível improbidade administrativa.

C) exige a ocorrência de prejuízo ao erário para ser considerada


ato de improbidade administrativa.

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D) é fato típico, desde que demonstrada a negligência da
autoridade que a prestou.

E) caracteriza crime previsto na Lei Geral de Licitações (Lei


Federal no 8.666/93).

COMENTÁRIOS: Conforme vimos, a prestação de garantia pelo agente


público, quando da realização de operação de crédito, sem a devida
exigência de contragarantia em valor igual ou superior ao da garantia, é
crime previsto no art. 359-E:

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº


10.028, de 2000)

Trata-se do crime de “garantia graciosa”, e exige-se o dolo para sua


consumação, não sendo suficiente a negligência (elemento que indica
mera culpa). É possível, ainda, que o agente responda por ato de
improbidade administrativa, por praticar ato que causa lesão ao erário.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

08 - (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR)


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Constitui crime contra as finanças públicas

A) ordenar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia


autorização judiciária.

B) autorizar operação de crédito, interno ou externo, com


inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução da Câmara Federal.

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C) executar ato que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos 360 (trezentos e sessenta) dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura.

D) realizar operação de crédito, interno ou externo, quando o


montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei.

E) autorizar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser


paga no exercício financeiro nos três últimos trimestres do último
ano do mandato.

COMENTÁRIOS: Os crimes contra as finanças públicas foram inseridos


no Código Penal, arts. 359-A a 359-H pela Lei 10.028/00. Dentre as
condutas tipificadas, temos a realização de operação de crédito interno ou
externo quando o limite da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por Lei. Trata-se de crime previsto no art. 359-A, §único, II do
CP:

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou


externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
(...)
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite
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máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

09 - (FCC – 2011 – TCE/SP – PROCURADOR)

Constitui crime contra as finanças públicas o ato de ordenar a


assunção de obrigação cuja despesa não possa ser paga no
exercício financeiro, desde que a determinação ocorra

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A) nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou
legislatura.

B) nos dois últimos semestres do último ano do mandato ou


legislatura.

C) nos três últimos trimestres do último ano do mandato ou


legislatura.

D) nos dois últimos quadrimestres dos dois últimos anos do


mandato ou legislatura.

E) nos dois últimos bimestres dos dois últimos anos do mandato


ou legislatura

COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 359-C do CP, o crime ocorrerá se a


ordenação de assunção de despesa ocorrer nos DOIS ÚLTIMOS
QUADRIMESTRES do ÚLTIMO ANO do mandato ou legislatura.
Vejamos:

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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10 - (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)

Maria procurou Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o


Tribunal do Júri por crime de infanticídio e, dizendo-se amiga de
dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu
favor no julgamento destes. Maria responderá por crime de

A) estelionato.

B) corrupção ativa.

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C) exploração de prestígio.

D) advocacia administrativa.

E) favorecimento pessoal.

COMENTÁRIOS: O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de


exploração de prestígio, previsto no art. 357 do CP:

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

11 - (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


EXECUÇÃO DE MANDADOS)

A respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça,


considere:
I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há
indicação expressa de pessoa determinada como autora da
infração.

ERRADA: Não é necessária a indicação de pessoa autora do delito,


bastando a informação falsa acerca da existência do FATO;

II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação


expressa de determinada pessoa como autora da infração.
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ERRADA: No Crime de denunciação caluniosa é indispensável que o


agente proceda à individualização e determinação da pessoa a qual ele
imputa o crime de que sabe ser a pessoa inocente. Nos termos do art.
339 do CP:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

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III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho
se calar a verdade em processo judicial.

CORRETA: O CP não prevê a figura da vítima como autora do crime de


falso testemunho. Vejamos:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se


o agente se retrata ou declara a verdade até o trânsito em
julgado da sentença ou do acórdão proferido no processo em que
ocorreu a falsidade.

ERRADA: O fato só deixa de ser punível se a retratação ocorre até a


sentença RECORRÍVEL, e não até o trânsito em julgado da sentença.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:

A) III.

B) I, II e III.

C) I e IV.

D) II, III e IV.

E) I, II e IV.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.22528601034

12 - (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)

Arrebatamento de preso é classificado como crime

A) de abuso de autoridade.

B) praticado por particular contra a administração em geral.

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C) praticado por funcionário público contra a administração em
geral.

D) contra a fé pública.

E) contra a administração da Justiça.

COMENTÁRIOS: O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no


art. 353 do CP, estando incluído, portanto, no capítulo referente aos
crimes contra a administração da justiça.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

13 - (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)

Quanto ao crime de exercício arbitrário das próprias razões,


somente se procede mediante queixa se

A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da


vítima.

B) não há emprego de violência.

C) cometido para satisfazer pretensão legítima.

D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro


por determinação judicial.

E) não há dano ao patrimônio público. 22528601034

COMENTÁRIOS: No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o


crime é, em regra, de ação penal pública incondicionada. Entretanto, se
não há violência, somente se procede mediante queixa (ação penal
privada), nos termos do § único do art. 345 do CP:

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14 - (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


ÁREA JUDICIÁRIA)

Paulo e Pedro alugaram um helicóptero e, com a utilização da


corda de salvamento, possibilitaram a fuga do chefe da quadrilha
a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde
cumpria pena privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro
responderão por crime de

A) arrebatamento de preso.

B) motim de presos.

C) fuga de pessoa presa.

D) favorecimento pessoal.

E) evasão mediante violência.

COMENTÁRIOS: Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga


de pessoa presa”, previsto no art. 351 do CP. Vejamos:

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou


submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Cuidado com a pegadinha, povo! O crime de “arrebatamento de preso” só


ocorrerá se o dolo específico do agente for o de arrebatar o preso para
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MALTRATÁ-LO, o que não ocorreu no caso concreto.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

15 - (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO -


ESPECIALIDADE DIREITO)

Aquele que solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do


Ministério Público pratica o crime de

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A) condescendência criminosa.

B) advocacia administrativa.

C) tráfico de influência.

D) patrocínio infiel.

E) exploração de prestígio.

COMENTÁRIOS: A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer


outra vantagem) a pretexto de influir em órgão do MP, jurado,
testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”, previsto
no art. 357 do CP:

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

16 - (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


ÁREA JUDICIÁRIA)

Paulo auxilia seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de


reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade pública. Nesse caso,
Paulo

A) comete crime de fraude processual.


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B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena


aplicada em metade.

C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena


aplicada em metade.

D) fica isento de pena.

E) comete crime de favorecimento real.

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COMENTÁRIOS: A conduta daquele que auxilia alguém, que acabara de
cometer crime, a subtrair-se da autoridade policial, é considerada crime
de FAVORECIMENTO PESSOAL.

No entanto, o §2° do art. 348 prevê que se o favorecedor for irmão,


descendente, ascendente ou cônjuge do favorecido, ficará isento de pena.
Vejamos:

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a


que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
(...)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão
do criminoso, fica isento de pena.

Lembrando que essa ressalva só se aplica ao favorecimento pessoal, não


ao favorecimento real.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

17 - (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO


- ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de


processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime, sem ter
certeza de ser ele o autor do delito,
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A) não comete nenhum delito.

B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa.

C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa.

D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa.

E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa.

COMENTÁRIOS: Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra,


é necessário que o agente comunique à autoridade policial um fato que
SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do delito de

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denunciação caluniosa é necessário que o agente dê causa à instauração
do procedimento contra pessoa certa e determinada, em razão da prática
de crime, SABENDO DE SUA INOCÊNCIA. Assim, fica claro que a
conduta daquele que dá causa à instauração de investigação policial
contra pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO COMETE
CRIME ALGUM, pois se exige o dolo, consistente na vontade de
denunciar caluniosamente alguém que SABE SER INOCENTE.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

18 - (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO


- ÁREA JUDICIÁRIA)

José encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo.


Em determinado dia, trocou de roupa com um visitante e fugiu
pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José

A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida


de segurança.

B) cometeu crime de arrebatamento de preso.

C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência


contra a pessoa.

D) cometeu crime de fraude processual.

E) cometeu crime de favorecimento pessoal.


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COMENTÁRIOS: Por mais que possa parecer estranho, José não


cometeu crime algum, pois a fuga do preso só é considerada crime, para
ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga, caracterizando o
crime de evasão mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352
do CP:

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a


medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.

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A conduta do preso, no entanto, é considerada falta grave pela LEP, mas


não crime, neste caso.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19 - (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)

A pessoa que confessa, perante autoridade policial, delito


inexistente,

A) não pratica nenhum delito.

B) pratica crime de autoacusação falsa.

C) pratica crime de falso testemunho.

D) pratica crime de comunicação falsa de crime.

E) pratica crime de denunciação caluniosa.

COMENTÁRIOS: O crime praticado por quem afirma ter praticado crime


que não ocorreu é o de AUTOACUSAÇÃO FALSA, nos termos do art. 341
do CP. Vejamos:

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado


por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Lembrando que este crime somente pode ser praticado por alguém
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“externo” ao crime, ou seja, alguém que dele não participou. O comparsa


que assume a culpa sozinho para “livrar a cara” do outro comparsa não
pratica este crime.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

20 - (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

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O reingresso no território nacional de estrangeiro expulso do
País, sem autorização de autoridade competente e sem que tenha
sido revogada a expulsão

A) não caracteriza crime definido no Código Penal se a expulsão


foi injusta.

B) não caracteriza crime, estando o agente sujeito apenas a nova


expulsão.

C) não caracteriza crime definido no Código Penal e o agente só


está sujeito a nova expulsão se cometer delito apenado com
reclusão.

D) caracteriza crime definido no Código Penal e sujeita o agente


apenas a nova expulsão após o término do processo.

E) caracteriza crime definido no Código Penal, estando o agente


sujeito a pena privativa de liberdade sem prejuízo de nova
expulsão após o cumprimento da pena.

COMENTÁRIOS: A conduta praticada pelo estrangeiro expulso,


consistente em reingressar no território nacional, sem autorização para
tanto, configura o crime de “reingresso de estrangeiro expulso”, previsto
no art. 338 do CP. Vejamos:

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi


expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o
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cumprimento da pena.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

21 - (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,


embora legítima, salvo quando a lei o permite, configura crime de

A) peculato.

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B) abuso de poder.

C) exercício arbitrário das próprias razões.

D) concussão.

E) prevaricação.

COMENTÁRIOS: A conduta daquele que faz justiça com as próprias


mãos caracteriza o crime de “exercício arbitrário das próprias razões”,
previsto no art. 345 do CP:

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

22 - (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS)

Entre outros, é pressuposto do crime de denunciação caluniosa

A) a imputação de crime de que o sabe inocente a pessoa certa e


determinada.

B) a imputação de crime de que o sabe inocente a pessoa


indeterminada, desde que o fato seja verdadeiro.

C) a imputação a pessoa certa e determinada de fato verdadeiro,


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de que o sabe culpado.

D) que o fato imputado constitua crime doloso ou culposo.

E) que o fato imputado sempre constitua crime, não mera


contravenção penal.

COMENTÁRIOS: Os pressupostos do crime de denunciação caluniosa


são:

 Dar causa à instauração de algum procedimento investigatório


ou judicial;

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 Mediante a imputação de um fato criminoso a alguém;
 Que o agente SABE SER INOCENTE

Assim, a alternativa A é a que está correta, pois a imputação de fato


definido como contravenção configura o crime, embora a pena seja
reduzida à metade. Vejamos:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

23 - (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)

O crime de coação no curso do processo

a) não se caracteriza quando da violência empregada contra


testemunha para forçá-la a não dizer a verdade não resultaram
lesões corporais.

b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à


relação processual ou pelo advogado de qualquer delas.
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c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade


de favorecer interesse próprio ou alheio.

d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o


escrivão de polícia no curso do inquérito policial, com o fim de
impedir o seu indiciamento.

e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco


importando se o agente conseguiu ou não a abstenção ou omissão
da vítima em declarar ou apurar a verdade.

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COMENTÁRIOS:

A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo


agente, imbuído da intenção de favorecer interesse próprio ou alheio no
processo, na forma do art. 344 do CP;

B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo


ser praticado por qualquer pessoa;

C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente


pratique a conduta (usar da violência ou grave ameaça) com a finalidade
específica de favorecer interesse próprio ou alheio. Vejamos:

Coação no curso do processo


Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra
pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente
à violência.

D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o


responsável pelo indiciamento, isto é irrelevante, bastando que o agente
pratique a conduta com a finalidade obter algum proveito (inclusive pode
ter a finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo, utilizando a agressão
ao escrivão como meio para isso);

E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não
se consuma com a obtenção do resultado, mas com a mera prática da
conduta visando o resultado. 22528601034

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

24 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

Paulus foi preso em flagrante e recolhido à cadeia pública de uma


cidade do interior. No momento da alimentação, mediante
violência física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta

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da delegacia, foi dominado por policiais que estavam chegando ao
local. Paulus responderá por crime de

A) arrebatamento de preso, na forma consumada.

B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.

C) motim de presos, na forma consumada.

D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.

E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.

COMENTÁRIOS: Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão


mediante violência contra a pessoa, NA FORMA CONSUMADA, eis que a
ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do delito, que, nos
termos do art. 352, se consuma com a simples tentativa de evasão do
preso. Vejamos:

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a


medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à


violência.

ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

25 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
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A respeito do crime de fraude processual, é INCORRETO afirmar


que

A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não


interessada na solução do processo.

B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.

C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade


culposa.

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D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo
administrativo.

E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é


fracionável.

COMENTÁRIOS: O crime de fraude processual está previsto no art. 347


do CP:

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou


administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo


penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Portanto, pode ocorrer em processo civil, penal e administrativo, bem


como pode ser praticado por qualquer pessoa, incluindo o advogado das
partes ou outra pessoa, ainda que não possua interesse na causa.
Admite-se a tentativa, eis que se trata de crime plurissubsistente (a
conduta é fracionável).

Entretanto, não é previsto na modalidade culposa.

Assim, a alternativa INCORRETA É A LETRA C.

26 - (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


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JUDICIÁRIA)

Augustus compareceu ao distrito policial e acusou falsamente seu


desafeto Paulus de ser o autor de crime de peculato, que sabia
não ter se verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de
Ocorrência, mas deixou de instaurar inquérito policial por ter
constatado a falsidade da acusação. Nesse caso, Augustus

A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.

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B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma
consumada.

C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada

D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.

E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial


não chegou a ser instaurado.

COMENTÁRIOS: Nesse caso, como a conduta de Augustus foi imputar a


uma pessoa um fato criminoso QUE NÃO EXISTIU, o crime em tela é o de
comunicação falsa de crime. Vejamos:

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de


crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Será na forma consumada, eis que a autoridade praticou algum ato, ainda
que o Inquérito não tenha sido instaurado.

Não se trata de crime de denunciação caluniosa, eis que o infrator não


acusou a pessoa de crime que sabia ser a pessoa inocente, pois nesse
crime é pressuposto que o fato criminoso tenha existido, e a autoria seja
falsamente imputada a alguém, o que não é o caso.

ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

27 - (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


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JUDICIÁRIA)

Paulo, valendo-se do anonimato, telefonou à polícia, informando


falsamente que seu vizinho e desafeto José havia assaltado um
banco situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial,
apurou-se que José era inocente e que o telefonema tinha vindo
da residência de Paulo, que acabou confessando a prática do fato
delituoso. Nesse caso, Paulo responderá por crime de

A) comunicação falsa de crime.

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B) denunciação caluniosa.

C) falso testemunho.

D) fraude processual.

E) auto-acusação falsa.

COMENTÁRIOS: Nesse caso, Paulo responderá por denunciação


caluniosa, nos termos do art. 339 do CP. Vejamos:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de


anonimato ou de nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de


contravenção.

A diferença para o crime de comunicação falsa de crime (art. 340) é que


aqui, o fato ocorreu, mas a autoria é falsamente imputada a alguém. Já
no crime de comunicação falsa de crime o FATO NÃO OCORREU.

ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

28 - (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


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A respeito dos crimes contra a administração pública, considere:


I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas
funções não pode ser sujeito ativo de crime de prevaricação.
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma
tentada.
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de
dolo, enquanto o delito de comunicação falsa de crime ou
contravenção admite a forma culposa.
Está correto o que se afirma APENAS em

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A) I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) III.
COMENTÁRIO: Analisando cada item:
I - CORRETA: Nos termos do art. 319, somente o funcionário
público no exercício da função pode cometer o delito:

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

II - ERRADA: O crime de advocacia administrativa admite a forma


tentada, pois é possível o fracionamento da conduta criminosa (crime
plurissubsistente), de forma que nada impede a tentativa;

III - ERRADA: Ambos os crimes admitem apenas a forma dolosa, por


ausência de expressa previsão legal de punição da forma culposa.
Vejamos:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de


anonimato ou de nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de


contravenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de


crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

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Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Estando correta apenas a afirmativa I, a ALTERNATIVA CORRETA É


A LETRA A.

29 - (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR)

Quanto aos crimes contra a administração da justiça, é correto


afirmar que

A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de


violência ou grave ameaça contra testemunha em processo
administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio.

B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração


de prestígio, se o agente insinua que o dinheiro solicitado, a
pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina.

C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos


casos de coautoria ou receptação, auxílio destinado a tornar
seguro o proveito do crime.

D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que,


perante a autoridade, se atribui o cometimento de contravenção
penal inexistente ou praticada por outrem.
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E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado


que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente,
partes contrárias.

COMENTÁRIO:

A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do


processo. Vejamos o art. 344 do CP:

Coação no curso do processo

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Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra
pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente


à violência.

B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357,


§ único do CP:

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou


insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das
pessoas referidas neste artigo.

C) ERRADA - Nesse caso, o delito é de FAVORECIMENTO REAL, não


favorecimento pessoal. Vejamos:

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,


auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

D) ERRADA - O crime só se configura se o agente se atribui falsamente a


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prática de crime. Vejamos:

Auto-acusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado


por outrem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

E) ERRADA - A conduta descrita caracteriza o delito de patrocínio infiel.


Vejamos:

Patrocínio infiel

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Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever
profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

30 - (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)

O contador que, em declaração prestada em processo


administrativo, cala a verdade pratica o crime de

A) desacato.
B) desobediência.
C) fraude processual.

D) condescendência criminosa.

E) falso testemunho.

COMENTÁRIO: O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no


art. 342 do CP, e se caracteriza pela omissão, negação ou afirmação falsa
em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando em processo
administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma
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com a realização da conduta, SENDO CRIME FORMAL. Vejamos:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

No caso concreto restou configurado, portanto, o crime de FALSO


TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA.

Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E.

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31 - (FCC – 2007 – MPU - ANALISTA)

Considere:

I. Dar causa à instauração de investigação policial contra alguém,


imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

II. Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou contravenção que sabe não ter se verificado.

III. Dar causa à instauração de ação de improbidade


administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente.

Dentre as situações acima descritas, configura o delito de


Comunicação Falsa de Crime a conduta indicada SOMENTE em
A) II e III.

B) II.
C) I e III.

D) I e II.

E) I.

COMENTÀRIO: O crime de comunicação falsa de crime está previsto no


art. 340 do CP. Vejamos a redação do tipo penal:

Comunicação falsa de crime ou de contravenção


Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de
crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
22528601034

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Vejam, portanto, que a conduta incriminada consiste em provocar a ação


da autoridade, comunicando a ocorrência de crime ou contravenção
que SABE não ter se verificado (Não se pune o dolo eventual daquele que
desconfia que não ocorreu a infração).
Desta forma, somente a afirmativa II se apresenta como caracterizadora
deste delito. As afirmativas I e III se amoldam ao tipo penal do crime de
denunciação caluniosa. Vejamos:

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improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA B.

32 - (FCC - 2012 – ISS/SP – AUDITOR FISCAL)

Paulus solicitou de Petrus a quantia de R$ 5.000,00 para influir


junto a seu amigo Sérvio, funcionário público municipal, para não
autuar sua empresa por irregularidades fiscais. Sérvio,
desconhecendo a conduta de Paulus, mas cedendo ao pedido
deste, se omitiu e deixou de autuar a empresa de Petrus. Nesse
caso, Paulus e Sérvioresponderão, respectivamente, por

A) tráfico de influência e corrupção passiva privilegiada,


respectivamente.
B) advocacia administrativa e prevaricação.

C) condescendência criminosa e prevaricação.

D) corrupção ativa e corrupção passiva qualificada.

E) tráfico de influência e prevaricação.


22528601034

COMENTÁRIO: A conduta de Paulus se enquadra perfeitamente no crime


de tráfico de influência. Vejamos:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127,
de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995)

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A conduta de Sérvio, por sua vez, caracteriza o delito de CORRUPÇÃO
PASSIVA PRIVILEGIADA, pois deixou de praticar ato de ofício cedendo
a pedido de alguém (e não por dinheiro). Vejamos:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

(...)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

33 - (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ)

Configura o crime de coação no curso do processo o uso de


violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra
pessoa que funciona ou é chamada a intervir em

a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em


feito penal.

b) processo administrativo, mas não em inquérito policial.


22528601034

c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo


administrativo.

d) juízo arbitral.

e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal.

COMENTÁRIOS: A conduta está tipificada no art. 344 do CP:

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer


interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra

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pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente


à violência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

34 - (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO-EXECUÇÃO DE


MANDADOS)

Em audiência judicial, o intérprete que, dolosamente, traduz


declaração de testemunha de modo contrário ao teor do
depoimento, todavia que se retrata por escrito, depois de
proferida a sentença, mas antes do trânsito em julgado,

a) não comete o crime de falso testemunho ou perícia por


ocorrência de causa excludente da ilicitude.

b) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo


tentado.

c) não comete o crime de falso testemunho ou perícia, pois


intérprete não é testemunha ou perito.

d) comete o crime de falso testemunho ou perícia, mas está isento


de pena pela retratação.

e) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo


22528601034

consumado.

COMENTÁRIOS: O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e


não há extinção da punibilidade pela retratação, eis que foi realizada
APÓS a sentença:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)

(...)

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que


ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

35 - (FCC- 2012 – TRT1 – JUIZ)

NÃO constitui crime contra a administração da justiça

a) a denunciação caluniosa.

b) o exercício arbitrário das próprias razões.

c) o favorecimento pessoal.

d) o patrocínio infiel.

e) a desobediência.

COMENTÁRIOS: O crime de desobediência não é um crime contra a


administração da Justiça, e sim um crime praticado por particular contra a
administração pública em geral, pois inserido no Capítulo II do Título XI
do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.


22528601034

36 - (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ)

A retratação do agente, antes da sentença no processo em que


ocorreu o falso testemunho, é causa

a) de exclusão da imputabilidade.

b) de extinção da punibilidade.

c) de diminuição da pena.

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d) de exclusão da culpabilidade.

e) supralegal de exclusão da ilicitude.

COMENTÁRIOS: A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da


sentença irrecorrível, mas da PRIMEIRA SENTENÇA no processo!), é causa
de extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

37 - (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL)

Considere:

I. Facilitar a fuga de pessoa legalmente presa.

II. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de


crime a que é cominada pena de reclusão.

Essas condutas tipificam, respectivamente, os delitos de

a) fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança e


favorecimento pessoal.

b) arrebatamento de preso e favorecimento real.

c) motim de presos e favorecimento real.

d) condescendência criminosa e favorecimento pessoal.

e) arrebatamento de preso e favorecimento pessoal.


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COMENTÁRIOS: As condutas caracterizam, respectivamente, os delitos


de “fuga de pessoa presa” e “favorecimento pessoal”, nos termos dos
arts. 351 e 348 do CP, respectivamente.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

38 - (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO)

José percebeu que seu conhecido João havia cometido crime de


desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por

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policiais. Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no
interior de seu veículo, deixando o local e impedindo, dessa forma,
a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo
crime de

a) favorecimento pessoal privilegiado.

b) favorecimento real.

c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.

d) arrebatamento de preso.

e) facilitar a fuga de pessoa presa.

COMENTÁRIOS: O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO


PESSOAL, nos termos do art. 348 do CP:

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a


que é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido


apenas com DETENÇÃO, o agente será enquadrado no §1º do art. 348,
que é a forma “privilegiada” do delito, pois possui pena mais branda.
22528601034

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

39 - (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ)

No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação penal


é

a) sempre pública condicionada.

b) privada, se não há emprego de violência.

c) sempre privada.

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d) pública condicionada, se não há emprego de violência.

e) sempre pública incondicionada.

COMENTÁRIOS: A ação penal, neste delito, em regra será pública


incondicionada, salvo se não houver violência, pois neste caso a ação
penal será privada:

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena


correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede


mediante queixa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

40 - (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR)

A testemunha retratou-se de seu depoimento anteriormente


mendaz, agora para declarar a verdade nos autos do processo, o
que ela fez às vésperas do julgamento da apelação respectiva.
Segundo o entendimento hoje dominante na doutrina brasileira,
pode-se afirmar:

a) É caso de perdão judicial.


22528601034

b) Não se extingue a punibilidade, nem cabe perdão judicial.

c) Extingue-se a punibilidade.

d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado


mediante suborno ou com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou indireta.

e) Ocorre perempção

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COMENTÁRIOS: A retratação, aqui, não terá o condão de levar à
extinção da punibilidade, pois foi realizada APÓS a sentença (pois se já
está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já houve
sentença), nos termos do art. 342, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

41 - (FCC – 2014 – TRF3 – OFICIAL DE JUSTIÇA)

Segundo a jurisprudência dominante no âmbito do Tribunal


Regional Federal da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de
Justiça, aliás em sintonia com segmento importante da doutrina
brasileira mais contemporânea, no crime de falso testemunho ou
falsa perícia,

a) é possível participação e autoria mediata.

b) é possível participação, mas não autoria mediata.

c) não é possível participação, mas sim autoria mediata.

d) é impossível participação ou autoria mediata.

e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata.

COMENTÁRIOS: A Doutrina e a jurisprudência firmaram entendimento


MAJORITÁRIO no sentido de ser cabível a participação, mas não a
coautoria, nem autoria mediata.
22528601034

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

42 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de falso testemunho, do art. 342 do Código Penal,


A) pode ser praticado no âmbito de inquérito policial; somente
pode ser praticado por conduta positiva.

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B) pode ser praticado no âmbito de processo administrativo;
somente pode ser praticado por conduta negativa.

C) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial;


pode ser praticado tanto por conduta positiva como por conduta
negativa.

D) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial;


somente pode ser praticado por conduta negativa.
E) pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral; pode ser
praticado tanto por conduta positiva como por conduta negativa.

COMENTÁRIO: O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP,


pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral, inquérito policial, processo
administrativo ou judicial, bem como ser realizado por conduta positiva
(ação) ou negativa (omissão). Vejamos:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E, pois é a única


que não traz condicionantes ("somente, apenas").

43 - (VUNESP – 2010 – 22528601034

TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Analise as seguintes afirmações com relação aos crimes de


exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345) e fraude
processual (CP, art. 347):

I. ambos estão inseridos no capítulo dos Crimes Praticados por


Funcionário Público Contra a Administração em Geral;
II. no primeiro deles, caso não haja emprego de violência,
somente se procede mediante queixa;

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III. no segundo deles, as penas são aplicadas em dobro se a
inovação se destina a produzir efeito em processo penal.

É correto apenas o que se afirma em

A) I.

B) II.

C) III.

D) I e II.

E) II e III.

COMENTÁRIO:

I - ERRADA: Ambos estão inseridos no capítulo referente aos crimes


contra a administração da Justiça;

II - CORRETA: Não havendo emprego de violência no crime de exercício


arbitrário das próprias razões, de fato, o crime somente se procede
mediante queixa (ação penal privada), nos termos do art. 345, § único do
CP;

III - CORRETA: De fato, no crime de fraude processual, se a inovação se


destina a produzir efeito em processo penal, as penas são dobradas, nos
termos do art. 347, § único do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

22528601034

44 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Ao agente do crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339), a


pena é

I. aumentada, se ele se serve de anonimato;

II. aumentada, se ele se serve de nome suposto;

III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção.

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É correto o que se afirma em

A) II, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

COMENTÁRIO: Todas as afirmativas estão corretas, pois a pena é


aumentada se ele se serve de anonimato ou nome suposto (nome falso) e
diminuída se ele imputa falsamente a prática de contravenção e não
crime. Vejamos o que dizem os §§1º e 2º do art. 339 do CP:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de


anonimato ou de nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de


contravenção.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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45 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O ato de fazer justiça pelas próprias mãos para satisfazer


pretensão, embora legítima, mas sem permissão legal, configura o
crime de

A) fraude processual.

B) violência arbitrária.

C) condescendência criminosa.

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D) coação no curso do processo.

E) exercício arbitrário das próprias razões.

COMENTÁRIO: Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do


CP, que traz o crime de exercício arbitrário das próprias razões. Vejamos:

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena


correspondente à violência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

46 - (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de exploração de prestígio está inserido no capítulo dos


crimes praticados

A) contra a moralidade pública.

B) contra a administração da justiça.

C) por particular, contra a administração em geral.


D) por funcionário público, contra a administração em geral.
E) por particular, contra a administração pública estrangeira.
22528601034

COMENTÁRIO: Este delito está previsto no art. 357 do CP, estando


inserido, portanto, no capítulo dos crimes contra a administração da
Justiça. Vejamos:

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

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47 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)

Quanto ao crime de denunciação caluniosa, pode-se afirmar:


I. Não configura delito a solicitação à polícia que investigue
determinado crime, fornecendo-lhe elementos de que dispõe,
inclusive quanto à autoria.

II. A conduta típica é provocar, dar causa à ação da autoridade


policial pela comunicação de ocorrência de crime ou de
contravenção que não se verificou.

III. O tipo penal apresenta causa de aumento de pena caso a


denunciação caluniosa seja praticada contra funcionário público.

Quanto às afirmações, está correto o contido apenas em


A) I.

B) II.

C) I e II.

D) I e III.

E) II e III.

COMENTÁRIO:

I - CORRETA: De fato, o simples pedido de investigações à polícia não


configura o delito, que só se caracteriza se houver o dolo de imputar a
22528601034

alguém um crime que sabe inexistente, dando causa à instauração de


algum procedimento contra esta pessoa, nos termos do art. 339 do CP;

II - ERRADA: A conduta só se caracteriza se há a instauração de algum


procedimento, não sendo suficiente a mera provocação da ação da polícia,
nos termos do art. 339 do CP;

III - ERRADA: O §1º do art. 339 apenas prevê causa de aumento de pena
se o agente se vale do anonimato ou de nome suposto (nome falso).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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48 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)

Receber dinheiro, iludindo o interessado, a pretexto de influir na


nota a ser atribuída, para certo candidato, por Desembargador
membro da banca de concurso público, para ingresso na carreira
da Magistratura no Estado de São Paulo,

A) tipifica o crime de corrupção ativa.

B) tipifica o crime de exploração de prestígio.

C) tipifica o crime de concussão.

D) tipifica o crime de corrupção passiva.

E) não é fato que recebe punição de acordo com o Código Penal


Brasileiro.

COMENTÁRIO: A Banca deu como certa a alternativa B, ou seja, trata-se


de crime de exploração de prestígio, previsto no art. 357 do CP. Vejamos:

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a


pretexto de influir em juiz,jurado, órgão do Ministério Público, funcionário
de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Contudo, entendo que nenhuma das respostas está correta, eis que,
nesse caso, o Desembargador (que é um Juiz) não está no exercício de
22528601034

sua função judicante (função de julgar), de modo que entendo que o


delito em questão seria o de tráfico de influência, previsto no art. 332 do
CP:

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função:(Redação dada
pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995)

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Porém, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

49 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

A pena da testemunha que receber suborno para calar a verdade


em juízo

A) será aumentada de 1/2.

B) será aumentada de 2/3.

C) será de reclusão de 1 a 4 anos e multa.

D) não será aplicada na hipótese de a testemunha declarar a


verdade no processo em que se apura o crime de falso
testemunho.
E) não será aplicada na hipótese da retratação da testemunha,
antes da sentença, no processo em que ocorreu o ilícito.

COMENTÁRIO: O ato de a testemunha receber suborno para calar a


verdade em Juízo caracteriza o delito do art. 342 do CP, com a causa de
aumento de pena do §1º do referido artigo. Vejamos:

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada pela Lei
22528601034

nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado


mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

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Contudo, a pena relativa a este delito de falso testemunho não será
aplicada se a testemunha se retratar, antes da sentença, no processo em
que ocorreu o delito. Vejamos:

Art. 342 (...)

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que


ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

50 - (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de exploração de prestígio

I. tem como condutas previstas no "caput" do art. 357 do Código


Penal os verbos solicitar ou receber;

II. somente pode ser praticado por funcionário público;


III. consiste, em uma de suas modalidades, na solicitação de
dinheiro ou qualquer outra utilidade a pretexto de influir em
determinado elenco de pessoas indicado pela lei.

Está correto o contido apenas em

A) I e II.

B) I e III. 22528601034

C) II e III.

D) I.

E) III.

COMENTÁRIO:

I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 357 do CP:

Exploração de prestígio

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Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto
de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

II - ERRADA: Trata-se de crime COMUM, que pode ser praticado por


qualquer pessoa;

III - CORRETA: De fato, a caracterização do delito consiste na prática


destas condutas. Vejamos:

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

51 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Assinale a alternativa que tipifica a conduta do crime de exercício


arbitrário das próprias razões.

A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu


favor.
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em
poder de terceiro por determinação judicial.
22528601034

C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento


de salários atrasados.

D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha


em poder de terceiro em razão de seqüestro judicial.
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de
lhe impor uma multa por excesso de velocidade.

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COMENTÁRIO: O crime de exercício arbitrário das próprias razões está
previsto no art. 345 do CP, e se caracteriza pelo ato de "fazer Justiça com
as próprias mãos". Vejamos:

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.

Assim, das alternativas fornecidas, a que traz um exemplo de exercício


arbitrário das próprias razões é a letra C.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

52 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Leia as afirmações relacionadas ao crime de exploração de


prestígio.
I. É crime que não exige do sujeito que o pratica qualquer
qualidade especial.

II. Os delegados de polícia, assim como os promotores de justiça,


podem ser influenciados pelo explorador de prestígio.
III. Comina-se à exploração de prestígio diminuição de pena se o
agente, ao praticar o delito, alegar que o dinheiro será destinado a
22528601034

qualquer das pessoas referidas no tipo penal.

Está correto o contido em

A) I, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

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COMENTÁRIO:

I - CORRETA: Trata-se de crime COMUM, podendo ser praticado por


qualquer pessoa;

II - ERRADA: O Delegado de Polícia não consta como uma das pessoas


que podem ser influenciadas pelo explorador de prestígio, nos termos do
art. 357 do CP:

III - ERRADA: Nesse caso, o CP prevê uma causa de aumento de pena,


prevista no § único do art. 357 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

53 - (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O advogado "X", por mera negligência, esqueceu-se de restituir os


autos de um processo que retirou junto ao Tribunal de Justiça de
São Paulo. É correto dizer que "X"

A) cometeu o crime de desobediência à decisão judicial sobre


perda ou suspensão de direito.

B) cometeu crime de sonegação de papel ou objeto de valor


probatório.
C) cometeu crime de desobediência.
22528601034

D) cometeu crime de resistência.

E) não cometeu crime algum.

COMENTÁRIO: Em tese, poderíamos dizer que o advogado praticou o


delito de SONEGAÇÃO DE PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO.
Vejamos:

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de
advogado ou procurador:

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Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Conduto, este crime somente é punido a título doloso, de forma que a


mera negligência não caracteriza o delito. Assim, o advogado não praticou
crime algum.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

54 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA


JUDICIÁRIO)

O crime de denunciação caluniosa consiste na ação de


A) dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil
ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-
lhe crime de que o sabe inocente.

B) fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

C) provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado.
D) acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou
praticado por outrem.

E) caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


22528601034

crime.

COMENTÁRIO: O crime de denunciação caluniosa está prevista no art.


339 do CP. Vejamos:

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

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Assim, a alternativa que reflete o previsto na redação do tipo penal é a
letra A.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

55 - (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA


JUDICIÁRIO)

Com relação ao crime de falso testemunho ou falsa perícia,


A) a pena é aplicada em dobro, se o agente se serve de anonimato
ou de nome suposto.

B) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é


cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal.

C) a pena é diminuída da metade, se o processo em que o falso


testemunho ocorreu imputa a prática de contravenção.
D) não há conduta típica, se quem presta o falso depoimento ou
realiza a falsa perícia é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso.

E) o fato deixa de ser punível, se, a qualquer tempo, o agente se


retrata ou declara a verdade.

COMENTÁRIO:

A) ERRADA: Se o agente se serve de anonimato ou nome suposto é causa


22528601034

de aumento de pena apenas em relação ao crime de denunciação


caluniosa;

B) CORRETA: De fato, neste caso, aplica-se a causa de aumento de pena


prevista no art. 342, §1º do CP:

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou

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administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado


mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

C) ERRADA: Não há esta previsão no CP;

D) ERRADA: A Jurisprudência entende que estas pessoas também podem


praticar o delito em questão, mesmo que estas pessoas não prestem
compromisso de dizer a verdade como testemunhas, de acordo com o que
prevê o CPP.

E) ERRADA: O fato só deixa de ser punível se o agente se retrata ou


declara a verdade até a sentença, no processo em que ocorreu o delito.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

56 - (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA)

"X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho praticou o furto de um


veículo, dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a
autora do delito. Em tese, "X" praticou o crime de

A) condescendência criminosa. 22528601034

B) falso testemunho.

C) autoacusação falsa.

D) denunciação caluniosa.

E) prevaricação.

COMENTÁRIO: No caso em tela o agente praticou o delito de AUTO-


ACUSAÇÃO FALSA DE CRIME, delito previsto no art. 341 do CP:
Auto-acusação falsa

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Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado
por outrem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

57 - (VUNESP – 2011 – TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório, nos


termos do quanto determina o art. 356 do CP,
A) comina, alternativamente, pena de reclusão ou multa.

B) tem pena aumentada se praticado com intuito de lucro.

C) comina, alternativamente, pena de detenção ou multa.

D) não se caracteriza na modalidade inutilização se esta é apenas


parcial.

E) só se caracteriza se, presentes os demais elementos, tem a


conduta típica praticada por quem os recebeu na qualidade de
advogado ou procurador.

COMENTÁRIO: O crime de sonegação de papel ou objeto de valor


probatório está previsto no art. 356 do CP. Vejamos:

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório


22528601034

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de
advogado ou procurador:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Trata-se, portanto, de crime punido com pena de detenção e multa,


cumulativamente. Não há previsão de aumento de pena em caso de fim
de lucro. Se caracteriza mesmo se a inutilização do papel ou objeto é
apenas parcial. Por fim, de fato, só pode ser praticado por quem recebeu
o papel ou objeto na qualidade de advogado ou procurador.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

58 - (VUNESP – 2011 – TJM/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA)

O crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou


suspensão de direito, nos termos do quanto determina o art. 359
do CP

A) comina, cumulativamente, pena de reclusão e multa.

B) comina, cumulativamente, pena de detenção e multa.

C) tem pena aumentada se o agente pratica o fato com intuito de


lucro.

D) tem pena aumentada se do fato resulta prejuízo à


administração pública.

E) não exige, em sua descrição típica, que a decisão tenha


transitado em julgado.

COMENTÁRIO: Este crime está previsto no art. 359 do CP. Vejamos:

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Trata-se, portanto, de crime apenado com pena de detenção OU multa.


22528601034

Não há previsão de causa de aumento de pena em caso de prática com


fim de lucro ou se resulta prejuízo à administração pública. Por fim, de
fato, não se exige que a decisão judicial tenha transitado em julgado.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

59 - (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

O crime de "fraude processual", do art. 347 do CP,

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I. é punido com pena de reclusão e multa;

II. só se configura se a fraude se destina a produzir efeito em


processo penal, ainda que não iniciado;

III. configura-se se a fraude tem o fim de induzir a erro o juiz ou o


perito. É correto o que se afirma, apenas, em

A) I e II.

B) II e III.

C) II.

D) I.

E) III.

COMENTÁRIO: A resposta é letra E (F, F, V).

I - ERRADA: Nos termos do art. 347 do CP, a pena prevista é de detenção


e multa;

II - ERRADA: O crime se configura se a fraude se destina a produzir


efeitos em processo civil, administrativo ou penal, este último, ainda que
não iniciado (e neste caso a pena se aplica em dobro), conforme art. 347
e seu § único do CP;

III - CORRETA: Esta é a finalidade da prática da fraude neste crime,


conforme dispõe o art. 347 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.


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60 - (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

Imagine que um advogado solicite dinheiro de seu cliente,


deixando claro que, mediante o pagamento do valor, procurará
uma testemunha do processo, a fim de influenciá-la a prestar um
depoimento mais favorável à pretensão do cliente. Além disso, o
advogado insinua que a quantia será repartida com a testemunha.

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O advogado recebe o dinheiro, mas engana seu cliente e não
procura a testemunha.

Nesse caso, o advogado

A) cometeu o crime de corrupção passiva.

B) cometeu o crime de usurpação de função pública.

C) cometeu o crime de exploração de prestígio.

D) cometeu o crime de corrupção ativa.

E) não cometeu crime algum.

COMENTÁRIO: A resposta é letra C.

No presente caso o advogado cometeu o delito de exploração de


prestígio, previsto no art. 357 do CP. Vejamos:

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Além disso, a pena será aumentada de 1/3, em razão do fato de o agente


ter afirmado que o dinheiro seria repartido com a testemunha
supostamente corrupta. Vejamos:

Art. 357 (...)

Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou


22528601034

insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das


pessoas referidas neste artigo.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

61 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)

A, testemunha compromissada, mediante suborno, presta falso


testemunho, em fases sucessivas de um processo penal, por

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homicídio doloso, ou seja, no inquérito policial, na instrução
criminal e em plenário.

A cometeu crime de

a) falso testemunho em continuidade delitiva.

b) falso testemunho único, com aumento de pena.

c) falso testemunho em concurso material.

d) falso testemunho em concurso formal.

COMENTÁRIOS: Nesse caso a testemunha praticou um único crime, eis


que praticou uma única conduta criminosa, que é faltar com a verdade
em relação àquele fato, embora sua conduta tenha sido dividida em
vários atos.

No caso em tela, ainda há aumento de pena, eis que a conduta foi


praticada mediante suborno. Vejamos:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
22528601034

62 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO


GERAL)

Faristeu da Silva fez afirmação falsa como perito em processo


judicial, praticando o crime de falsa perícia previsto no artigo 342
do Código Penal. Para que não seja punido, Faristeu

a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos.

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b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito.

c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver


transitado em julgado.

d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo


processo judicial.

e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério


Público.

COMENTÁRIOS: Para que não seja punido, o agente, neste caso, poderá
se retratar de sua afirmação falsa, mas deverá fazer isso no próprio
processo em que fez a afirmação falsa, e mesmo assim, antes da
sentença. Vejamos:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

63 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO


22528601034

JUDICIÁRIO)

Assinale a alternativa que melhor representa o tipo penal do


crime descrito no art. 339 do CP.

A denunciação caluniosa consiste em imputar crime a quem o


sabe inocente dando causa à instauração de

a) investigação policial, processo judicial ou inquérito civil.

b) investigação policial, processo judicial ou comissão


parlamentar de inquérito.

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c) investigação policial, processo judicial, investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa.

d) investigação policial, processo judicial, comissão parlamentar


de inquérito ou ação de improbidade administrativa.

e) investigação policial ou processo judicial.

COMENTÁRIOS: O crime de denunciação caluniosa consiste em dar


causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente, e está previsto no art. 339 do CP:

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

64 - (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO)

“O fato deixar de ser punível se, antes da sentença, no processo


em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade”. 22528601034

A previsão legal citada corresponde ao crime de

a) fraude processual.

b) coação no curso do processo.

c) denunciação caluniosa.

d) comunicação falsa de crime ou contravenção.

e) falso testemunho ou falsa perícia.

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COMENTÁRIOS: A previsão legal citada, que consiste numa causa de
isenção de pena, está prevista para o crime de falso testemunho ou falsa
perícia, no §2º do art. 342 do CP:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

65 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)

A esposa que comprovadamente ludibria autoridade policial e


auxilia marido, autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da
autoridade pública.

A) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões


(CP, art. 345).

B) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349).

C) fica isenta de pena.

D) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP,


art. 348) 22528601034

E) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351).

COMENTÁRIOS: Neste caso, a esposa pratica o delito de favorecimento


pessoal, previsto no art. 348 do CP:

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a


que é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

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Contudo, por se tratar de cônjuge do infrator, a esposa ficará isenta de
pena, por força do §2º do art. 348 do CP:

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a


que é cominada pena de reclusão:

(...)

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão


do criminoso, fica isento de pena.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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1. ALTERNATIVA E
2. ALTERNATIVA D
3. ALTERNATIVA C
4. ALTERNATIVA D
5. ALTERNATIVA A
6. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA B
8. ALTERNATIVA D
9. ALTERNATIVA A
10. ALTERNATIVA C
11. ALTERNATIVA A
12. ALTERNATIVA E
13. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA C
15. ALTERNATIVA E
16. ALTERNATIVA D
17. ALTERNATIVA A
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA B
20. ALTERNATIVA E
21. ALTERNATIVA C
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Direito Penal PGFN (2015)
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