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Aula 02 – Análise Econômica de Investimentos

As diferentes metodologias de avaliação

Profa. Naja Brandão Santana


(naja@ufscar.br)
Agenda

1. Noções de Matemática Financeira;


2. Técnicas de análise de investimento;
3. Valor Presente Líquido (VPL);
4. Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE);
5. Payback simples;
6. Payback descontado;
7. Taxa Interna de Retorno (TIR);
8. Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR);
9. Índice de Lucratividade.
Noções de matemática financeira

 Utiliza conceitos matemáticos aplicados à análise de


dados financeiros;
 O valor do dinheiro no tempo – juro e inflação;
 Influência nos empréstimos, investimentos e
avaliação financeira de projetos.
Juros

 É a remuneração do capital empregado;

 Taxa de juros é o índice que determina a


remuneração de um capital num determinado
tempo (dias, meses, anos, etc.).

Pode ser: Percentual – 34% ao mês


Unitária – 0,34 ao mês
Nomenclatura
J: Corresponde ao valor dos juros;
PV: Valor presente, capital, valor na data zero, valor do empréstimo, valor financiado,
etc;

i: Taxa de juros;
n/t: Tempo, numero de períodos, quantidade de prestações, sempre estar compatível
com a periodicidade da taxa de juros (i);

FV: Valor futuro, montante, valor residual de um bem, valor do capital acrescido de
seus rendimentos;

PMT: É o valor de cada parcela, cada prestação, cada depósito.


Regimes de juros simples

 Apenas o capital rende juros durante todo o período de uma


transação financeira;
 Assim, o juros simples J de um capital PV, aplicado a uma
taxa de juros i, por um determinado período n, é dado pela
fórmula:
J = PV . i . n

Como o montante é: FV = PV + J

Assim... FV = PV (1 + i . n)
Regime de juros simples

PV
PV
0 1 2 3 4 5 6 7

Os juros incidem sobre o capital inicial em todos os períodos e têm
um crescimento constante ao longo do tempo.
Regime de juros compostos

 Os juros obtidos em cada período são incorporados ao


capital, gerando o montante, que passará a produzir juros
para o período seguinte;
 São chamados juros capitalizados;
 “Juros sobre juros”.

9
Regime de juros compostos

$
6

5 6

4 5 FV
3 4
2 3
1 2
200
J 1

PV 0 1 2 3 4 5 6
n
n
FVn = PV (1+i)
Calculando os juros

J = MONTANTE – CAPITAL INICIAL

J = FV – PV

J = 390.625,00 – 200.000,00

J = 190.625,00
Diferença entre os dois
 Os quadros a seguir evidenciam a diferença entre os regimes
de capitalização (simples e compostos), submetidos a uma
taxa de juros de 5% a.m.

JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS

n PV J FV n PV J FV

1 50.000 2.500 52.500 1 50.000 2.500 52.500

2 50.000 2.500 55.000 2 52.500 2.625 55.125

3 50.000 2.500 57.500 3 55.125 2.756 57.881

 Observe os capitais no segundo e terceiro períodos: notou a


diferença?
Técnicas de análise de investimento
Origens da proposta de investimentos

 Ampliação (expansão) do volume de atividade;


 Reposição e modernização de ativos;
 Arrendamento ou aquisição;
 Lançamento de novos produtos;
 Investimentos em tecnologia;
 Outras origens.
Tipos de investimentos

 Investimentos Economicamente Independentes;


 Investimentos com Restrição Orçamentária;
 Investimentos Economicamente Dependentes;
 Investimentos Mutuamente Excludentes;
 Investimentos com Dependência Estatística.
Investimento
 Investimento: Aplicação de capital com o objetivo de obter
um retorno futuro;
 Retorno do investimento: É a quantidade de dinheiro obtida
com o investimento, relativa ao capital investido;
 Risco do investimento: Relacionado a variabilidade,
probabilidade de não ganhar tanto quanto se esperava.
Investimento
Viabilidade econômica de investimento

 Um investimento é economicamente viável se:

Gerar um retorno grande o suficientemente para


compensar o risco inerente ao investimento.

 Cabe ao investidor decidir o risco que está


disposto a correr.
Questões

 Como calcular o retorno de um investimento?


 Como determinar se um investimento vai gerar um
retorno atrativo, comparado a outras opções com
risco semelhante?

Técnicas de análise de investimento!


Técnicas de análise de investimento

 Valor Presente Líquido (VPL)


Valor monetário
 Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)
 Taxa Interna de Retorno (TIR)
Taxa
 Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR)
 Payback simples
Unidade de Tempo
 Payback descontado
Principais critérios de investimentos

 Critério do Valor Presente Líquido (VPL ou NPV) e suas


vantagens;
 O critério da Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR), seus
pontos forte e pontos fracos;
 Regra do período de payback;
 Outros métodos de avaliação: VAUE, payback descontado,
MTIR etc.
Pressupostos

1. O dinheiro possui valor no tempo


 Deve-se utilizar o conceito de juro;
 Juro: remuneração de um capital pelo tempo investido;
 O juro pode ser expresso como uma taxa.

10% a.a. 20% a.m. 5% a.s.


Pressupostos

2. Considera-se o regime de juros compostos


 O retorno ganho passa a integrar o capital e render juros;
 Juros sobre juros.

Capitalização: FV = PV * (1 + i)n

Descapitalização: PV = _FV_
(1 + i)n
Fluxo de caixa

 É a representação gráfica de todas as entradas


e saídas de dinheiro de um investimento no
tempo;
 É a base para os Métodos de Avaliação de
Investimentos.
Horizonte de planejamento

 Vida econômica ou vida útil de um investimento;


 Período em que o projeto se mantém operacional;
 Período decorrido entre o investimento inicial e a
última remuneração obtida.
Valor residual
 É a porcentagem do investimento inicial que é
possível recuperar após o encerramento do
negócio;
 É a soma do dinheiro obtido com a venda de
máquinas, equipamentos, instalações, ponto
etc.
Fluxo de caixa
Exemplo

Valor residual: 15%


300
500 750 750 750
350
750

0
1 2 3 4 5 6 anos

2.000
Valor Presente Líquido (VPL)
Valor Presente Líquido (VPL)

 Um investimento vale a pena quando cria valor para o


proprietário;
 A diferença entre o valor de mercado de um investimento e
seu custo é denominado Valor Presente Líquido;
 VPL é uma medida de quanto valor é criado hoje por realizar
determinado investimento.
Estimação do VPL
Exemplo

 Estamos pensando em construir um prédio com


pequenos apartamentos locação.
 Custos de implantação com precisão razoável;
 Dificuldades:
• Valor de mercado de investimentos semelhantes;
• Esse Projeto tem VPL positivo?
Estimação do VPL

1. Estimar o Fluxos de Caixas Futuros que esperamos desse


novo projeto;
2. Aplicaremos nosso procedimento de fluxo de caixa
descontado para estimar o VP destes Fluxos;
3. Calcular o VPL pela diferença entre o VP dos fluxos de caixa
Futuros e o custo do investimento.
Valor Presente Líquido (VPL)

 Consiste em descapitalizar todos os fluxos de caixa e


trazer para a data zero;

VPL = Valor Atual dos Fluxos de Caixa – Investimento Inicial

FC1 FC2 FC3 FC4 CFn


VPL = + + + + ... + - FC0
(1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)n
Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

 É a mínima taxa que o investimento deve render


para ser viável economicamente;
 É determinada com base:
 No custo de oportunidade: baseado no retorno de outros
investimentos de mesmo risco;
 Custo de capital: baseado no custo das fontes de capital.
Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Custo de Capital

TMA Custo de Oportunidade

Adicional por risco percebido


Formação da TMA
Exemplo

Custo de Capital = 4% 4%

Custo de Oportunidade = 10% 14%

Adicional por risco percebido = 1% TMA = 15%


VPL
Tomada de decisão

VPL ≥ 0 Aceita-se o
investimento

 Oferece rentabilidade superior à TMA.

Rejeita-se o
VPL < 0
Investimento

 Oferece rentabilidade inferior à TMA.


VPL
Exemplo
1050

500 750 750 750


350

0
1 2 3 4 5 6 anos

2.000
Qual é o VPL deste projeto?
VPL
Exemplo

Considerando uma TMA de 10% a.a.

VPL = -2000 + 350 + 500 + 750 + 750 + 750 + 1050


1,1 1,12 1,13 1,14 1,15 1,16

VPL = 865,54 ≥ 0

O investimento é viável!
VPL
Problemas

 Gera distorções quando são comparados


investimentos com horizontes de
planejamento diferentes:
 A tendência é que os projetos com maior
horizonte de planejamento tenham maior VPL!
Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)
Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)

 Consiste em determinar o Fluxo de Caixa Uniforme


equivalente ao Fluxo de Caixa Original;
 A decisão é tomada pelo valor da PMT (abreviação do inglês
payment), que representa o retorno médio pelo
investimento, acima do que renderia a TMA;
 Para se calcular, deve-se utilizar a teoria das Séries
Uniformes sobre o valor do VPL;
 Apesar do nome, o VAUE não necessariamente precisa ser
um valor anual.
VAUE
Visualizando

0 1 2 3 4 5 6 anos

0
1 2 3 4 5 6 anos
VAUE
Cálculo

1. Determinar o VPL utilizando a TMA;


2. Determinar a parcela uniforme (PMT) que equivale ao VPL
determinado.

 (1  i ) n i 
PMT  VPL 
 (1  i )  1
n
VAUE
Tomada de decisão

VAUE ≥ 0 Aceita-se o
investimento

Rejeita-se o
VAUE < 0
Investimento

 O projeto será considerado viável se apresentar VAUE


positivo, indicando benefícios periódicos maiores que os
custos periódicos;
 Com mais de uma alternativa: escolher a que apresentar
maior VAUE.
VAUE
Exemplo
1050

VPL = 865,54
500 750 750 750
TMA = 10% 350

0
1 2 3 4 5 6 anos

2.000
Qual é o VAUE deste projeto?
VAUE
Exemplo

1. VPL = 865,54
2. VAUE =
 (1  i ) n i 
PMT  VPL 
 (1  i )  1
n

VAUE = PMT = 198,73


VAUE
Características

 Não é afetada por projetos com horizontes de planejamento


diferentes;
 Considera, implicitamente, a hipótese de que os projetos
podem ser repetidos indefinidamente;
 É menos utilizado que o VPL;
 Parte do pressuposto que os fluxos recebidos são
reinvestidos a uma taxa igual a TMA.
VPL
Problemas

 Gera distorções quando são comparados


investimentos com horizontes de
planejamento diferentes:
 A tendência é que os projetos com maior
horizonte de planejamento tenham maior VPL!
Horizontes de planejamento distintos

Projeto A
n=6

0
1 2 3 4 5 6 anos

Projeto B
n=3

0
1 2 3 anos
Horizontes de planejamento distintos
Resolvendo pelo Mínimo
Múltiplo Comum (MMC):

Projeto A
n=6
0
1 2 3 4 5 6 anos

Projeto B
n=3
0
1 2 3 4 5 6 anos
Horizontes de planejamento distintos
 Para se utilizar o VPL para fazer comparações entre
projetos com horizontes de planejamento diferentes,
deve-se considerar a hipótese repetição de projetos:
 Por meio das repetições deve-se igualar o horizonte de
planejamento dos projetos comparados;
 Para saber o número de repetições, utiliza-se o MMC entre os
tempos de duração dos dois projetos.
Horizontes de planejamento distintos
Resolvendo pelo VAUE:

A VAUE não é afetada por projetos com horizontes de


planejamento diferentes;
 Considera implicitamente a hipótese de que os projetos
podem ser repetidos indefinidamente;
 É menos utilizado que o VPL, mas permite comparação
direta;
 Também parte do pressuposto que os fluxos recebidos são
reinvestidos a uma taxa igual a TMA.
Horizontes de planejamento distintos
Resolvendo pelo VAUE:

Projeto A
n=6
0
1 2 3 4 5 6 anos

Projeto B
n=3
0
1 2 3 4 5 6 anos
Horizontes de planejamento distintos
Resolvendo pelo VAUE:

Projeto A
n=6
0
1 2 3 4 5 6 anos

Projeto B
n=3
0
1 2 3 4 5 6 anos
VPL
Exemplo

 Construção de um prédio com 20 apartamentos para locação.


Investimento de $1.500.000 para compra do terreno e
construção do prédio. Receita anual estimada em $120.000.
Venda do prédio no final do 10º ano no valor estimado de
$2.000.000.
 Taxa mínima de atratividade de 10%.
 O projeto deve ser aceito?

Investimento inicial
Estimativas de fluxos de caixa
58

Taxa mínima de atratividade


VPL
Exemplo 120
120 120 120 120 120 2.000

1 2 3 8 9 10

-$1.500
VF
VP  i = 10%
0 (1  i ) n

-1500 109 99 90 ... 56 51 817

VPL = 8,44 VPL > 0


Taxa Interna de Retorno (TIR)
Taxa Interna de Retorno (TIR)
 Concorrente mais forte do VPL;
 Intimamente ligada com o VPL;
 Taxa única para sintetizar os méritos do projeto;
 É uma taxa interna, depende unicamente dos fluxos de caixa
de determinado investimento;
 A TIR de um investimento é a taxa exigida de retorno que,
quando utilizada como taxa de desconto, resulta em VPL
igual a zero.
Taxa Interna de Retorno (TIR)

 A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros que


zera o VPL;
FC1 FC2 FC3 FC4 CFn
0= + + + + ... + - FC0
(1+TIR)1 (1+TIR)2 (1+TIR)3 (1+TIR)4 (1+TIR)n

 Deve ser comparada com a TMA ou com a taxa de


qualquer outro investimento (rendimento da
poupança, por exemplo);
 Permite considerar inviável um projeto que não tenha
uma TIR superior ao custo de oportunidade da
empresa.
TIR
Exemplo 1

 Considere um projeto que custa $ 100 hoje e que


rende $ 110 daqui um ano.
 Qual é o retorno desse investimento?
 O que você responderia?
• Intuitivamente, você responderia que a TIR desse projeto é
de 10% → raciocínio correto!
TIR
Exemplo 1

 Com base na regra da TIR, um projeto é aceito se a TIR é


maior do que o retorno exigido. Caso contrário, deve ser
rejeitado.
VPL = 0 = -$100 + 110/(1 + r)
$ 100 = 110 / (1 + r)
1 + r = 100/110
r = 10%

Qual é o retorno exigido?


É > ou < que r ?
TIR
Exemplo 2

 Um projeto tem custo inicial de $ 435,44. Os fluxos de caixa


são de $ 100 no primeiro ano, $ 200 no segundo e $ 300 no
terceiro. Qual é a TIR? Taxa de desconto VPL
0% R$ 164,56
5 100,36
10 46,15
15 0
20 -39,61

 Se exigirmos um retorno (TMA) de 18%, deveremos aceitar o


projeto?
 Um projeto é aceito se a TIR é maior do que o retorno exigido (TMA)!
TIR
Exemplo 2

R$ 200,00
TIR = 15%
R$ 150,00 VPL = 0
R$ 100,00

R$ 50,00 VPL>0
VPL

R$ -
0 5 10 15 20 25 30 35
R$ (50,00) VPL<0
R$ (100,00)

R$ (150,00)
r (%)

 Um projeto é aceito se a TIR é maior do que o retorno


exigido (TMA):
 Inviável: 15%>18%!!
TIR
Tomada de decisão

Aceita-se o
TIR ≥ TMA
investimento

TIR < TMA Rejeita-se o


investimento
TIR
Problemas

 É muito difícil de ser calculada manualmente:


 Equação de “n” graus;
 Pode ser calculada facilmente pelo Excel ou por uma HP-12C.
 Quando o fluxo de caixa possui inversões de sinal (fluxo de
caixa não convencional), a equação da TIR fica com múltiplas
soluções;

(60) 155 (100)

 Cada troca de sinal evidencia a existência potencial de uma TIR → Se


há três variações de sinal, a TIR poderá assumir três valores.
Inversão de sinal em FC
Fluxo de caixa “bem comportado”:
Uma única inversão de sinais

0 1 2 3 4 5 6 anos
VPL

TIR

Taxa
Inversão de sinal em FC

Fluxo de caixa com mais de uma inversão de sinais

0 1 2 3 4 5 6 anos

Regra de sinais de Descartes: Existirão tantas raízes reais quanto


inversões de sinais
Inversão de sinal em FC
Fluxo de caixa com mais de uma inversão de sinais

R$250,00

Ano FC TMA VPL


R$200,00
0 2000 0% R$ 200.00
1 -500 5% R$ 50.97 R$150,00
2 -8100 10% -R$ 39.82
3 6800 15% -R$ 88.44 R$100,00

20% -R$ 106.48


VPL

R$50,00
25% -R$ 102.40
30% -R$ 82.39
R$-
35% -R$ 51.01 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
40% -R$ 11.66 R$(50,00)
45% R$ 33.13
50% R$ 81.48 R$(100,00)

R$(150,00)
Taxa
Classificação conflitante entre TIR e VPL

 Comparação entre TIR e VPL


 Quando se analisa um projeto isoladamente:
• TIR e VPL indicam a mesma decisão quanto a rejeitar ou aceitar
o projeto;
 Quando dois projetos estiverem sendo comparados:
• TIR e VPL podem chegar a conclusões distintas.
Comparação entre TIR e VPL

VPL

TIRA>TIRB
VPLB>VPLA
VPLB
VPLA

TMA TIRB TIRA Taxa


Projeto A
Projeto B
Análise da TIR

 Vantagens:
 Intimamente relacionada com o VPL, geralmente
conduzindo à mesma regra de decisão;
 Fácil de ser compreendida e comunicada.
 Desvantagens:
 Pode apresentar respostas múltiplas, se os fluxos de
caixa não forem convencionais;
 Pode levar a decisão errada na comparação de
investimentos mutuamente excludentes.
TIR
Exemplo 3

1050

500 750 750 750


350

0
1 2 3 4 5 6 anos

2.000
Qual é a TIR deste projeto?
TIR
Exemplo 3

Taxa VPL
0,05 R$ 1.422,92
0,1 R$ 865,54
0,15 R$ 431,20
0,2 R$ 87,66
A TIR é um valor
0,25 -R$ 187,79
entre 20% e 25%
0,3 -R$ 411,41
0,35 -R$ 595,04
0,4 -R$ 747,44
0,45 -R$ 875,15
0,5 -R$ 983,13
TIR
Exemplo 3

VPL
R$ 2.000,00 Excel
Utilizando-se
R$ 1.500,00
o Excel:
R$ 1.000,00 TIR = 21,48% Considere uma
R$ 500,00 TMA = 10%
R$ 0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 Taxa
(R$ 500,00)

TIR ≥ TMA
(R$ 1.000,00)
21,48% ≥ 10%
(R$ 1.500,00)
PROJETO
VIÁVEL
Taxa Interna de Retorno Modificada
(MTIR)
Pressupostos da TIR
 Assume implicitamente que a TIR somente será verdadeira
se todos os fluxos de caixa intermediários forem reinvestidos
à própria TIR calculada.

 Pode ser difícil de ser verificado na prática!


Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR)
 Adaptação da TIR → diferentes taxas de
reinvestimentos;
 O desempenho de um investimento depende não
somente das projeções de caixa, mas, também, das
suas taxas de reinvestimento;
 Tenta incorporar ao cálculo da TIR as taxas de
reinvestimento;
 Método de cálculo:
1. Deve-se levar todos os fluxos para o futuro (VF) considerando
as reais taxas de reinvestimento;
2. Deve-se achar a taxa (MTIR) que zera o VPL.
MTIR
Exemplo

 Dado o fluxo de caixa e as taxas de revestimento abaixo,


determine a MTIR do projeto?

Perío Fluxos de Taxa de


do Caixa reinvestimento
0 -2000 - VF = 350 * (1,055) + 500 * (1,064) +
1 350 5% 750 * (1,073) + 750 * (1,082) + 750 *
(1,07) + 1050
2 500 6%
VF = 4724,010
3 750 7%
4 750 8%
5 750 7% VPL = 4724,010/(1 + MTIR)6 – 2000 = 0
6 1050 6% MTIR = 15,4%
Diferenças entre a TIR e a MTIR

 A MTIR costuma ser menor que a TIR pois leva


em conta pressupostos mais realistas;
 Para o exemplo:
TIR = 21,48%
MTIR = 15,4%
Payback
Payback

 Payback é o tempo que leva para o investimento inicial ser


recuperado;
 Em vez de levar em conta os retornos (em forma de taxa ou
valor monetário) se baseia no tempo de recuperação do
investimento;
 Pode ser do tipo:
 Simples; ou
 Descontado.
Payback simples

 Tempo que leva para que o investimento inicial seja


recuperado;
 Para ser calculado, deve-se construir um fluxo de caixa
acumulado,
 a soma de um fluxo de caixa com todos os fluxos anteriores a ele;
 O Payback é o ponto em que o fluxo de caixa acumulado
se iguala a zero;
 Caso o Payback não seja exato deve-se fazer uma
interpolação.
Payback simples
Exemplo

1050

500 750 750 750


350

0
1 2 3 4 5 6 anos

2.000
Qual é o Payback simples deste investimento?
Payback simples
Exemplo

Período Fluxos de Caixa Fluxo de Caixa Acumulado

0 -2000 -2000
1 350 -1650
2 500 -1150
O Payback é
3 750 -400 um valor
4 750 350 entre 3 e 4
5 750 1100
6 1050 2150
Payback simples
Exemplo de interpolação

FC
acumulado

350
Pontos: (3,-400)
(4,350)
3 x 4

Período

-400

Semelhança de triângulos:
350 + 400 = 400
1 x-3
x = 3,53 anos
Payback
Tomada de decisão

Payback ≤ Prazo máximo Aceita-se o


de recuperação aceitável Investimento
Critério
Subjetivo

Payback > Prazo máximo Rejeita-se o


de recuperação aceitável Investimento
Payback
Exemplos

Não será
recuperado
Ano A B C
0 -100 -200 -200
1 30 40 40
2 40 20 20
3 50 10 10
4 60 130
2,6 anos 4 anos
Payback
Críticas

 Não considera o fato de que os maiores


rendimentos podem estar no final;
 Não considera que o dinheiro possui valor no
tempo:
Solução: utilizar o Payback Descontado
Payback descontado

 Consiste em calcular o Payback simples a partir do um fluxo


de caixa descontado;
 O fluxo de caixa deve ser trazido para a data zero utilizando-
se a TMA → assemelha-se ao cálculo do VPL;
 Deve ser construído o fluxo de caixa acumulado a partir do
fluxo de caixa descontado;
 Caso o Payback não seja exato, deve-se fazer uma
interpolação.
Payback descontado
Exemplo

TMA = 10%

Período Fluxos Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa


de Caixa Descontado Desc.
Acumulado
0 -2000 -2000 -2000
1 350 318,18 -1681,82
2 500 413,22 -1268,60
3 750 563,49 -705,11
4 750 512,26 -192,85 O Payback
descontado é um
5 750 465,69 272,84 valor entre 4 e 5
6 1050 592,70 865,54
Payback descontado
Exemplo de interpolação

FC
acumulado
Pontos: (4, -192,85)
272,84 (5, 272,84)

4 x 5

Período

-192,85

Semelhança de triângulos:
272,84 + 192,85 = 192,85
1 x-4
x = 4,41
Payback descontado
Tomada de decisão

Payback descontado ≤
Aceita-se o
Prazo máximo de
Investimento
recuperação aceitável
Critério
Subjetivo
Payback descontado >
Rejeita-se o
Prazo máximo de
Investimento
recuperação aceitável
Payback
Críticas

 Não considera o fluxo de caixa total:


 os maiores rendimentos podem estar no final.
 Desconsidera diferenças de riscos entre projetos;
 Dificuldade para estabelecer período de corte
correto ou limite-padrão que é de natureza
subjetiva;
 Indispensável o uso simultâneo de outras técnicas.
Payback

 Se é tão ruim, porque muitas empresas o utilizam?


 Muitas decisões não vale a pena fazer análises
detalhadas (custo x benefício);
 Investimento que se paga rápido e gera benefícios além
do período de corte deve gerar VPL positivo;
 Viés favorável a liquidez, na busca de menor risco;
 Tende a favorecer investimentos que liberam caixa mais
rapidamente;
 Conceito intuitivo e de fácil entendimento.
Índice de Lucratividade
ou Índice do Valor Presente
Índice de Lucratividade
ou Índice do Valor Presente

PV das Entradas de Caixa


IL 
PV das Saídas de Caixa
 Quanto o projeto oferece de retorno para cada unidade
monetária investida;
 Por exemplo, admita o seguinte projeto com TMA de 20% a.a:

 IL = 1.213/1.000 =1,213
 Investimento proporciona retorno de $0,213 para cada $1
despendido;
 Lucratividade do projeto é de 21,3%.
Índice de Lucratividade
ou Índice do Valor Presente

Critério de aceitar-rejeitar uma proposta de investimento com


base no índice de lucratividade segue o seguinte esquema:
 IL>1: o projeto deve ser aceito VPL>0;
 IL=1: VPL=0, a princípio considerado como atraente, remunera o
investidor em sua taxa requerida de atratividade;
 IL<1: VPL<0, destrói o valor, deve ser rejeitado.
Avaliação econômica de investimentos

1) VPL
2) VAUE
3) TIR
4) TIRM
5) Payback Simples
6) Payback Descontado
7) Índice de Lucratividade
Considerações finais sobre as técnicas
 As técnicas apresentadas lidam com a viabilidade, em
diferentes aspectos:
 Valor monetários;
 Taxa de retorno média;
 Tempo de recuperação do capital.
 Lidam mais com o retorno do que com risco;
 Consideram o risco implicitamente por meio da TMA;
 Para se considerar o risco mais formalmente seriam
necessárias técnicas estatísticas.
Problemas na avaliação de investimentos

 Como avaliar quando:


1. Diferentes métodos de avaliação indicar diferentes
projetos que são mutuamente excludentes;
2. Projetos com maturidade diferentes;
3. Houver restrição de capital.
Referências
 ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas aplicações. 11ª ed. Ed. Atlas, 2009.
 AASAF NETO, A. ; LIMA, F.G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009.
 BLANK, L; TARQUIN, A. Engenharia Econômica. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
 BRUNI, l. A., FAMÁ, R. A matemática das finanças: com aplicações na HP 12C e Excel. 3ª ed. São Paulo:
Ed. Atlas, 2008.
 CASAROTTO FILHO, N. & KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia
econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 11ª edição, 440 p.,
2010.DAMODARAN, A. Finanças Corporativas: teoria e prática – 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
 NEWNAN, D. G.; LAVELLE, J. P. Fundamentos de Engenharia Econômica. Rio de Janeiro: LTC editora,
2000.
 OLIVEIRA, J. A. N. Engenharia Econômica: Uma abordagem às decisões de Investimento. São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 172 p., 1982.
 REBELATTO, D. A. N. Projetos de Investimento, SP, Manole, 2004.
 ROSS, S.; WESTERFIELD W; JAFFE, J. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2002.
 ROSS, Stephen A; WESTERFIELD W; JORDAN, Bradford. Princípios de Administração Financeira. São
Paulo: Atlas, 2002.
 SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: Aplicações à Análise de Investimentos. 2ª ed. São Paulo: Ed.
Prentice Hall, 2002.

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