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3. A questão da documentação
Batalha abre essa seção tratando da dificuldade em estudar essas sociedades mutuais:
“a documentação disponível acerca das sociedades de auxílios mútuos, no século XIX, é
extremamente exígua, ficando praticamente limitada a estatutos e a algumas poucas
publicações das próprias sociedades, referências esparsas na imprensa, processos de registro
junto ao Conselho de Estado do Império ou às presidências das províncias. Portanto,
dificilmente o conhecimento acumulado sobre essas sociedades possibilita ter uma ideia
precisa do seu funcionamento interno, das disputas e dos debates que as atravessavam” (p.
18-19). Contudo, deixa claro que o exame cuidadoso destas apresenta “evidências
suficientemente consistentes" de que haviam gradações de aproximação e distanciamento das
mutuais em relação a outras modalidades associativas (p. 19) - corporações de ofício,
irmandades, etc. Ainda, outro ponto demonstra a importância dessa organização para os
trabalhadores livres na segunda metade do século XIX: “no período imperial, a opção pela
forma jurídica de sociedade mutualista não era uma questão de escolha, mas, sim, a única
forma de organização legal disponível para trabalhadores” (p. 19). Destaca-se aqui a tese de
doutorado de Mac Cord na identificação dessas práticas e condutas em diálogo.
5. Conclusão
Batalha finaliza seu artigo defendendo que, apesar desses apontamentos nas
problemáticas da corrente analisada, “ambas são necessárias e pertinentes” (p. 21). Portanto,
deve-se buscar uma complementaridade entre essas análises, deixando de lado as dicotomias
e certezas absolutas.