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INCIDÊNCIAS DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM LINHAS DE

TRANSMISSÃO: ASPECTOS CONSTRUTIVOS E ESTUDO DE CASO SOBRE


DESLIGAMENTOS FORÇADOS NA LINHA DE TRANSMISSÃO
COLINAS-TO / MIRACEMA-TO.

Matheus Pedro Felício dos Santos1


Esp. Murilo Batista Lopes 2

Resumo: Este estudo científico tem como propósito apresentar a interseção entre dois
assuntos distintos, que são as descargas atmosféricas e o sistema elétrico de potência, com
destaque no sistema de transmissão de energia elétrica. Primeiramente, o estudo irá
proporcionar uma análise sobre a incidência de descargas atmosféricas no Brasil e no estado
do Tocantins. A seguir, irá abordar os aspectos construtivos de uma linha de transmissão,
desse modo isso servirá como base para termos uma melhor compreensão sobre as
ocorrências de desligamentos em linhas de transmissão que podem ser originadas pela
incidências de descargas atmosféricas, ou seja, uma das principais causadoras dos
desligamentos forçados no sistema de energia. Elaborando então ao final, um comparativo
teórico entre as ocorrências de descargas atmosféricas em linhas de transmissão no estado
do Tocantins entre os municípios de Colinas e Miracema da agente transmissora
ELETRONORTE durante o período de 2016 a 2019.
Palavras chaves: Descargas Atmosféricas, Linhas de Transmissão, Desligamento e
Segurança.

INCIDENCES OF ATMOSPHERIC DISCHARGES IN TRANSMISSION LINES:


CONSTRUCTIVE ASPECTS AND CASE STUDY ON FORCED SHUTDOWN IN
THE TRANSMISSION LINE COLINAS-TO / MIRACEMA-TO.

Abstract: This study aims to present the intersection between two distinct subjects, which are
atmospheric discharges and the electrical power system, with prominence in the power
transmission system. First, the study will provide an analysis of the incidence of atmospheric
discharges in the world, Brazil and the state of Tocantins. Next, it will address the reliability
and constructive aspects of a transmission line, all of which will serve as a basis for a better
understanding of the occurrences of shutdowns on transmission lines that can originate from
the incidences of atmospheric discharges, that is one of the main causes of forced shutdowns
in the energy system. Elaborating then to the end, a theoretical comparison between the
occurrences of atmospheric discharges on transmission lines in the state of Tocantins between
the municipalities of Colinas and Miracema of the transmitting agent ELETRONORTE during
the period from 2016 to 2019.

Keywords: Atmospheric Discharges, Transmission Line, Safety and Reliability.

1
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, UniCatólica, Palmas -TO, e-mail: matheus.felicio@outlook.com.br
2
Orientador: Graduado em Engenharia Elétrica, Especialista em Segurança do Trabalho e Docente na
UniCatólica, Palmas -TO, e-mail: murilo.lopes@catolica-to.edu.br
REVISTA CIENTÍFICA SEMANA ACADÊMICA ISSN 2236-6717. FORTALEZA/CE. ED. 202. VOL. 8. ANO 2020
INCIDÊNCIAS DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM LINHAS DE TRANSMISSÃO:
ASPECTOS CONSTRUTIVOS E ESTUDO DE CASO SOBRE DESLIGAMENTOS
FORÇADOS NA LINHA DE TRANSMISSÃO COLINAS-TO / MIRACEMA-TO

INTRODUÇÃO
De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) cerca de
70% dos desligamentos na transmissão e 40% na distribuição, são provocados por
descargas atmosféricas (raios) no Brasil, sendo o número de transformadores
queimados por raios gira em torno de 40%. Durante o período de 2011 a 2016 o Brasil
chegou a registrar uma média 77,8 milhões de raios por ano, o ano de 2012 foi o ano
que houve maior incidência de raios cerca de 94,3 milhões, tudo isso foi dado devido
fenômeno El Ninã presente na região Norte do país naquele ano, essa pesquisa foi
feita pelo INPE (INPE, 2020).
Segundo o levantamento, no ano de 2017 o Tocantins acabou ocupando a
primeira colocação como o estado com maior incidência de raios (quantidade por
quilômetro quadrado por ano), cerca de 17,1 raios por quilômetro quadrado. Na
sequência vem os estados do Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará
(12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo
(5,2) (CAZARRÉ, 2017).
A geração de energia elétrica em sua maior parte ocorre de forma
centralizada, ou seja, os geradores se encontram em regiões mais propícias
para a sua fonte geradora, necessitando se transmitir a energia elétrica gerada aos
locais mais distantes, dessa forma se utilizam as linhas de transmissão, uma
importante ligação entre as usinas e os consumidores ao qual proporciona um
importante avanço tendo como base o crescente surgimento de sistemas mais
eficazes contra descargas atmosféricas.
As linhas de transmissão conhecida tecnicamente como LT, são estruturas
grandiosa podendo chegar a alturas maiores que cem metros, elas são responsáveis
por prender os condutores energizados e fazer com que essa energia possa ser
transportada a grandes distâncias. As LT são essenciais para o Sistema de
Interligação Nacional (SIN), este sistema se estende por uma grande parte do país
além de ter uma grande confiabilidade e minimização de riscos, ele é responsável por
fazer a interligação das matrizes energéticas transmitindo energia de Norte ao Sul do
país. (TURELLA, 2018).
No estado do Tocantins a atividade de descargas atmosféricas é bastante
severa, tendo como principais fatores o seu clima quente que contribui para a
formação de raios e tempestades e a resistividades do solo. Essas circunstâncias
ambientais adversas acabam afetando o desempenho das LT, ou seja, a incidência

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de descargas atmosféricas na região pode interferir diretamente na qualidade de


energia oferta pela sua concessória, já que se o sistema de proteção das LT não
estiver elaborado corretamente ou com aterramento bem dimensionado irá acarretar
no desligamento forçado do sistema e gerando custos técnicos e econômicos para
companhia. Considerando os estudos sobre descargas atmosféricas e os aspectos
construtivos e de confiabilidade de uma linha de transmissão, este estudo de caso
propõe um comparativo entre as perturbações incidentes (descargas atmosféricas) na
linha de transmissão entre os municípios de Colinas e Miracema situados no estado
do Tocantins, no período de 2016 a 2019. A fim de perceber o efeito da descarga
atmosférica nessa linha de transmissão e a eficiência da concessionária responsável
em solucionar tal perturbação, garantindo assim, a confiabilidade e segurança da linha
transmissora.

1. REVISÃO DE LITERATURA
1.1. Descargas Atmosféricas
Descarga atmosférica, ou raio, é uma descarga elétrica de grande extensão
(alguns quilômetros) que acontece na atmosfera. Possuem intensidade elevada (com
picos de corrente da ordem de quiloampères) e são de curta duração, essas
descargas acontecem devido ao acúmulo de cargas elétricas em certas regiões da
atmosfera, em geral dentro das nuvens de grandes tempestades, podendo em alguns
casos atingir a superfície da terra (VISACRO FILHO,2006). A Figura 1 apresenta uma
descarga atmosférica típica nuvem-solo.
Figura (1): Descarga Atmosférica Típica Nuvem-Solo.

Fonte: (GAZETA DO CERRADO, 2020).

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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define em sua norma


NBR 5419/2015 que descarga atmosférica é uma descarga elétrica de origem
atmosférica entre uma nuvem e a terra ou entre nuvens, consistindo em um ou mais
impulsos de vários quiloampères (NBR-5419, 2015). As descargas atmosféricas
possuem um valor corrente e tensão muito elevada, na tabela 1 a seguir demostra
algumas grandezas que foram medidas e evidenciadas referente a esse fenômeno.

Tabela (1): Características físicas de uma descarga atmosférica

Fonte: Adaptado de (KINDERMANN, 1992).

Segundo medições atribuídas na tabela 1 e estudos realizados por


pesquisadores internacionais, ao analisar a curva de probabilidade da magnitude da
corrente do raio, pode-se afirmar que: (KINDERMAN, 1992).
- 70% das descargas atmosféricas excedem 10 kA;
- 50% das descargas atmosféricas excedem 20 kA;
- 20% das descargas atmosféricas excedem 40 kA;
- 5% das descargas atmosféricas excedem 80 kA.

1.2. Descargas Atmosféricas No Brasil


De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ocorrem
cerca de 50 milhões de descargas atmosféricas por ano no Brasil. O país é um dos
mais atingidos por raios em todo o mundo, a cada 50 mortes provocadas por
descargas atmosféricas uma acontece no Brasil. A possível causa para a elevada
frequência de descargas elétricas em nosso território é principalmente por seu clima
quente que contribui para a formação de raios e tempestades (INPE, 2014). Na figura
2 mostra o índice de descargas atmosférica por quilômetro quadrado no Brasil.

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Figura (2) – Índice De Descargas Atmosférica Por Quilômetro Quadrado No Brasil.

Fonte: (TOLEDO DO BRASIL, 2020).

Na figura 2 é possível observar que o estado do Tocantins está localizado em


uma área com grande incidência de raio. Alguns dados de levantamentos recentes
confirmam esta explicação. Aproximadamente 86% dos casos com mortes entre os
anos 2000 e 2014 ocorreram na primavera ou verão, estações nas quais as
tempestades devido às altas temperaturas são mais frequentes (INPE, 2014).
Um estudo feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) no ano de 2019,
mostra uma classificação entre as capitais brasileiras com maior número de
incidências de descargas atmosféricas por quilômetro quadrado por ano. Como
mostra a tabela 2.

Tabela (2) – Descargas Atmosféricas por capitais em 2019 – Adaptada.

DESCARGAS ATMOSFERICAS POR CAPITAIS EM 2019


RANKING UF CAPITAL DA’s por km²/ano
1 AC Rio Branco 23,675
2 TO Palmas 20,169
3 MA São Luís 15,871
4 PA Belém 15,206
5 AM Manaus 15,197
6 SP São Paulo 13,936
7 MT Cuiabá 13,003
8 PI Teresina 9,475

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RANKING UF CAPITAL DA’s por km²/ano


9 RO Porto Velho 8,754
10 AP Macapá 7,177
11 RR Boa Vista 7,131
12 MG Belo Horizonte 6,011
13 MS Campo Grande 4,892
14 PR Curitiba 4,783
15 RJ Rio de Janeiro 4,433
16 GO Goiânia 4,116
17 DF Brasília 3,157
18 SC Florianópolis 2,661
19 RS Porto Alegre 2,309
20 CE Fortaleza 1,434
21 AL Maceió 0,921
22 ES Vitória 0,688
23 SE Aracaju 0,464
24 BA Salvador 0,380
25 PE Recife 0,340
26 PB João Pessoa 0,183
27 RN Natal 0,052
Fonte: (ELAT, 2020).

*D.A’s – Descargas Atmosféricas.

É possível analisar na tabela 2, que a capital com maior índice é cidade Rio
Branco, capital do estado do Acre, seguida pela capital mais jovem do país Palmas,
situado no estado do Tocantins. Em contrapartida, temos as capitais João Pessoa e
Natal, respectivamente dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte como as
capitais com menor número de incidência de descargas atmosféricas.

1.3. Aspectos Construtivos das Linhas De Transmissão


A elaboração e construção de uma linha de transmissão acaba gerando várias
atividades complexas que as constituem, pois, acaba exigindo inúmeras pesquisas e
análises para obter uma avaliação final sobre ao assunto, além de todas as atividades
em campo é necessário ter organização e planejamento para que o prazo estipulado
da obra seja finalizada com a qualidade esperada e conforme o período determinado.
Considerando a elaboração de uma linha de transmissão, é imprescindível analisar
uma série de componentes que as estabelecem. Esses componentes acabam
apresentando inúmeras particularidades, tais como, nível de tensão, tipo, isolamento,
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estrutura e até a forma de relevo que será construído a estrutura da linha de


transmissão. A figura 3 a seguir mostra alguns componentes essenciais que
constituem uma LT.
Figura (3) – Componentes de uma LT.

Fonte: (MARTINS, 2017).

Como mostra a figura 3 é possível observar os principais componentes que


constituem uma linha de transmissão como a cadeia de isoladores, os cabos
condutores, o cabo guarda (mensageiro) e a própria estrutura da LT.

1.3.1 Cadeia de Isoladores


Para que as linhas de transmissão tenham um melhor aproveitamento de
desempenho, os isoladores ou a cadeia de isoladores são peças fundamentais para
que isso ocorra. Este equipamento têm o trabalho de sustentar os cabos condutores
da transmissão e fazer com que eles estejam eletricamente isolados das estruturas
da torre. Nas linhas de transmissão aéreas como os cabos estão isolados
eletricamente devido às cadeias de isoladores, eles acabam se submetendo a forças
vetoriais, tanto vertical quanto horizontal. A quantidade de isolador existente na cadeia
de isoladores depende do nível de tensão que o mesmo será submetido, nesse caso
o isolamento deve ser dimensionado para suportar sobretensões que ocorre
eventualmente nas linhas de transmissão podendo ser causadas por descargas
atmosféricas.

A fabricação dos isoladores tem como base a família dos materiais cerâmicos,

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podendo ser subdividido em porcelana vitrificada ou vidro temperado. Além da família


dos materiais cerâmicos os isoladores também podem ser baseados a partir dos
materiais de composto poliméricos, como a borracha de silicone. Ambos materiais tem
estruturas dielétricas, ou seja, são propícios e acaba trazendo uma maior
confiabilidade para o sistema garantindo o isolamento elétrico entre os cabos
energizados e a estrutura da torre, quanto no suporte e fixação dos cabos devido ao
esforço mecânico sofrido.

1.3.2 Cabos
A estrutura dos cabos de uma linha de transmissão é formada por um conjunto
de fios condutores (metálicos) entrelaçados que concatenam várias subestações (SE)
no decorrer do trecho da linha de transmissão. Eles são caracterizados por ter uma
alta condutibilidade e uma resistência mecânica de ótima qualidade, geralmente eles
são divididos em condutores e cabo de guarda.
Os condutores de uma linha de transmissão desempenham um grande papel
nesse meio, eles são responsáveis por transportar e distribuir toda energia elétrica
gerada até os grandes centros de cargas. Os materiais mais utilizados na fabricação
dos condutores são o cobre, aço e alumínio. Depois de vários estudos e experimentos,
pesquisadores chegaram em um tipo de condutor com maior custo benéfico referente
ao cobre, já que a matéria-prima cobre foi o mais utilizado nas primeiras construções
de linhas de transmissões. Nos dias atuais nas construções de linhas de transmissão
o condutor composto basicamente de alumínio tanto no formato de liga metálica ou
em junção com o aço, esse composto se torna um material com ótima condutividade,
menor peso fazendo com que economize nas robustez das estruturas e assim
diminuindo o custo em relação a qualquer outro material condutor.

No entretanto, é fundamental se atentar na proteção contra as descargas


atmosféricas, até porque as consequências desse fenômeno podem desencadear
uma série de falhas e acabar levando a perdas econômicas e técnicas. Quando há
uma descarga atmosférica direta em cabo condutor de uma linha de transmissão,
acaba gerando uma elevada chance de ter provocado uma falha no isolamento da
torre, nesses acontecimentos é formado um arco voltaico entre as estruturas que
estão aterradas e a fase, essa falha é conhecida como curto-circuito fase terra. Os
cabos de guarda podem ainda acumular outra função. Muitas vezes, são utilizados
como cabos para-raios em linhas de transmissão, cabos construídos conforme

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especificado na norma IEEE Padrão 1138. (IEEE, 1994). Um cabo pode ter um núcleo
contendo fibras ópticas de telecomunicações, envolvido por uma ou mais camadas de
materiais condutores. Estes são os chamados cabos OPGW, do Inglês Optical Fiber
Composite Overhead Ground Wire (Fio Terra Elevado de Fibra Óptica Composta).
Vale ressaltar que nessa configuração, isoladores de pequena resistência disruptiva
são empregados entre os cabos e as torres, não alterando sua capacidade de
proteção e nem de comunicação. (FUCHS, 1997). Na ilustração da figura 4 é possível
encontrar o aspecto construtivo do mesmo.

Figura (4) – Cabo OPGW.

Fonte: (ZZT CABLE, 2017).

1.3.3 Estruturas
As estruturas são elementos básicos na construção de uma linha de
transmissão, geralmente as estruturas são fabricadas por materiais metálicos como
aço e alumínio, madeira ou concreto armado. Elas possuem duas atribuições de
grande importância para o sistema: primeiro, é responsável por amparar fisicamente
o circuito elétrico e por último, além de fazer esse amparo ao sistema ela é
encarregada a manter os espaçamentos devidos entre os cabos condutores e o cabo
de guarda. Há vários tipos de classificação para estruturas metálicas e isso acaba
variando de acordo com o caso, desse modo podemos ter torres autoportantes com
estruturas de ancoragens ou estruturas de suspensão (estaiadas). As torres com
estruturas de ancoragens são habitualmente utilizadas em locais com terrenos mais
acidentados, em torres terminais (fim de linha) ou em grandes deflexões de ângulos
acentuadas. Já as torres de estaiadas, por sua vez, já são mais utilizadas em
suspensões como em trecho com terrenos planos ou em pequenos ângulos não
acentuados. Na figura 5 mostra dois tipos de modelos de torres a ancoragem e a
estaiada.

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Figura (5): Estruturas de ancoragem e estaiada.

Fonte: (FURNAS, 2012).

2. METODO DE PESQUISA
A metodologia utilizada para realização desse artigo baseasse em registros
documental e um estudo de caso referente aos desligamentos forçados mediante a
incidências de descargas atmosféricas em linhas de transmissão. Os registros e as
análises dos dados referentes às incidências de descargas atmosféricas, foram
realizados através do software Excel. Os dados referentes aos desligamentos
forçados foram cedidos pela Diretoria de Operações (OD) da agente transmissora
ELETRONORTE, onde é possível realizar uma comparação anual referente ao
número de incidências de descargas atmosféricas entre os anos de 2016 a 2019
relacionado ao trecho da Linha de Transmissão (LT) dos municípios de Colinas e
Miracema situados no estado do Tocantins, onde a mesma possui uma tensão de
500kV. A partir da análise dessa temática, teve como propósito adquirir uma visão
mais abrangente sobre as linhas de transmissão, seu aspecto construtivo, segurança
e confiabilidade, bem como os fatores de falhas que podem ocorrer através de
descargas atmosféricas que acabam sendo bastante recorrentes em certos períodos
do ano, fazendo com que as concessionárias (agentes transmissoras) pratiquem o
desligamento forçado no sistema, ou seja, o desligamento automático ou manual para
evitar à integridade física de pessoas ou do meio ambiente, danos ao
equipamento e/ou outras consequências ao sistema elétrico.
A ANEEL anualmente apresenta um relatório referente aos desligamentos
forçados no sistema, nesse relatório está reunido informações de diferentes

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concessionárias do sistema elétrico nacional. A última edição desse relatório de


análise até a data deste presente artigo é referente aos desligamentos forçados
decorrentes no período de 01/07/2016 a 30/06/2017. Intitulado como “Relatório de
Análise: Desligamentos Forçados do Sistema de Transmissão” ele se encontra
disponível para acesso público no site da ANEEL, como mostra na figura 6.

Figura (6): Imagem da capa do Relatório de Análise: Desligamentos Forçados do


Sistema de Transmissão.

Fonte: (ANEEL, 2018).


De acordo com o relatório mostrado da figura 6, é possível observa que no
período avaliado houve cerca de 3768 desligamentos forçados, onde 2719 deles
ocorreram em linhas de transmissão, 851 em subestações básicas, 129 em linhas de
transmissão e 69 em subestações complementares, totalizando 2848 desligamentos
em linhas de transmissão do sistema elétrico. O gráfico 1 mostra a estratificação
desses desligamentos. (ANEEL, 2018).

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Gráfico (1): – Estratificação dos desligamentos forçados analisados.

Fonte: (ANEEL, 2018).

Conforme analisado no gráfico 1, desses 2848 desligamentos ocasionados nas


linhas de transmissão cerca de 18% (683 casos) foram causados por descargas
atmosféricas como mostra no gráfico 2. (ANEEL, 2018).
Gráfico (2): Distribuição das Causas dos Desligamentos Analisados.

Fonte: (ANEEL, 2018).

Segundo as informações citadas no gráfico 2, é possível destacar que as


causas indeterminadas, descargas atmosféricas e falhas humanas totalizam cerca de
48% (1814 casos) dos desligamentos. (ANEEL, 2018).

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Estudo de caso
Quando analisamos o gráfico 2 mencionado no assunto anterior, é possível
observar que a incidência de descargas atmosféricas ainda é algo que preocupam as
concessionárias, já que a mesma é responsável por 18% dos casos de desligamentos
forçados no sistema. Dentre do caso relatado, cabe citar o da linha de transmissão de
500kV pertencente a agente transmissora ELETRONORTE, que tem extensão de 173
km de linha e liga as subestações (SE) de Miranorte a Colinas, cidades situadas no
estado do Tocantins. A figura 7 mostrada geograficamente onde está posicionada a
linha de transmissão.
Figura (7): Localização geográfica da LT-500kV Colinas/Miracema.

Fonte: (ELABORADO PELO PRÓPRIO AUTOR, 2020).


As SE’s destacadas na figura 7, ficam situadas entre a região central e norte
do estado. Elas estão próximas das duas cidades com maior centro de carga da região
que são a capital Palmas, localizada na região central do estado e a cidade de
Araguaína no norte do estado. As figuras 8 e 9 iram mostrar imagens de como são as
respectivas SE’s.
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Figura (8): Subestação de Colinas – TO.

Fonte: (SENDI ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA, 2020).

Figura (9): Subestação de Miracema - TO.

Fonte: (RENATO, 2019).


3.2. Desligamentos forçados por descargas atmosféricas no ano de 2016.
O relatório disponibilizado pela Diretoria de Operações (OD) da agente
transmissora ELETRONORTE, aponta que no ano de 2016 houve cerca de 131 casos
de desligamentos forçados, dentre os quais 41 casos são referentes a incidência de
descarga atmosférica na linha de transmissão. O gráfico 3 a seguir mostra quais foram
os meses com maior incidência de descargas desse ano.

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Gráfico (3): Desligamento Forçado por Descargas Atmosféricas – Ano 2016.

Fonte: (ELABORADO PELO PRÓPRIO AUTOR, 2020).


Dentre os meses mencionados no gráfico 3, é possível observar que o mês que
houve uma maior incidência de descargas na linha foi o mês de janeiro, mês este onde
há a maior concentração de chuva na região.
Dos 41 casos de desligamento forçado ocasionadas por descargas
atmosféricas apenas 13 deles foram incidentes na linha de transmissão entre as SE’s
de Colinas e Miracema, ou seja, o trecho COMC-LT (Colinas – TO / Miracema - TO)
foi responsável por 31,7% dos desligamentos forçados deste ano. A tabela referente
às informações citadas está disponível no anexo A.

3.3. Desligamentos forçados por descargas atmosféricas no ano de 2017.


O ano de 2017 houve cerca de 48 casos de desligamento forçado, das quais
28 casos foram de incidência de descargas atmosféricas na linha transmissora. Como
mostra o gráfico 4.

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Gráfico (4): Desligamento Forçado por Descargas Atmosféricas – Ano 2017.

Fonte: (ELABORADO PELO PRÓPRIO AUTOR, 2020).


O ano de 2017 foi o segundo com maior incidência de descarga atmosférica
nas linhas de transmissão da agente transmissora ELETRONORTE como foi
mostrado no gráfico 4, apenas ficando atrás do ano de 2016 onde houve uma maior
incidência de descargas.
Cerca de 53,6% equivalente a 15 casos, são referentes ao desligamento do
trecho COMC-LT (Colinas – TO / Miracema - TO), seguidos pelos trechos IZCO-LT
(Imperatriz – MA / Colinas – TO) e GUMC-LT (Gurupi – TO / Miracema – TO) com
seus respectivos 42,8% e 3,6%. A tabela referente às informações citadas está
disponível no anexo B.

3.4. Desligamentos forçados por descargas atmosféricas no ano de 2018.


Em 2018 houve cerca de 113 casos confirmados, onde 22 deles se tratam de
desligamento forçado na linha de transmissão por descargas atmosféricas, como
mostra o gráfico 5 a seguir.

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Gráfico (5): Desligamento Forçado por Descargas Atmosféricas – Ano 2018.

Fonte: (ELABORADO PELO PRÓPRIO AUTOR, 2020).


Em comparação ao ano de 2017, o ano de 2018 houve maior número de
perturbações na rede de transmissão, porém em número de incidência de descarga
acaba ficando atrás de 2017, como é observado no gráfico 5 acima.
Quando analisamos o trecho COMC-LT (Colinas – TO / Miracema - TO),
percebemos que ele é responsável por cerca de 54,5% dos desligamentos forçados
e isso é que vale a 12 casos de incidência de descarga na linha. A tabela referente às
informações citadas está disponível no anexo C.

3.5. Desligamentos forçados por descargas atmosféricas no ano de 2019.


E por último o ano de 2019, que contou com 120 casos de desligamentos
forçados na qual apenas 5 casos foram de incidência de descargas atmosféricas como
foi relatado no gráfico 6 a seguir.

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Gráfico (6): Desligamento Forçado por Descargas Atmosféricas – Ano 2019.

Fonte: (ELABORADO PELO PRÓPRIO AUTOR, 2020).


O gráfico 6 mostra que o mês onde houve maior concentração de desligamento
forçado na rede devido a incidência de descarga atmosférica foi no mês de março. O
trecho COMC-LT (Colinas – TO / Miracema - TO) é responsável por 60% dos
desligamentos forçados, isso é equivalente a 3 casos. A tabela referente as
informações citadas estão disponíveis no anexo D.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As incidências de descargas atmosféricas estão presentes em inúmeras
regiões do mundo incluindo o Brasil. Por muitos tem seus aspectos desconhecidos,
porém é unânime que a mesma possua uma potência destrutiva podendo chegar a
valores de correntes que excedem a 80kA, fato esse que pode interferir no
desempenho de uma linha de transmissão fazendo com que a mesma sofra
desligamentos forçados no seu sistema.
O cenário indicado neste estudo acaba nos mostrando que é de suma
importância das agentes transmissoras uma certa atenção para incidências de
descargas atmosféricas nas linhas de transmissão, isso fica claro quando observamos
os danos que uma descarga pode causar, além da perda de equipamentos,
componentes, insuficiência no atendimento e as posteriores penalidades previstas
pelas normas regulamentadas da ANEEL, fica explícito os grandes problemas que as
descargas atmosféricas podem causar no sistema elétrico.
O método de estudo comparativo das incidências de descargas atmosféricas
no trecho da linha de transmissão COMC-LT (Colinas – TO / Miracema - TO) durante
o período de 2016 a 2019 proposto na pesquisa foi atendido, uma vez que as etapas
delimitadas para o conhecimento do assunto como o estudo das descargas
atmosféricas e suas consequências, a apresentação das características construtivas
de uma linha de transmissão e pôr fim a análise comparativa dos desligamentos
forçados no trecho COMC-LT da agente transmissora ELETRONORTE. Feito isso se
tornou possível verificar que, de fato, uma agente transmissora necessita de ações
mitigadoras para minimizar esse tipo de impacto.
Sobre a metodologia empregada, os dados foram cedidos pela agente
transmissora ELETRONORTE. É possível analisar que o ano de 2016 foi o ano onde
a agente teve o maior número de casos de incidência de descargas atmosféricas
confirmados, cerca de 13 casos de desligamentos forçados no trecho COMC-LT e o
ano com menor número de desligamentos forçado foi o ano de 2019 com 3 casos, ou
seja, mostra uma redução de 77% dos casos de desligamentos deste trecho. Pode
ser enfatizado que a agente ELETRONORTE deve ter investidos em equipamentos
que reduzem os efeitos desse fenômeno, como, por exemplo o para-raios de óxido de
zinco (ZnO) ou em software que são capazes de fazerem um estudo probabilístico,
nesse caso temos alguns exemplos como o software da empresa VAISALA, o
software GLD360 ou FALLS, são softwares intuitivos que fazem a detecção e

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rastreamentos precisos e antecipados de uma possível incidências de descargas em


determinada área. Além disto, podemos sugerir que estudos futuros relacionados ao
tema abordam outras perspectivas como o efeito de descargas atmosféricas em linhas
de transmissão sem proteção, absorção de energia de para-raios de ZnO instalados
em linhas de transmissão e aspectos técnicos, orçamentários e construtivos de uma
linha de transmissão.

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REFERÊNCIAS

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Forçados do Sistema de Transmissão. Agência Nacional de Energia Elétrica -
Brasília: ANEEL, 2018.

CAZARRÉ, Marieta. Brasil registra média de 78 milhões de raios por ano, diz Inpe.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-09/brasil-registra-
media-de-78-milhoes-de-raios-por-ano-diz-inpe>. Acesso em: 05 de março de 2020.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAL–INPE. Elat – Sistema Elétrico.


Disponível em: <http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/noticias>. Acesso em:
07 de março de 2020.

FUCHS, RUBENS D. Transmissão de Energia Elétrica, Linhas Aéreas, Teoria da


Linhas em Regime Permanente. Rio de Janeiro: LTC/EFEI, Volume 1, 1977.

IEEE Standards. 1138 IEEE Standard Construction of Composite Fiber Optic


Overhead Ground Wire (OPGW) for Use on Electric Utility Power Lines. United
States, IEEE, 1994 Revision.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAL–INPE. Elat Divulga Mortes Por


Raios Em 2014. Disponível em:
<http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/noticias>. Acesso em: 07 de março de
2020.

KINDERMANN, G. Descargas Atmosféricas. 2º ed. Porto Alegre, Sagra Luzzatto,


1992.

NBR 5419 - Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas. Norma


técnica ABNT, Brasil, 2015.

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TURELLA, Rafael. Sistema Elétrico Brasileiro. Disponível em:


<https://www.cubienergia.com/sistema-eletrico-brasileiro/>. Acesso em: 05 de março
de 2020.

VISACRO FILHO, Silvério, Descargas atmosféricas: uma abordagem de


engenharia. Editora Artliber, São Paulo, 2006.

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ANEXO - A

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ANEXO - B

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ANEXO - C

ANEXO - D

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