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TEORIA E FUNDAMENTOS DA

CONSTITUIÇÃO

ASPECTOS INTERPRETATIVOS DA
CONSTITUIÇÃO
Clara Coutinho

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Olá!
Você está na unidade Aspectos interpretativos da Constituição. Conheça aqui a interpretação que é possível

atribuir conteúdo, sentido e objetivo ao diploma que ocupa a máxima hierarquia em nosso ordenamento

jurídico. Ainda, nesta unidade serão vistos os direitos fundamentais assegurados na Constituição, sua

abrangência e suas classificações.

Bons estudos!

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1 Interpretação das normas Constitucionais
Anteriormente, ressaltamos a importância da hermenêutica jurídica, ou seja, de interpretação do conteúdo

jurídico do texto normativo. A hermenêutica jurídica tem como objetivo conferir à disposição normativa

conteúdo, sentido e objetivo. Especificamente com relação às normas constitucionais, a doutrina indica a

existência de uma hermenêuticaconstitucional, por meio da qual a Constituição é interpretada.

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1.1 Hermenêutica Constitucional

As normas constitucionais envolvem a exposição de conceitos abstratos, aos quais podem ser conferidos

diversos significados e, em virtude de os termos adotados pelo Poder Constituinte originário frequentemente se

revelarem vagos ou imprecisos, os conceitos demandam, portanto, a atribuição de sentido por parte do

intérprete da norma. Para que a tarefa de interpretação seja possível, é imprescindível que se considere a

Constituição com um sistema, ou seja, um conjunto coeso de normas. Significa dizer que a Constituição, por

uma questão principiológica, não pode conter contradições. Não é possível haver normas inconstitucionais

dentro da Constituição, e todas as normas presentes devem ser passíveis de coexistência harmônica. Sobre o

assunto, Canotilho (1993, p. 226-227) esclarece que “a constituição deve ser interpretada de forma a evitar

contradições (antinomias, antagonismos) entre as suas normas”. Ocorre que isso significa que nenhuma norma

constitucional poderá ser interpretada sem que se compreenda o contexto em que se insere. Para tanto, Tavares

(2004, p. 109) destaca a existência de normas constitucionais que, em virtude de sua generalidade, servem como

vetores capazes de guiar a compreensão das demais normas:

Não obstante todas as normas constitucionais sejam dotadas da mesma natureza e do mesmo grau

hierárquico, algumas, em virtude de sua generalidade e abstratividade intensas, acabam por servir

como vetores, princípios que guiam a compreensão e a aplicação das demais normas, devendo-se

buscar sua compatibilização.

A necessidade de coordenação das normas faz com que, portanto, a norma mais específica seja interpretada de

forma que seu sentido coexista harmonicamente com normas mais abstratas. Essa orientação normativa decorre

da unidade da Constituição como um sistema normativo coerente, que impõe a consideração de bens jurídicos de

forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros:

Nenhum direito, nenhuma garantia, nenhuma liberdade, poderá ser tomada como absoluta. Todas

sofrem restrição nas outras garantias, nos outros direitos, igualmente declarados e assegurados.

Existe, ainda, um segundo significado da unidade da Constituição. Considera-se insustentável uma

dualidade de Constituições, não podendo conviver, simultaneamente, em um único ordenamento

jurídico, duas ou mais Constituições. (TAVARES, 2004, p.109-110).

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A hermenêutica constitucional, portanto, exige que a interpretação das normas considere a necessidade de

coexistência harmônica entre os postulados constitucionais. Diante dessa realidade, enfrentam-se diferentes

métodos de interpretação da Constituição, os quais serão vistos adiante.

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1.2 Métodos de interpretação

Diante da necessidade de que seja conferida à Constituição e às suas normas conteúdo, sentido e objetivo,

torna-se indispensável a adoção de métodos de interpretação capazes de extrair esses elementos do texto

constitucional. Isso porque, ainda que a Constituição seja compreendida como um conjunto de dispositivos

normativos que têm como finalidade última decidir casos concretos, nem sempre a solução decorrerá da simples

leitura do texto (MENDES, 2014).

Sobre os métodos de interpretação existentes, Mendes apresenta a descrição crítica dos métodos elaborada por

Ernst-Wolfgang Böckenförde. De acordo com o autor, são feitas distinções entre os métodos hermenêutico-

clássico, tópico e hermenêutico-concretizador (MENDES, 2014, p. 102).

• Método hermenêutico-clássico

A Constituição está sujeita à interpretação pelos mesmos recursos utilizados para a interpretação das

demais leis, ou seja, está sujeita à interpretação sistemática, histórica, lógica e gramatical - esses são os

recursos utilizados para a interpretação das leis ordinárias, segundo as fórmulas desenvolvidas por

Savigny (MENDES, 2004, p. 102). Por essa compreensão, apesar da posição hierarquicamente superior

que a Constituição ocupa no ordenamento jurídico, os padrões de interpretação a que o texto normativo

está sujeito são os mesmos a que se submete a legislação infraconstitucional. Para Mendes, contudo, essa

compreensão da hermenêutica constitucional enfrenta obstáculos na medida em que as normas

infraconstitucionais são, frequentemente, dotadas de menor grau de abstração. Ou seja, as normas legais

“ostentam, habitualmente, alto grau de densidade normativa – vale dizer, mais precisa determinação do

seu conteúdo” (MENDES, 2004, p. 103).

• Método tópico

Tem como foco a existência de um problema para o qual o intérprete buscará solução dentre o conjunto

aberto de regras e princípios que é a Constituição. Assim, para a solução justa do caso concreto, cabe ao

aplicador selecionar aquele que seja mais adequado. Contudo, também esse método enfrenta problemas,

uma vez que parte da premissa de que exista um consenso sobre o conteúdo da Constituição e sobre os

valores que estão contidos em seu texto, o que não se verifica em uma sociedade caracterizada pela

pluralidade de valores políticos e morais.

• Método científico espiritual

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Compreende a Constituição como um sistema cultural e de valores de um povo de forma que a

interpretação deve extrair o resultado pretendido desse sentido presente no sistema constitucional. Uma

vez que tais valores são fluidos, da mesma forma, a interpretação da Constituição revela-se elástica e

flexível.

De acordo com Mendes (2014, p. 109):

Esse método ganhou desenvolvimento em Müller, no que se denominou método jurídico-

estruturante. Enfatiza-se que a norma não se confunde com o seu texto (programa normativo), mas

tem a sua estrutura composta também pelo trecho da realidade social em que incide (o domínio

normativo), sendo esse elemento indispensável para a extração do significado da norma.

Assim, a interpretação da Constituição não pode se distanciar da realidade social em que esta se insere. Ainda,

em virtude da superioridade hierárquica da Constituição em face das demais regras do ordenamento jurídico, a

interpretação da Constituição impõe uma série de limitações a seu intérprete, como a interpretação conforme.

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1.3 Interpretação conforme a Constituição

A interpretação conforme a Constituição não diz respeito a um método de interpretação de norma

constitucional. Na verdade, se refere especificamente a um postulado de interpretação de normas

infraconstitucionais, segundo o qual sempre que diante de diferentes possíveis interpretações normativas, deve-

se privilegiar aquela que atribua à norma conteúdo, sentido e objetivo que sejam compatíveis com a

Constituição. De acordo com Tavares, a necessidade da interpretação conforme decorre da compreensão de que

as leis são expressão da vontade popular e, portanto, devem ser preservadas pelo Poder Judiciário (2012, p. 111):

Não se trata propriamente de um método específico ou diferenciado de interpretação da

Constituição, mas sim das leis. Assim, quando uma norma infraconstitucional contar com mais de

uma interpretação possível, uma (no mínimo) pela constitucionalidade e outra ou outras pela

inconstitucionalidade, múltipla interpretação dentro dos limites permitidos ao intérprete, este

deverá sempre preferir a interpretação que consagre, ao final, a constitucionalidade. E isso é assim

porque as leis são consideradas expressão da vontade popular, e, pois, se possível, devem ser

preservadas pelo Judiciário.

No mesmo sentido leciona Canotilho (1993, p. 1012), para quem, diante de um caso de polissemia de um ato

normativo, ou seja, diante de um caso em que haja múltiplos sentidos atribuíveis a um ato normativo, a norma

não deve ser reputada inconstitucional enquanto puder ser interpretada de acordo com a Constituição. A

interpretação das leis conforme a Constituição é um mecanismo por meio do qual os tribunais, e especialmente o

Tribunal Constitucional, inibem violações constitucionais, escolhendo a alternativa interpretativa capaz de

abarcar a compatibilidade do ato normativo com a Constituição. Destaca-se que o oposto não é admitido em

nosso ordenamento jurídico. A Constituição não pode ser interpretada de acordo com o que dispõem as leis

ordinárias. Embora a atividade possa parecer por vezes tentadora, em virtude da maior densidade jurídica

conferida às normas infraconstitucionais, não se pode exprimir conteúdo, sentido e objetivo de norma

constitucional a partir do que dispõe a legislação ordinária. Não obstante referida impossibilidade, a

compatibilidade entre a norma infraconstitucional e a norma constitucional é necessária à validade desta no

ordenamento jurídico. O que deve acontecer, contudo, é a identificação de fundamento da norma

infraconstitucional na própria Constituição, de forma que a lei integre a vontade da lei maior (TAVARES, 2012, p.

111).

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2 Princípios constitucionais fundamentais
O artigo primeiro da Constituição dispõe que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel

dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, e que se constitui em Estado Democrático de Direito e tem como

fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre

iniciativa, e o pluralismo político. Ainda, nos termos de seu parágrafo único, todo o poder emana do povo, que o

exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição (BRASIL, 1988). Além

de estabelecer a existência de uma República, indica a existência de uma democracia direta, em que o povo é o

responsável pela tomada de decisões, por meio de representantes eleitos ou diretamente. Os princípios

constitucionais fundamentais previstos na Constituição serão vistos a diante.

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2.1 Princípio republicano

A palavra república deriva do latim res publica, que significa coisa pública. O princípio republicanoestá

previsto no caput do artigo 1º da Constituição de 1988, e a previsão constitucional apenas consagra a forma de

governo sob a qual o Brasil se organiza desde 1889, com a proclamação da República. Há previsão constitucional

da organização do Estado sob a forma republicana desde a Constituição de 1891.

É imprescindível que a República seja compreendida não apenas como uma oposição à Monarquia, uma vez que

a forma republicana é caracterizada por uma série de aspectos relevantes que lhe são atributos fundamentais. O

mais lembrado dos aspectos é a manifestação do Estado em três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário –,

que se viabiliza por meio da existência de mecanismos de freios e contrapesos. A separação dos poderes do

Estado, contudo, não é suficiente para que seja caracterizada a República como forma de governo em um Estado.

É fundamental que os Poderes Legislativo e Executivo sejam ocupados por representantes eleitos em pleitos

populares, capazes de conferir-lhes legitimidade democrática. Sobre o assunto, Silva (2004, p. 105-106) coloca

que:

[...] a forma republicana implica a necessidade de legitimidade popular do Presidente da República,

Governadores de Estado e Prefeitos Municipais (arts. 28, 29, I e II, e 77), a existência de assembleias

e câmaras populares nas três órbitas de governos da República Federativa (arts. 27, 29, I, 44, 45 e

46), eleições periódicas por tempo limitado que se traduz na temporariedade dos mandatos eletivos

(arts. cits.) e, consequentemente, não vitaliciedade dos cargos políticos, prestação de contas da

administração pública (arts. 30, III, 31, 34, VII, d, 35, II, e 70 a 75).

Ainda, o princípio republicano se manifesta a partir da previsão constitucional de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência como pautas constitucionais direcionadas à Administração Pública.A

Constituição de 1988 não protegeu a forma de governo República como cláusula pétrea, admitindo inclusive no

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias a realização de plebiscito com o de que a população escolhesse

a forma de governo – República ou Monarquia. No plebiscito ocorrido em 1992, a República foi a escolha popular.

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2.2 Princípio do Estado Democrático de Direito

O princípio do Estado Democrático de Direito, também estabelecido no caput artigo 1º da Constituição, deriva

de dois conceitos fundamentais que o compõem, cuja compreensão se faz necessária. De um lado, o conceito e

Estado de Direito; e de outro, o conceito de democracia. O Estado de Direito é um conceito originalmente

liberal, dotado de algumas características fundamentais. A primeira, a submissão do Estado à Lei – sendo esta

compreendida como ato formal, emanado do Poder Legislativo representativo do povo-cidadão. A segunda, a

separação de poderes, de forma independente e harmônica, entre o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o

Poder Judiciário. Por fim, a terceira característica é a existência de proteção e garantia às liberdades e aos

direitos individuais.

Passa a ser um Estado Social de Direito à medida que, distanciando-se de uma lógica individualista de

consecução de direitos, passam a ser afirmados os direitos sociais. Há, portanto, uma busca pela

compatibilização do capitalismo como forma de produção e a consecução do bem-estar social geral (SILVA, 2004,

p. 117). Contudo, nem sempre o Estado Social de Direito observará a democracia. É necessário compreender a

democracia como realização de valores de igualdade, de liberdade e de dignidade da pessoa para alcançar o

Estado Democrático de Direito a que a Constituição faz referência em seu artigo 1º.

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2.3 Princípio da dignidade da pessoa humana

O princípio da dignidade da pessoa humana está expressamente previsto no inciso III do artigo 1º da

Constituição. Ao incluir o princípio no primeiro artigo da carta constitucional, o Poder Constituinte estabeleceu

como objetivo que o Estado proporcionasse meios para que as pessoas vivam de forma digna (TAVARES, 2012, p.

585).

A efetivação do princípio constitucional, contudo, enfrenta obstáculo na própria definição do que seria dignidade

ou, ainda mais especificamente, como o Estado deve atuar para que esse status possa ser alcançado pelas

pessoas que dele fazem parte. A dignidade da pessoa humana é compreendida como inerente à condição humana

e, ainda que não seja fácil delimitar sua existência por meio de aspectos mais ou menos específicos, não é difícil

identificar quando a dignidade da pessoa humana é violada. Sobre o assunto, Lewandowkski (apud TAVARES,

2012, p. 586) explicita:

[...] os problemas relativos à institucionalização dos direitos humanos não se encontram no plano de

sua expressão formal, posto que, nesse campo, grandes avanços foram feitos desde o surgimento das

primeiras declarações a partir do final do século XVIII. As dificuldades localizam-se precisamente no

plano de sua realização concreta e no plano de sua exigibilidade.

De acordo com Canotilho (1993, p. 363), especificar quais são os direitos, as liberdades e as garantias

asseguradas é mais fácil do que buscar uma determinação do sentido específico do princípio da dignidade da

pessoa humana. Por sua vez, Tavares (2012, p. 586) indica que, entre o que seria a consecução de um ideal e o

que de fato se depreende da expressão, é possível definir a dignidade da pessoa humana como o princípio por

meio do qual o homem deve ser considerado como “ser em si mesmo” e não como “instrumento para alguma

coisa”. Esse é o valor supremo, que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem, desde o

direito à vida aos direitos sociais, de acordo com as lições de Silva (2004, p. 107):

Dignidade da pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos

fundamentais do homem, desde o direito à vida. "Concebido como referência constitucional

unificadora de todos os direitos fundamentais [observam Gomes Canotilho e Vital Moreira], o

conceito de dignidade da pessoa humana obriga a uma densificação valorativa que tenha em conta o

seu amplo sentido normativo-constitucional e não uma ideia qualquer apriorística do homem, não

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podendo reduzir-se o sentido da dignidade humana à defesa dos direitos pessoais tradicionais,

esquecendo-a nos casos de direitos sociais, ou invocá-la para construir teoria do núcleo da

personalidade individual, ignorando-a quando se trate de garantir as bases da existência humana".

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2.4 Princípio da separação dos poderes

Como já mencionado, o princípio da separação de poderes consiste na previsão de que o Estado, embora seja um

só ente, executa suas atribuições por meio de três poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder

Judiciário. A separação tem como finalidade assegurar que o ente responsável por formular as normas não será

o mesmo ente a quem incumbirá executá-las. Ainda, o ente competente para a execução não terá como atribuição

determinar se essas as leis são constitucionais ou não. A separação de poderes como postulado republicano é

frequentemente atribuído como idealizado por Montesquieu. No entanto, é sabido que desde a Idade Antiga

filósofos se dedicaram ao estudo das diversas funções do Estado e a necessidade de que tais funções fossem

exercidas de forma independente e harmônica.

Assista aí

Enriqueça seu conhecimento. Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jia5lJfkkLY&t=60s

O constitucionalismo vinculou-se à separação tripartite de poderes pela Declaração Francesa dos Direitos do

Homem, de 1789, que estabeleceu que toda a sociedade na qual a garantia de direitos não é assegurada, nem a

separação de poderes determinada, não tem constituição. Os sistemas constitucionais que seguiram previram a

organização do Estado com fundamento na separação dos poderes, ainda que, do ponto de vista prático, nem

sempre isso tenha se verificado.

Não fosse apenas isso, a doutrina tem buscado esclarecer que a expressão “poder” não é o mais adequado, uma

vez que Legislativo, Executivo e Judiciário são funções do Estado. Ainda, o conceito de “separação” não é

preciso, uma vez que tais funções são exercidas de forma predominante pelos denominados Poderes, mas não de

forma exclusiva.

A doutrina da separação dos poderes, contudo, serve atualmente como uma técnica de arranjo da

estrutura política do Estado, implicando a distribuição por diversos órgãos de forma não exclusiva,

permitindo o controle recíproco, tendo em vista a manutenção das garantias individuais consagradas

no decorrer do desenvolvimento humano. E é na Constituição que se encontra o grau de

interdependência e colaboração entre os diferentes órgãos existentes e as suas respectivas

atribuições. Neste caso, tem-se uma teoria da separação de poderes como uma específica teoria

acerca do arranjo institucional desenhado em cada Estado pela respectiva Constituição (TAVARES,

2012, p. 1202).

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Destaca-se que a Constituição estabeleceu a separação dos poderes em artigo 2º, mas em diversos pontos de seu

texto articulou orientações sobre as funções atribuídas aos órgãos. De acordo com Tavares (2012, p.1204),

apenas pelo estudo sistemático da Constituição será possível compreender as funções exercidas pelos órgãos

previstos constitucionalmente, que não são apenas três (função administrativa, governativa, política, judicial,

legislativa, de controle, entre outras).

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2.5 Princípio do pluralismo político

O princípio do pluralismo político insculpido foi insculpido na Constituição com o intuito de assegurar a

participação da população na governança do Estado, seja diretamente seja por organização em partidos

políticos. A sociedade é plural, e dela participam pessoas com diversas opiniões e orientações, as quais devem

coexistir em uma democracia. Apenas serão coibidas as opiniões contrárias à ordem pública. O artigo 17 da

Constituição prevê expressamente a existência do pluralismo partidário na ordem constitucional. O pluralismo

partidário certamente integra o princípio do pluralismo político, e ofensas a esse princípio estão sujeitas ao

controle constitucional:

Vislumbrando afronta ao princípio constitucional do pluripartidarismo, o STF, em decisão que

provocou certa polêmica político-partidária, declarou a inconstitucionalidade de normas contidas na

Lei n. 9.096, de 19-9-1995, que estabeleciam a chamada cláusula de barreira, consoante a qual os

partidos políticos, que não alcançassem determinado desempenho eleitoral não teriam direito a

certas prerrogativas do funcionamento parlamentar, adquiririam inferior participação no Fundo

Partidário e receberiam menos tempo para a propaganda partidária (ADIn 1.351/DF e ADIn 1.354

/DF, rel. Min. Marco Aurélio, j. 7-12-2006, Informativo n. 451). (TAVARES, 2012, p. 1059).

O conceito de pluralismo político apresentado no artigo 1º se desdobra em diversas outras manifestações

plurais, além do pluralismo partidário previsto (art. 17). Como exemplo, mencionam-se o pluralismo de ideias

e de instituições de ensino (art. 206, III), o pluralismo cultural (compreendido nos artigos 215 e 216) e o

pluralismo dos meios de informação (art. 220, caput e §5º) (SILVA, 2004, p. 145).

Isso significa dizer que reduzir o princípio do pluralismo político à ideia de participação da população na

sociedade apenas em seu aspecto eleitoral, ou seja, por meio do voto, é um equívoco. A democracia, que é a base

do pluralismo político pretendido, manifesta-se de diversas formas, consolidando-se não apenas por meio da

eleição de representantes.

Sobre o assunto, Tavares (2012) frisa que a existência de diversas exigências para a candidatura de

representantes frequentemente faz com que as eleições não tenham como resultado a escolha livre, pelo povo,

de seus representantes. Mais ainda, não assegura que o governo ocorrerá por esses representantes, o que

evidencia a crise do modelo democrático.

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2.6 Princípio da isonomia

De acordo com o princípio da isonomia, o Estado deve assegurar que todos sejam iguais perante a lei, não se

admitindo tratamentos que sejam arbitrariamente discriminatórios ou de exceção.

O princípio da isonomia está consagrado na Constituição por diversas formas. No campo processual, manifesta-

se na instituição do juiz natural, a exemplo da determinação de que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”

(inciso XXXVII do art. 5º) e de que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente” (inciso LIII do art. 5º).

Assista aí

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Mencionam-se, ainda, o inciso III, in fine, do art. 3º, o inciso I do art. 5º, que fala da igualdade entre homens e

mulheres, o art. 7º, XXX e XXXI (proibição de diferença de salários etc.), XXXII (proibição de diferença entre o

trabalho manual, técnico e intelectual) e XXXIV (igualdade entre o trabalhador permanente e o avulso), o art.

170, VII (redução das desigualdades sociais e regionais) e § 1º, II (regime jurídico das empresas públicas e

sociedade de economia mista idêntico ao das empresas privadas), e o art. 226, § 5º (direitos e deveres referentes

à sociedade conjugal) (TAVARES, 2012, p. 609).

Fique de olho
Deve-se compreender, no entanto, que a igualdade – ou a isonomia – pode ser observada em
seu aspecto formal e em seu aspecto material. Do ponto de vista formal, se admite a
diferença, desde que esta tenha como objetivo assegurar a igualdade do ponto de vista
material.

A inter-relação entre o aspecto formal e o aspecto material ocorre, por exemplo, com as ações afirmativas:

As denominadas “ações afirmativas” compõem um grupo de institutos cujo objetivo precípuo é,

grosso modo, compensar, por meio de políticas públicas ou privadas, os séculos de discriminação a

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determinadas raças ou segmentos. Trata-se de tema que tem ocupado posição central na pauta das

ações políticas de diversos governos, demandando engenhosas soluções jurídico-políticas.

(TAVARES, 2012, p. 610).

2.7 Princípio da legalidade

Nos termos do artigo 5º, II, da Constituição, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão

em virtude de lei. Assim se constitui o princípio da legalidade, cuja principal função é combater a

arbitrariedade do Estado. Por meio do princípio da legalidade, apenas os comandos que sejam formulados por

meio de procedimento legislativo específico, e que integrem o ordenamento jurídico, poderão vincular os

indivíduos (MORAES, 2017, p. 51). Ainda, reputa-se violado o princípio da legalidade tanto pela inobservância da

lei existente como pela inexistência de lei que fundamente a exigência imposta (TAVARES, 2012, p. 666).

O princípio da legalidade não se confunde com o princípio da reserva legal. Se, por um lado, o princípio da

legalidade exige previsão legal para que haja criação de deveres ou direitos, a reserva legal se verifica diante da

previsão expressa de que determinada matéria deverá ser regulamentada por lei.

Moraes (2017), ao falar sobre o princípio da legalidade e o princípio da reserva legal, estabeleceu as

diferenças da seguinte forma:

O primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo

legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de

fazer-se necessariamente por lei formal. Encontramos o princípio da reserva legal quando a

Constituição reserva conteúdo específico, caso a caso, à lei. Por outro lado, encontramos o princípio

da legalidade quando a Constituição outorga poder amplo e geral sobre qualquer espécie de relação.

A reserva legal pode ser absoluta ou relativa:

Reserva legal absoluta

A reserva legal será absoluta quando a norma constitucional exigir lei específica para a integral regulamentação

do que dispõe.

Reserva legal relativa

A reserva legal será relativa quando exigir lei formal permitindo regulamentação por normas infralegais.

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3 Direitos e garantias fundamentais
Os direitos e garantias fundamentais estão previstos no extenso rol do artigo 5º da Constituição, em setenta e

sete incisos, além de outros que estão previstos em outros dispositivos da Constituição. A eles são atribuídos

caráter imutável, ou seja, não podem ser abolidos pela reforma constitucional, possuindo o caráter de cláusula

pétrea, por força do artigo 60, §4º.

Os direitos e garantias fundamentais estão apresentados na Constituição em cinco capítulos. O primeiro capítulo

se dedica aos “Direitos e Deveres Individuais e Coletivos” (expressos no art. 5º); o segundo capítulo, aos “Direitos

Sociais”, consoante artigos 6º a 11; no terceiro capítulo, abordam-se os direitos de “Nacionalidade”, conforme

artigos 12 e 13; por sua vez, no quarto capítulo, são apresentados os “Direitos Políticos”, nos termos dos artigos

14 a 16; e, por fim, no quinto capítulo, são apresentados os “Partidos Políticos”. Contudo, a Constituição não é

exaustiva nos direitos e garantias fundamentais que previu, uma vez que nos termos do §2º do artigo 5º novos

direitos e garantias poderão ser incluídos na Constituição mediante adesão do Brasil a tratados internacionais.

Fique de olho
Os direitos e garantias fundamentais estão previstos na Constituição Federal, protegidos da
reforma constitucional por serem classificados como cláusula pétrea. São direitos e garantias
reputados como inerentes à pessoa humana, necessários à concretização da dignidade da
pessoa humana. Contudo, uma vez que nenhum direito é absoluto, na hipótese de eventual
conflito deve haver uma ponderação entre tais princípios.

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3.1 Teoria Geral dos Direitos Humanos

De acordo com a Teoria Geral dos Direitos Humanos, são denominados direitos fundamentais aqueles

positivados no ordenamento jurídico do país, e como Direitos Humanos aqueles que transcendem a norma

interna dos Estados, ou seja, que estão positivados em normas e tratados internacionais.

Nos estudos de direitos humanos, estes são classificados em três gerações, ou três dimensões. A classificação

parte do momento histórico de surgimento de tais direitos, de forma que pela classificação é possível perceber a

evolução dos direitos humanos. A classificação foi proposta por Karel Vasak em 1979.

Direitos Humanos de primeira geração


São considerados direitos humanos de primeira geração aqueles que estão atrelados à liberdade. São os primeiros

direitos humanos a que se faz referência, e o momento histórico remonta ao fim do século XVIII, marcado pela

Independência dos Estados Unidos e pela Revolução Francesa. São considerados direitos humanos de primeira

geração os direitos civis e políticos, por meio dos quais se exige do Estado que se abstenha de invadir a esfera de

liberdade dos indivíduos.


Direitos Humanos de segunda geração
Por sua vez, são considerados direitos humanos de segunda geração os direitos atrelados à ideia de igualdade.

Nesse segundo momento, não basta que seja assegurada a não-interferência do Estado na esfera de liberdade do

indivíduo: é necessário que o Estado garanta oportunidades e condições para que os indivíduos possuam uma

vida digna. São assim classificados os direitos sociais, econômicos e culturais, caracterizados pela titularidade

coletiva. São direitos surgidos após a Primeira Guerra Mundial, cenário em que se passou a exigir do Estado ações

e políticas públicas capazes de assegurar tais direitos.


Direitos Humanos de terceira geração
A partir dos anos 1960, ganham força os denominados direitos humanos de terceira geração, derivados da

fraternidade. São assim classificados os direitos difusos, os quais são defendidos por titulares que se unem em

decorrência das circunstâncias. A efetivação de tais direitos não ocorre por omissão ou ação do Estado – como

ocorre nas duas primeiras gerações – mas por meio da ação coletiva dos representantes da sociedade. São

considerados transindividuais porque ultrapassam o indivíduo, e só podem ser reconhecidos quando identificada

a existência de grupo – determinado ou não – que seja titular. Como exemplo, mencionam-se o direito à paz, ao

desenvolvimento, ao meio ambiente e à autodeterminação dos povos. Ainda, mencionam-se os direitos do

consumidor, da criança e do adolescente, direito ao patrimônio artístico, histórico, cultural, entre outros.

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Atualmente, fala-se na existência de Direitos Humanos de quarta geração, assim classificados aqueles que

decorrem da globalização. Alcançam direitos relacionados à bioética, como direito ao aborto, direito à

eutanásia e ao suicídio; bem como relacionados à informática, como direito à comunicação, à privacidade e à

proteção de dados pessoais, direitos autorais e de propriedade intelectual.

3.2 Direitos e deveres individuais e coletivos

Os direitos e deveres individuais e coletivos estão arrolados no extenso artigo 5º da Constituição. Os direitos

e garantias individuais alcançam todas as pessoas físicas, brasileiras ou estrangeiras residentes no Brasil, bem

como as pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras que atuam no Brasil. Os direitos coletivos a que o Capítulo I

do Título II da Constituição faz referência não se confundem com os direitos transindividuais, ou seja, os direitos

humanos de terceira geração. São, na verdade, direitos individuais exercidos coletivamente, como o direito

de reunião e de associação (TAVARES, 2012, p. 527).

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3.3 Direitos sociais

A Constituição estabelece, no artigo 6º, que são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a

moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a

assistência aos desamparados.

Tais direitos sociais refletem o Pacto Internacional das Nações Unidas de 1966, por meio do qual se reconheceu

que tais direitos sociais decorrem da dignidade inerente à pessoa humana, e que, em conformidade com a

Declaração Universal dos Direitos Humanos, o ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria, não pode

ser realizado a menos que se criem condições para que cada indivíduo possa gozar de seus direitos. Tavares

(2012, p. 122) subdivide os direitos sociais em três grupos. Similarmente às gerações dos direitos humanos, o

primeiro grupo considera uma abstenção do Estado para sua efetivação, o segundo grupo considera a

necessidade de prestações positivas pelo Estado, e o terceiro depende de norma constitucional integradora:

Os direitos sociais, por sua vez, subdividem-se em três grupos de direitos, a saber: (i) aqueles que

geram situações prontamente desfrutáveis, dependentes apenas de uma abstenção; (ii) os que

ensejam a exigibilidade de prestações positivas do Estado; e (iii) os que contemplam interesses cuja

realização depende da edição de norma infraconstitucional integradora. Quanto ao grupo (i), tais

seriam semelhantes aos direitos individuais, na medida em que impõem ao Estado um não agir.

Como exemplo, o autor cita o direito à greve, em que cabe ao Estado, apenas, reconhecer esse direito,

estando impossibilitado de reprimir qualquer manifestação nesse sentido. No grupo (ii) residiriam

os direitos exigíveis do Estado, como o direito à aposentadoria e à saúde. Nesses casos, a ausência da

prestação estatal é sempre inconstitucional e sancionável. Por fim, enquadram-se no grupo (iii) os

direitos sociais cuja aplicabilidade depende de lei, como é o caso da participação nos lucros da

empresa pelos seus empregados (art. 7º, XI, da CF).

- 22 -
3.4 Direitos de nacionalidade

Os Direitos de nacionalidade dizem respeito ao direito de vínculo jurídico-político entre os indivíduos e o

Estado. A nacionalidade pode ser primária ou secundária. A nacionalidade não se confunde com naturalidade, a

qual está relacionada exclusivamente com o local de nascimento. O vínculo jurídico-político a que a

nacionalidade se refere pode derivar da naturalidade ou de outros elementos. No ordenamento jurídico pátrio,

são considerados brasileiros natos aqueles que possuam a nacionalidade primária (ou originária). São

considerados brasileiros naturalizados aqueles que possuam a nacionalidade secundária (ou adquirida).

• Nacionalidade primária

A nacionalidade primária decorre da territorialidade, por meio do critério ius solis. Significa dizer

que aqueles nascidos no Brasil serão brasileiros, ainda que seus pais não sejam brasileiros – exceto se

estiverem a serviço de seu país de origem. Ainda, a nacionalidade primária pode decorrer também da

hereditariedade, ou seja, da consanguinidade – critério ius sanguinis. Aqueles nascidos de pai ou de

mãe brasileira serão brasileiros, desde que qualquer um dos pais esteja a serviço da República

Federativa do Brasil, que sejam registrados em repartição brasileira competente ou que optem pela

nacionalidade a qualquer tempo após a maioridade.

• Nacionalidade secundária

Por sua vez, a nacionalidade secundária decorre da naturalização, que depende de uma manifestação

de vontade do estrangeiro (ou apátrida) que deseje se tornar brasileiro. A naturalização é ato

discricionário do Poder Executivo, e depende de requerimento ao Ministro da Justiça, que avaliará, além

do preenchimento dos requisitos legais, a oportunidade e a conveniência do ato. A naturalização pode

ser ordinária ou extraordinária (quinzenária). A ordinária alcança os apátridas ou aqueles

originários de países de língua portuguesa, exigindo-se apenas residência por um ano ininterrupto e

idoneidade moral. A extraordinária alcança os estrangeiros de qualquer nacionalidade, sem

condenação penal, que residam no Brasil há mais de 15 anos ininterruptamente – razão pela qual

também é chamada de quinzenária. Em qualquer caso, a naturalização deve ser requerida.

Por fim, deve-se mencionar a equiparação, que alcança os portugueses com residência permanente no país.

A equiparação depende de reciprocidade em favor de brasileiros. Nesse caso, mesmo sem a naturalização, há

equiparação de direitos a um brasileiro naturalizado.

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3.5 Direito de cidadania (ou Direitos políticos)

Os direitos de cidadania, ou direitos políticos, são os direitos atribuídos aos indivíduos para o exercício da

soberania popular. A expressão designa o conjunto de normas que disciplinam a participação, direta ou indireta,

do indivíduo na governança do Estado. Os direitos políticos podem ser ativos ou passivos.

Referem-se à atividade do eleitor, o direito de exercer a escolha por meio do voto, ou seja,
Direitos
de ativamente interferir nas orientações do Estado. É o direito ao sufrágio, ou seja, o
políticos
direito de participação atribuído ao indivíduo, que integrará o processo eleitoral por meio
ativos
de seu voto.

Direitos

políticos Dizem respeito à atividade de ser eleito, ou seja, à elegibilidade.

passivos

Os direitos políticos são adquiridos por meio do alistamento eleitoral, facultativo para maiores de dezesseis

anos, tornando-se obrigatório para maiores de dezoito anos. Há uma escala constitucionalmente prevista por

meio da qual os direitos políticos do indivíduo vão evoluindo com o passar dos anos. Sobre o tema, Tavares

(2012) leciona:

A) aos dezesseis anos adquire o direito de votar, podendo propor ação popular; B) aos dezoito anos

passa a ter o dever de votar, de apresentar-se perante o serviço militar e, ademais, pode apresentar-

se como candidato a Vereador; C) aos vinte e um anos pode apresentar-se como candidato a

Deputado Estadual, Distrital, Federal, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de paz; D) aos trinta anos pode

candidatar-se a Governador e Vice-Governador de Estado ou do DF; E) aos trinta e cinco anos é que

passa a poder ser candidato a Presidente e Vice-Presidente da República, bem como a Senador.

Assim, a ideia é de que a evolução da cidadania se dá de acordo com o cumprimento de requisitos pelo

indivíduo e com a sua consequente habilitação para o pleno exercício de todos os direitos e deveres políticos,

momento em que a alcança a situação de máxima cidadania, podendo votar e ser votado para todas as funções

públicas.

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Assista aí

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/906380e8af9212658249b32b694043d5

é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender porque a Constituição de 1988, promulgada após o fim da Ditadura Militar, é considerada a
Constituição Cidadã;
• observar as diversas garantias e proteções que tal Constituição trouxe ao indivíduo e à coletividade;
• compreender como se dá a interpretação das normas constitucionais;
• identificar princípios constitucionais fundamentais;
• reconhecer os direitos e garantias fundamentais que a lei prevê ao cidadão.

Referências
CANOTILHO, J. J. G. Direito Constitucional. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

MENDES, G. F. Curso de direito constitucional. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.

MORAES, A. de. Direito Constitucional. 33. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.

NOVELINO, M. Direito Constitucional. 3. ed. São Paulo: Método, 2009.

SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 37. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004.

TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.

TEMER, M. Elementos de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

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