• A coerção provoca diversos efeitos colaterais indesejáveis
• A coerção cria condições para que comportamentos de fuga e
esquiva ocorram e sejam fortalecidos DEFESA CONTRA A COERÇÃO
“A maioria de nós se adapta à coerção mais ou menos
efetivamente, lidando com ela por meio de uma ou outra forma de fuga ou esquiva. Algumas vezes, entretanto, a esquiva pode preocupar tanto uma pessoa que ela interfere no seu funcionamento cotidiano. O lidar com a coerção, que toma tempo e atenção incomuns, ou que amigos, familiares e a sociedade vêem com alarme, não é adaptativo. (...). Por sua dependência de controle coercitivo, a sociedade paga um preço em termos de sofrimento humano, desajustamento e capacidade reduzida para engajamento construtivo.” (p.179) DEFESA CONTRA A COERÇÃO
Comportamentos de fuga e esquiva são gerados por um
ambiente coercitivo
Tais comportamentos interferem na vida cotidiana de um
indivíduo
Critério para denominar um comportamento como
sendo psicopatológico: comportamentos que trazem prejuízo para as atividades cotidianas do indivíduo ou para as pessoas que convivem com o indivíduo NATUREZA DE COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS
Os comportamentos psicopatológicos possuem a mesma
natureza de qualquer outro comportamento (é regido e pode ser descrito pelos mesmos princípios)
Observação importante: rótulos, diagnósticos e classificações
dizem respeito a um conjunto de comportamentos e não a entidades mentais que determinam comportamentos EXEMPLOS
FOBIA
Respostas de “medo” diante de uma situação específica
Pareamento de um estímulo neutro com um evento aversivo
Comportamentos de fuga e esquiva em relação ao estímulo
aversivo EXEMPLOS
FOBIA
“As várias fobias, supõe-se, representam medos anormais, mas
específicos. (...). Mas nós não "temos" fobia. Medos não são coisas; são nomes que sumarizam observações sobre o comportamento. O que nos faz dizer, por exemplo, que alguém "tem" uma fobia de multidões? Dois tipos de observações usualmente formam a base para o diagnóstico. Primeiro, notamos a ausência de certas ações; a pessoa com fobia não participa de organizações, (...) vai a festas ou restaurantes. (...) Segundo, vemos algumas ações ocorrendo mais frequentemente, (...) a pessoa se vira e corre quando a ponto de encontrar um grupo na rua.” (p.180) EXEMPLOS
FORMAÇÃO DE REAÇÃO
A punição gera conflito entre a consequência reforçadora e a
consequencia aversiva
Para evitar o contato com a consequência aversiva nos
engajamos em um comportamento oposto aquele que levaria a punição (comportamento de esquiva) EXEMPLOS
FORMAÇÃO DE REAÇÃO
“Quando somos fortemente impelidos em direção a uma ação
que inevitavelmente trará choque, uma maneira efetiva de nos impedirmos de fazê-lo é fazer o oposto. Isto é "formação de reação". Podemos ter aprendido quando crianças que exatamente naqueles momentos em que estamos mais bravos com nossos pais, o único caminho seguro a seguir é mostrar grande afeição. Ou podemos contrariar os atrativos proibidos dos prazeres do mundo juntando-nos a uma ordem religiosa celibatária. Ou, se nossos pais (...) puniram nossas expressões infantis de amor, então, em ocasiões que comumente trariam proximidade e afeição, podemos agir parecendo não envolvidos.” (p.182) EXEMPLOS
SUBLIMAÇÃO
Ao invés de apresentar um comportamento que é punido pela
sociedade eu apresento um comportamento semelhantes, mas que é socialmente aceito
Para evitar punição eu apresento outro comportamento que é
aceito (comportamento de esquiva) EXEMPLOS
SUBLIMAÇÃO
“Em vez de nos impedirmos de fazer algo fazendo o oposto,
podemos canalizar a mesma ação ou uma semelhante em uma direção aprovada. (...) proibidos pelo costume social e pela lei de bater uns nos outros, assistimos futebol americano, luta livre ou box, bridge, xadrez e damas, que também são formas socialmente aprovadas de agressão competitiva.” (p.183) EXEMPLOS
DESLOCAMENTO
Um comportamento com alta probabilidade de ser punido em
uma situação, ocorre em outra situação na qual a probabilidade de ser punido é baixa ou inexistente
Ter um dia estressante no trabalho e agredir familiares
Policiais espancando manifestantes EXEMPLOS
DESLOCAMENTO
“O senhor X teve um mau dia no escritório, perdendo uma
grande venda, discutindo com seus colegas, derrubando café em papéis importantes, esquecendo um compromisso e vendo um problema no computador apagar sua folha de dados. O dia de trabalho termina exatamente quando ele está a ponto de explodir. Quando ele está saindo, o patrão o chama e o admoesta por algo que não é sua culpa. Ele discute com o patrão por sua injustiça? Ele conta suas frustrações do dia? Ele bate no patrão ou ameaça retaliar contra toda essa injustiça? Naturalmente não; ele rapidamente estaria sem emprego. Assim, ainda fervendo, o senhor X chega em casa e espanca sua mulher e seus filhos.” (p.185) EXEMPLOS
REGRESSÃO
“Um adulto algumas vezes agirá como uma criança, ou uma
criança como um bebê. Tal conduta "regressiva" frequentemente permite evitar punição, privação ou dificuldade. Uma criança de quatro anos descobre que defecando em suas calças pode desviar a atenção da mãe dirigida a seu novo irmão; (...), um adolescente evita as tarefas e responsabilidades que a emergente idade adulta comumente requereria (...).” p.186 OUTROS FENÔMENOS
coercitivo. São comportamentos de fuga e esquiva de situações coercitivas da nossa vida TEMOS ALTERNATIVA?
Sidman defende a promoção de contingência de reforçamento positivo nos
diferentes âmbitos da sociedade
Relações pessoais e familiares (pais, namorados, esposas, maridos, empregados)
Sistema de ensino (escolas, universidades)
Sistema de justiça (prisões)
TEMOS ALTERNATIVA?
“(...) não precisamos punir para evitar ou impedir as pessoas de
agirem mal. Podemos alcançar o mesmo fim com reforçadores positivos, sem produzir os indesejáveis efeitos colaterais da coerção. Uma maneira de impedir que as pessoas façam algo sem puní-las é oferecer-lhes reforçadores positivos por fazerem alguma outra coisa.” (p.248)