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Universidade Santa Úrsula

Aluna: Roberta Machado Novoa


Curso: Psicologia
Disciplina: Psicologia Social
Professor: Rodrigo
Atividade: Análise do filme: Quanto vale ou é por quilo, utilizando a Psicologia Social
Sociológica.

O filme Quanto vale ou é por quilo, revela a sociedade como ferramenta de estudo
para retratar o ser humano como parte de um grupo altamente egoísta, onde pessoas
menos favorecidas eram e ainda são exploradas. As histórias ali representadas, nos
remetem à Psicologia Social Sociológica em alguns aspectos. O primeiro que podemos
citar, é o fato de que para os sociólogos dessa vertente da Psicologia Social, a cidade de
Chicago transformou-se em um grande e vivo laboratório, no intuito de levantar
informações que pudessem também quantificar os problemas que surgiram em virtude da
rápida industrialização da cidade e aumento imigratório.
Ao vermos o filme, trazemos essa mesma linha de pensamento com o que é
representado nele, vemos uma sociedade extremamente desestruturada onde as pessoas
que detém o poder, são aqueles que visam apenas lucrar, sobrepondo regras que são
comuns entre pessoas que convivem em sociedade. A falta de estrutura, neste caso, se
dá pelo fato de um passar a agir de acordo com aquilo que lhe parece rentável, não
havendo qualquer preocupação com uma sociedade justa ou com igualdade de relações.
Podemos fazer outra associação entre o filme e a Psicologia Social Sociológica, em
determinado trecho do filme onde se fala muito sobre empresas com responsabilidade
social, onde vemos claramente que na verdade o que se busca é o lucro desmedido. A
utilização dessa imagem de empresa socialmente responsável, era utilizada apenas para
mascarar total falta de preocupação com uma mudança social, ou como um fator de
melhoria para os grupos da periferia que receberam algum tipo de ajuda.
Ao analisarmos que em Chicago (1920), foi realizado um estudo etnográfico para
levantamento de dados, sobre o os impactos sociais que a convivência de pessoas com
diferentes culturas e origens diversas trouxeram para aquela localidade, e a partir disso
como poderia ser tratada aquela situação. Não como comparação, mas sobre como o
filme retrata essa questão, sob um outro olhar, pois notamos que em ambos os momentos
da história de nosso país, não existe na prática uma forma de estreitar esse abismo social
que foi criado ainda no tempo da escravidão, e como é posteriormente mostrado ainda é
na época contemporânea.
Existe no filme uma comparação que ratifica o que é citado sobre o mínimo de
conscientização sobre o indivíduo enquanto ser social. Vemos em determinada cena onde
o sistema carcerário brasileiro é comparado a um navio negreiro. Notamos com isso, que
nossa sociedade, sob o aspecto que é mencionado não avançou. Cabe destacar que o
trabalho feito pela escola de Chicago, onde foi realizado um estudo científico sobre os
efeitos daquele cenário, para que o indivíduo em sociedade tivesse maior interação, não
as isolando do meio em que vivem.
O trabalho de Mead(1934), oferece maior destaque ao social, porém ele não deixa
de falar do indivíduo como pessoa ativa, e que não precisa estar alienado à interferência
do meio em que vive. O filme retrata, em alguns momentos, a passividade das pessoas
que são tratadas como objetos nas mãos daqueles que detém poder. O modelo teórico de
Mead, apresenta a importância do indivíduo que se comunica e interage em sociedade e
essa visão foi amplamente questionada, de maneira implícita no filme, pois os
personagens não tinham voz.

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