Resumo – Ética na Contemporaneidade
O QUE É ÉTICA?
O termo ética deriva do grego ethos, que
pode apresentar duas grafias – êthos –
evocando o lugar onde se guardavam os
animais, tendo evoluído para “o lugar onde
brotam os actos, isto é, a interioridade dos
homens”. tendo, mais tarde passado a
significar, com Heidegger, a habitação do
ser, e – éthos – que significa
comportamento, costumes, hábito, caráter,
modo de ser de uma pessoa.
A ética tem por objeto de análise e de
investigação a natureza dos princípios,
questionando-se acerca do seu sentido,
bem como da estrutura das distintas teorias
morais e da argumentação utilizada para
dever manter, ou não, no seu seio
determinados traços culturais. A ética tenta
responder: porque havemos de viver
segundo x ou y modo de viver?
O QUE É MORAL?
Moral, que deriva do latim mos, (plural
mores), se refere a costumes, normas e
leis.
Voltada para a ação concreta e real, para
um certo saber fazer prático-moral e para a
aplicação de normas morais consideradas
válidas por todos os membros de um
determinado grupo social
A moral procura responder à pergunta:
como havemos de viver?
RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL:
Na medida em que a ética tem como objeto
de estudo a própria moral, não existindo
desligada uma da outra, mas sendo
independentes entre si.
Esta relação complementar torna-se não só
desejável como necessária, na medida em
que permite à moral quer uma abertura à
comunicação e ao diálogo ético-moral, quer
o desenvolvimento de uma capacidade de
interrogação, reflexão e ponderação de
cada sistema de moralidade existente
quanto à natureza e pertinência das suas
normas e regras morais secularmente
instituídas.
Esta valorização do conhecimento pensada
como condição necessária ao modo de agir
e de viver moral é, simultaneamente, um
pressuposto desse mesmo agir e pensar,
afastando, assim, a ideia de que a moral ou
a ética pertencem exclusivamente ao
domínio da intuição e da emoção e não do
conhecimento e da razão. Contudo, um
equilíbrio entre ambas é absolutamente
fundamental.
O QUE É VALOR?
A palavra “valor” surgiu no contexto das
ciências econômicas, querendo com isso
denotar algo que é valioso e que se pode
usar ou troca.
Porém podemos hoje concluir que valor
não é propriedade dos objetos em si, mas
propriedade adquirida graças a sua relação
com o homem como ser social. Os objetos
podem ter valor, mas somente quando
dotados de certas propriedades objetivas.
O QUE É AXIOLOGIA?.
A axiologia mais não significa do que o
estudo ou tratado dos valores, ou seja, uma
reflexão filosófica sobre os valores, sua
natureza, características, estrutura,
conhecimento e teorias.
RELAÇÃO ENTRE AXIOLOGIA E
VALOR:
A axiologia mais não significa do que o
estudo ou tratado dos valores, ou seja,
uma reflexão filosófica sobre os valores,
sua natureza, características, estrutura,
conhecimento e teorias, os valores,
enquanto tal, constituem o seu objeto de
estudo.
QUANDO HÁ VALOR?
Há valor sempre que o sujeito se interessa
pelo objeto e este não lhe é indiferente. O
objeto tem interesse em si mesmo. Há uma
apreciação parcial que o sujeito faz do
objeto.
CINISMO:
Discípulos: Antístenes e Diógenes.
Princípios:
1. Rejeitou absolutamente o
conceptualismo (que vede) de Sócrates e o
realismo radical (que vede) de Platão.
2. Ensinou a singularidade de cada
homem e não aceitou generalizações, nem
como se encontram no nominalismo.
3. Enfatizou a necessidade de
independência. «Virtude» = independência,
autossuficiência, indiferença aos valores da
sociedade.
4. Virtude = felicidade, e o grande princípio
da vida é "virtude por causa da virtude, sem
considerar os resultados dos atos ou as
opiniões dos homens.
5. Todos os valores recomendados pela
sociedade são falsos ou desnecessários.
Ilustração: O casamento, tão procurado por
tantas pessoas, não é necessário, nem
para a procriação, nem para o prazer.
Todas as políticas são corruptas. O
patriotismo é errado porque todos nós
somos cidadãos do mundo. Mas a maior
perversão de todas ê o valor que os
homens acham no prazer. Antístenes falou:
Eu prefiro ficar louco do que sentir prazer.
HEDONISMO:
O hedonismo é uma teoria ou doutrina
filosófico-moral que afirma que o prazer é o
bem supremo da vida humana.
HEDONISMO POSITIVO:
Virtudes: prazer físico e mental.
Individualidades existem em relação ao tipo
de prazer mais prático para cada pessoa.
2. A inteligência existe no homem para
ajudá-lo na sua busca pelo prazer.
3. Auto interesse absoluto e um utilitarismo
inteligente são princípios fundamentais. O
maior prazer possível com o mínimo de dor
constitui o guia do homem sábio.
4. Pragmatismo: Cada indivíduo decide
quais são os melhores prazeres para ele.
Somente a experiência pode guiar e avaliar
a busca.
HEDONISMO ASTUCIOSO:
Teodósio ensinou que o homem na sua
busca pelo prazer, pode fazer exatamente
o que ele quer, contanto que não sofra um
castigo qualquer. O homem justo li: sábio é
o homem que faz bem entende e escapa
das consequências. Um crime toma-se
crime somente quando descoberto.
HEDONISMO NEGATIVO:
Hegésias, o ateu, declarou que o prazer é o
único valor, mas, afinal, é um valor falso.
Portanto, na realidade, não existem valores
e nem virtudes.
EPICURISMO:
Princípios
1. Livre-arbítrio, contra o terror do
determinismo dos deuses da religião
popular; busca empírica pelo prazer
moderado, especialmente, os prazeres da
mente.
2. Eudemonismo: a felicidade ê o alvo da
conduta humana. Prazer = felicidade. mas
os prazeres mentais são mais nobres
doque os prazeres físicos.
3. O prazer mais valioso de todos é a
eliminação do desejo. O homem sábio não
se arrisca. Ataraxia (serenidade): o homem
sábio procura paz de mente e de corpo,
evitando excessos. O homem sábio busca
se livrar das paixões e das lutas que
caracterizam os homens de modo geral.
ESTOICISMO:
1. A única liberdade que o homem possui é
o poder de reconhecer que tudo acontece
necessariamente, Ele deve se conformar
com a necessidade cósmica.
KANT:
2. Apatia. O homem sábio e justo é o  Racionalista
homem que não resiste à vontade do  Inatista
Logos, o princípio divino. A apatia é a regra  Epistemologia
da conduta ideal. A fórmula ética é:  Metafísica
apatia/felicidade/virtude. Felicidade =  Moral-Ética
apatia. A virtude principal do homem sábio  Critica ao Empirismo
é submissão à vontade do Logos.
Racionalismo Transcendental:
3. O problema do mal não existe porque o
Logos age bem e racionalmente, O ser humano nasce com algumas
determinando tudo que acontece com categorias do pensamento, como
perfeita justiça. totalidade, causa e efeito.

4. Independência. O homem não pode  Agir seguindo a máxima de que

modificar coisa alguma, mas pode controlar aquilo que ele fez pode ou deve
suas emoções e reações. Nisto reside a tornar-se regra universal.
independência das vicissitudes da vida
humana.

5. A busca pelo prazer é tabu porque com

isto nós calmos na armadilha de
desejo/frustração/mais desejos/frustrações
ad infinitum. O resultado de tudo isto é,
intranqüilidade e escravidão em paixões
vãs.

6. O princípio da irmandade universal do

homem foi de grande importância no
Estoicismo.

7. A forma romana substituiu a apatia grega

com moderação em tudo. A lei romana foi
influenciada pelo conceito da irmandade da
humanidade. A moderação tornou-se uma
virtude cardinal do cristianismo. Paulo
incorporou este princípio e outros do
Estoicismo ao seu sistema ético.

ÉTICA DE ARISTÓTELES:
No sistema de Aristóteles, a ética,
juntamente com a política, pertence ao
domínio do saber prático, que pode ser
contrastado ao saber teórico. Enquanto no
âmbito do saber teórico, que inclui a
metafísica, a matemática e as ciências
naturais, sobretudo a física, o objetivo é o
conhecimento da realidade em suas leis e
princípios mais gerais, no domínio do saber
prático o intuito é estabelecer sob que
condições podemos agir da melhor forma
possível tendo em vista o nosso objetivo
primordial que é a felicidade (eudaimonia),
ou a realização pessoal.