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Danos em bronzinas

Grupo Motorservice
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O Grupo ­Motorservice é a empresa distribuidora para todas as atividades de aftermarket
em todo o mundo da R ­ heinmetall ­Automotive. É dos maiores fornecedores de componentes
de motores para o mercado de pós-vendas independente. Com as marcas de topo
­Kolbenschmidt, Pierburg, ­TRW Engine Components e ainda a marca BF, a ­Motorservice
proporciona aos seus clientes, de uma única fonte, um vasto e diversificado portfólio com
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cimentos técnicos acumulados de um grande fornecedor do ramo automóvel internacional.

Rheinmetall Automotive
Fornecedor de renome da indústria automóvel internacional
AR ­ heinmetall ­Automotive é a divisão de mobilidade do grupo tecnológico ­Rheinmetall
Group. Com as suas marcas de topo K ­ olbenschmidt, Pierburg e ­Motorservice, a ­Rheinmetall
­Automotive assume posições cimeiras a nível internacional nos respetivos mercados das
áreas de alimentação de ar, redução das substâncias poluentes e bombas, bem como no
desenvolvimento, na produção e no fornecimento de peças de reposição para pistões,
blocos do motor e bronzinas. Baixas emissões de substâncias poluentes, consumo de
combustível baixo, fiabilidade, qualidade e segurança são os fatores decisivos que moti-
vam as inovações da R ­ heinmetall ­Automotive.

1.ª Edição 05.2017 Responsabilidade


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2  |  Danos em bronzinas
Conteúdo

1 | Introdução 04
2 | Fundamentos 05
2.1 Pontos de apoio no motor 05
2.2 Mancais principais e apoios de biela na cambota 06
2.3 Funções das bronzinas 07
2.4 Construção das bronzinas 08
2.5 Desmontagem das bronzinas em caso de ocorrência de danos 10
3 | Desgaste devido a fricção mista 12
3.1 Introdução 12
3.2 Desgaste por adaptação/rodagem 13
3.3 Pontos de fricção 14
3.4 Desgaste 16
3.5 Casos especiais 18
3.5.1 Desgaste nos rebordos de um dos lados 20
3.5.2 Desgaste nos rebordos de um dos lados e alternado 22
3.5.3 Desgaste bilateral nos rebordos 24
3.5.4 Vestígio de desgaste largo no centro da bronzina no sentido da circunferência 26
3.5.5 Desgaste em forma de tira no centro da bronzina 28
3.5.6 Desgaste nas áreas das superfícies de separação do lado oposto 30
3.5.7 Desgaste bilateral nas áreas das superfícies de separação 32
3.5.8 Zona de desgaste estreitada no vértice da bronzina 34
3.5.9 Tiras estreitas sem desgaste nos rebordos da bronzina 36
4 | Danos devido ao efeito de partículas 38
4.1 Introdução 38
4.2 Formação de estrias 40
4.3 Incrustação 42
4.4 Vestígio alongado de sujidade 44
4.5 Camada inferior do lado posterior da bronzina 46
5 | Erosão e cavitação 48
5.1 Erosão 48
5.2 Cavitação 49
6 | Danos por fadiga 52
6.1 Introdução 52
6.2 Fissuras e ruturas da camada de deslizamento 54
6.3 Fissuras e ruturas do metal do apoio 55

7 | Danos por sobreaquecimento 56


7.1 Introdução 56
7.2 Fissuras por calor 57
7.3 Derretimentos da camada deslizante 58
7.4 Alterações de cor da camada deslizante ou do lado posterior da bronzina 59
8 | Corrosão 60
8.1 Corrosão por fricção/corrosão por atrito 60
8.2 Corrosão química 62

9 | Danos nas arruelas de encosto 64


10 | Glossário 66

Danos em bronzinas  |  3
1 | Introdução

Acerca da brochura

Esta brochura faculta uma síntese dos


diversos tipos de dano em semibronzinas
e arruelas de encosto do motor. Além disso,
ela apoia o técnico no diagnóstico e na
determinação da causa do dano.

Para identificar as causas dos danos, que


nem sempre são inequívocas, deverá
avaliar-se os danos no motor sempre numa
perspetiva global. Não raras vezes, depois
de uma reparação do motor as falhas
voltam a ocorrer, porque os componentes
danificados foram substituídos, mas não
foram eliminadas as causas dos danos.

Em virtude do funcionamento combinado


altamente complexo dos diversos
componentes de um apoio no interior do
motor (ver fig.), a causa do dano não é fácil
de reconhecer a maioria das vezes. Esta
reside frequentemente não na própria
bronzina, mas sim nas imediações do
apoio. Apesar de sobretudo a bronzina
sofrer os maiores danos, a causa do dano
não é frequentemente eliminada mediante
a mera substituição das bronzinas
danificadas.

Por conseguinte é necessário averiguar


primeiro a causa efetiva do dano na 1 Furo da caixa (exemplo: biela): 3 Lubrificação:
reparação de motores profissional para • Rigidez (elasticidade e resistência) • Lubrificante: viscosidade, aditivos
poder proceder às medidas de reparação • Empeno térmico • Alimentação de óleo: nível de óleo,
corretas. • Tolerâncias de produção pressão de óleo, bomba de óleo, linhas
• Qualidade da superfície de óleo, filtro do óleo
• Binários de aperto dos parafusos • Grau de sujidade

2 Moentes do eixo: 4 Bronzina:


• Material (p. ex. eixo fundido ou de aço) • Material: capacidade de carga,
• Rigidez (elasticidade e resistência) resistência ao desgaste, comportamento
• Empeno térmico em modo de emergência,
• Tolerâncias de produção incrustabilidade
• Qualidade da superfície • Tolerâncias de produção
• Qualidade da superfície

4  |  Danos em bronzinas
Fundamentos | 2

2.1 Pontos de apoio no motor

A representação do motor de seis cilindros Normalmente, os outros pontos de apoio, As semibronzinas, que são utilizadas para
mostra os pontos de apoio no motor. Estão como os mancais de árvore de cames, as apoio da biela e da cambota no mecanismo
montados sete mancais principais, sendo camisas da biela e as bronzinas para os da cambota, são o foco desta brochura.
que um deles foi concebido como eixos compensadores não são
rolamento de carga axial. Os apoios de concretizados com semibronzinas, mas sim
biela estão respetivamente localizados mediante buchas de bronzinas.
entre os mancais principais – um apoio da
biela por cilindro.

1A
 poios de biela 2 Arruelas de encosto/mancais 3 Mancais principais 4 Camisas da biela
principais ou chumaceiras
de impulso

Danos em bronzinas  |  5
2 | Fundamentos

2.2 Mancais principais e apoios de biela na cambota

Os apoios de biela estabelecem a ligação


entre a biela e a cambota. Pode
distinguir-se entre as bronzinas que ficam
do lado da haste e as que se encontram do
lado da tampa, sendo que as bronzinas do
lado da haste são submetidas a um esforço
claramente maior do que as do lado da
tampa. A força de ignição resultante da
combustão age sobre a cambota através
delas. Nos motores a gasolina a bronzina
do lado da tampa é igualmente submetida
a um esforço elevado, pois atuam forças de
inércia altas em virtude das rotações
superiores às do motor diesel. Os apoios
de biela são alimentadas com óleo a partir
do mancal principal e através da cambota
com a ajuda dos furos.

Os mancais principais garantem o apoio da


cambota. Também aqui a bronzina se
divide em uma bronzina superior e outra
inferior. No caso dos mancais principais,
a bronzina inferior é sujeita a esforços mais
elevados devido à absorção das forças de
ignição. As forças, que a biela direciona
para a cambota, são absorvidas por vários
mancais principais, pelo que estes ficam
sujeitos a menos esforços do que os apoios
de biela do lado da haste. A bronzina
principal superior contém um canal de óleo
que transporta o óleo para os apoios de
biela através de furos na cambota.

Para poder absorver adicionalmente as


forças axiais, que decorrem por exemplo
do acionamento do acoplamento, são
montadas arruelas de encosto ou bronzinas
compostas que servem de rolamentos de
carga axial.

6  |  Danos em bronzinas
Fundamentos | 2

2.3 Funções das bronzinas


Coeficiente de atrito μ

0 nü Rotação n
Curva de Stribeck:
Dependência da fricção da rotação (carga constante)

1 Atrito em repouso 1 Abrasão


2 Fricção mista 2 F ormação da película lubrificante resistente
3 Ponto de desacoplamento (rotações de transição)
4 Fricção de fluidos

A função principal das bronzinas consiste As bronzinas hidrodinâmicas, onde o mero Ocorre a fricção de fluidos/atrito do fluido,
em absorver e transmitir as forças entre os movimento relativo leva à formação de uma sendo que ambas as superfícies
componentes que se movem uns película lubrificante portante entre a deslizantes ficam totalmente separadas
relativamente aos outros. Além disso bronzina e o moente, agem numa faixa de entre si. Para poder assegurar um
a fricção deve ser minimizada, permitindo fricção mista até a uma determinada funcionamento seguro das bronzinas,
um movimento de rotação quase sem rotação de desacoplamento. a pressão do lubrificante gerada no
desgaste. Em cada bronzina ocorrem interstício da bronzina deverá ser
durante o funcionamento forças de fricção Com rotações baixas, a impulsão suficientemente elevada para absorver as
que dificultam o movimento de rotação, hidrodinâmica não chega para separar as forças, que agem sobre a bronzina, sem
gerando calor. É necessária uma película superfícies totalmente entre si. As haver contacto entre as superfícies
lubrificante entre a bronzina e o moente superfícies deslizantes sólidas entram em deslizantes. Eis o ponto de funcionamento
do eixo para reduzir essas forças e dissipar contacto parcial, o que envolve o perigo de ideal para as bronzinas. Mas também esta
o calor de fricção. Sem essa película dano no apoio. As forças de fricção forma de atrito gera calor, o que torna
lubrificante, o contacto direto causa uma diminuem e forma-se uma película necessária uma lubrificação adequada
fricção seca que provoca desgaste lubrificante permanente só quando as à evacuação do calor.
e abrasão na bronzina. rotações aumentam.

Danos em bronzinas  |  7
2 | Fundamentos

2.4 Construção das bronzinas

De acordo com a norma DIN 50282 Bronzinas trimetais que se movimenta do lado oposto. No caso
("O comportamento tribológico dos • Materiais compostos em aço-bronze ou de um motor em V, os apoios de biela são
materiais deslizantes metálicos – Termos aço-latão sinterizados/fundidos com um por exemplo constituídos por uma
de identificação"), o comportamento recobrimento semibronzina com revestimento por
tribológico de um material deslizante pode • Materiais compostos em aço-alumínio eletrodeposição do lado da haste e por
ser caracterizado por termos, como com um recobrimento uma semibronzina de material composto
comportamento na rodagem, em aço-alumínio sem qualquer
incrustabilidade, comportamento em modo O recobrimento das bronzinas trimetais revestimento do lado da tampa.
de emergência, resistência ao desgaste é aplicado como camada de deslizamento
e capacidade de adaptação. adicional sob a forma de uma camada Para cada caso de ocorrência de danos
Consequentemente, os requisitos da revestida por eletrodeposição, galvânica ou existente é exibida a imagem do dano
bronzina são decisivos para a seleção do de laca deslizante, em função do campo de característica, empregando bronzinas
material. aplicação e dos seus requisitos específicos. adequadas. É de notar que podem ocorrer
O metal do apoio (liga de alumínio, bronze imagens de danos diferentes em materiais
Existe a subdivisão em duas famílias de ou latão) serve de revestimento ou é diversos. Em virtude das variantes
material deslizante diferentes: infundido ou sinterizado na base em aço. diferentes da imagem do dano pode haver
Se necessário é incorporada uma camada diferenças em relação às imagens exibidas
Bronzinas bimetais intermédia em níquel ou uma liga de níquel na brochura.
• Materiais compostos em aço-alumínio entre o material da bronzina e a camada
deslizante (recobrimento) para servir de
As bronzinas bimetais são compostas pela barreira de difusão.
base em aço, pela camada intermédia em
alumínio puro e pelo material da bronzina Ou seja, podem ser utilizados materiais
que serve de revestimento. Na maioria dos diferentes para as bronzinas conforme os
casos é selecionada como material uma requisitos. Frequentemente é selecionado
liga de alumínio com aditivos de estanho, para a bronzina com maior intensidade de
cobre e silício. carga um material diferente do da bronzina

Bronzinas bimetais

Aço-alumínio

Base: aço
Material da bronzina: alumínio

8  |  Danos em bronzinas
Fundamentos | 2

Representação da construção da bronzina

Bronzinas bimetais Bronzinas trimetais

1 Base em aço 1 Base em aço


2 Camada intermédia (se necessário) 2 Material da bronzina
3 Material da bronzina 3 Camada intermédia (se necessário)
4 Camada deslizante (recobrimento)

Bronzinas trimetais Bronzinas trimetais Bronzinas trimetais

Galvanoplastia Laca deslizante Revestimento por eletrodeposição

Base: aço Base: aço Base: aço


Material da bronzina: bronze Material da bronzina: alumínio ou bronze Material da bronzina: latão ou bronze
Camada intermédia Camada deslizante: laca deslizante Camada intermédia (com bronze)
Camada deslizante: Galvanoplastia Camada deslizante: Revestimento por
eletrodeposição

Danos em bronzinas  |  9
2 | Fundamentos

2.5 Desmontagem das bronzinas em caso de ocorrência de danos

Ao desmontar as bronzinas em caso de • Têm de ser documentados os problemas • Têm de ser documentados os binários
ocorrência de danos, deverá observar-se noutros componentes do motor, como necessários para soltar os parafusos do
o seguinte: p. ex. a cambota. Na maioria dos casos motor. Se os parafusos não estiverem
• As bronzinas têm de ser identificadas são reconhecíveis danos na contrapeça aparafusados com o binário correto,
conforme o assento e a posição na linha da bronzina. Os danos na bronzina podem ocorrer movimentos relativos
do mancal principal para se poder também se devem frequentemente a entre a bronzina e o furo da caixa.
compreender melhor o decurso do dano. danos noutros componentes do motor.
Frequentemente, o assento e a aparência • Deve-se recolher uma amostra do óleo
da bronzina permitem tirar conclusões usado e guardar o filtro do óleo para
sobre o decurso do dano. Em caso de possibilitar análises posteriores. Os
flexão da cambota, sobretudo o primeiro resíduos de partículas podem ser
e o último mancal principal na linha comprovados e analisados, o que permite
p. ex. apresentam vestígios de desgaste tirar conclusões sobre as possíveis
de um dos lados. causas dos danos.
• As condições de funcionamento (duração,
tipo de carga) e outras influências, como
p. ex. o óleo utilizado, devem ser
documentadas, a fim de permitir uma
melhor apreciação do dano.

Fig. 1: Aperto dos parafusos conforme as indicações do fabricante

10  |  Danos em bronzinas


Fundamentos | 2

Fig. 2: Documentar o assento e a posição das bronzinas Fig. 3: Comparação das brochuras sobre bronzinas antiga e nova

Danos em bronzinas  |  11
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.1 Introdução

Estado novo
antes do Danificação 1 Desgaste por adaptação/rodagem
funcionamento total 2 Pontos de fricção
3 Marcas de desgaste

"O desgaste consiste na perda progressiva da película lubrificante nem sempre Ao mesmo tempo são alisados os picos de
de material da superfície de um corpo é suficiente para separar os parceiros de rugosidade e é nivelado o perfil de
sólido que se deve a causas mecânicas, ou deslize totalmente entre si (ver capítulo: rugosidade. O desgaste por adaptação/
seja, ao contacto e movimento relativo de "Funções das bronzinas"). Por conseguinte, rodagem faz parte dos requisitos e não
um contracorpo sólido, líquido ou gasoso." os materiais resistentes ao desgaste são representa qualquer falha de
(DIN 50320) importantes especialmente nos veículos funcionamento da bronzina. Se o efeito da
com sistema Start/Stop automático. Com fricção mista se intensificar, o desgaste
Nas bronzinas o desgaste é causado pelo rotações baixas e carga elevada, também habitual por adaptação/rodagem se
contacto metálico em virtude da fricção é possível a fricção de fluidos não se transforma em ponto de fricção e em marca
mista entre as bronzinas e os moentes do estabelecer e a bronzina ficar desgastada. de desgaste, resultando na danificação
eixo. Os desvios geométricos em virtude de erros total.
de montagem ou as deformações do
Isto ocorre por exemplo em cada arranque moente e da linha da bronzina também
e paragem do motor. As bronzinas utiliza­ podem causar desgaste.
das agem na faixa de fricção mista entre a
paragem e a rotação de desacoplamento do Os parceiros de deslize se adaptam nas
eixo. Nesta faixa, a capacidade de suporte primeiras horas de serviço da bronzina.

12  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

3.2 Desgaste por adaptação/rodagem

Descrição
• Vestígios de desgaste brilhantes e lisos
na área de carga principal
• Encostos e saídas suaves
• Estrutura de processamento da bronzina
ainda reconhecível

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio
(sem revestimento)

No centro da bronzina é reconhecível uma


faixa de desgaste brilhante, ao passo que
não são visíveis quaisquer vestígios de
operação na área da ranhura de
lubrificação e dos rebordos da bronzina.
Aqui ainda é reconhecível a estrutura de
processamento da bronzina.

Avaliação
Nas primeiras horas de serviço da bronzina, O desgaste por adaptação/rodagem
os picos de rugosidade são alisados e o é desejável, pelo que não representa
perfil de rugosidade é nivelado através do qualquer dano na bronzina.
contacto entre a bronzina e o moente do
eixo na zona de fricção mista. O desgaste Nota:
ocorre principalmente na área de carga O funcionamento da bronzina não
principal da bronzina ou nos pontos com é afetado.
diferenças de formas macroscópicas (ver
capítulo: "Casos especiais de desgaste Se porém o desgaste por adaptação/
devido a fricção mista"). rodagem se intensificar p. ex. devido a um
desvio e defeito de forma persistente,
podem resultar pontos de fricção, marcas
de desgaste ou danos por fadiga.

Danos em bronzinas  |  13
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.3 Pontos de fricção

Descrição
• Marcas de fricção mista brilhantes e lisas
sobretudo na área de carga principal
• Deslocamentos da camada deslizante ou
camada de deslizamento até à área da Apoio da biela do lado da tampa
ranhura de lubrificação, sobretudo no material composto em aço-alumínio
sentido de rotação
• Formação de estrias
No centro da bronzina é reconhecível uma
marca de fricção mista muito brilhante, com
a respetiva formação de estrias. As marcas
de apoio se deslocam até à área da ranhura
de lubrificação.

Apoio da biela do lado da haste


material composto em aço-latão com
revestimento por eletrodeposição

É reconhecível um marca de fricção mista


brilhante, com a respetiva formação de
estrias parcial. A camada revestida por
eletrodeposição está deslocada até à área
da ranhura de lubrificação. A área com a
camada revestida por eletrodeposição já
corroída encontra-se derretida.

Avaliação
Os pontos de fricção podem resultar dos Se o estado da fricção mista se prolongar,
sinais de encosto, quando o efeito da o ponto de fricção se consolida e pode
fricção mista aumenta. Caso se trate de um ocorrer a formação de estrias no moente.
estado temporário, eles podem voltar ser Daí resultam marcas de desgaste nas
nivelados e a operacionalidade da bronzina bronzinas afetadas que se fundem com
não é mais limitada. No entanto é muito o moente em virtude da carga térmica.
difícil avaliar essa situação.

14  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Orifícios de óleo não desobstruídos: • Interstício para lubrificante excessivo: • Efeito de partículas: As partículas entram
O motivo poderá ser a montagem errada não é alcançada a pressão hidrodinâmica no interstício da bronzina e causam
das bronzinas ou a obstrução dos para a formação da película lubrificante pontos de fricção no moente e na
orifícios de óleo, o que ocorre resistente bronzina. Em caso de incrustação ou
frequentemente quando são usados • Nível de óleo ou pressão de óleo formação de estrias, os rebordos se
combustíveis biológicos insuficiente erguem – Consequência: aumento forte
• Interstício para lubrificante insuficiente: • Filtro do óleo entupido da fricção mista
evitando a formação de uma película • Bomba de óleo defeituosa
lubrificante resistente – Causa: • Fuga nas linhas de óleo
diferenças de formas e desvios • Sobrecarga das bronzinas: Solicitação
geométricos do eixo ou moente, ou flexão superior à projetada – Causas: p. ex. chip
da cambota tuning ou corrosão nos pistões

Solução
Os pontos de fricção podem transformar-se • Verificar a capacidade de funcionamento • Verificar a carga em bronzinas individuais
em marcas de desgaste das bronzinas. Por do filtro do óleo e trocar o filtro e o óleo • Verificar o jogo de bronzinas completo
conseguinte é importante trocar a bronzina sempre de acordo com as indicações do quanto a incrustações de partículas ou
e eliminar a causa: fabricante estrias: se existirem, o efeito de
• Verificar se todos os orifícios de óleo • Verificar e reajustar eventualmente o nível partículas causou possivelmente
estão desobstruídos e não há obstrução e a pressão de óleo a formação de pontos de fricção
• Verificar a folga do apoio efetiva: se esta • Verificar a capacidade de funcionamento (ver capítulo: "Danos devido ao efeito de
não se encontrar na margem de da bomba de óleo partículas")
tolerância, os erros de forma e de • Verificar as linhas de óleo quanto
geometria são frequentemente a causa a eventuais fugas
(ver capítulo: "Casos especiais de
desgaste devido a fricção mista")

Danos em bronzinas  |  15
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.4 Marcas de desgaste

Descrição
• Áreas de material arrancadas
• Forte formação de estrias e deformação
• Ranhura de lubrificação, rugosidade e Bronzina principal inferior
fendimento Material composto em aço-alumínio
• Redução da medida de abertura visível
a olho nu comparativamente às bronzinas
adjacentes não desgastadas Existem o derretimento e deslocamento do
• Marcas de sobreaquecimento: os material da bronzina para além do rebordo
derretimentos do material da bronzina da bronzina e uma superfície fendida com
e as alterações de cor p. ex. ocorrem áreas de material arrancadas.
frequentemente em combinação com
marcas de desgaste

Avaliação
As temperaturas elevadas nas áreas com causa é a grave falta de lubrificante. abrasão que atua no circuito de
forte fricção mista provocam fusões locais O desenvolvimento da temperatura daí lubrificante, podem ocorrer danos devido
entre o moente e a bronzina. Estas fusões resultante causa danos por ao efeito de partículas ou pontos de fricção
voltam a quebrar, fazendo com que o sobreaquecimento. Trata-se de um efeito nas bronzinas adjacentes.
material da bronzina, que é mais macio do secundário frequente das marcas de Os pontos de fricção são os precursores da
que a cambota, seja arrancado. A respetiva desgaste das bronzinas. Em virtude da marca de desgaste da bronzina.

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Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Orifícios de óleo não desobstruídos: • Interstício para lubrificante excessivo: • Efeito de partículas: As partículas entram
O motivo poderá ser a montagem errada não é alcançada a pressão hidrodinâmica no interstício da bronzina e causam
das bronzinas ou a obstrução dos para a formação da película lubrificante pontos de fricção no moente e na
orifícios de óleo, o que ocorre resistente bronzina. Em caso de incrustação ou
frequentemente quando são usados • Nível de óleo ou pressão de óleo formação de estrias, os rebordos se
combustíveis biológicos insuficiente erguem – Consequência: aumento forte
• Interstício para lubrificante insuficiente: • Filtro do óleo entupido da fricção mista
evitando a formação de uma película • Bomba de óleo defeituosa
lubrificante resistente – Causa: • Fuga nas linhas de óleo
diferenças de formas e desvios geo­ • Sobrecarga das bronzinas: Solicitação
métricos do eixo ou moente, ou flexão superior à projetada – Causas: p. ex. chip
da cambota tuning ou corrosão nos pistões

Solução
As marcas de desgaste contam-se entre os • Verificar a capacidade de funcionamento • Verificar o jogo de bronzinas completo
danos no apoio mais graves. A bronzina do filtro do óleo e trocar o filtro e o óleo quanto a incrustações de partículas ou
está destruída e tem de ser trocada. Se a sempre de acordo com as indicações do estrias: se existirem, o efeito de
bronzina continuar a ser operada, mais fabricante partículas causou possivelmente
componentes do motor podem ficar • Verificar e reajustar eventualmente o nível a formação de pontos de fricção
danificados. e a pressão de óleo (ver capítulo: "Danos devido ao efeito de
• Verificar se todos os orifícios de óleo • Verificar a capacidade de funcionamento partículas")
estão desobstruídos e não há obstrução da bomba de óleo
• Verificar a folga do apoio efetiva: se esta • Verificar as linhas de óleo quanto
não se encontrar na margem de a eventuais fugas
tolerância, os erros de forma e de • Verificar a carga em bronzinas individuais
geometria são frequentemente a causa
(ver capítulo: "Casos especiais de
desgaste devido a fricção mista")

Danos em bronzinas  |  17
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5 Casos especiais

Nalguns casos as bronzinas apresentam


Bronzina Bronzina
marcas de apoio especiais. Os seguintes
inferior superior Capítulo
pictogramas de danos permitem atribuir
3.5.1
a possível imagem do dano a um
Desgaste nos rebordos de um dos lados
determinado tipo de dano.
• Nas bronzinas superior e inferior do mesmo
lado respetivamente

3.5.2
Desgaste nos rebordos de um dos lados
e alternado
• Nas bronzinas superior e inferior em posições
diagonalmente opostas
• As áreas diferentes podem ser acentuadas de
forma variável

3.5.3
Desgaste bilateral nos rebordos
• Nas bronzinas superior e inferior de ambos
os lados respetivamente

3.5.4
Vestígio de desgaste largo no centro da
bronzina
• Acentuada maioritariamente da mesma forma
nas bronzinas superior e inferior
• Na bronzina superior das bronzinas principais
não há uma imagem de desgaste acentuada
graças ao canal de óleo

3.5.5
Desgaste em forma de tira no centro da
bronzina
• Acentuada maioritariamente da mesma forma
nas bronzinas superior e inferior
• Não há uma imagem de desgaste acentuada
nas bronzinas principais superiores com
canal de óleo

18  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Bronzina Bronzina
inferior superior Capítulo
3.5.6 
Desgaste nas áreas das superfícies
de separação do lado oposto

3.5.7 
Desgaste bilateral nas áreas das superfícies
de separação

3.5.8 
Zonas de desgaste estreitadas no vértice
da bronzina

3.5.9 
Tiras estreitas sem desgaste nos rebordos
da bronzina
• Podem ocorrer de um dos lados ou
bilateralmente

Danos em bronzinas  |  19
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.1 Desgaste nos rebordos de um dos lados

Descrição
• Faixa de desgaste brilhante e clara de um
dos lados no rebordo da bronzina
• Na área do desgaste nos rebordos:
em casos graves são reconhecíveis
ocorrências de fadiga reconhecíveis do
material ou pontos de fricção
• Marcas de sobreaquecimento, como
alterações de cor devido a carga térmica
ou depósito de óleo na área do desgaste Bronzina principal inferior material
nos rebordos no lado posterior da composto em aço-alumínio
bronzina

É visível o rebordo da bronzina desgastado


de um dos lados. O desgaste ocorre sob
a forma de desgaste por adaptação/
rodagem.
O funcionamento da bronzina não é afetado.

Avaliação
O interstício para lubrificante no rebordo da A falta de lubrificante se intensifica ainda Isto deverá ser considerado perfeitamente
bronzina é insuficiente, fazendo com que a mais, à medida que sobe a temperatura, habitual, consoante a intensidade do
película lubrificante não seja plenamente e o processo entra em círculo vicioso até desgaste nos rebordos da bronzina.
resistente e a fricção mista ocorra local­ aparecerem os primeiros pontos de fricção Durante o funcionamento, a cambota sofre
mente. Se a falta de lubrificante persistir, e danos por fadiga em virtude da pressão uma flexão que influencia sobretudo os
a temperatura aumenta devido ao calor de superficial mais alta. mancais principais externos. As bronzinas
fricção gerado. Daí podem resultar danos externas apresentam um desgaste nos
por sobreaquecimento, como alterações de rebordos correspondentemente superior.
cor escuras do lado posterior da bronzina.

20  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Moente retificado de forma cónica (Fig. 1) • Furo da bronzina desalinhado devido
• Furo cónico da bronzina (Fig. 2) a binários de aperto errados dos
• Raio de arredondamento excessivo de um parafusos na montagem do motor ou
dos lados (Fig. 3) empeno excessivo da linha do mancal
• Flexão da cambota: A cambota não foi principal em virtude do desenvolvimento
calibrada aquando da montagem ou da temperatura durante o funcionamento
é deformada por solicitação mecânica • Deslocamento axial das bronzinas
durante o funcionamento

Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3

Solução
As bronzinas, que apresentam desgaste • Controlar a geometria correta da • Controlar o alinhamento do furo do
nos rebordos, podem continuar a ser cambota: medida, circularidade, mancal principal: observar sempre os
utilizadas conforme a progressão do cilindricidade, ondulação, rugosidade binários de aperto e a sequência de
desgaste. superficial aperto dos parafusos aquando da
• Controlar o furo cego correto da linha da montagem de um motor; durante
Se esta imagem do dano se intensificar bronzina: medida, circularidade, o funcionamento o motor deverá estar
logo após poucas horas de serviço, devem cilindricidade, superfície adequadamente arrefecido, uma vez que
ser tomadas medidas para determinar • Calibrar a cambota aquando da insta­ as temperaturas excessivas também
a causa: lação e verificar a solicitação do eixo podem provocar empenos
• Verificar as bielas quanto à angularidade
antes da instalação

Danos em bronzinas  |  21
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.2 Desgaste nos rebordos de um dos lados e alternado

Descrição
• Faixa de desgaste brilhante e clara –
de um dos lados nas bronzinas superior
e inferior, de lados opostos
• Na área do desgaste nos rebordos:
são possíveis ocorrências de fadiga
reconhecíveis do material ou pontos de
fricção Apoio da biela do lado da haste
• São possíveis marcas de material composto em aço-latão com
sobreaquecimento, como alterações de revestimento por eletrodeposição
cor devido a carga térmica ou depósito de (Fig. 1)
óleo na área do desgaste nos rebordos no
lado posterior da bronzina

Apoio da biela do lado da tampa


material composto em aço-alumínio
(Fig. 2)

São reconhecíveis as marcas de apoio em


posições diagonalmente opostas.
A intensidade do desgaste no rebordo da
bronzina é variável em diversas áreas.

O funcionamento da bronzina não


é afetado.

Fig. 1

Fig. 2

Avaliação
O interstício para lubrificante no rebordo persistir, a temperatura aumenta devido ao intensifica ainda mais, à medida que sobe
da bronzina é insuficiente, fazendo com calor de fricção gerado. Daí podem resultar a temperatura, e o processo entra em
que a película lubrificante não seja plena­ danos por sobreaquecimento, como círculo vicioso até aparecerem os primeiros
mente resistente e a fricção mista ocorra alterações de cor escuras do lado posterior pontos de fricção e danos por fadiga em
localmente. Se a falta de lubrificante da bronzina. A falta de lubrificante se virtude da pressão superficial mais alta.

22  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Desalinhamento do moente ou do cárter
(Fig. 3)
• Raios de arredondamento defeituosos
do eixo
• "Movimento ondulatório" da biela
(torta ou torcida) (Fig. 4)
• Deformação do bloco do motor

Fig. 3 Fig. 4

Solução
As bronzinas, que apresentam desgaste • Controlar o furo cego correto da linha da aperto dos parafusos aquando da
nos rebordos, podem continuar a ser bronzina: medida, circularidade, montagem de um motor; durante
utilizadas conforme a progressão do cilindricidade, superfície o funcionamento o motor deverá estar
desgaste. • Calibrar a cambota aquando da adequadamente arrefecido, uma vez
Se esta imagem do dano se intensificar instalação e verificar a solicitação do eixo que as temperaturas excessivas também
logo após poucas horas de serviço, devem • Controlar o alinhamento do furo do podem provocar empenos
ser tomadas medidas para determinar mancal principal: observar sempre os • Verificar as bielas quanto à angularidade
a causa: binários de aperto e a sequência de antes da instalação
• Controlar a geometria correta da
cambota: medida, circularidade,
cilindricidade, ondulação, rugosidade
superficial

Danos em bronzinas  |  23
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.3 Desgaste bilateral nos rebordos

Descrição
• Faixa de desgaste brilhante e clara de • São possíveis marcas de
ambos os lados nos rebordos da bronzina sobreaquecimento, como alterações de
• Na área do desgaste nos rebordos: são cor devido a carga térmica ou depósito
possíveis ocorrências de fadiga de óleo na área do desgaste nos rebordos
reconhecíveis do material ou pontos de no lado posterior da bronzina
fricção

Apoio da biela do lado da tampa


Material composto em aço-alumínio

Desgaste bilateral nos rebordos na fase


inicial – desgaste sob a forma de desgaste
por adaptação/rodagem.

Apoio da biela do lado da haste


Material composto em aço-latão com
revestimento por eletrodeposição

Desgaste bilateral nos rebordos na fase


inicial – desgaste sob a forma de desgaste
por adaptação/rodagem.

Avaliação
O interstício para lubrificante no rebordo da cor escuras do lado posterior da bronzina. O desgaste bilateral nos rebordos ocorre
bronzina é insuficiente, fazendo com que A falta de lubrificante se intensifica ainda com muita frequência na área de carga
a película lubrificante não seja plenamente mais, à medida que sobe a temperatura, e o principal da bronzina. Isto deverá ser
resistente e a fricção mista ocorra local­ processo entra em círculo vicioso até considerado habitual, consoante a
mente. Se a falta de lubrificante persistir, aparecerem nessa área os primeiros pontos intensidade do desgaste, e não representa
a temperatura aumenta devido ao calor de de fricção e danos por fadiga em virtude da qualquer falha de funcionamento.
fricção gerado. Daí podem resultar danos pressão superficial mais alta.
por sobreaquecimento, como alterações de

24  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Forma do moente côncava (Fig. 1) • Folga axial excessiva, "movimento
• Furo da bronzina côncava (Fig. 2) ondulatório" da biela
• Raio de arredondamento excessivo entre • Moente retificado obliquamente (Fig. 4)
o moente e o braço de manivela (Fig. 3)

Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4

Solução
As bronzinas, que apresentam desgaste • Controlar o furo cego correto da linha da as temperaturas excessivas também
nos rebordos, podem continuar a ser bronzina: medida, circularidade, cilindri­ podem provocar empenos
utilizadas conforme a progressão do cidade, superfície • Verificar as bielas quanto à angularidade
desgaste. • Calibrar a cambota aquando da instala­ antes da instalação
ção e verificar a solicitação do eixo
Se esta imagem do dano se intensificar • Controlar o alinhamento do furo do
logo após poucas horas de serviço, devem mancal principal: observar sempre os
ser tomadas medidas para determinar binários de aperto e a sequência de
a causa: aperto dos parafusos aquando da
• Controlar a geometria correta da cam­ montagem de um motor; durante
bota: medida, circularidade, cilindrici­ o funciona­mento o motor deverá estar
dade, ondulação, rugosidade superficial adequada­mente arrefecido, uma vez que

Danos em bronzinas  |  25
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.4 Vestígio de desgaste largo no centro da bronzina no sentido da circunferência

Descrição
• Vestígio de desgaste intensivo no centro
da bronzina no sentido da circunferência
• Rebordos da bronzina menos
desgastados
• Deslocamentos locais do material no
sentido da circunferência
• Em casos graves: Ocorrências de fadiga
do material e pontos de fricção visíveis
Bronzina principal inferior
Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis vestígios de desgaste


significativos no centro da bronzina com
saída para a ranhura de lubrificação. Elas já
são acentuadas como pontos de fricção na
camada deslizante.

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

Aqui são reconhecíveis marcas de apoio


acentuadas no centro da bronzina com
saída para a ranhura de lubrificação.
Em sua forma as marcas de apoio ainda
correspondem ao desgaste por adaptação/
rodagem.

Avaliação
O interstício para lubrificante no centro da mente. Se a falta de lubrificante persistir, processo entra em círculo vicioso até
bronzina é insuficiente, fazendo com que a temperatura aumenta devido ao calor de aparecerem nessa área os primeiros pontos
a película lubrificante não seja plenamente fricção gerado. A temperatura crescente de fricção e danos por fadiga em virtude da
resistente e a fricção mista ocorra local­ intensifica a falta de lubrificante. Este pressão superficial mais alta.

26  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Forma do moente demasiado
convexa (Fig. 1)
• Furo convexo da bronzina (Fig. 2)
• Falta de lubrificante

Fig. 1 Fig. 2

Solução
As bronzinas podem continuar a ser • Controlar o furo cego correto da linha da adequadamente arrefecido, uma vez que
utilizadas conforme a progressão do bronzina: medida, circularidade, as temperaturas excessivas também
desgaste. Assim que se formarem pontos cilindricidade, superfície podem provocar empenos
de fricção ou ficarem visíveis sinais de • Calibrar a cambota aquando da • Verificar as bielas quanto à angularidade
fadigas do material, elas devem ser instalação e verificar a solicitação do eixo antes da instalação
trocadas e têm de ser tomadas medidas • Controlar o alinhamento do furo do • Verificar o sistema de lubrificante
para determinar a causa: mancal principal: observar sempre os (ver capítulo: "Solução para pontos de
• Controlar a geometria correta da binários de aperto e a sequência de fricção")
cambota: medida, circularidade, aperto dos parafusos aquando da
cilindricidade, ondulação, rugosidade montagem de um motor; durante o
superficial funcionamento o motor deverá estar

Danos em bronzinas  |  27
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.5 Desgaste em forma de tira no centro da bronzina

Descrição
• Desgaste em forma de tira no centro da • Rebordos da bronzina menos
bronzina na continuação do canal de óleo desgastados
– no apoio da biela em ambas as • Zona de desgaste muito limitada
bronzinas na área do orifício do óleo no • Em casos graves: Ocorrências de fadiga
moente do material e pontos de fricção visíveis
• Em parte com riscos envolventes

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis tiras fortemente


delimitadas no centro da bronzina. Tal
corresponde à forma do canal de óleo
situado na bronzina principal superior. Os
vestígios de desgaste ocorrem sob a forma
de desgaste por adaptação/rodagem.

Avaliação
Esta forma de desgaste pode dever-se ao Uma segunda forma de ocorrência, que eliminação de material e forma-se uma
orifício do óleo inexistente ou não pode causar a mesma imagem do dano, é o elevação no moente. Esta elevação provoca
suficientemente arredondado (Fig. 1). Aqui, chamado desgaste com elevação (Fig. 2). um desgaste em forma de tira na bronzina
o desgaste é muito acentuado na bronzina Este resulta de um menor desgaste do sem canal de óleo.
inferior no caso de mancais principais ou moente na área do canal de óleo. Uma vez Ambos os processos podem causar pontos
em ambas as bronzinas no caso de apoios que, devido ao canal de óleo, não há de fricção e danos por fadiga.
de biela na área do orifício do óleo no contacto metálico entre o moente e a
moente. bronzina, não ocorre aqui qualquer

28  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Orifício do óleo inexistente ou não
suficientemente arredondado (Fig. 1)

• A combinação desfavorável de materiais


da bronzina e do moente leva a um menor
desgaste do moente na área do canal de
óleo (Fig. 2) Fig. 1

(1) Não ocorre qualquer contacto (2) Em virtude do desgaste inferior do (3) No mancal principal inferior, que
metálico na área do canal de óleo na moente na área do canal de óleo pode não possui um canal de óleo, esta
bronzina principal superior. O desgaste formar-se uma elevação mínima (que é aqui elevação causa um maior desgaste no
do moente é inferior ao que existe nas ilustrada de forma exagerada para melhor centro da bronzina. Daí resulta a
áreas que entram em contacto com compreensão). imagem de desgaste típica em forma
a superfície de apoio. de tira do desgaste com elevação.

Fig. 2

Solução
As bronzinas podem continuar a ser • Controle e retificação da saída do orifício
utilizadas conforme a progressão do do óleo
desgaste. Assim que se formarem pontos • Verificar se os moentes do eixo
de fricção ou ficarem visíveis sinais de apresentam uma elevação na área do
fadiga do material, elas devem ser trocadas canal de óleo
e têm de ser tomadas medidas para • Verificar a combinação de materiais do
determinar a causa: moente e da bronzina (dureza do eixo/
bronzina)
• Verificar a rugosidade do moente

Danos em bronzinas  |  29
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.6 Desgaste nas áreas das superfícies de separação do lado oposto

Descrição
• Vestígios de desgaste forte na área das
ranhuras de lubrificação diagonalmente
opostas
• Vértice da bronzina bem menos
desgastado
• Em casos graves: Ocorrências de fadiga
do material e pontos de fricção visíveis

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

É visível um desgaste acentuado na ranhura


de lubrificação, ao passo que o vértice da
bronzina se encontra bem menos
desgastado.

Avaliação
Existe um erro grave, quando as bronzinas deslocamento da capa da biela, fazendo A falta de lubrificante se intensifica ainda
estão desgastadas nessa área. O desgaste com que a película lubrificante não seja mais, à medida que sobe a temperatura,
existente pode dever-se ao deslocamento plenamente resistente e a fricção mista e o processo entra em círculo vicioso até
das bronzinas entre si em virtude de um ocorra pontualmente. Se a falta de aparecerem os primeiros pontos de fricção
erro de montagem. A folga do apoio lubrificante persistir, a temperatura e danos por fadiga em virtude da pressão
é localmente insuficiente devido ao aumenta devido ao calor de fricção gerado. superficial mais alta.

30  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Foi montada a tampa da bronzina errada
• A tampa da bronzina foi instalada girada
em 180 graus
• Uso de uma ferramenta inadequada ou
de parafusos de ajuste errados
• Sequência de aperto errada ou binário
de aperto errado dos parafusos

Solução
Tem de ser trocada a bronzina e eliminada • Efetuar o aperto dos parafusos, respei­
a causa, uma vez que a bronzina não foi tando as indicações do fabricante no que
concebida para sofrer desgaste nessa área. concerne aos binários e à sequência de
• Atender à atribuição das bronzinas ao aperto
cilindro • Verificar o furo cego: a medida, a circula­
• Montar os parafusos certos apenas com ridade, a cilindricidade e a superfície
uma ferramenta adequada devem ficar dentro de determinadas
tolerâncias especificadas

Danos em bronzinas  |  31
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.7 Desgaste bilateral nas áreas das superfícies de separação

Descrição
• Vestígios de desgaste forte na área das
duas ranhuras de lubrificação nas
bronzinas superior e inferior
• Vértice das bronzinas bem menos
desgastado
• Em casos graves: Ocorrências de fadiga
do material e pontos de fricção visíveis

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

Os vestígios de desgaste fortemente


acentuados são reconhecíveis de ambos os
lados na área das superfícies de separação.
Ao mesmo tempo, o vértice/a área de carga
principal da bronzina está bem menos
desgastado(a).

Avaliação
Existe um erro grave, quando as bronzinas e a fricção mista ocorra pontualmente nas aparecerem nessa área os primeiros pontos
estão desgastadas nessa área. A aparência ranhuras de lubrificação. Se a falta de de fricção e danos por fadiga em virtude da
pode ser causada por um furo cego extre­ lubrificante persistir, a temperatura pressão superficial mais alta.
mamente oval. Assim, a folga do apoio aumenta devido ao calor de fricção gerado.
é reduzida na área da superfície de A falta de lubrificante se intensifica ainda
separação, fazendo com que a película mais, à medida que sobe a temperatura,
lubrificante não seja plenamente resistente e o processo entra em círculo vicioso até

32  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Deformação oval do furo da bronzina
devido a carga térmica ou mecânica
• Biela com pé da biela oval: uma biela já
usada voltou a ser montada sem as
retificações necessárias
• Aperto errado dos parafusos ao abrir
o furo cego

Solução
• Verificar a carga no furo da bronzina
• Verificar o furo cego: a medida, a circula­
ridade, a cilindricidade e a superfície
devem ficar dentro de determinadas
tolerâncias – retificar, se necessário,
as peças usadas antes de uma nova
instalação
• Efetuar o aperto dos parafusos,
respeitando as indicações do fabricante
no que concerne aos binários e à
sequência de aperto

Danos em bronzinas  |  33
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.8 Zona de desgaste estreitada no vértice da bronzina

Descrição
• Vestígios de desgaste estreitados no
vértice da bronzina
• Maior incidência na bronzina mais
solicitada
• Em casos graves: Ocorrências de fadiga
do material e pontos de fricção visíveis

Bronzina principal superior


Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis vestígios de desgaste na


área do vértice sob a forma de desgaste por
adaptação/rodagem. Na parte restante da
superfície de deslizamento da bronzina não
são visíveis quaisquer vestígios de
operação.

Avaliação
A aparência é causada por um furo cego ao calor de fricção gerado. A falta de
oval transversal. Assim, a folga do apoio lubrificante se intensifica ainda mais,
é reduzida no vértice, fazendo com que a à medida que sobe a temperatura, e o
película lubrificante não seja plenamente processo entra em círculo vicioso até
resistente e a fricção mista ocorra aparecerem nessa área os primeiros pontos
pontualmente. Se a falta de lubrificante de fricção e danos por fadiga em virtude da
persistir, a temperatura aumenta devido pressão superficial mais alta.

34  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Causas possíveis
• Posicionamento da biela ou das
superfícies de contacto do cárter
• Aperto errado dos parafusos ao abrir
o furo cego
• Carga de pressão extrema sobre a biela

Solução
• Controlar o furo cego correto da linha
da bronzina: medida, circularidade,
cilindricidade, superfície
• Efetuar o aperto dos parafusos,
respeitando as indicações do fabricante
no que concerne aos binários e à
sequência de aperto
• Verificar a carga na biela

Danos em bronzinas  |  35
3 | Desgaste devido a fricção mista

3.5.9 Tiras estreitas sem desgaste nos rebordos da bronzina

Descrição
• Tiras estreitas sem desgaste nos rebordos • Distinção clara reconhecível entre a tira
da bronzina sem desgaste e a área desgastada
• Nenhuns sinais de encosto visíveis
nessa área
• Estrutura de processamento da produção
ainda reconhecível nessa área

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

Ainda são reconhecíveis duas tiras sem


desgaste nos rebordos da bronzina sem
vestígios de desgaste visíveis. A parte
restante da bronzina apresenta uma
alteração de cor ligeiramente enegrecida
que resulta possivelmente da corrosão ou
do desgaste.

Bronzina principal superior


Material composto em aço-alumínio

É reconhecível uma tira sem desgaste no


rebordo da bronzina sem vestígios de
desgaste visíveis. A parte restante da
bronzina apresenta uma formação de
estrias acentuada.

36  |  Danos em bronzinas


Desgaste devido a fricção mista | 3

Avaliação
Devido à saliência axial da bronzina de um
dos lados (Fig. 1) ou de ambos os lados
(Fig. 2) formam-se tiras estreitas sem
desgaste nos rebordos da bronzina que
também não apresentam qualquer
desgaste típico por adaptação/rodagem.
Nestas áreas nunca ocorre qualquer
contacto metálico, independentemente
da rotação do moente.

Fig. 1 Fig. 2

Causas possíveis
• Desvio geométrico do moente
• Foi selecionada a largura da bronzina
errada
• Folga de montagem (deslocamento do
eixo/moente)

Solução
As bronzinas podem continuar a ser • Controlar a geometria correta da cambota
utilizadas conforme a progressão do antes da montagem: medida,
desgaste. Assim que se formarem pontos circularidade
de fricção ou ficarem visíveis sinais de • Trocar a cambota ou montar novas
fadiga do material, elas devem ser trocadas bronzinas adequadas à geometria da
e têm de ser tomadas medidas para cambota
determinar a causa:

Danos em bronzinas  |  37
4 | Danos devido ao efeito de partículas

4.1 Introdução

A entrada de partículas estranhas no


interstício para lubrificação entre as 1 Base em aço
bronzinas e os moentes do eixo envolve um 2 Película de óleo
perigo elevado de dano no apoio. Em 3 Eixo
virtude das espessuras muito reduzidas da 4 Partícula
película lubrificante, basta haver partículas
pequenas para perturbar o funcionamento
e causar fricção mista. Elas podem ser
incrustadas na camada de deslizamento ou
deslizante e ficar assim "neutralizadas".
Os rebordos, que se erguem ao mesmo
tempo, são alisados pelo contacto com
o eixo. As partículas, cujo tamanho excede
a espessura da camada de deslizamento ou
deslizante, não podem ser incrustadas por
inteiro. A parte saliente provoca o desgaste
do moente do eixo sob a forma de estrias.
As estrias fortemente acentuadas reduzem
a vida útil expectável e podem favorecer as
marcas de desgaste da bronzina.

As partículas podem entrar no bloco do


motor e fixar-se logo durante a produção ou
mesmo aquando da reparação do motor.
Pode acontecer por exemplo durante o
jateamento de areia ou de vidro de um
bloco do motor. Mas podem "formar-se" ou
ser introduzidas partículas de sujidade (p.
ex. fuligem ou óleo carbonizado) também
no funcionamento.

A manutenção insuficiente do sistema


de lubrificante ou os efeitos exteriores
extremos promovem adicionalmente
a entrada de sujidade no circuito de Em geral, o perigo de danos devido ao As partículas maiores são logo incrustadas
lubrificante. Também as bronzinas adja­ efeito de partículas é maior no mancal no mancal principal, o que faz com que na
centes danificadas ou outros componentes principal do que no apoio da biela. Por maior parte das vezes não cheguem à apoio
do motor danificados podem introduzir meio dos furos na cambota, os apoios de da biela.
partículas no circuito do óleo. biela são alimentadas com óleo a partir
dos mancais principais, pelo que o óleo flui
primeiro através dos mancais principais
(ver Fig.).

38  |  Danos em bronzinas


Danos devido ao efeito de partículas | 4

Para tirar conclusões sobre a origem das partículas, poderá ser útil efetuar uma análise da
bronzina e uma amostragem do óleo.

Causas possíveis
• Montagem inadequada: a falta de • Danos em vedações na área do motor: se • Marca de desgaste: os componentes do
atenção ou a limpeza insuficiente dos uma vedação for sujeita a esforços motor corroídos (pistões, bronzinas)
componentes do motor aquando da excessivos ou danificada durante introduzem numerosas partículas no
montagem pode causar a entrada de a montagem, esta não cumpre mais sua circuito de lubrificante que, por sua vez,
sujidade no bloco do motor função e as partículas podem entrar podem provocar danos noutros
• Os resíduos, como as aparas metálicas • Manutenção deficiente do sistema de componentes
ou o material decapante remanescente lubrificante: os intervalos de inspeção • Danos por fadiga: caso haja ruturas de
da produção ou revisão, podem formar no excedidos ou os filtros do óleo entupidos material nos componentes do motor, o
bloco do motor depósitos que se soltam podem causar o aumento de sujidade no material arrancado pode ser transportado
durante o funcionamento – Também se óleo pelo óleo até à bronzina e causar danos
trata frequentemente de depósitos • Cavitação: as partículas são arrancadas na mesma
provenientes das peças de montagem, do material da bronzina e transportadas
como p. ex. o radiador de óleo, que não pelo óleo, podendo levar, consoante
foram limpas adequadamente aquando o tamanho, à formação de estrias ou
da reparação de motores incrustações finas na bronzina ou na
bronzina adjacente

Solução
Em geral, as bronzinas podem continuar da produção ou da reparação – Também os • Se não for detetável qualquer influência
a ser utilizadas apesar da formação de canais de óleo das peças de montagem, de partículas, uma análise das bronzinas
estrias ou das partículas incrustadas. como p. ex. do radiador de óleo e danificadas e uma amostra de óleo
Mas isso depende da extensão do dano. turbocompressor, têm de ser limpos a podem ser conclusivas: se as partículas
Convém trocar a bronzina, se houver por fundo ainda estiverem incrustadas na bronzina
exemplo numerosas indentações grandes • Verificar a funcionalidade das vedações ou presentes no óleo, sua composição
de partículas com marcas iniciais de fricção • Trocar o filtro do óleo e o óleo sempre de química pode ser determinada – Caso se
mista em virtude das elevações de material. acordo com as indicações do fabricante: trate p. ex. de material proveniente da
As indentações de partículas finas não certificar-se de que são cumpridos os cambota, será possível efetuar uma
limitam o funcionamento da bronzina. Em intervalos de inspeção e apenas verificação mais precisa dos danos
ambos os casos deve esclarecer-se porém utilizados um óleo e filtro do óleo de boa
a causa: qualidade
• Filtração do ar admitido: realizar
• Limpeza de todos os componentes antes a manutenção do filtro regularmente,
da montagem: é importante lavar todos substituir se necessário
os orifícios de óleo no eixo e no cárter • Verificar outros componentes do motor
antes da colocação em funcionamento quanto a danos como cavitação, fadiga
e limpar as superfícies de assento das ou marcas de desgaste – Os danos nas
bronzinas para remover as aparas bronzinas por efeito de partículas são
pequenas e as partículas provenientes frequentemente danos consequentes

Danos em bronzinas  |  39
4 | Danos devido ao efeito de partículas

4.2 Formação de estrias

Descrição
• Reentrâncias em forma de risco no
sentido de deslizamento com elevações
de material nos rebordos
• Elevações parcialmente reniveladas
devido ao desgaste, brilhantes e claras
• Sobretudo junto com formação de estrias
ou partículas incrustadas na cambota ou
nas bronzinas adjacentes

Apoio da biela do lado da haste


Material composto em aço-latão com
revestimento por eletrodeposição

A estria chega até à camada de latão.


Ocorreram vestígios de desgaste claros ao
lado das estrias em virtude das elevações
alisadas.

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio
com revestimento de polímero

As estrias estão desbastadas até à camada


de liga de alumínio.

40  |  Danos em bronzinas


Danos devido ao efeito de partículas | 4

Avaliação
As partículas, que entram no interstício tempo, estes não podem ser alisados no A formação de estrias poderá dever-se
para lubrificante e não são incrustadas no funcionamento posterior e a temperatura também aos efeitos da fricção mista.
material da bronzina, são forçadas aumenta devido à maior fricção mista no Neste caso ocorrem porém estrias finas
repetidamente através do interstício, contacto com o eixo. Daí resultam e sob a forma de área em ambos os
causando estrias. Conforme a espessura frequentemente pontos de fricção e marcas parceiros de deslize.
dos rebordos, que se erguem ao mesmo de desgaste.

Solução
Caso haja estrias com fortes elevações nos
rebordos, a bronzina tem de ser trocada.
As bronzinas podem continuar a ser
utilizadas, se as estrias existentes
apresentarem porém elevações niveladas
e não for expectável uma influência de
partículas posterior.

Danos em bronzinas  |  41
4 | Danos devido ao efeito de partículas

4.3 Incrustação

Descrição
• Superfície com marcas
• Indentações de partículas (com partículas
ainda parcialmente incluídas) envolvidas
por uma elevação que é visível como ponto
brilhante e claro devido ao desgaste
• Em combinação frequente com a formação
de estrias no moente e na bronzina
• Em casos graves são visíveis pontos de
fricção que se prolongam a partir das
incrustações

Apoio da biela do lado da tampa


Material composto em aço-alumínio

São visíveis indentações de partículas finas


e formações de estrias individuais.

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

São visíveis indentações de partículas


grandes sem partículas incrustadas. As
partículas causaram elevações de material
que provocaram um ponto de fricção no
centro da bronzina.

42  |  Danos em bronzinas


Danos devido ao efeito de partículas | 4

Avaliação
As partículas, que entram no interstício A incrustação plana ocorre, quando o Neste caso, as partículas incrustadas
para lubrificante, podem ser incrustadas no tamanho da partícula excede a espessura cor­tam a superfície do eixo e removem
material da bronzina. Dependendo da da camada. As partículas são incrustadas material (fiapos metálicos). As partículas,
espessura da camada de deslizamento/ de forma incompleta e ficam salientes na que voltam a ser incrustadas, intensificam
deslizante pode ser feita a distinção entre superfície da bronzina. Elas geram o dano no apoio e frequentemente não
incrustação profunda e plana. No caso da desgaste e a formação de estrias na é possível evitar a danificação total do
incrustação profunda, as partículas são superfície do moente. moente e da bronzina.
totalmente integradas na camada de
des­li­zamento ou deslizante. Tal só é As elevações de rebordo ou saliências de Ou seja, as incrustações de partículas
possível, quando o tamanho da partícula partículas não totalmente incrustadas podem resultar em pontos de fricção
for inferior à espessura da camada. prejudicam a formação da película e marcas de desgaste.
O material da bronzina, que se ergueu lubrificante e podem ocorrer estados de
durante a incrustação, é alisado nos fricção mista. A chamada formação de
contactos subsequentes com o eixo em fiapos é outra consequência possível.
virtude do desgaste.

Solução
Se as incrustações de partículas grandes se
juntarem ao desgaste inicial do moente e da
bronzina, a bronzina deverá ser trocada. O
funcionamento da bronzina não está
comprometido, se houver incrustações de
partículas finas, cujas elevações foram
alisadas, e não for expectável uma influência
de partículas posterior.

Danos em bronzinas  |  43
4 | Danos devido ao efeito de partículas

4.4 Vestígio alongado de sujidade

Descrição
• As indentações individuais e dispostas
umas atrás das outras formam vestígios
em cuja extremidade podem estar
incrustadas partículas
• Normalmente sua posição é oblíqua em
relação ao rebordo da bronzina
• Elas prolongam-se a partir dos canais
de óleo ou orifícios de lubrificação
• Em combinação frequente com a
formação de estrias no moente e
formação de estrias/incrustação de
partículas na bronzina

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

Ocorreu um vestígio alongado de sujidade


que se prolonga a partir da superfície de
separação. São visíveis várias indentações
de partículas grandes umas atrás das
outras – em posição oblíqua. Parcialmente
existem ainda partículas incrustadas.

44  |  Danos em bronzinas


Danos devido ao efeito de partículas | 4

Avaliação
As partículas muito grandes e duras, que
entram no interstício para lubrificante, não
podem ser incrustadas no material da
bronzina. Elas são então forçadas através
do interstício para lubrificante, mas
emperram constantemente. A ocorrência
é frequentemente visível a partir dos canais
de óleo ou orifícios de óleo, pois as
partículas foram introduzidas lá. As fortes
elevações ao longo do vestígio alongado
causam pontos de fricção e marcas de
desgaste.

Solução
Se houver fortes elevações ao longo do
vestígio alongado ou sinais de um ponto de
fricção, a bronzina tem de ser trocada. No
entanto, as bronzinas podem continuar a
ser utilizadas, se as elevações estiverem
niveladas e não existir mais o perigo de
uma influência de partículas posterior.

Danos em bronzinas  |  45
4 | Danos devido ao efeito de partículas

4.5 Camada inferior do lado posterior da bronzina

Descrição
• Diferença localmente limitada das marcas
de apoio
• Ponto de desgaste claro na superfície de
deslizamento
• Resíduos de partículas/indentações
frequentes na base em aço da bronzina Bronzina principal inferior
Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis uma diferença clara das


marcas de apoio e um desgaste em forma
de ponto na superfície de deslizamento.
O ponto de pressão resultou de partículas
no lado posterior da bronzina.

• Em casos graves são reconhecíveis fortes


marcas de fricção mista sob a forma de
pontos de fricção e ocorrências de fadiga
na superfície de deslizamento da
bronzina

Imagem do lado posterior da bronzina

46  |  Danos em bronzinas


Danos devido ao efeito de partículas | 4

Avaliação
A sujidade ou os resíduos de óleo (óleo
carbonizado) no lado posterior da bronzina
resultam em pontos de pressão locais que
são reconhecíveis na superfície de
deslizamento da bronzina. No interior da
bronzina ocorre um desgaste superior ao
da restante área da mesma em virtude da
pressão. Ele é reconhecível sob a forma de
uma diferença evidente e sobretudo clara
e brilhante em relação ao vestígio de
desgaste. Daí podem resultar pontos de 1 Cárter
fricção, marcas de desgaste e danos por 2 Eixo
fadiga, consoante a extensão dos pontos 3 Partícula
de pressão.

Solução
A reutilização da bronzina depende da
progressão do desgaste da camada
deslizante. Assim que ocorrerem pontos
de fricção ou ocorrências de fadiga, como
fissuras ou ruturas na área do ponto de
pressão, a bronzina deve ser trocada.
Caso contrário existe o perigo de
danificação total. O material arrancado
pode causar um dano consequente na
mesma bronzina ou numa bronzina
adjacente.

Danos em bronzinas  |  47
5 | Erosão e cavitação

5.1 Erosão

Descrição
• Formação de estrias finas no sentido do
fluxo de óleo
• Rugosidade e fendimento da camada
deslizante/camada de deslizamento

Avaliação
A erosão é uma forma de eliminação A erosão ataca e ativa quimicamente
abrasiva de material que se deve às forças a superfície do material, o que favorece
de fluxo do óleo. Esse efeito é intensificado a corrosão inicial. A resistência à fadiga
pelas micropartículas no óleo, como do material é igualmente prejudica, uma
p. ex. resíduos de combustão ou abrasão. vez que o fendimento da superfície pode
A erosão também resulta frequentemente provocar fissuras. Ocorrem danos por fadiga.
da cavitação, pois esta faz com que as
partículas sejam soltas do material e A erosão ocorre com cada vez mais
introduzidas no sistema de lubrificante. frequência devido ao uso de óleos líquidos.

Causas possíveis
• Rotações altas e folgas do apoio • Micropartículas no fluxo de óleo: as
reduzidas partículas podem ser provenientes de
• Utilização de óleos de motor errados p. áreas diferentes do motor e resultar
ex. com aditivos incorretos ou em falta p. ex. de uma combustão incompleta ou
de cavitação

Solução
• Manter a temperatura do óleo baixa
mediante uma refrigeração adequada
• Trocar o filtro do óleo e o óleo sempre de
acordo com as indicações do fabricante:
certificar-se de que são cumpridos os
intervalos de inspeção e apenas
utilizados um óleo e filtro do óleo de boa
qualidade

48  |  Danos em bronzinas


Erosão e cavitação | 5

5.2 Cavitação

A cavitação é causada pelo fluxo do Isto pode ser explicado pelo fato não só
lubrificante através do interstício da a cavitação, como também a erosão
bronzina. A pressão de vapor do óleo atacarem e ativarem quimicamente as
utilizado é decisiva para o efeito. camadas anticorrosivas e assim poderem
causar a corrosão.
Para ser mais preciso, a cavitação é apenas
o processo físico da formação de bolhas de Cavitação
vapor num líquido que por si só não Quando a pressão de vapor do óleo
provoca qualquer dano na bronzina. utilizado não é alcançada, formam-se
Só a erosão de cavitação corresponde à bolhas de gás e de vapor que são
respetiva imagem do dano mediante a transportadas pelo fluxo. Isto é designado
eliminação de material típica nesse âmbito por cavitação. Assim que a pressão estática
que decorre da implosão das bolhas de volta a aumentar, as bolhas implodem
vapor nas áreas abaixo da pressão de vapor e ocorrem golpes de aríete intensos, os
(cavitação <–> erosão de cavitação). chamados microjatos, bem como
temperaturas elevadas. Os golpes de aríete
No caso de algumas imagens de danos provocam ruturas de material e eliminação
poderá ser difícil fazer a distinção entre de material, a erosão de cavitação.
cavitação, erosão e corrosão apesar das
formas de ocorrência diferentes. Há
também frequentemente formas de
transição complexas, como a erosão de
cavitação ou a corrosão por erosão.

A bolha de cavitação é gerada A implosão começa O microjato é gerado O microjato irrompe pela bolha
e cresce de cavitação e incide sobre
a superfície

Danos em bronzinas  |  49
5 | Erosão e cavitação

Descrição
• Cavitação na ranhura de lubrificação: A cavitação também pode ocorrer noutras e ligeiramente rugosos que também podem
rutura em forma de ponto ou cogumelo na áreas da bronzina, como p. ex. no vértice. dever-se à erosão ou corrosão.
ranhura de lubrificação em direção à Estas formas são porém bem mais difíceis
superfície de separação, ponto de distinguir da erosão e corrosão. Na
claramente rugoso e baço maior parte das vezes não são detetáveis
• Cavitação à saída do canal de óleo: rutura ruturas de material, como nas formas
em forma de cogumelo à saída do canal supracitadas, mas sim pontos baços
de óleo, ponto rugoso e baço

Apoio da biela do lado da tampa


Material composto em aço-alumínio

Cavitação na ranhura de lubrificação:


é reconhecível uma clara eliminação de
material. A área parece baça em
comparação com o material circundante.

Bronzinas principais superiores


Material composto em aço-alumínio

Cavitação à saída do canal de óleo: é visível


uma rutura em forma de cogumelo do
material da bronzina. A área é bem mais
baça e rugosa em comparação com o
material circundante.

50  |  Danos em bronzinas


Erosão e cavitação | 5

Avaliação
Os golpes de aríete, que resultam da
desintegração das bolhas de gás e de vapor
perto da superfície da bronzina, levam a
ruturas de material (ver capítulo: "Erosão
e cavitação – Introdução"). A cavitação
é frequentemente acompanhada de erosão
e corrosão e pode causar a formação de
estrias finas na mesma bronzina ou em
bronzinas adjacentes.
Medição em 3D – Cavitação

Causas possíveis
As temperaturas elevadas e as matérias • Os óleos com baixa viscosidade de um dos lados em virtude do efeito de
adicionadas com baixo ponto de ebulição aumentam o perigo de cavitação aspiração gerado
podem promover a cavitação. • As camadas ocas/camadas inferiores • Oscilações do furo da bronzina
• Matérias adicionadas no óleo: água, (p. ex. depósitos de óleo) no lado (sobretudo nos pés da biela) devido a
combustível ou abrasão e sujidade posterior da bronzina podem causar deformação ou flexão – Dá-se uma queda
• Pressão de óleo insuficiente: há perdas oscilações/vibrações na bronzina e, de pressão na película de óleo
de pressão imprevistas (p. ex. devido a por conseguinte, cavitação
uma bomba de óleo defeituosa) ou está Cavitação por fluxo:
ajustada uma pressão de óleo demasiado Cavitação por oscilação ou aspiração: • As interrupções nas superfícies (orifícios
baixa • O interstício para lubrificante é dema­ de óleo, canais de óleo) e as inversões do
• Pressão de vapor muito baixa do óleo siado grande, o que faz baixar a pressão fluxo de óleo podem causar a queda de
utilizado hidrodinâmica no interstício da bronzina pressão
• Aumento da temperatura na bronzina • Oscilações da cambota: o movimento do
(p. ex. devido à falta de óleo) moente provoca uma queda de pressão

Solução
As bronzinas, que apresentem cavitação, • Usar óleos de qualidade e efetuar a • Verificar o interstício para lubrificante
não precisam de ser trocadas. A influência mudança do óleo e do filtro regularmente e reajustar eventualmente a folga do
na dinâmica da bronzina pode reduzir a de acordo com as indicações do apoio
vida útil, conforme a extensão da cavitação. fabricante • Verificar a carga do motor quanto
Não há porém o perigo de danificação total. • Verificar e reajustar eventualmente a a esforços vibratórios (vibrações)
pressão de óleo • Verificar o óleo quanto à diluição do
• Empregar óleo com maior pressão de combustível
vapor: o óleo deverá ser porém compatível
com todos os componentes do motor;
consultar o fabricante se necessário

Danos em bronzinas  |  51
6 | Danos por fadiga

6.1 Introdução

A fadiga ocorre, quando a resistência à


fadiga do material é excedida localmente.
Abrem-se as primeiras fissuras (Fig. 1) que
continuam a crescer em virtude do efeito de
entalhe e forma-se uma rede de fissuras
(Fig. 2). Mais tarde ocorrem ruturas (Fig. 3)
no metal do apoio. A rede de fissuras e as
ruturas diminuem a resistência da
bronzina, pelo que a carga pode causar
uma rutura devido à fadiga. A bronzina
perdeu sua capacidade de funcionamento e
existe uma danificação total.
Em virtude das ruturas de material são Fig. 1
introduzidas partículas no sistema de
lubrificante. Pode ocorrer a formação de
estrias ou a incrustação de partículas na
mesma bronzina ou em bronzinas
adjacentes. Também podem ser causados
pontos de fricção e marcas de desgaste na
mesma bronzina ou em bronzinas
adjacentes.

Fig. 2

Fig. 3

52  |  Danos em bronzinas


Danos por fadiga | 6

Causas possíveis
As ocorrências de fadiga, como fissuras • Fraca qualidade ou envelhecimento do
e ruturas do metal do apoio, são causadas óleo: se for usado um óleo impróprio ou
pelo esforço excessivo dinâmico. As caso o óleo não tenha qualidade
respetivas causas podem ser variadas: suficiente devido ao envelhecimento,
• Sobrecarga: a fadiga do material ocorre, podem ocorrer dificuldades na formação
caso sejam exercidas sobre a bronzina da película lubrificante
forças superiores ao que o • Oscilações: se a bronzina for
dimensionamento permite – as falhas de adicionalmente sujeita a esforços em
combustão, como p. ex. detonações, virtude de tensões variáveis resultantes
aumentam a pressão sobre o pistão e, de oscilações, aumenta o perigo de
consequentemente, sobre o apoio da fadiga do material.
biela • Altas temperaturas: as altas temperaturas
• O tamanho do interstício para lubrificante favorecem a fadiga do material, pois
é insuficiente, não podendo formar-se reduzem a resistência do material da
uma película lubrificante resistente: bronzina
Nesses pontos, a pressão da película
lubrificante aumenta e ocorrem pressões
superficiais elevadas, o que se pode
dever a desvios e defeitos de forma, de
geometria ou de montagem (ver capítulo:
"Casos especiais de desgaste devido
a fricção mista"), a observação das
bronzinas adjacentes poderá ser conclusiva

Solução
• Verificar a carga das bronzinas; poderá • Controlar o alinhamento do furo do • Usar apenas o óleo recomendado pelo
ser necessário empregar uma bronzina mancal principal (observar os binários de fabricante e observar os intervalos na
mais resistente à fadiga aperto especificados dos parafusos, troca do óleo
• Controlar a geometria correta da arrefecer o motor adequadamente) • Assegurar uma refrigeração adequada
cambota: medida, circularidade, • Verificar as bielas quanto à angularidade do motor
cilindricidade, ondulação, rugosidade antes da instalação
superficial • Calibrar a cambota aquando da
• Controlar o furo cego correto da linha instalação
da bronzina: medida, circularidade,
cilindricidade, superfície

Danos em bronzinas  |  53
6 | Danos por fadiga

6.2 Fissuras e ruturas da camada de deslizamento

Esse tipo de dano ocorre apenas em Descrição


bronzinas com uma camada de • São reconhecíveis pequenas fissuras na imagem do dano lembra as marcas de
deslizamento aplicada que seja composta camada de deslizamento: sobretudo devoramento de um escolitídeo
por um revestimento de polímero/laca transversalmente ao sentido de desloca­ • São frequentemente frequentemente
deslizante, galvânico ou por mento, sendo frequentemente designa­ acompanhadas de desgaste nos rebordos
eletrodeposição. das por "escolitídeo", uma vez que a e alterações de cor da superfície da
bronzina

Apoio da biela do lado da haste


Material composto em aço-latão com
revestimento por eletrodeposição

A bronzina exibe ocorrências de fadiga


na direção da ranhura de lubrificação sob
a forma de fissuras e primeiras ruturas
até à camada de latão.

Bronzina principal
Material composto em aço-bronze com
revestimento por galvanoplastia

O desgaste de um dos lados nos rebordos


em ambas as bronzinas causou a fadiga da
camada galvânica e gerou a típica imagem
do dano de escolitídeo.

Nota:
Causas possíveis e solução,
ver capítulo "6.1 Introdução"

54  |  Danos em bronzinas


Danos por fadiga | 6

6.3 Fissuras e ruturas do metal do apoio

Descrição
• Fissuras e ruturas semelhantes às das
pedras da calçada até ao interior do
material da bronzina
• Rebordos da rutura arredondados devido
ao desgaste conforme o tempo de
funcionamento posterior

Apoio da biela do lado da haste


Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis ruturas e fissuras


amplas.

Nota:
Causas possíveis e solução, ver
capítulo "6.1 Introdução"

Danos em bronzinas  |  55
7 | Danos por sobreaquecimento

7.1 Introdução

Os danos por sobreaquecimento resultam A estrutura é alterada localmente e a


de desenvolvimentos drásticos da resistência à fadiga do material diminui
temperatura na capa de bronzina que são logo com as primeiras marcas de
acompanhados de uma forte fricção mista. sobreaquecimento. Nos pontos afetados
Por conseguinte, os pontos de fricção ou formam-se fissuras por calor.
marcas de desgaste vêm também sempre
associados a fissuras por calor, alterações
de cor e derretimentos.

A evacuação do calor através do lubrifi­


cante é essencial nesse âmbito. Ocorre uma
danificação total, se deixar de haver
evacuação do calor.

Causas possíveis
• Dano subsequente devido ao crescente
desenvolvimento da temperatura em
virtude dos pontos de fricção, marcas de
desgaste ou desgaste nos rebordos
• Evacuação do calor insuficiente através
do lubrificante (ver capítulo: "Causas
possíveis – Pontos de fricção")

Solução
Se ocorrerem danos por sobreaquecimento,
a bronzina tem de ser trocada e as causas
deverão ser investigadas. Em caso de dano
consequente, a causa do dano primário
deverá ser eliminada. Se não for visível
qualquer outro dano da bronzina, têm de
ser verificados o circuito de lubrificante
(ver capítulo: "Solução – Pontos de
fricção") e a carga da bronzina.

56  |  Danos em bronzinas


Danos por sobreaquecimento | 7

7.2 Fissuras por calor

Descrição
• Fissuras em rede visíveis
• Derretimentos e alterações de cor
da bronzina

Apoio da biela do lado da tampa e da


haste
Material composto em aço-bronze com
revestimento por galvanoplastia

Na camada deslizante das bronzinas


corroídas são visíveis alterações de cor
e derretimentos nítidos. A formação de
fissuras é sobretudo reconhecível na área
dos rebordos.

Nota:
Para causas possíveis e solução,
ver capítulo "7.1 Introdução"

Danos em bronzinas  |  57
7 | Danos por sobreaquecimento

7.3 Derretimentos da camada deslizante

Descrição:
• Deslocamentos do material e borrões
visíveis na superfície de deslizamento
• Junto com fissuras por calor e alterações
de cor da bronzina

Apoio da biela do lado da tampa


Material composto em aço-bronze com
revestimento por galvanoplastia

Na camada galvânica são visíveis


derretimentos brancos.

Nota:
Para causas possíveis e solução,
ver capítulo "7.1 Introdução"

58  |  Danos em bronzinas


Danos por sobreaquecimento | 7

7.4 Alterações de cor da camada deslizante ou do lado posterior da bronzina

Descrição
• Alterações de cor, que variam entre o
azulado e o preto, na camada deslizante
ou no lado posterior da bronzina
• Junto com fusões localizadas
e desprendimentos/deslocamentos
do material

Apoio da biela do lado da haste


Material composto em aço-bronze com
revestimento por galvanoplastia

O lado posterior da bronzina têm uma


coloração preta após um marca de desgaste
da bronzina.

Apoio da biela do lado da tampa


Material composto em aço-bronze com
revestimento por galvanoplastia

A cor de revenido é reconhecível na camada


deslizante.

Nota:
Para causas possíveis e solução,
ver capítulo "7.1 Introdução"

Danos em bronzinas  |  59
8 | Corrosão

8.1 Corrosão por fricção/corrosão por atrito

Descrição Bronzina principal inferior


• Superfície com marcas do lado posterior Material composto em aço-alumínio
da bronzina ou na área da superfície de
separação
• Pontos rugosos e baços Também na área da superfície de separação
podem ser visíveis sinais dos movimentos
da bronzina sob a forma de corrosão por
fricção. A superfície do material está
claramente alterada (Fig. 1).

Fig. 1

Bronzinas principais superiores


Material composto em aço-alumínio

São reconhecíveis vestígios claros de


corrosão por fricção – em parte com áreas
de material arrancadas (Fig. 2).

Aqui são reconhecíveis características


nítidas de uma corrosão por fricção sob
a forma de área: com áreas de material
arrancadas e marcas na superfície (Fig. 3).

Fig. 2 Fig. 3

60  |  Danos em bronzinas


Corrosão | 8

Avaliação
Quando a bronzina não assenta correta­ Estes sobreaquecimentos causam A corrosão por fricção reduz a resistência
mente no suporte de apoio, os movimentos derretimentos e a respetiva superfície típica à fadiga do material, uma vez que
relativos existentes (movimentos com marcas. Ocorrem transmissões de é propiciada a formação de microfissuras.
microdeslizantes) causam a corrosão por material entre o lado posterior da bronzina Podem ocorrer danos por fadiga com
fricção. O calor de fricção, decorrente do e o furo. consequências, como fissuras ou ruturas
movimento da bronzina, não pode ser devido à fadiga.
dissipado através do lubrificante como no O meio ambiental pode penetrar nas
interior da mesma e provoca sobreaqueci­ superfícies já rugosas e quimicamente
mentos locais na base em aço. ativadas e acelerar a corrosão.

Causas possíveis
• Pré-tensão insuficiente devido a um furo bronzina podem deformar-se de modo • Aperto insuficiente dos parafusos
cego demasiado grande ou uma bronzina variável sob uma influência térmica • Oscilações do cárter ou da cambota que
muito pequena extrema, tornando eventualmente provocam micromovimentos (as
• Saliência da bronzina insuficiente: insuficiente o assentamento da bronzina oscilações e vibrações também podem
a saliência da bronzina garante o • Flexão da cambota: a flexão da cambota ser propiciadas por camadas inferiores ou
assentamento mediante um ajuste imprime marcas de apoio especiais na camadas ocas)
forçado adequado superfície de deslizamento da bronzina
• Deformação da carcaça: nas carcaças de (ver capítulo: "Casos especiais de
motor em alumínio, a carcaça e a desgaste devido a fricção mista")

Solução
Caso sejam reconhecíveis sinais de • Saliência: para gerar o ajuste forçado • Efetuar o aperto dos parafusos,
corrosão por atrito, a bronzina tem de ser desejado para o assentamento, a respeitando as indicações do fabricante
trocada, pois a resistência à fadiga poderá bronzina tem de apresentar uma saliência no que concerne aos binários e à
já estar reduzida. adequada sequência de aperto
• O furo do alojamento e o diâmetro • Verificar o furo do alojamento e o cárter • Verificar o motor quanto a vibrações
exterior da bronzina deverão encontrar-se quanto a possíveis deformações e oscilações durante o funcionamento
na margem de tolerância para cumprir • Calibrar a cambota aquando da
a folga do apoio especificada instalação e verificar a solicitação do eixo

Danos em bronzinas  |  61
8 | Corrosão

8.2 Corrosão química

Descrição
• Alterações de cor da superfície do
material, sobretudo na área de carga
principal
• Superfície de deslizamento rugosa
e porosa

Bronzina principal inferior


Material composto em aço-alumínio

Os depósitos de produtos de corrosão são


visíveis na superfície de deslizamento da
bronzina, sendo especialmente acentuados
no centro da bronzina. O depósito é visível
através da formação de manchas.
A rugosidade da superfície de deslizamento
da bronzina é reconhecível na área corroída
sob observação microscópica.

62  |  Danos em bronzinas


Corrosão | 8

Avaliação
As corrosões químicas são provocadas por O ataque químico diminui a resistência
reações entre a bronzina e o óleo do motor. à fadiga do material, acelerando os danos
A reação química deve-se aos aditivos por fadiga já sob carga reduzida.
agressivos no óleo ou às contaminações
do óleo durante o funcionamento.

Causas possíveis
• O desgaste, a cavitação e a erosão podem • Aditivos de óleo agressivos inadmissíveis • As elevadas temperaturas de
favorecer a corrosão, pois atacam e • Produtos agressivos resultantes da funcionamento aceleram os processos
ativam quimicamente a superfície do combustão (enxofre, sulfureto de químicos, como o envelhecimento do
material hidrogénio) óleo
• Formação de ácidos e sais metálicos em • Contaminação do óleo com água ou
virtude do envelhecimento do óleo fluidos anticongelantes

Solução
As bronzinas corroídas têm de ser
substituídas.
• Efetuar a mudança do óleo sempre de
acordo com as indicações do fabricante
• Utilizar apenas óleos de qualidade
isentos de aditivos agressivos
• Arrefecer o motor adequadamente

Danos em bronzinas  |  63
9 | Danos nas arruelas de encosto

9 Danos nas arruelas de encosto

As arruelas de encosto permitem absorver Isto é conseguido mediante as arruelas de


as forças axiais que ocorrem por exemplo encosto utilizadas ou os mancais de colar
ao acionar a acoplamento. Por conseguinte, pré-montados e prontos para instalação ou
um ponto de apoio é sempre apoiado as bronzinas de impulso.
axialmente no jogo de mancais principais.

Formação de fissuras entre os rebordos


exteriores

Rutura ampla do material no rebordo


exterior da arruela de encosto

Causas possíveis
• A folga axial insuficiente faz com que • Carga axial excessiva
a arruela de encosto seja pressionada • Carga axial permanente
contra o parceiro de deslize • Flange do eixo demasiado rugoso

Solução
• Controlar a folga axial da cambota • Verificar a carga axial na arruela de
e cumprir a margem de tolerância encosto
especificada – inserir uma arruela de
encosto com nível da submedida se
necessário

64  |  Danos em bronzinas


Danos nas arruelas de encosto | 9

Estado novo antes do


funcionamento
Desgaste por deslizamento:
Vestígios de desgaste visíveis na superfície
de deslizamento da arruela de encosto

Desgaste avançado por deslizamento:


Deslocamento do material e eliminação,
canais de óleo quase inexistentes

Marcas de desgaste:
Áreas de material arrancadas e formação
de estrias intensa, os canais de óleo já não
são visíveis

Danificação total

Danos em bronzinas  |  65
10 | Glossário

Termos técnicos e designações na bronzina

1 Superfície de separação 1 Ranhura de lubrificação na superfície frontal


2 Ranhura de lubrificação da superfície de deslizamento 2 Ranhura de lubrificação na superfície de separação
3 Espessura da parede 3 Canal de óleo na superfície frontal
4 Cames de fixação à esquerda e à direita 4 Guia
5 Superfície frontal 5 Bolsa de óleo
6 Orifício do óleo 6 Superfície de deslizamento
7 Superfície de deslizamento 7 Superfície frontal
8 Canal de óleo interior 8 Espessura do flange
9 Largura da bronzina 9 Largura da bronzina
10 Distância entre flanges

1 Saliência de fixação
2 Canal de óleo

66  |  Danos em bronzinas


Glossário | 10

Explicação dos termos técnicos

Abertura Bielas trincadas Do lado da haste/tampa


A medida de abertura indica a diferença As bielas trincadas são, de início, Para se poder montar a biela na cambota,
do diâmetro exterior em relação à forma fabricadas inteiriças, munidas em seguida o apoio da biela é composta por uma
circular ideal na área da superfície de de linhas da rutura (bielas sinterizadas) ou bronzina do lado da haste e outra do lado
separação. Ela representa a recuperação de entalhes a laser (bielas de aço) e depois da tampa. No estado montado, os para­
elástica após a moldagem e é medida em partidas especificamente em duas peças fusos de biela unem o par de bronzinas
estado não montado. A pré-tensão da (trincar). Ambas as peças são aparafusadas numa bronzina fechada com precisão.
bronzina, que daí resulta, facilita a monta­ durante a montagem da biela e podem ser A bronzina do lado da haste é bem mais
gem graças ao encosto correto à parede do unidas com exatidão graças à geometria da sujeita a esforços mecânicos do que a do
alojamento e impede que tombe ou rode. quebra. lado da tampa, uma vez que ela transmite
à cambota a força do gás resultante do
Abrasivo processo de combustão. Nomeadamente
Que retifica/esmerila nos motores diesel sobrealimentados, a
capa de bronzina sofre cargas específicas
Assentamento por pressão e saliência de 100 MPa e mais. O apoio da biela do
As camisas e bronzinas são principalmente lado da tampa serve para fechar a bronzina.
fixadas no cárter através de ajustes força­
dos. No caso das bronzinas, o assenta­ Enchimento com óleo sob pressão
mento da saliência deve-se ao fato de Para evitar danos de rodagem, como
ambos os semicilindros serem fabricados p. ex. o funcionamento a seco das
com um comprimento circunferencial bronzinas, o sistema de óleo tem de ser
superior a 180°. A diferença entre a medida Cames de fixação atestado com óleo sob pressão e sangrado
real do comprimento circunferencial da Os cames de fixação são instalados nas antes do primeiro arranque do motor.
bronzina e o comprimento circunferencial bronzinas na área da superfície de
relativo aos 180° é designado por saliência. separação. Eles evitam erros na montagem Erosão
A saliência da bronzina influencia graças ao posicionamento axial. Eliminação de material devido à energia
diretamente o assentamento por pressão. cinética de substâncias sólidas, líquidas ou
Circularidade gasosas que agem sobre a superfície.
Barreira de difusão O circularidade de um elemento rotativo
A barreira de difusão é uma camada fina num corte transversal (na vertical em Espessura da parede
que é composta na maioria das vezes por relação ao seu eixo real) é igual à largura A folga do apoio é ajustada através da
níquel (Ni) ou níquel cromo (NiCr) e que mínima do anel entre dois círculos com um espessura da parede da bronzina. Uma vez
pretende evitar a difusão de estanho entre centro comum. Neste corte transversal, que o diâmetro exterior é especificado pelo
a camada de deslizamento com revesti­ o centro pode ser deslocado livremente de ajuste forçado, a folga do apoio em relação
mento por eletrodeposição ou galvânica modo a que essa largura do anel atinja ao diâmetro do eixo pode ser adaptada,
(camada da bronzina mais alta) e o material o valor mínimo. Ao mesmo tempo, todos os variando a espessura da parede. Para os
da bronzina em bronze. Uma difusão de pontos do elemento estão localizados entre eixos reparados há bronzinas com diversos
estanho alteraria as propriedades esses dois círculos. níveis de sobremedida (espessuras da
mecânicas da camada de deslizamento parede maiores).
e do metal do apoio.

Danos em bronzinas  |  67
10 | Glossário

Força axial Ranhura de lubrificação é substituída por uma camada de desliza­


Uma força que atua no sentido do eixo de A área da bronzina, onde a espessura da mento com revestimento por eletrode­
um corpo rotativo. parede é reduzida no sentido da superfície posição. As bronzinas com revestimento
de separação. Isto compensa as por eletrodeposição são principalmente
Fricção de fluidos imprecisões de montagem. usadas do lado da pressão das apoios de
Também designado por atrito do fluido. biela. As contrabronzinas são bronzinas
Nas bronzinas hidrodinâmicas, a película Revestimento de polímero bimetais ou trimetais convencionais.
lubrificante resistente não se forma com Também laca deslizante de polímero. Este A posição de montagem correta da bronzina
rotações baixas, ocorrendo a fricção mista é composto por uma resina de poliamida com revestimento por eletrodeposição é um
entre o moente e a bronzina. A fricção de resistente à temperatura e à sujidade com requisito essencial para a segurança de
fluidos, que corresponde ao estado uma percentagem elevada de materiais de funcionamento.
desejado, só ocorre a partir da rotação de enchimento que reduzem a fricção e o
desacoplamento. Neste caso é formada a desgaste. A nova combinação de metal e Rotação de desacoplamento
película lubrificante resistente e minimi­ polímero resulta numa capacidade de carga Descreve o ponto de desacoplamento –
zado o desgaste do moente e da bronzina. 20% superior à das bronzinas bimetais a faixa onde ocorre a transição da fricção
convencionais, uma resistência maior ao mista para a fricção de fluidos em função
Galvanoplastia desgaste e uma fricção menor. da velocidade de deslizamento superior.
Processo de revestimento eletroquímico – Nas bronzinas hidrodinâmicas – como as
As camadas galvânicas são aplicadas nas Revestimento por eletrodeposição que são usadas em motores de combustão
bronzinas com retificação final por via As potências mais elevadas dos motores – a fina película lubrificante apenas se
eletroquímica e permitem cargas específi­ requerem, em especial para os apoios de forma com velocidades de deslizamento
cas de até aprox. 100 MPa. As camadas biela, materiais com uma resistência à superiores. Com velocidades de
galvânicas pretendem facilitar os processos fadiga consideravelmente superior, uma deslizamento baixas, estas bronzinas têm
de adaptação na rodagem e melhorar não taxa de desgaste mais reduzida na zona de de sofrer um fricção mista com elevada
só a tolerância das bronzinas às partículas, fricção mista e uma boa resistência à fricção de corpos sólidos. Por esse motivo,
como também suas características de corrosão perante temperaturas elevadas. interessa sempre manter tão breve quanto
marcha de emergência. Esse requisito complexo é satisfeito por possível o funcionamento com fricção
meio da deposição física em fase de vapor mista.
Pontos de fricção (PVD). No alto vácuo as partículas mais
Um precursor da marca de desgaste que finas são expelidas de um dispensador. Sistema Start/Stop automático
é causado por uma forte fricção mista Com o auxílio de campos eletromagnéticos, O modo Start/Stop em motores de
(p. ex. devido à falta de óleo lubrificante). são uniformemente aplicadas sobre a parte combustão é imposto principalmente
A formação de estrias, as marcas de fricção a revestir. Estas camadas de magnetrão se devido à redução exigida da emissão
mista e os deslocamentos da camada de caracterizam pela distribuição de CO2. No modo Start/Stop, o motor para
deslizamento são típicos dos pontos de extremamente fina das partes integrantes quando o veículo está imobilizado e volta
fricção. da estrutura. a pegar automaticamente para o arranque.
O ponto de partida é a conhecida bronzina Tal exige das bronzinas no interior do motor
trimetal. A estrutura de base foi mantida. uma maior resistência à fricção mista. Em
A camada galvânica de deslizamento cada processo Start/Stop, as bronzinas

68  |  Danos em bronzinas


Glossário | 10

saem da área operacional hidrodinâmica


e agem na faixa de fricção mista até ao
ponto zero da velocidade de deslizamento.
Só as camadas de deslizamento
especialmente otimizadas para o efeito
garantem a resistência adequada ao
desgaste sob estas condições que são
extremamente críticas para a bronzina do
ponto de vista tribológico.

Superfície de separação
As superfícies de separação da bronzina
constituem as extremidades livres da
secção de cilindro oco. Estas superfícies
são criadas ao separar a platina da cinta
ou mediante a respetiva retificação.
Na montagem, as bronzinas superior
e inferior são unidas no cárter através das
superfícies de separação para efetuar o
assentamento por pressão em virtude da
saliência.

Sistemas de ranhura/canal de óleo


Os sistemas de ranhura são precisos para
distribuir o lubrificante necessário na
bronzina e assim possibilitar um estado de
funcionamento hidrodinâmico. Eles são
preferencialmente dispostos na área da
bronzina sem carga. Os sistemas de
ranhura asseguram também a distribuição
do lubrificante por outros consumidores.

Vestígio de desgaste/marcas de apoio


Aparência da superfície de deslizamento
da bronzina que se deve ao contacto com
o moente durante o funcionamento.

Danos em bronzinas  |  69
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70  |  Danos em bronzinas


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Engine bearings with polymer coating Tips and tricks ...


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with the exhaust manifold or intake • Check for correct function in the oil
manifold and the cylinder head bolts pump, oil pressure control valve, water
must be tightened according to the charge air cooler thoroughly and check pump and vibration damper.
for blockages, it is imperative to replace •
• Clean all attachments thoroughly before this in the case of previous turbocharger -
installation and check for damage. damage. cle manufacturer.
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blockages, it is imperative to replace this correct operation and replace in case of


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