O documento discute como a sociedade atual é apática em relação à dor do outro, normalizando a violência. O autor testemunhou como curiosos filmaram seu acidente sem oferecer ajuda, ilustrando a indiferença social. Freud argumenta que a violência está no âmago humano, mas até que ponto podemos considerar normal não nos importarmos com a dor alheia?
O documento discute como a sociedade atual é apática em relação à dor do outro, normalizando a violência. O autor testemunhou como curiosos filmaram seu acidente sem oferecer ajuda, ilustrando a indiferença social. Freud argumenta que a violência está no âmago humano, mas até que ponto podemos considerar normal não nos importarmos com a dor alheia?
O documento discute como a sociedade atual é apática em relação à dor do outro, normalizando a violência. O autor testemunhou como curiosos filmaram seu acidente sem oferecer ajuda, ilustrando a indiferença social. Freud argumenta que a violência está no âmago humano, mas até que ponto podemos considerar normal não nos importarmos com a dor alheia?
É perceptível que a sociedade atual “carrega” uma espécie de “ranços” de
comportamentos que foram enraizados lá no passado, que são como uma “erva daninha”, difíceis de ser arrancados, no nosso caso de serem modificados. Mesmo vivendo em uma sociedade democrática, de direitos iguais, isso está muito aquém da verdade. Vivemos numa sociedade que cada vez é mais apática com o problema, a dor do outro. Olhamos pra um morador de rua, por exemplo, geralmente já julgamos, associamos a um drogado, o que nem sempre condiz com a verdade, haja vista que nesse período pandêmico podemos constatar isso de forma talvez mais clara. Quantas famílias tiveram que ir pras ruas por perderem os empregos e não ter mais como se manter? Podemos ver um exemplo disso, em reportagens, após acontecer um acidente, vários curiosos se aglomeram querendo saber o que aconteceu, com a vítima, não por que estão de fatos preocupados, mas, porque querem replicar o acontecimento, apenas por mera curiosidade. Eu pude testemunhar um fato desses, pois no caso eu fui à vítima em um acidente de trem, no qual eu perdi um dos braços, vários curiosos filmaram tiraram fotos em meio aos meus gritos de dor e desespero, totalmente alheios se aquilo era incomodo, ou que eu precisava de ajuda, o importante era não parar de registrar o momento, porque aquilo renderia noticia, como de fato rendeu. É uma sociedade que normaliza um assalto, é normal a violência. Koltai nos traz a luz alguns pensamentos de Freud a respeito dessa sociedade apática. Ela afirma que: “Freudianamente falando, a humanidade nasce de um assassinato e o crime é fundador. Logo, não há como a violência não estar no âmago do humano, cada um de nós carregando em si o germe da guerra civil.”. Ou seja, o homem tem esse lado naturalmente propenso a naturalizar o mal, mas, segundo Freud isso não é bom nem ruim, é ambivalente, o amor e ódio faz parte da natureza do homem esse lado mais obscuro. Mas, até que ponto podemos encarar esse fato de não nos importarmos com a dor do outro normal? Será que realmente isso é normal? Reclamos tanto da política, mas, será que a mudança não começa em nós? Parafraseando a música QUE PAÍS É ESSE da banda Legião Urbana: “Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é esse? Que país é esse?".
Referências: KOLTAI, Caterina; Violência e indiferença: duas formas de mal-
estar na cultura, Violência e Mal-Estar na Sociedade • São Paulo Perspec. 13 (3) •Set 1999• Disponível em: < https://www.scielo.br/j/spp/a/ktWgTmZ9TjXHyJgPCCHCRLb/?lang=pt>; Acessado em 29/10/2021. URBANA, Legião; Que País é Esse? Disponível em: < https://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/que-pais-e-esse.html Acessado em 29/10/2021.