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Serra
Disciplina: Filosofia 10º A
Prof. Mª João P. Mendes
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Ao analisarmos a
estrutura da acção
humana percebemos
que agir significa tomar
uma iniciativa e, logo
escolher um caminho a
partir de determinados
motivos ou razões. Tal
significa que esses
motivos ou razões mais
não são do que
preferências do sujeito
da acção.
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Os valores
apresentam-se
como os motivos
fundamentais que
se encontram
subjacentes às
nossas decisões
ou ações, e que
nos permitem
justificar e
legitimar as
mesmas.
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Os valores implícitos nas
nossas decisões ou ações
denotam os critérios
valorativos que cada um
assume perante o mundo
físico e social, permitindo
identificar a sua
personalidade, a sua cultura,
os seus gostos pessoais,
numa palavra a sua visão do
mundo.
A ação humana tem um
sentido plural, e os valores
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que concedem ao agente
as
razões ou motivos para
agir também possuem uma
dimensão plural. É comum
estabelecer-se a distinção
entre valores espirituais e
valores materiais, os
primeiros remetem para a
dimensão religiosa,
estética, ética e política...;
os segundos para sentido
pragmático ou utilitário,
para o agradável e o
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prazer da vida, para os
valores vitais
Os valores são
reveladores da
especificidade humana, e
expressam o modo
próprio como o humano
se relaciona com os
objectos quer numa
dimensão
prática, quer teórica. O
humano é incapaz de
permanecer indiferente
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ou neutral face ao que o
cerca o que o leva a emitir
apreciações: “isto é belo”,
“aquilo é caro”, “a liberdade
é possível”, o altruísmo é
um sentimento nobre”...
A axiologia ou filosofia dos
valores permite caracterizar
os valores, a partir da
diversidade de valores (estes
assentam na pluralidade da
acção e do conhecimento
humanos), o que dá lugar a
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uma pluralidade de
experiências valorativas
que são expressas
numa tábua de valores,
como permite
evidenciar a
hierarquização e
polaridade que estes
supõem.
Max Scheler apresenta uma
proposta para uma Tábua
de valores, a qual é
reformula por Ortega y
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Gasset, e que classifica os
valores em “úteis”, “vitais”,
“espirituais” (que subdividem
em intelectuais, morais e
estéticos) e religiosos. Assim,
quando apreciamos uma
acção como “provável”,
“deselegante”, “justa” ou
“necessária”, estamos a
remeter para instâncias
diferenciadas dos valores,
nomeadamente para as
dimensões: intelectual,
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estética, moral e útil,
respectivamente.
Tábua de valores de Max Scheler, adaptada
por
Ortega y Gasset
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Os valores estão igualmente
sujeitos a uma ordenação
qualitativa ou hierarquia, a
qual se coloca como uma
questão cultural e pessoal
susceptível de ser contestada
por outra perspectiva, ou
perspectivas que expressam
mundividências diferenciadas
(conflitualidade axiológica).
Assim, há valores que têm
mais valência do que outros
que nos levam, por exemplo
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a adquirir um objecto ou
realizar uma acção em
detrimento de outra.
Poder-se-á considerar a
liberdade de expressão mais
importante que a segurança, ou
considerar os valores materiais
mais importantes do que os
espirituais ou vice-versa, sendo
a hierarquia reveladora da
subjectividade de quem a
defende. Muitas vezes o olhar
crítico de cada um face ao meio
sociocultural em que se situa,
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leva-o a reinventar a sua própria escala de valores e a
defendê-la através da sua
vivência dos valores.
Os valores possuem
ainda uma bipolaridade,
cada valor é sempre
acompanhado do seu
contra-valor, ou seja a
cada pólo positivo o valor
faz-se acompanhar de
um pólo negativo. Ao
defender-se o bem, o
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amor, justiça, afirmam-se
valores positivos, e
rejeita-se o mal, o ódio, e
a injustiça.
Os critérios valorativos
colocam directamente a
questão de se saber se o que
vale é: valioso; e se o é de
igual modo para todas as
pessoas; ou somente o para
uma pessoa ou cultura,
dependendo do tempo e do
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espaço. Ou ainda, se o que é
valioso não depende do
humano.
Os valores dependem do
sujeito: da sua
personalidade, identidade,
das suas experiências
afectivas, contexto cultural,
convicções pessoais –
perspectiva Subjectivista.
Os valores são imutáveis,
essenciais e, logo,
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independentes do humano e
da sua circunstância histórica
(tempo e espaço), existindo
em si e por si – perspectiva
Objectivista.
Os Juízos de valor:
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exprimem as escolhas ou preferências
que o sujeito emite sobre os objectos
ou acontecimentos em função de um
determinado critério que pode ser
estético, moral, cognitivo, vital, ou
outro qualquer.
pressupõem sempre a existência de
critérios valorativos que servem de
fundamentação, e apresentam-se
como prescritivos ou normativos face
à acção.
enunciam uma relação pessoal na
qual interferem factores
socioculturais, históricos, contextuais
ou outros.
não são verdadeiros nem falsos, na
medida em que ao resultarem de
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factores contextuais e pessoais assentam numa perspectiva possível
,dependente do espaço e do tempo.
Os juízos de facto:
Os juízos de facto
traduzem objectivamente
a realidade, partindo da
observação e verificação
dos fenómenos, e sendo
aceites pela generalidade
das pessoas.
Ao serem independentes
de qualquer interpretação
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ou conotação subjectiva, os
juízos de facto descrevem a
realidade e informam-nos
sobre os acontecimentos,
podendo ser negados ou
confirmados pela experiência.
Em determinados contextos,
como o científico, pode
considerar-se a separação
facto - valor artificial, na
medida em que os factos são
constituídos, muitas vezes,
por procedimentos que
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encerram decisões e critérios
valorativos. A ciência contacta
não com o facto bruto, mas
com o facto construído.
Referências
• http://www.edusurfa.pt/mostra_pdf/?pdf=OsVal
ores.pdf
• http://afilosofia.no.sapo.pt/10valores.htm
• http://omeubau.net/o-conceito-de-valor/
• http://overboser.blogs.sapo.pt/2011/02/
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• http://filosofialimite.blogspot.com/2009_12_01_
archive.html
• http://filosofiadiogovieira.blogspot.com/2009/02
/hierarquia-de-valores.html
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