NORMA PENAL

APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E ABOLITIO CRIMINIS

O Direito penal pode ser conceituado
como conjunto de normas jurídicas que
estabelecem as infrações penais,
fixam sanções penais e regulam as
relações derivadas.
por exemplo o artigo 23 do Código Penal
diz sobre as excludentes de ilicitude,
comportamentos que até então eram
considerados como crime, deixam de
ser a partir desta possibilidade.

A Infração penal pode ser Dentro da lei penal incriminadora,

Crime/Delito ou Contravenções Penais,
destas infrações penais são previstas
as chamadas sanções penais, que se
dividem entre Penas ou Medidas de
Segurança.
No que tange a Lei Penal, divide-se
entre dois núcleos, a incriminadora
(aquela que cria crime e atribui pena) e
a não incriminadora (aquela que não cria
crime), neste sentido como
incriminadora, temos:
a) Complementares: Artigo 59 do
CP que complementa para aplicação da
pena o artigo 68 do CP).
b) Explicativa: O próprio artigo é
auto explicativo (Ex.: Crimes
funcionais, quem explica é o artigo 327
do CP).
c) Permissiva: Conduta que é
considerada como crime, pode deixar
de ser, quando se tem uma determinada
norma penal não incriminadora
permissiva, ou seja, aquela que permite,
temos a norma penal em branco, esta
cria crime, porém, ela precisa de um
complemento para sua efetividade,
aplicabilidade, ou seja, só consegue
falar da existência de um crime, se
esta estiver amparada por uma outra
norma. A norma penal em Branco é
dividida entre Heterogênea e
Homogênea:
• Heterogênea (em sentido
não estrito). Ex.: Lei de Drogas + Portaria
SVS/MS.
• Homogênea (em sentido lato).
Ex.: Artigo 169 §Ú I do CP que
complementa para aplicação o artigo
1.264 do CC – definição de tesouro.
O tipo Penal em regra é fechado (não
admite outra interpretação, a não ser
aquela escrita), por exceção existe o
tipo penal aberto, um bom exemplo é o
artigo 121 §2º III do Código Penal,
matar alguém usando fogo, veneno,

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explosivo ... ou outro meio insidioso ou Novatio legis in mellius: A alteração
cruel (interpretação analógica). modifica e melhora de alguma forma,
como exemplo o artigo 171 §5º do CP,
Princípio da aplicação da lei mais passou a ter como regra a necessidade
favorável de representação do ofendido, então
Art. 5º do CF/88 além, indícios de autoria e prova da
Art. 2º §Ú do CP materialidade.
Como decorrência deste princípio,
aplica-se, em regra, à lei penal vigente Vale ressaltar que para a solução dessa
ao tempo da realização do fato questão, temos dois princípios:
criminoso – tempus regit actum. Se a a) O princípio da irretroatividade da
nova lei melhora a situação, ela lei mais severa.
b) O princípio da retroatividade da lei
retroagirá, caso contrário não
mais benigna.
retroagirá. Existem as possibilidades
de conflitos de leis penais no tempo,
Princípio da continuidade normativa
que são:
(ou da continuidade típico-normativa)
• Abolitio Criminis
Existem dois tipos penais, e um deles
• Novatio legis incriminadora
acaba sendo revogado, mas o conteúdo
• Novatio legis in pejus
dele passa a integrar o outro tipo penal,
• Novatio legis in mellius
com um bom exemplo, podemos
Abolitio Criminis: Abolição do crime, a
destacar o artigo 214 do CP, que foi
extinção do que se era crime, deixa de
revogado que tratava sobre o atentado
existir, cessando todos os efeitos de
violento ao puder, e após a revogação
caráter penal, como por exemplo o
deste, o conteúdo passou a integrar o
crime de adultério.
artigo 213 do Código Penal. O agente
Novatio legis incriminadora: Uma nova
que praticou aquele crime continua
lei que cria crime, exemplo 218-C do CP.
cumprindo sua pena tranquilamente,
Os comportamentos que foram
pois o seu conteúdo apenas foi
praticados anteriormente não podem
deslocado para outro artigo.
ser atingidos, pois, só se fala em crime,
após a entrada da lei em vigor.
Existe exceção à abolitio criminis?
Novatio legis in pejus: Uma nova lei
Art. 3º do CP
que prejudica. O crime já existia,
A lei excepcional ou temporária,
porém, foi agravado, exemplo.:
embora decorrido o período de sua
Emprego de arma de fogo de uso
duração ou cessadas as circunstâncias
restrito ou proibido.
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que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. As leis
penais temporárias são aquelas que
ficam por tempo determinado, já as leis
penais excepcionais são aquelas que
ficam enquanto durar a situação de
anormalidade
Em que momento se considera
praticado o delito?
Existem 3 tipos de teoria a respeito, o
Brasil adota a teoria da atividade,
baseando-se no artigo 4º do CP.
a) Teoria da atividade: Segundo a
qual se considera praticado o delito no
momento da ação ou omissão,
aplicando-se ao fato a lei em vigor
nessa oportunidade.
b) Teoria do resultado: Segundo a
qual se considera praticado o delito no
momento da produção do resultado,
aplicando-se ao fato a lei em vigor
nessa oportunidade.
c) Teoria mista ou da ubiquidade:
Segundo a qual o tempo do crime é
indiferentemente o momento da ação
ou do resultado, aplicando-se qualquer
uma das leis em vigor nessas
oportunidades.

LER SÚMULAS
Súmula 611 STF: Transitada em julgado a sentença
condenatória, compete ao Juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna.
Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.
Súmula 501 STJ: É cabível a aplicação retroativa da
Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja
mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação
da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação
de leis.

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