Você está na página 1de 14

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Direito das Obrigações II é subordinado ao seguinte tema:


Fontes das obrigações.

Queremos através deste pequeno estudo ilustrar os pontos importantes desta matéria importante
para o Direito das Obrigações. É imprescindível destacar deste então que, fontes das obrigações
não é diferente de fontes de direito das obrigações. Pois o primeiro refere a fonte como criadora
das relações obrigacionais como é caso do contrato e o segundo é fonte como criadora da norma
que constitui o ordenamento jurídico do direito das obrigações, como é o caso do código civil.

Também releva referenciar que está matéria é umas das mais importante deste ramo de direito
razão pela qual é merecedora de toda atenção. E por ser uma matéria vasta, não é nossa intenção
abordar de forma esgotada está matéria, razão pela qual iremos tratar de tocar os pontos mais
importantes.

Objetivos do Trabalho

Objetivo Geral

Compreender as fontes das obrigações

Objetivos específicos

Saber diferenciar as fontes das obrigações baseadas no princípio da autonomia privada e


princípio da ressarcimento dos danos, enriquecimento ilícito principalmente.

Identificar as principais fontes das obrigações

Descrever cada princípio identificado

Metodologia de pesquisa

Para a realização dos objetivos acima expostos, recorreu-se ao método bibliográfico que
consistiu na recolha de conteúdo encontrado nos diversos manuais, revistas e sites informáticos
que estão devidamente referenciados na bibliografia deste trabalho.
Se

As diversas classificações de fontes das obrigações


A obrigação (art 397º) constitui um efeito jurídico. Ora, qualquer efeito jurídico tem sempre na
sua origem um facto que o desencadeia (facto jurídico). Relativamente à obrigação, as categorias
de factos jurídicos que produzem a constituição do vínculo obrigacional são denominadas na
doutrina por fonte das obrigações.
Resultado da heterogeneidade de situações abrangidas pelo Direito das Obrigações, existe uma
grande dificuldade de elaboração de uma classificação de fontes das obrigações.
O nosso Código apresenta uma mera enumeração das fontes das obrigações nos arts 405º e ss.:
1) Contratos (art 405º e ss.);
2) Negócios unilaterais (art 457º e ss.);
3) Gestão de negócios (art 464º e ss.);
4) Enriquecimento sem causa (art 473º e ss.);
5) Responsabilidade Civil (arts 483º e ss.);

Para Prof. Menezes Leitão deverá adoptar-se o seguinte esquema de sistematização das fontes de
obrigações:
1) Fontes das obrigações baseadas no princípio da autonomia privada: contratos e negócios
unilaterais
2) Fontes das obrigações baseadas no princípio do ressarcimento dos danos:
responsabilidade por factos ilícitos, responsabilidade pelo risco, responsabilidade pelo sacrifício.

3) Fontes das obrigações baseadas no princípio da enriquecimento injustificado:


a) enriquecimento por prestação;
b) enriquecimento por intervenção;
c) enriquecimento pela realização de despesas de que outrem beneficia;
enriquecimento por desconsideração de património;

4) Situações específicas de fontes de obrigações não baseadas em princípios gerais: gestão


de negócios, relações contratuais de facto e outras situações de facto

O Contratos

Noção
A principal fonte das obrigações é constituída pelos contratos. Diz-se contrato o “acordo
vinculativo, assente sobre duas ou mais declarações de vontade (oferta ou proposta, de um lado;
aceitação, do outro), contrapostas mas perfeitamente harmonizáveis entre si, que visam
estabelecer uma composição” (ANTUNES VARELA); ou seja, “o contrato, ou negócio jurídico
bilateral, é formado por duas ou mais declarações de vontade, de conteúdo oposto mas
convergente, que se ajustam na sua comum pretensãde produzir resultado jurídico unitário”
(MOTA PINTO).

Classificação
A mais importante classificação dos contratos é a que se faz entre contratos unilaterais e
contratos bilaterais.
Princípios fundamentais dos contratos
- Princípio da autonomia privada: no âmbito dos contratos, assume a forma da liberdade
contratual, que é um princípio estrutural e fundamental. Reconduz-se à faculdade que as partes
têm, dentro dos limites da lei, de fixar, de acordo com a sua vontade, o conteúdo dos contratos
que realizarem, celebrar contratos diferentes dos prescritos no Código ou incluir nestes as
cláusulas que lhes aprouver (art. 405.º).

- Princípio da confiança (pacta sunt servanda): os contratos são para cumprir pontualmente, em
conformidade com as cláusulas, por força da protecção da legítima expectativa criada nos
contraentes.Este princípio encotra fundumentos nos (art. 236.º, 238.º e 239.º e 230.º).

- Princípio da justiça comutativa ou da equivalência das prestações: entre as prestações deve


haver uma justiça, uma equivalência – equivalência esta que é principalmente subjectiva, ou seja,
atendendo à vontade das partes. Mais uma vez, este princípio está na base de várias disposições
importantes: a anulação ou modificação de negócios usurários (arts. 282.º e segs.),

- Princípio da utilidade: diz-nos que os contratos devem ser úteis, ou seja, proporcionar
utilidades que satisfaçam os interesses das partes.

Contratos Mistos
Noção
Diz-se misto o contrato no qual se reúnem elementos de dois ou mais negócios, total ou
parcialmente regulados na lei. As partes, porque os seus interesses o impõem, celebram por
vezes contratos com prestações de natureza diversa ou com uma articulação de prestações
diferente da prevista na lei, mas encontrando-se ambas as prestações ou todas elas
compreendidas em espécies típicas directamente reguladas na lei.

Junção, união e fusão de contratos


O contrato misto distingue-se, pela sua natureza, quer da simples junção, quer da união ou
coligação de contratos.
i) Junção de contratos: o vínculo que prende os contratos é puramente exterior ou acidental,
comoquando são celebrados ao mesmo tempo ou constam do mesmo título. Como os contratos
nãosão só distintos, mas autónomos, aplica-se a cada um deles o regime que lhe compete.
Exemplo:A compra um relógio e manda consertar outro ao mesmo tempo.

ii) União ou coligação de contratos: aqui, o nexo que une os contratos não é puramente exterior
ouacidental, mas sim um vinco substancial, uma vez que se cria uma relação de interdependência
entre eles.
No contrato misto, pelo contrário, há a fusão, num só negócio, de elementos contratuais distintos
que, além de perderem a sua autonomia no esquema negocial unitário, fazem simultaneamente
parte do conteúdo deste.

Contratos com eficácia real


O art. 408.º diz-nos que a constituição ou transferência de direitos reais sobre coisa determinada
dá-se por mero efeito do contrato, ou seja, a propriedade transfere-se imediatamente por mero
acordo das partes, sem necessidade da traditio.
Aos contratos que operam imediatamente a transferência da propriedade a doutrina dá o nome
de contratos com eficácia real; todavia, subsistem excepções – os contratos reais quanto à
constituição, que exigem, para além das declarações de vontade das partes, a prática de um acto
material (ex: mútuo, comodato e depósito).

Reserva de propriedade: noção


A reserva de propriedade está prevista no art. 409.º e consiste na possibilidade, conferida ao
alienante de coisa determinada, de manter na sua titularidade o domínio da coisa até ao
cumprimento, total ou parcial, das obrigações que recaiam sobre a outra parte ou até à
verificação de qualquer outro evento.
É uma figura que faz sentido no nosso sistema jurídico, de translação imediata da propriedade, e
convirá por excelência às vendas a prestações (art. 934.º) e às vendas com espera de preço. Esta
é, no fundo, uma cláusula suspensiva, que suspende a transmissão da propriedade até ao
pagamento do preço ou à verificação de outro evento futuro.

Contrato-Promessa

Noção
O contrato-promessa é a convenção pela qual alguém se obriga a celebrar certo negócio
jurídico (art. 410.º/1: apesar de este preceito de referir apenas a "contrato", devemos estender a
noção para abranger também os negócios unilaterais).

O contrato-promessa frequentemente prece um contrato, seja de eficácia real, seja de eficácia


meramente obrigacional, mas pode igualmente preceder um negócio unilateral. Do contrato-
promessa nasce uma obrigação de prestação de facto positivo, que consiste na
emissão de uma declaração negocial correspondente ao negócio prometido ou definitivo.

O contrato-promessa pode ser bilateral, se ambos os contraentes assumem a obrigação de


contratar; ou unilateral, se apenas um deles se vincula a celebrar o negócio definitivo.
Podem ainda admitir-se:
- Contrato-promessa do qual nasça a obrigação de contratar com terceiro (pactum de
contrahenocom tertio): uma das partes não assume a obrigação de contratar, mas indica
expressamente o terceiro titular do direito à celebração do contrato definitivo directamente com a
outra parte (arts. 433.º e segs.).

- Contrato-promessa para pessoa a nomear (arts. 452.º e segs.), quer relativamente à própria
promessa, quer com referência à obrigação de celebrar o contrato prometido ou definitivo.

Função preparatória e de segurança


O contrato-promessa é dos contratos celebrados com maior frequência, uma vez que serva
múltiplos interesses e exigências práticas dos operadores económicos. Tem uma dupla função -
uma função preparatória e uma função de segurança. Tem uma função preparatória pois através
dele os contraentesfixam o conteúdo do futuro contrato e obrigam-se a celebrá-lo, sem, contudo,
procederem à sua imediataconclusão. E tem uma função de garantia pois empresta certeza e
segurança à celebração do contrato definitivo, já que, na linha do princípio pacta sunt servanda,
os contratos são para cumprir, havendo regras e sanções para o incumprimento do contrato-
promessa.

Pacto de preferência
1. Noção
O pacto de preferência, previsto no art. 414.º e segs., é o contrato pelo qual alguém assume a
obrigação de, em igualdade de condições, escolher determinada pessoa (a outra parte ou
terceiro) como seu contraente, no caso de se decidir a celebrar determinado negócio. Os pactos
de preferência são admitidos em relação à compra e venda (art. 414.º), mas também
relativamente a todos os contratos onerosos em que faça sentido a opção por certa pessoa sobre
quaisquer outros concorrentes (art. 423.º).
Quanto à forma do pacto de preferência, a lei estabelece os mesmos requisitos que para o
contrato promessa, art. 415.º): se a preferência respeitar a contrato para cuja celebração a lei
exija documento autêntico ou particular, o pacto só é válido se contar de documento escrito,
assinado pelo obrigado.

Modalidades

O pacto de preferência pode ter fonte na lei – preferência legal – ou num contrato – preferência
convencional. Dentro da preferência convencional, esta pode ter, como vimos, eficácia real ou
obrigacional.

Cumprimento do pacto de preferência


Como se cumpre o pacto de preferência? Se o obrigado quiser celebrar o contrato, terá de
comunicar ao preferente, por meio de notificação judicial ou extrajudicial, não apenas a sua
intenção de contratar, mas também as cláusulas do contrato que está pronto a celebrar, para
que ele possa usar do seu direito – art. 416.º.

Contrato a favor de terceiro


Noção
O contrato a favor de terceiro é o contrato pelo qual uma das partes (promitente) se obrigada
perante outra (promissário) a realizar uma prestação (de coisa ou de facto) a favor de terceiro,
estranho à relaçãocontratual – art. 443.º.

O direito à prestação e o direito a exigir o cumprimento


O contrato a favor de terceiro é, no seu aspecto instrumental, o meio de que o promissário se
serve para efectuar uma atribuição patrimonial indirecta em benefício de terceiro. A relação entre
o promitente e o promissário é a relação que alimenta, subsidia ou cobre o direito conferido a
terceiro, sendo que é dela que o promitente tira cobertura para a atribuição a que fica adstrito –
daí chamar-se relação de cobertura.
Adesão ou rejeição da prestação pelo terceiro
Vimos que o terceiro adquire direito à prestação como efeito imediato do contrato,
independentemente
da aceitação ou até do conhecimento da celebração do contrato. Porém, nos termos do art. 447.º,
o terceiro pode aceitar ou rejeitar a promessa:
Excepções oponíveis pelo promitente ao terceiro
O promitente apenas pode opor ao terceiro, nos termos do art. 449.º, os meios de defesa
derivados do contrato, ou seja, da relação de cobertura. É o que sucede, por exemplo, se o
contrato for nulo ou anulável por carência de forma ou por falta ou vícios da vontade; se caducar
por verificação da condição resolutiva ou não verificação da condição suspensiva; se houver
fundamento para a excepção de não cumprimento – todos estes meios de defesa são oponíveis
quer ao promissário, quer ao terceiro.
O que o promitente não pode fazer é invocar os meios de defesa baseados em qualquer outra
relação entre ele e o promissário, ou na relação de valuta entre promissário e terceiro – é assim
que se deve ler o art. 449.º, 2ª parte.
O direito à prestação está afectado pelos vícios genéticos do contrato (entre promitente e
promissário), sendo alheio a vícios de outras relações.
Contrato para pessoa a nomear
Noção
O contrato para pessoa a nomear é o contrato em que uma das partes se reserva a faculdade de
designar uma outra pessoa que assuma a sua posição na relação contratual, como se o contrato
tivesse sido celerado com esta última – art. 452.º/1. Não há aqui nenhum desvio ao princípio da
eficácia relativa dos contratos: o contrato produz os seus efeitos apenas entre os contraentes que,
enquanto não há a designação do amicus electus, são os outorgantes do contrato. Depoos da
designação, o contraente passa a ser já não o outorgante, mas a pessoa designada – art. 455.º/1.

A responsabilidade civil como fonte das obrigações. Classificações de responsabilidade


civil.

Denomina-se responsabilidade civil o conjunto de factos que dão origem à obrigação de


indemnizar os danos sofridos por outrem. A responsabilidade civil consiste, por isso, numa fonte
de obrigações baseada no princípio do ressarcimento dos danos.

A responsabilidade civil pode ser classificada em responsabilidade por culpa, pelo risco ou pelo
sacrifício, consoante o título de imputação a que recorra para transferir o dano da esfera do
lesado por outrem.
Na responsabilidade por culpa, que é a regra geral (483.º/1), a responsabilização do agente
pressupõe um juízo moral da sua conduta, que leve a efectuar uma censura ao seu
comportamento.

Na responsabilidade pelo risco, admitida só nos casos previstos na lei (483.º/2 e 499.º e ss.),
prescinde-se desse juízo de desvalor, efectuando-se a imputação de acordo com critérios
objectivos de distribuição do risco.
Já na responsabilidade pelo sacrifício, também se prescinde de um juízo de desvalor da conduta
do agente, sendo a imputação baseada numa compensação ao lesado, justificada pelo sacrifício
suportado.

A responsabilidade civil pode ainda ser classificada em responsabilidade civil delitual (ou
extracontratual) e responsabilidade obrigacional (ou contratual).

Na responsabilidade delitual está em causa a violação de deveres genéricos de respeito, de


normas gerais destinadas à protecção doutrem, ou à prática de delituais específicos.

Já a responsabilidade obrigacional resulta do incumprimento das obrigações.

O nosso CC tratou separadamente estas duas categorias de responsabilidade nos arts 483.º e ss. e
798.º e ss., ainda que tenha sujeitado a obrigação de indemnização delas resultante a um regime
unitário (arts 562.º e ss.).
O enriquecimento sem causa como fonte das obrigações

A cláusula geral do art.º 473.º n.º 1 permite o exercício da acção de enriquecimento sempre que
alguém obtenha um enriquecimento, à custa de outrem, sem causa justificativa. Teríamos então
os seguintes pressupostos constitutivos do enriquecimento sem causa (ESC):

a) existência de um enriquecimento;

b) obtenção desse enriquecimento à custa de outrem;

c) ausência de causa justificativa para o enriquecimento.


Modalidades de Enriquecimento Sem Causa

O enriquecimento por prestação: respeita a situações em que alguém efectua uma prestação a
outrem, mas se verifica uma ausência de causa jurídica para que possa ocorrer por parte deste a
recepção dessa prestação.
O enriquecimento por intervenção: O 473.º n.º 2 omite, mas deve ser considerada como
situação de ESC, o caso da ingerência não autorizada no património alheio, como sucederá nos
casos de uso, consumo, fruição ou disposição de bens alheios.

O enriquecimento resultante de despesas efectuadas por outrem: que pode ser


enriquecimento por incremento de valor de coisas alheias e ou enriquecimento por pagamento de
dívidas alheia.

O enriquecimento por desconsideração de património: Excepcionalmente a lei admite em


certas situações a possibilidade de ultrapassar o património de alguém com quem o empobrecido
entre em relação e demandar directamente com base no ESC um terceiro que obteve a sua
aquisição não a partir do empobrecido, mas sim a partir do património interposto.
A obrigação de restituição por enriquecimento sem causa

O art.º 479.º n.º 1 procura delimitar o objecto da obrigação de restituição do enriquecimento,


salientando que esta “compreende tudo quanto se tenha obtido à custa do empobrecido ou, se a
restituição em espécie não for possível, o valor correspondente”. O n.º 2 acrescenta que a
obrigação não pode exceder a medida do locupletamento existente à data da citação para a acção
de restituição ou no momento em que o empobrecido tem conhecimento da falta de causa do seu
empobrecimento ou da falta do efeito que se pretendia obter com a prestação (cfr. Art.º 480.º
parte final.

Gestao de Negocios
Conceito e função da gestão de negócios
A gestão de negócios (GN) consiste num instituto jurídico destinado a permitir a realização de
uma colaboração não solicitada entre sujeitos privados, sem descurar a protecção da esfera
jurídica do titular contra intervenções prejudiciais. Daí a circunstância de a lei ponderar
simultaneamente a protecção dos interesses do dono do negócio, através da imposição de deveres
ao gestor, bem como a sua eventual responsabilidade pelos danos que causar, bem como a
atribuição de uma compensação ao gestor pelas despesas suportadas e prejuízos sofridos.
Pressupostos da gestão de negócios
Análise geral
A referência aos pressupostos da Gestao de Negocios (GN) encontra-se no art.º 464.º, donde se
retiram três:
 Assunção da direcção de negócio alheio;
 No interesse e por conta do dono do negócio;
 Falta de autorização

A alienidade do negócio
Relativamente à alienidade do negócio, parece possível estabelecer uma distinção entre duas
categorias:
A dos negócios objectivamente alheios: correspondem às situações em que a GN implica uma
ingerência na esfera jurídica do dominus.
A dos negócios subjectivamente alheios: correspondem a situações em que o gestor não efectua
qualquer ingerência numa esfera jurídica alheia, mas em que é possível visualizar, a partir da sua
intenção, que pretende actuar para outrem.

A exigência de que a gestão se faça no interesse e por conta do dominus

A lei exige que a gestão seja assumida no interesse e por conta do dominus. A maioria da
doutrina, como Galvão Telles, Antunes Varela, Almeida Costa, Rui de Alarcão, interpreta esta
expressão como referida exclusivamente à intenção de gestão. Na sequência de Pessoa Jorge e
Menezes Cordeiro, Menezes Leitão defende, porém, que nessa expressão se abrange não apenas
a intenção de gestão, mas também a utilidade da gestão. Efectivamente, a tutela dos interesses
do dominus exige que não se possa considerar atribuída ao gestor a possibilidade de exercer a
gestão, quando não existe qualquer utilidade para o dominus nessa gestão. Será o caso, por
exemplo, quando o dominus se encontre a exercer ele próprio essa gestão ou tenha proibido a
intervenção do gestor.
Deveres do gestor para com o dono do negócio
O art.º 465.º refere-se aos deveres do gestor para com o dono do negócio, sendo mencionada no
art.º 466.º a constituição do gestor em responsabilidade para com o dono do negócio. Estas
normas levantam muitas questões.
A responsabilidade do gestor

Relativamente à responsabilidade do gestor, o art.º 466.º vem prever que o gestor é responsável
tanto pelos danos que causar com culpa sua no exercício da gestão como com a injustificada
interrupção desta, considerando-se culposa a sua actuação sempre que ele agir em
desconformidade com o interesse ou a vontade real ou presumível do dono do negócio.
5 Deveres do dono do negócio para com o gestor

Os deveres do dono do negócio em face do gestor, variam consoante se trate de uma gestão
regular ou irregular.
Se a gestão é regular, o que significa que foi exercida em conformidade com o interesse e a
vontade, real ou presumível, do dono do negócio, o gestor tem direito a ser reembolsado de todas
as despesas suportadas e indemnizado dos prejuízos que haja sofrido (art.º 468.º n.º 1). Não é
atribuída nenhuma remuneração pela sua actuação, a menos que tal corresponda à sua actividade
profissional (art.º 470.º).

Conclusão
Depois ser realizado este pequeno estudo que foi guiado pelo tema Fontes das obrigações, é
importante aqui, uma vez estando no capítulo conclusivo referenciar que as fontes das obrigações
é uma matéria de extrema importância para o ramo de direito civil-das obrigações. Razão pela
qual o seu estudo merece ser profundo e cauteloso, até porque isso foi evidente ao longo do
trabalho.

O nosso código civil apresenta uma enumeração taxativa das fontes das obrigações, das quais:
contrato (art. 405), negócios unilaterais (arts 457 e sgs.), Gestão de Negócios (arts. 464 e sgs),
enriquecimento sem causa (arts. 473 e sgs) e por último, a responsabilidade civil (arts. 483 e
sgs).

Sobre a necessidade de não se confundir o nosso tema (Fontes das Obrigações) com fontes do
Direito das Obrigações foi logo tratado aquando introdução deste trabalho, aliás, como podemos
ver ao longo de trabalho, fontes das obrigações se refere necessariamente aos contratos, a
responsabilidade civil entre outras fontes descritas ao longo do presente trabalho.

Sobre o contrato, pelo estudo trazido aqui, notou se que é a maior fonte das obrigações, ou dito
doutro modo, a maioria das relações que geram posteriormente geram obrigações são resultantes
de contrato seja ele com eficácia real, promessa ou então qualquer outro.
Mas isso não significa que as outras fontes das obrigações não sejam importantes. Pois mostrou
se que mesmo o a responsabilidade civil seja ela por acto ilícito/lícito ou então
contratual/extracontratual assume grande importância no campo sol estudo das fontes de
obrigações, pois tal como o contrato, ela geram relações obrigacionais.

Bibliografia
LEITÃO, Mineses, Direito das Obrigações, Vol. I, Universidade de Lisboa, Lisboa. 2006

Você também pode gostar