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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

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FITOTERÁPICOS E SUA
ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE
PÚBLICA

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 4
História das plantas medicinais e fitoterapia ............................................................... 6
Fitoterapia na atenção básica de saúde ...................................................................... 9
Fitoterapia e o sistema único de saúde ..................................................................... 15
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE:
CONTRIBUIÇÃO PARA PROFISSIONAIS PRESCRITORES ................................... 20
Plantas Medicinais e Fitoterapia no Brasil ................................................................. 22
Regulamentação de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Brasil ............................ 26
Resoluções Relevantes ............................................................................................. 27
Plantas Medicinais e Fitoterapia na Atenção Primária à Saúde ................................ 28
Saúde da Família ...................................................................................................... 31
Fitoterapia Clínica e a Prescrição de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ................. 32
Conclusão ................................................................................................................. 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

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Introdução

O contexto sociocultural de cada região e população possui grande influência

na determinação das práticas de cuidado à saúde. Em todos os momentos da

história, o homem buscou na natureza recursos para melhorar a qualidade de vida e

aumentar as chances de sobrevivência, ainda que de formas distintas (DI STASI,

1996).

É conhecido na maioria das culturas e povos a utilização de plantas

medicinais, desde aqueles que ainda mantêm costumes primitivos até ações

modernas que mesclam os grandes avanços tecnológicos com conhecimentos

antigos (BRANDÃO, 1996).

Mesmo com os inúmeros registros da utilização de plantas medicinais por

povos de diferentes culturas, no período pós- guerra o aumento da veiculação da

medicação alopática devido ao desenvolvimento dos medicamentos sintéticos

forneceu o paradigma de que a tecnologia moderna havia superado o combate

contra as enfermidades, culminando na desvalorização do prestígio e da

credibilidade das terapias alternativas naturais (DI STASI, 1996).

O Brasil e outros países latino-americanos importaram antigos sistemas

médicos como Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ayurvédica, além de se

mobilizarem no sentido da reabilitação das medicinas populares do país. Isso foi

evidenciado pelo grande desenvolvimento de farmácias e lojas de produtos

naturísticos e reaparecimento de erveiros e divulgação nos meios de comunicação

das terapias não convencionais (LUZ, 2003).

Segundo o Ministério da Saúde, uma planta medicinal é uma espécie vegetal

utilizada com fins terapêuticos, podendo ser cultivada ou não. Já fitoterápico é um

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produto que se origina de planta medicinal, ou de seus derivados, utilizados com

finalidade profilática, curativa ou paliativa. (BRASIL, 2009).

Logo, a fitoterapia pode ser considerada uma prática que compõe o sistema

terapêutico de diversas áreas médicas de caráter holístico, como por exemplo, a

medicina tradicional chinesa, a tradicional indígena, e ainda, a medicina afro-

brasileira e afro-americana (LUZ, 2003).

O retorno das práticas alternativas tradicionais e populares de saúde culminou

numa disputa por público comercial, tanto no espaço liberal e privado, quanto nos

serviços de saúde, o qual se fez necessário a regulamentação institucional dessas

práticas (LUZ, 2003).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005), alguns países

já possuem políticas nacionais que regulamentam as práticas da medicina

tradicional, são eles: Brasil, China, Dinamarca, Gana, Japão, Noruega, República da

Coreia e Arábia Saudita.

A OMS vem estimulando o uso da medicina tradicional, e o Brasil através do

Ministério da Saúde também fez movimento nessa direção, ao aprovar em 3 de maio

de 2006 a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC no

Sistema Único de Saúde - SUS por meio da Portaria GM nº 971, política esta que

abrange a fitoterapia (BRASIL, 2006). E ainda, seguindo as orientações que

estimulavam a inserção da medicina tradicional nos sistemas de saúde, e tendo

como suporte a PNPIC, em 22 de junho de 2006 por meio do Decreto nº 5.813, o

Presidente da República aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos (PNPMF), que tem como objetivo geral garantir à população brasileira

o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo

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o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da

indústria nacional (BRASIL, 2006).

História das plantas medicinais e fitoterapia

Fonte: (IMAGEM TIRADA DA INTERNET)

As plantas medicinais possuem valor inestimável e representam um recurso

alternativo de extrema importância para a saúde. O Brasil é o país que possui a

maior parcela de biodiversidade, em torno de 15 a 20% do total mundial de toda a

flora, além de possuir cerca de 55.000 espécies vegetais catalogadas,

representando a maior diversidade genética vegetal do mundo. Entretanto, apenas

8% foram estudadas para pesquisas de compostos bioativos e 1.100 espécies foram

avaliadas em suas propriedades medicinais (BRASIL, 2006). O país pode ser

considerado detentor de vantagens no desenvolvimento da fitoterapia, pois possui

biodiversidade, conhecimento popular e tradicional do uso das plantas e tecnologia

para validar cientificamente esse conhecimento.

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Segundo Almeida (1993), as plantas medicinais foram os primeiros recursos

terapêuticos utilizados para o cuidado da saúde dos seres humanos, sendo assim,

um conhecimento milenar que fez e ainda faz parte da evolução humana, pois

mesmo antes do surgimento da escrita as pessoas já faziam uso de plantas, tanto

como medicação, quanto como alimentação. Os povos chineses, egípcios, hindus e

gregos foram os primeiros a catalogar as plantas medicinais, classificando-as

segundo sua forma, cor, sabor e aroma, também, em alguns casos, relacionando-as

com os astros e, conferindo a elas alguns atributos mágicos. Desta forma, as plantas

foram, ao longo de várias gerações, manipuladas e utilizadas para as mais diversas

finalidades terapêuticas, gerando assim um rico conhecimento popular e tradicional

(LIMA, 2006).

No Brasil, a utilização das plantas não só como alimento, mas também como

fonte terapêutica teve início desde que os primeiros habitantes que povoaram esta

região, há cerca de 12 mil anos, porém, pouco se conhece sobre esse período, além

de algumas pinturas rupestres (SILVA, 2004).

Até o início do século XX, a utilização de plantas medicinais era comumente

consumida no Brasil, sendo reflexo das várias etnias imigradas para o Brasil e sua

miscigenação com povos nativos do país. A partir da década de 1940 do século

passado, a utilização de plantas medicinais foi deixada de lado, e a medicina

alopática ganhou lugar no mercado farmacêutico, devido aos avanços obtidos

pela síntese química de fármacos e do grande desenvolvimento das indústrias

farmacêuticas, incentivado pelo capitalismo econômico (SCHULZ; HÄNSEL; TYLER,

2002).

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A partir da década de 1960, a sociedade ocidental voltou seu interesse aos

produtos naturais, determinando um aumento progressivo do consumo de produtos

derivados de plantas medicinais (DI STASI, 1996).

A fitoterapia atualmente está amplamente difundida no mundo todo, sendo

considerada um método natural preventivo, conservador, regenerador, curativo e

paliativo.

O reconhecimento da sua importância como recurso médico- farmacológico e

econômico levou vários países a adotar essa modalidade de terapia como política

pública de saúde.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,

medicamento fitoterápico é todo medicamento obtido empregando-se

exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É, portanto, caracterizado pelo

conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela sua

reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A sua eficácia e segurança são

validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, relatórios

técnico-científicos e evidências clínicas. Não se considera medicamento fitoterápico

aquele que, em sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer

origem, nem as associações destas com extratos vegetais (BRASIL, 2010).

No Brasil, a partir da implementação do Sistema Único de Saúde - SUS em

1988, foi declarado na Constituição Federal de 1988 que a saúde é um direito do

cidadão e dever do Estado, iniciando-se assim uma nova fase no contexto político e

institucional de saúde em âmbito nacional, culminando em transformações que

possibilitaram a implementação de práticas inovadoras nas políticas de saúde, bem

como a inclusão de algumas das modalidades médicas não-convencionais e práticas

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complementares alternativas nos serviços assistenciais médicos prestados à

população (PINHEIRO; LUZ, 2003).

De acordo com as práticas de terapias alternativas em saúde, que

demonstram os potenciais para ampliação e aperfeiçoamento de recursos

terapêuticos, a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos nos serviços do SUS

apresenta-se como uma alternativa que requer maiores estudos e esclarecimentos.

De acordo com a legislação brasileira, a fitoterapia é uma terapêutica caracterizada

pela utilização de plantas medicinais e suas diferentes preparações farmacêuticas,

sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal

(BRASIL, 2006), assim, no contexto das práticas da medicina popular e tradicional

e até mesmo da medicina científica, tem tido sua utilização valorizada por diversos

setores influentes e políticos da sociedade brasileira (UDRY, 2001).

Atualmente, o SUS em várias cidades brasileiras oferece serviços que

envolvem a produção e a utilização de plantas medicinais, de drogas vegetais, de

seus derivados e/ou de fitoterápicos, a partir de programas municipais e estaduais,

sendo alguns regulamentados por legislações específicas (GIRÃO; RODRIGUES,

2005).

Mesmo sendo distintas as distribuições das práticas em cada município

brasileiro, sabe-se que ainda há predominância dessas práticas na atenção primária,

buscando melhorar a qualidade de vida, promoção da saúde e prevenção de

doenças na população.

Fitoterapia na atenção básica de saúde

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Fonte: (IMAGEM TIRADA DA INTERNET)

A capacidade das plantas medicinais de restabelecer a saúde tem sido

utilizada ao longo dos séculos por várias culturas e povos, mesclando-se atualmente

aos conhecimentos populares das mais variadas origens e acrescentando novas

descobertas científicas (OKIGBO; EME; OBBOGU, 2008).

Segundo a OMS, a utilização de plantas medicinais pela população mundial

tem sido muito significativa, pois cerca de 80% da população já fizeram uso de

algum tipo de planta medicinal objetivando aliviar e amenizar alguma sintomatologia

(ALVES; SILVA, 2002).

O aumento do interesse com relação à utilização das plantas medicinais está

relacionado a vários fatores, bem como o alto custo dos medicamentos

industrializados, a falta de acesso da população à assistência médica e

farmacêutica, a crise econômica e a tendência atual dos consumidores em utilizar

produtos naturais (SIMÕES et al., 1988).

Os cuidados de saúde visam à utilização de todos os recursos locais

adequados e disponíveis para prestar assistência à saúde eficaz e de alta

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resolutividade. O uso correto de plantas medicinais na Atenção Primária à Saúde

remete-se a uma vasta importância e também em mais uma opção medicamentosa

que pode ser destinada à população na tentativa de melhorar sua saúde e qualidade

de vida (SILVA et al, 2006).

Entretanto, julgou-se necessário maiores esclarecimentos, a partir do

momento que constatou-se que a utilização de plantas medicinais

concomitantemente a medicamentos alopáticos poderia causar danos e toxicidade

aos usuários, uma vez que a posologia e a manipulação correta dessas plantas

eram desconhecidas pela população e pelos profissionais da saúde (TOMAZZONI,

2004).

A assistência médico-farmacêutica ao paciente, às famílias e à comunidade

em geral é função e prioridade da equipe de saúde, a qual deve planejá-la com base

na cultura da população e nos padrões socioeconômicos e utilizar os recursos

disponíveis objetivando auxiliar a comunidade a melhorar sua qualidade de vida e de

saúde. Para isso, se faz necessário conhecer as propriedades terapêuticas das

plantas medicinais utilizadas, seu preparo, cuidados, dosagem e indicação, além de

compreender como as pessoas dessas comunidades percebem o processo

saúde/doença (SILVA; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2008).

Ainda não se tem dados oficiais no Brasil quanto ao mercado de fitoterápicos

e plantas medicinais, contudo, presume-se que este mercado gire em torno de 1

bilhão de reais por ano (BRASIL, 2009).

Quanto aos produtos industrializados, estão registrados na ANVISA 432

fitoterápicos simples e 80 compostos. O setor produtivo industrial possui uma

legislação ampla no que tange aos aspectos da produção e comercialização de

fitoterápicos (CARVALHO et al., 2008).

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O Estado tem a função de garantir a saúde da população, a qual passa pelo

acesso a medicamentos seguros e eficazes (BRASIL, 1990). O cumprimento integral

da legislação vigente, principalmente com relação às boas práticas de fabricação,

manipulação, armazenamento, transporte e dispensação de medicamentos é uma

das formas de assegurar a qualidade destes produtos (MARQUES; PETROVICK,

2007).

A X Conferência Nacional de Saúde ocorrida em 1996 propôs, em suas

deliberações, incorporar ao SUS as terapias alternativas e práticas populares.

Incentivou, ainda, a fitoterapia e a homeopatia na assistência farmacêutica pública,

propondo o emprego de normas para seu uso após vários debates com os

profissionais de saúde e especialistas (ELDIN; DUNFORD, 2001).

O governo federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos, por meio do Decreto Presidencial nº 5.813, de 22 de junho de 2006, a

qual se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente,

desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de

transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na

qualidade de vida da população brasileira (BRASIL, 2006).

A Atenção Básica de Saúde é constituída por um conjunto de ações de saúde,

em nível individual e coletivo, visando a prevenção de agravos, o diagnóstico, o

tratamento, a promoção, a proteção, a reabilitação e a manutenção da saúde. É

desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas

e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações e territórios

bem delimitados pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a

dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Considera o

sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção

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sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de

doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas

possibilidades de viver de modo saudável (BRASIL, 2006).

O Programa Saúde da Família (PSF) criado em 1994 pelo Ministério da

Saúde, com objetivo de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e

substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família,

melhorando assim a qualidade de vida dos brasileiros. Tem como missão propiciar a

reorganização da assistência à saúde a partir da Atenção Básica através da

reorganização do processo de trabalho nos Centros de Saúde, potencializando a

implantação dos princípios do SUS: integralidade, universalidade e equidade. As

Equipes de Saúde da Família (ESF) devem possibilitar a entrada das pessoas no

Sistema de forma espontânea, ampliando o acesso e viabilizando a atenção integral

e multidisciplinar operacionalizada mediante a implantação de equipes

multiprofissionais em UBS. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento

de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada

(BRASIL, 2006). Assim, a inclusão da fitoterapia na atenção primária à saúde pode

resultar em benefícios para a saúde, e também em benefícios de ordem econômica

(NOUMI; HOUNGUE; LONTSI, 1999).

O estudo das plantas medicinais, com base em seu emprego pelas

comunidades, pode fornecer informações úteis para a elaboração de estudos

farmacológicos, fito químicos e agronômicos sobre essas plantas medicinais, com

grande economia de tempo e custos (BRASILEIRO et al., 2008).

No Brasil, a pesquisa na área de plantas medicinais com incentivo

governamental foi ampliada e ganhou força durante a existência da Central de

Medicamentos (CEME), instituída pelo Decreto nº 68.806/1971 (BRASIL, 2001)

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como órgão vinculado diretamente à Presidência da República. Suas ações foram

voltadas principalmente ao fornecimento de medicamentos, porém também atuou na

área de pesquisa e desenvolvimento, formulando, coordenando e executando

políticas de fomento ao desenvolvimento tecnológico e industrial farmacêutico.

Possuía dois programas na área de fitoterápicos: Programa de Nacionalização de

Fármacos (PNAF) e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais (PPPM). Em

1973 foi aprovado o primeiro projeto de pesquisa tendo como objeto a planta

medicinal.

Em 2004 o Ministério da Saúde (MS) realizou um levantamento juntamente a

Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios a fim de obter informações sobre as

plantas medicinais e/ou fitoterapia. Foram enviados 5.560 questionários a todos os

secretários estaduais e municipais de Saúde. Retornaram 1.342, dos quais 232

demonstraram alguma prática integrativa e/ou complementar em 26 estados. Foi

constatado que somente 6% do total dispõem de regulamentação estadual ou

municipal, criando serviços em práticas integrativas complementares no SUS e 35%

dos municípios fornecia medicamentos fitoterápicos via farmácia pública de

manipulação (BRASIL, 2006).

Objetivando realizar um diagnóstico situacional dos programas de fitoterapia

no SUS, o Ministério da Saúde realizou um levantamento junto a estados e

municípios entre 2004 e 2005. Foram enviados 100 questionários a municípios que

desenvolviam ações nessa área, 36 responderam.

Os resultados demonstraram uma urgente necessidade de implantação da

política nacional que contempla diretrizes e ações voltadas à inserção das plantas

medicinais e da fitoterapia no SUS como mecanismo de ordenamento e

financiamento das ações na área, assim como regulamentação sanitária específica

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para o setor de produção pública dessas preparações fitoterápicas, o que

proporcionará a uniformização dos padrões de produção e fornecimento das plantas

medicinais e fitoterápicos, assegurando a qualidade nos serviços e insumos

disponíveis aos usuários do SUS (GIRÃO; RODRIGUES, 2005).

A utilização da medicina tradicional é reconhecida oficialmente em alguns

países (OMS, 2005). No Brasil várias tentativas foram concretizadas objetivando o

acesso da população a produtos fitoterápicos com qualidade, dentre os quais se

destacam Programa de Pesquisa em Plantas Medicinais, instituído em 1983 pela

extinta Central de Medicamentos (DI STASI, 1996), objetivando desenvolver uma

terapêutica alternativa e complementar, baseada em estudos científicos com

comprovação das atividades farmacológicas e/ou tóxicas de espécies vegetais.

A medicina tradicional (MT) é um termo amplo usado para se referir a vários

sistemas como a Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurvédica e às variadas

formas de Medicina Indígena. As terapias da MT podem incluir terapias com

medicação, que envolvem o uso de medicamentos à base de ervas, parte de

animais e/ou minerais, e terapias sem medicação, como é o caso da acupuntura.

(BRASIL, 2009).

Essa alternativa terapêutica, portanto, é aceita pelo Ministério da Saúde, e

está descrita na legislação nacional normas distintas para o emprego de

medicamentos fitoterápicos e sua inserção nos sistemas de atendimento à saúde,

como o SUS, respeitando a especificidade das diferentes escalas de obtenção

(BRASIL, 2009).

Fitoterapia e o sistema único de saúde

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O crescente interesse e busca pelo uso da fitoterapia por parte dos serviços

públicos de saúde deriva principalmente da concepção de que esta é uma opção

alternativa para se amenizar a falta de acesso aos medicamentos e também por ser

uma alternativa mais barata (SUZUKI, 2002).

Desde a institucionalização do SUS em 1988, a qual declara a saúde como

um direito do cidadão e dever do Estado, surgiram no país transformações que

possibilitaram a inclusão de algumas Terapias Não Convencionais (TNC) nos

serviços de atenção à saúde, como a fitoterapia (PINHEIRO; LUZ, 2003). Visando

subsidiar as ações de vigilância sanitária relacionadas às plantas medicinais e aos

fitoterápicos, o Ministério da Saúde criou, em 1998, através da Portaria nº 665, a

Subcomissão Nacional de Assessoramento em Fitoterápicos (BRASIL, 2006).

Mesmo ainda sendo escassos os recursos investigativos, tanto em estudos

quanto na utilização da fitoterapia no SUS, é alta a legitimação de sua utilização no

setor público de assistência à saúde. Sua regulamentação e pesquisa tem se dado

de forma desarticulada, embora contínua. Iniciativas governamentais, legislativas,

acadêmicas e da sociedade, relacionadas a sua inserção nos serviços de atenção,

vêm sendo tomadas no sentido de conhecer, legitimar, implementar e regular

(BRASIL, 2006; UDRY, 2001).

A Portaria do Ministério da Saúde nº 971 de 3 de maio de 2006, que aprova a

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema

Único de Saúde (SUS), é um grande avanço neste sentido (BRASIL, 2006). Pois,

esta política visa em suas diretrizes, a elaboração da relação nacional de plantas

medicinais e fitoterápicos, bem como o provimento do acesso aos usuários do SUS.

Ainda em 2006, o Decreto Federal nº 5.813 de 22 de junho de 2006 instituiu a

Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que incentiva as pesquisas e

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dá diretrizes para implantação de serviços em caráter nacional pelas Secretarias de

Saúde dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2006).

Na Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares

(PNMNP) é preconizada a adoção de medidas que possibilitem estimular as

universidades a inserir nos cursos de graduação e pós-graduação, envolvidos na

área, disciplinas com conteúdo voltado às plantas medicinais e fitoterapia, assim

como estimular estágios de estudantes de graduação em serviços de fitoterapia

(BRASIL, 2005).

Visando a necessidade de mudanças nos processos de trabalho e de

pesquisa em saúde, no âmbito do SUS, pode-se inferir que convive-se com a

necessidade de transformar os conceitos e as práticas que orientam o processo de

formação para produzir profissionais capazes de compreensão e ação relativas à

integralidade nas práticas de saúde (CECCIM; FEUERWERKER, 2004).

Na Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) são

previstos incentivos e fomento a ações tais como: implantação de áreas de

concentração em fitoterápicos e plantas medicinais nos cursos de pós-graduação;

formação de grupos e centros de pesquisa na área, com atuação voltada ao

enfrentamento de necessidades epidemiológicas; e estabelecimento de

mecanismos de financiamento visando a inovação e validação de tecnologias

para a produção de fitoterápicos, estes apontados por estudos como nicho

estratégico de desenvolvimento tecnológico nacional. Também é indicado o apoio a

estudos sobre plantas medicinais que abordem a educação em saúde e a

organização, gestão e desenvolvimento da assistência farmacêutica (BRASIL,

2006).

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A PNPMF tem como objetivo geral garantir à população brasileira o acesso

seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso

sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria

nacional (BRASIL, 2009). Como objetivos específicos, apresenta:

• Ampliar as opções terapêuticas aos usuários, com garantia de acesso a

plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com

segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à

saúde, considerando o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais.

• Construir o marco regulatório para produção, distribuição e uso de plantas

medicinais e fitoterápicos a partir dos modelos e experiências existentes no Brasil e

em outros países.

• Promover pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas

medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva.

• Promover o desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas de plantas

medicinais e fitoterápicos e o fortalecimento da indústria farmacêutica nacional neste

campo.

• Promover o uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios

decorrentes do acesso aos recursos genéticos de plantas medicinais e ao

conhecimento tradicional associado.

Em parceria com pesquisas nas áreas de agronomia, de tecnologia

farmacêutica, de farmacologia clínica e de epidemiologia, demonstram-se também

importantes, para o fortalecimento da fitoterapia no SUS, investigações nas áreas de

antropologia médica e de farmácia social, dentre outras. A promoção e a realização

de estudos que visem a identificação de fatores culturais, psicológicos e sociológicos

associados à prescrição de fitoterápicos (DE LA CRUZ, 2005).

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Visando atingir o objetivo da Política Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos, que busca garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso

racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da

biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional, foi

aprovado o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) pela

Portaria Interministerial nº 2.960/2008 (BRASIL, 2008).

Com relação ao SUS, além das ações acima citadas sobre a capacitação de

médicos e farmacêuticos, as pesquisas financiadas pelo MS, a divulgação da

RENISUS e o complexo industrial da saúde, foram incluídos fitoterápicos no elenco

de referência de medicamentos da assistência farmacêutica, constante da Portaria

GM/MS nº 2.982 (BRASIL, 2009) que aprova as normas de execução e

financiamento da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. Atualmente existe

financiamento para oito fitoterápicos com recurso tripartite, ou seja, oriundo dos

Municípios, Estados/DF e União. São eles: Cynara scolymus (Alcachofra), Glycine

max (Soja - isoflavona), Harpagophytum procumbens (Garra-do-diabo), Rhamnus

purshiana (Cáscara sagrada), Schinus terebinthifolius (Aroeira-da-praia), Uncaria

tomentosa (Unha-de-gato), Maytenus ilicifolia (Espinheira-santa) e Mikania

glomerata (Guaco), financiados desde 2007.

No Brasil, o principal órgão responsável pela regulamentação de plantas

medicinais e seus derivados é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), autarquia do Ministério da Saúde, que tem como papel proteger e

promover a saúde da população, garantindo a segurança sanitária de produtos e

serviços e participando da construção de seu acesso (BRASIL, 1999).

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Uma das ações realizadas pela ANVISA para garantir a segurança da saúde

da população é o registro de medicamentos, etapa na qual estes são avaliados

quanto a sua segurança, eficácia e qualidade antes de serem expostos à venda para

utilização pela população.

PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À

SAÚDE: CONTRIBUIÇÃO PARA PROFISSIONAIS PRESCRITORES

A medicina tradicional é uma parte importante e frequentemente subestimada

dos serviços de saúde. Em alguns países, a medicina tradicional ou medicina não

convencional e denominada medicina complementar. Na Conferência Internacional

sobre Medicina Tradicional (MT) dos países da Ásia Suloriental, realizada em 2013,

a diretora geral da Organização Mundial de Saúde – OMS Dra. Margareth Chan,

declarou que a medicina tradicional de qualidade, segura e com eficácia

comprovada contribui para assegurar o acesso de todas as pessoas à atenção

primária de saúde. Para milhões de pessoas, as plantas, os tratamentos tradicionais

e as práticas da medicina tradicional representam a principal fonte de atenção à

saúde e às vezes a única (OMS, 2013).

As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos

terapêuticos da MT e da Medicina Complementar e Alternativa – MCA e vêm há

muito sendo utilizados pela população brasileira nos seus cuidados com a saúde

(Brasil, 2012).

No Brasil as práticas integrativas e complementares, incluindo a Fitoterapia

estão em expansão, existindo em todas as regiões do país diversos programas de

Fitoterapia implantados ou em fase de implantação (Ibiaping et al, 2014).

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Um dos marcos históricos importantes sobre a utilização de plantas

medicinais no mundo foi a Declaração de Alma Ata em 1978, onde foi reconhecido o

uso de plantas medicinais e de fitoterápicos com finalidade profilática, curativa e

paliativa. Desde então a OMS passou a reconhecer as plantas medicinais e a

Fitoterapia (Ibiaping, 2014).

No Brasil a temática foi levantada na 8ª Conferência de saúde em 1986

(Rosa, 2011; Silva, 2007). Posteriormente, em consonância com as recomendações

da OMS em 2006 foi publicada a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC), contemplando, entre outras, diretrizes e

responsabilidades institucionais para implantação/adequação de ações e serviços de

medicina tradicional chinesa e acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e

Fitoterapia (Brasil, 2012; Brasil, 2006a). Ainda em 2006, o Brasil recebeu a Política

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (Brasil, 2006b). E em 2009,

a Portaria Nº 2.960 aprovou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos, sendo os três importantes para introdução do uso de plantas

medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Diante do exposto, justifica-se como forma de reunir e sistematizar

informações que possam ser utilizadas para divulgação dessas políticas, a fim de

sensibilizar e informar profissionais e gestores sobre a importância das plantas

medicinais e Fitoterapia para o SUS e da promoção do seu uso seguro e racional,

em especial para a Atenção Primária à Saúde.

Desta forma, a finalidade foi realizar uma revisão integrativa sobre plantas

medicinais e fitoterápicos que pudesse contribuir com a prática dos profissionais

habilitados a prescrever ou indicar esses recursos terapêuticos e assim promover o

uso seguro e racional desses recursos terapêuticos.

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Plantas Medicinais e Fitoterapia no Brasil

O uso de plantas medicinais é milenar, entretanto, desde o início deste

século, tem ocorrido um crescente interesse pelo estudo de espécies vegetais e seu

uso tradicional em diferentes partes do mundo (Cheikhyoussef et al., 2011), sobre

tudo para garantir que a utilização seja racional e segura.

Desde a declaração de Alma Ata, as organizações públicas governamentais

têm demonstrado grande interesse e reunido esforços para o estudo e

desenvolvimento desse tema, dada a sua magnitude, seja pela grande e crescente

utilização desses recursos na terapêutica, como também por ser uma alternativa

para ampliar o acesso da população ao tratamento terapêutico.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população

de países em desenvolvimento utilizam-se de práticas tradicionais na atenção

primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais (Rosa et al.,

2011). No Brasil, 20% da população consomem 63% dos medicamentos alopáticos,

o restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas, uma

fonte alternativa de medicação (Marinho et al., 2007).

Dessa forma, com a finalidade de organizar e consolidar a utilização das

plantas medicinais e fitoterápicos, com vistas às recomendações da OMS o governo

brasileiro vem normatizando o assunto no SUS por meio de Políticas Públicas de

Saúde, como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, Política

Nacional de Medicamentos, Programa Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos e a própria Lei Orgânica da Saúde.

O Ministério da Saúde (MS) é o órgão do Poder Executivo Federal

responsável pela organização e elaboração de planos e políticas públicas voltados

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

para a promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. É função do

ministério dispor de condições para a proteção e recuperação da saúde da

população, reduzindo as enfermidades, controlando as doenças endêmicas e

parasitárias e melhorando a vigilância à saúde, dando, assim, mais qualidade de

vida ao brasileiro. Desta forma, a missão do MS é promover a saúde da população

mediante a integração e a construção de parcerias com os órgãos federais, as

unidades da Federação, os municípios, a iniciativa privada e a sociedade,

contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e para o exercício da cidadania

(Ministério da Saúde, 2015).

No Brasil a regulamentação do uso de plantas medicinais e da Fitoterapia

iniciou-se em 2006 com a aprovação da Política de Práticas Integrativas e

Complementares no SUS (PNPIC), que aborda dentre outras práticas tradicionais a

utilização de plantas medicinais e a Fitoterapia. A partir desta legislação e em

conformidade com orientações da OMS, também em 2006 foi aprovada a Política

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e em 2008 o Programa

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Outro marco importante foi a

publicação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse para o SUS

(RENISUS).

A Portaria Nº 971 de 03 de maio de 2006 que aprova a Política Nacional de

Práticas Integrativas e Complementares segue o disposto ao inciso II do Art. 198 da

Constituição Federal, que dispõe sobre a integralidade da atenção e ao Art. 3º da Lei

8.080/90 que diz respeito ás ações destinadas a garantir às pessoas e à coletividade

condições de bem-estar físico, mental e social, como fatores determinantes e

condicionantes da saúde e ainda ao preconizado pela OMS com relação ao estimulo

ao uso da medicina tradicional (Brasil, 2006a).

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Enquanto que a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos tem

por finalidade estabelecer as diretrizes para a atuação do governo na área de

plantas medicinais e fitoterápicos, elaborou-se a Política Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que se constitui parte essencial das políticas

públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um

dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações

capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira (Brasil,

2006b).

Esta política foi aprovada por meio do Decreto 5.813 de 22 de junho de 2006.

Este estabelece dentre outras coisas, as diretrizes para as ações voltadas à garantia

do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso país

(Brasil, 2006b), tornando-se um legal e histórico para às áreas das plantas

medicinais e dos fitoterápicos no Brasil.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos constitui parte

essencial das Políticas Públicas de Saúde, meio ambiente, desenvolvimento

econômico e social, atuando como um dos elementos fundamentais de

transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na

qualidade de vida da população. Esta política estabelece as diretrizes e linhas

prioritárias para o desenvolvimento de ações, pelos diversos parceiros, em torno de

finalidades comuns (Gonçalves et al., 2013).

Outros pontos importantes do Decreto 5.813/2006 é o incentivo ao

desenvolvimento de tecnologias e inovações e o fortalecimento das cadeias e dos

arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao

desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde (Brasil, 2006b), sendo estes

pontos chaves para desenvolvimento dos medicamentos da biodiversidade.

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

O objetivo geral da PNPMF é amplo: “Garantir à população brasileira o

acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o

uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da

indústria nacional” (Brasil, 2006b), marco legal e histórico, pois além de se firmar

como uma política de saúde pública tem caráter ambiental, científico, social e

econômico.

Considerando o disposto na PNPMF, em 2008 a Portaria 2.960/2008 instituiu

o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e cria também o Comitê

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos estabelece ações,

parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do aceso seguro e uso

racional de plantas medicinais e fitoterápicos no país, ao desenvolvimento de

tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos

produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do

Complexo Produtivo da Saúde (Brasil, 2008).

Os princípios do programa englobam a regulamentação do manejo,

distribuição e uso de plantas medicinais e fitoterápicos; a formação técnico- científica

e capacitação na área de plantas medicinais e fitoterápicos; a capacitação e

formação de recursos humanos para pesquisas, tecnologias e inovação em plantas

medicinais e fitoterápicos; estratégias de comunicação e divulgação do setor de

plantas medicinais e fitoterápicos; o fomento da pesquisa, desenvolvimento

tecnológico e inovação com base na biodiversidade brasileira; o incentivo ao cultivo

e produção de fitoterápicos; ações para promover o acesso seguro e racional, a

eficácia e a qualidade das plantas medicinais e fitoterápicos, dentre outras (Brasil,

2008).

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Essas diretrizes estão em consonância com a PNPMF e com as estratégias

da atenção primária à saúde, além promover o desenvolvimento de ações voltadas

para os medicamentos da biodiversidade e são importantes para melhoria dos

serviços ofertados pelo SUS no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos.

O incentivo ao cultivo e à produção de fitoterápicos e medicamentos da

biodiversidade descritos no Programa Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos tem por finalidade diminuir a dependência de matéria prima

estrangeira. Para se ter ideia da importância do assunto, em caso de interrupções

abruptas nas importações de matérias-primas e medicamentos químicos, cerca de

25% dos nossos diabéticos correriam risco de vida, 15% dos hipertensos e

portadores de úlceras gastroduodenais estariam privados de medicação

supostamente adequadas e a quase totalidade dos pacientes transplantados estaria

virtualmente privada de medicamentos imunossupressores (Panazzi, 2010).

Regulamentação de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Brasil

No Brasil a regulamentação de fitoterápicos remonta dos anos 80, a Portaria

Nº 212 de 11 de setembro de 1981 no item 2.4.3, definiu o estudo de plantas

medicinais como uma das prioridades de investigação clínica, em 1982 o MS lançou

o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos, a fim

de obter o desenvolvimento de uma terapêutica alternativa e complementar (Brasil,

2008). E mais atual como vimos anteriormente em 2006 foram criadas a PNPIC e a

PNPMF.

Em relação ao controle na produção e distribuição de plantas medicinais e

fitoterápicos a normatização do MS ocorre por meio das resoluções elaboradas pela

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Atualmente a principal

regulamentação sobre plantas medicinais e fitoterápicos é a Resolução Nº 26 de

2014 que revogou as Resoluções Nº 14/2010 e nº 10/2010 (ANVISA, 2014).

Resoluções Relevantes

A produção, prescrição e distribuição de plantas medicinais e fitoterápicos é

regulada pela ANVISA, desta forma algumas legislações devem ser observadas a

fim de atender as normas sanitárias e garantir a qualidade dos serviços ofertados no

âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos.

A RDC Nº 26 de 13 de maio de 2014 dispõe sobre o registro de

medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais

fitoterápicos, abrange os produtos industrializados que se enquadram como

medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos e estabelece os

requisitos mínimos para registro e renovação de registro e notificação desses

produtos e conceitos relacionados.

Os medicamentos fitoterápicos são registrados e os produtos tradicionais

fitoterápicos registro ou notificação, as plantas medicinais sob a forma de droga

vegetal, denominadas chás medicinais, serão dispensadas de registros conforme

Art. 22 do Decreto 8.077 de 2013 e devem ser notificadas como fitoterápico

tradicional, estes não podem conter excipientes. As preparações elaboradas por

povos e comunidades tradicionais sem fins lucrativos e não industrializadas são

dispensadas de registro e notificação (ANVISA, 2014).

Além dessas, outras resoluções publicadas pela ANVISA e estão relacionadas

com a produção e distribuição de plantas medicinais e fitoterápicos, como a RDC Nº

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

67 de 08 de outubro de 2007, que dispõe sobre as boas práticas de manipulação de

preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácia (ANVISA, 2007), e

a RDC Nº 87 de 21 de novembro de 2008 que altera a RDC Nº 67/2007 (ANVISA,

2008), que apresenta atualização em relação ao controle de qualidade de matérias

primas vegetais e ainda sobre a prescrição que medicamentos manipulados. Vale

ainda citar, a resolução RDC Nº 17 de 16 de abril de 2010, que estabelece os

requisitos mínimos a serem seguidos na fabricação de medicamentos para

padronizar a verificação do cumprimento das Boas Praticas de Fabricação de

Medicamentos (BPF) de uso humano durante as inspeções sanitárias nos artigos de

591 a 607 apresenta as boas práticas de fabricação de medicamentos fitoterápicos

(ANVISA, 2010).

Plantas Medicinais e Fitoterapia na Atenção Primária à Saúde

A Declaração de Alma-Ata (1978) sintetizou as discussões que se

estabeleceram em torno das estratégias que deveriam ser adotadas pelos países, a

fim de proporcionarem um nível de saúde para todos, independentemente das

diferentes origens sociais e econômicas, propondo uma nova abordagem na

organização e racionalização dos recursos disponíveis através dos cuidados

primários à saúde. Os cuidados primários foram então definidos nesta declaração

como cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,

cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance

de famílias e da comunidade (Assis, et al., 2007).

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

De acordo com Azevedo (2006), 80 % das pessoas dos países em

desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional (MT) e, cerca de 85%

da MT envolve extratos de plantas. Desta forma, a utilização de plantas medicinais e

da fitoterapia na atenção primária à saúde vem com a finalidade de aumentar os

recursos terapêuticos, resgatar saberes populares, preservar a biodiversidade,

fomentar a agroecologia ambiental, popular e permanente (Antonio et al, 2014).

Além da necessidade de ampliação das opções terapêuticas do Sistema

Único de Saúde (Antônio et al., 2014; Petry e Roman, 2012), ao se pensar em

fitoterápicos e plantas medicinais como nova proposta terapêutica pode-se, quem

sabe reduzir a dependência tecnológica, estimular o uso sustentável da

biodiversidade brasileira, a valorização e preservação dos conhecimentos

tradicionais e o uso racional e adequado desses produtos (Petry e Roman, 2012),

através do desenvolvimento de ações baseadas nas diretrizes do Programa

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e ações locais voltadas para as

práticas integrativas e aos medicamentos da biodiversidade.

O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Lei no 8.080, de 19 de

setembro de 1990, também chamada de “Lei Orgânica da Saúde”, é a tradução

prática do princípio constitucional da saúde como direito de todos e dever do Estado

(Reis et al., 2015).

O SUS é a expressão mais acabada do esforço do no que necessitam para

ter uma vida mais longa, produtiva e feliz. Embora saibamos que os bons

indicadores de saúde dependem de um conjunto de políticas econômicas e sociais

mais amplas (emprego, moradia, saneamento, boa alimentação, educação,

segurança etc.), é inquestionável a importância de uma política de saúde que, para

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

além da universalidade, garanta a equidade, a integralidade e a qualidade do

cuidado em saúde prestado aos seus cidadãos (Reis et al., 2015).

No Brasil, a atenção Primária à Saúde (APS) incorporou os princípios da

Reforma Sanitária, levando o SUS a adotar a designação de Atenção Básica à

Saúde (ABS), para enfatizar a reorientação do modelo assistencial, a partir de um

sistema universal e integrado de atenção à saúde (Matta e Morosini, 2015).

A OMS aponta que nos países em desenvolvimento, 70 a 95% da população

dependem de terapias tradicionais como o emprego de plantas medicinais na

Atenção Básica de Saúde (ABS) (Robinson et al., 2011 apud Gonçalves, 2013).

As ações decorrentes da PNPMF, manifestadas no Programa Nacional de

Plantas Medicinais e Fitoterápicos, tem como primeiro princípio norteador a

ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do

SUS, sendo a Atenção Primária à Saúde/Atenção Básica de Saúde (APS/ABS) a

porta de entrada do sistema, tornando-se o principal campo para o desenvolvimento

das ações previstas na PNPMF.

De acordo com o MS, ações/serviços institucionalizados envolvendo plantas

medicinais e Fitoterapia no SUS, são ofertados em sua maioria na Atenção Básica,

por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF). O conjunto dessas iniciativas

acumularam vários avanços e possibilidades para a estruturação dos serviços de

Fitoterapia na Atenção Básica no SUS (Fontenele et al., 2013):

a) Possibilidade de financiamento de medicamentos fitoterápicos através do

Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Portaria do MS Nº. 4.217 de

2010);

b) Possibilidade de ampliação da abrangência e o escopo das ações da AB,

através dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF);

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

c) Regulamentação das Farmácias Vivas no SUS e estabelecimento das Boas

Práticas de Processamento e Manipulação de Fitoterápicos (Portaria Nº. 866 de

2010 do MS e Consulta Pública Nº.85 de 2010 da ANVISA, respectivamente);

d) Estabelecimento de guias fitoterápicos, mementos terapêuticos e relações

de plantas medicinais e fitoterápicos nas três esferas de governo;

Saúde da Família

O Programa Saúde da Família ou PSF, conhecido hoje como “Estratégia

Saúde da Família”, por não se tratar mais apenas de um “programa”, teve início em

1994 como um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para

implementação da Atenção Primária. A Estratégia Saúde da Família visa à reversão

do modelo assistencial vigente, em que predomina o atendimento emergencial ao

doente, na maioria das vezes em grandes hospitais. A família passa a ser o objeto

de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do

processo saúde-doença. O programa inclui ações de promoção da saúde,

prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes (Reis et

al., 2015).

A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica

no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo

Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de

expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma

reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os

princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e

impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma

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DESENVOLVIMENTOS DE FITOTERÁPICOS E SUA ATUALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

importante relação custo-efetividade (Brasil, 2015), o exposto vai ao encontro dos

objetivos da Fitoterapia na Atenção Básica.

Fitoterapia Clínica e a Prescrição de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

A prescrição medicamentos no Brasil é atribuição de profissionais legalmente

habilitados. Historicamente o médico é o profissional habilitado para o diagnóstico e

prescrição de medicamentos na medicina humana, os médicos veterinários na

medicina veterinária e os cirurgiões dentistas para o uso odontológico, no entanto,

enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas podem realizar prescrição e/ou indicação

de medicamento respeitando a legislação vigente e estarem inscritos nos

respectivos Conselhos Profissionais. Dentre os profissionais habilitados a prescrever

somente os cirurgiões dentistas, farmacêuticos e nutricionistas possuem legislação

específica para reconhecer e regulamentar a prescrição de fitoterápicos (CFO, 2008;

CFF, 2011; CFN, 2013).

Na medicina, a Fitoterapia não é considerada uma especialidade, porém é

facultado ao médico realizar prescrição de fitoterápicos. Dentre os profissionais

habilitados a prescrever somente os cirurgiões dentistas, farmacêuticos e

nutricionistas possuem legislação específica para reconhecer e regulamentar a

prescrição de fitoterápicos (CFO, 2008; CFF, 2011; CFN, 2013).

Para o farmacêutico a prescrição é regulamentada pela resolução Nº 546 de

21 de julho de 2011, sendo uma legislação específica, da mesma forma ocorre na

nutrição, onde a resolução 525/2013 regulamenta a prática da fitoterapia na nutrição.

A enfermagem é outra profissão que pode prescrever dentro das normas do

exercício profissional (Lei n.º 7.498/1986), com a revogação da resolução 272/2002

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os enfermeiros podem prescrever desde que façam parte da equipe multiprofissional

dos programas de saúde e dentro de protocolos pré- estabelecidos (Portaria

648/GM/2006 - Política Nacional de Atenção Básica). A fisioterapia também não

possui legislação específica na área da fitoterapia, desta forma sua atuação nesta

área fica sujeita ao regulamento de atuação do profissional deliberado pelo

Conselho de Classe e no SUS ao previsto nos protocolos dos programas de saúde.

Conclusão

As plantas medicinais são amplamente utilizadas pela população, porém essa

utilização na maioria das vezes é feita a partir de indicação leiga, sem levar em

conta os riscos de intoxicação e a necessidade de confirmação das espécies.

A OMS incentiva o uso das práticas integrativas e complementares, dentre

elas a fitoterapia, e reforça a necessidade de ações para promoção do uso seguro e

racional das plantas medicinais e fitoterápicos.

A Atenção Primária à Saúde, dado o seu formato, torna-se um campo propicio

às ações relacionadas com a fitoterapia.

As políticas de saúde, bem como a PNPIC e a PNPMF são resultados de

várias mudanças do Governo em relação à Fitoterapia e demais Práticas

Integrativas, criando um marco regulatório com a função de direcionar ações e

diretrizes para estruturação e implantação destes recursos no SUS.

Qualificando os profissionais da saúde, o apoio político em nível nacional com

as políticas já existentes, a adesão dos gestores locais e a participação da

comunidade, as perspectivas para a Fitoterapia no SUS são boas e resultarão na

possibilidade da melhoria da qualidade de vida da população. Este resultado é

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refletido devido à existência de uma nova opção de tratamento ao Sistema de

Saúde.

Conceitua-se planta medicinal como uma espécie vegetal utilizada com fins

terapêuticos, podendo ser cultivada ou não. Já fitoterápico é um produto que se

origina de planta medicinal, ou de seus derivados, utilizados com finalidade

profilática, curativa ou paliativa. Tendo em vista o grande aumento e uma tendência

da utilização de produtos naturais na profilaxia e tratamento de enfermidades e

promoção da saúde, compreendemos e elucidamos a inserção desta modalidade no

Sistema de Saúde do Brasil, ou seja, no Sistema Único de Saúde (SUS).

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REFERÊNCIAS

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