Este artigo analisa como Marx e Adorno abordam a moralidade. Em Marx, os valores morais como liberdade e igualdade emergem das relações de produção capitalistas, mas mascaram a desigualdade subjacente. Em Adorno, os valores morais dominantes são uma forma de duplicar a dominação social, já que o "bom" é associado à posse e riqueza. Ambos os autores veem a moralidade como produto das relações sociais e econômicas, não como princípios universais.
Este artigo analisa como Marx e Adorno abordam a moralidade. Em Marx, os valores morais como liberdade e igualdade emergem das relações de produção capitalistas, mas mascaram a desigualdade subjacente. Em Adorno, os valores morais dominantes são uma forma de duplicar a dominação social, já que o "bom" é associado à posse e riqueza. Ambos os autores veem a moralidade como produto das relações sociais e econômicas, não como princípios universais.
Este artigo analisa como Marx e Adorno abordam a moralidade. Em Marx, os valores morais como liberdade e igualdade emergem das relações de produção capitalistas, mas mascaram a desigualdade subjacente. Em Adorno, os valores morais dominantes são uma forma de duplicar a dominação social, já que o "bom" é associado à posse e riqueza. Ambos os autores veem a moralidade como produto das relações sociais e econômicas, não como princípios universais.
Este artigo tem como escopo elucidar como se coloca à problemática da
moralidade em Marx e Adorno. Para tanto, analisaremos a gênese objetiva dos valores morais contida na obra O Capital, assim podemos elucidar que no ato das trocas mercantis as relações capitalistas aparecem como relações entre indivíduos livres e iguais, todavia, essas relações ocultam o fundamento desigual sobre a qual repousam. No segundo momento, a partir do livro Minima Moralia de Adorno demonstraremos como o autor associa os valores morais dominantes da sociedade com a moral dos proprietários, dessa maneira, ele toma a moralidade como uma forma de duplicação da dominação social. Marx não tratou de forma sistemática o tema da moralidade, embora possamos encontrar no seu pensamento que a questão dos valores-morais se dá pelo prisma da prioridade ontológica do ser social sobre as formas de consciência, isso significa que todo pensamento tem uma determinação social, ou seja, os princípios morais (formas de consciência) têm sua gênese e emergência a partir das relações que os homens estabelecem para produzir e reproduzir sua existência socialmente. Nesse sentido, para Marx as ideias, os valores, que circulam como dominantes em uma dada época são fruto das relações materiais dominantes, assim, encontramos na esfera da circulação e do intercâmbio de mercadorias […] um verdadeiro éden dos direitos naturais do homem. O que aqui reina é unicamente liberdade, igualdade, propriedade e Bentham”. (MARX, 2013) É justamente na troca de mercadorias, esse “éden dos direitos naturais” que reina a determinação jurídica de que os homens são livres e iguais, embora essa igualdade e essa liberdade oculte que fora da esfera ruidosa da circulação de mercadorias […] “da qual o livre-cambista vulgaris extrai concepções, conceitos e critérios para seu juízo sobre a sociedade do capital e do trabalho assalariado”,(MARX,2013,p ) o que impera é a não-igualdade e a não-liberdade, pois, no interior do processo produtivo o que rege a relação é o controle autocrático e despostiço do capital sobre o trabalho. A liberdade que surge da circulação mercantil capitalista não é a liberdade do indivíduo, mesmo aparecendo assim, mas tão somente a liberdade do capital expropriar permanentemente os trabalhadores. Se em Marx a questão da moralidade pressupõe à crítica do mundo objetivo da qual os valores morais tais como liberdade, igualdade emanam. Em adorno, a crítica dos valores morais extraída Da Minima Moralia, tem como pressuposto que: “Desde Homero a língua grega usava os conceitos de bom e rico como se fossem convertíveis. (ADORNO,176-177) e segue, “o Bom é aquele que se domina a si mesmo, tal como domina a sua posse: o seu ser autónomo é uma cópia da sua disposição material”. (ADORNO,177). Nos excertos acima o bom é associado com posse ou propriedade, assim arremata Adorno, [ . ..] o poder económico passa a poder social e revela-se como encarnação do princípio unificador do todo. Quem é rico ou obtém riquezas sente-se como aquele que "com as próprias forças" realiza, enquanto Eu, aquilo que quer o espírito objectivo, a genuinamente irracional predestinação de uma sociedade cuja coesão radica na brutal desigualdade económica. O rico pode assim atribuir a si como bondade o que, todavia, apenas testifica a sua ausência. Vê em si mesmo, e os outros nele, a realização do princípio universal. E como tal princípio é a injustiça, o injusto torna-se regularmente justo, não já com ilusão, mas levado pelo poder universal da lei segundo a qual a sociedade se reproduz. ( ADORNO, 1951, p.177)
A sociedade burguesa eterniza o injusto como se fosse o justo, não
como uma ilusão e sim, como um desdobramento objetivo das leis que permitem essa sociedade se reproduzir.