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Apostila: Contabilidade Geral – por Maria Cristina Moreira Siqueira da Cunha

Apostila de Contabilidade

Assunto:

CONTABILIDADE GERAL

Autor:

MARIA CRISTINA MOREIRA SIQUEIRA DA CUNHA

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Apostila: Contabilidade Geral – por Maria Cristina Moreira Siqueira da Cunha

FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL


1º CASO: CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA

Alexandre e Fernanda (pessoas físicas) resolveram constituir uma sociedade (pessoas jurídica)
a que decidiram denominar Felicidade Com. & Ind. Ltda. Assinam um Contrato Social e
disponibilizam à sociedade, cada um, o valor de $1.000, que passam a constituir o Capital
Social da nova entidade.
 A pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda.

deve ( é devedora da )
pessoa física Alexandre  $1.000
pessoa física Fernanda  $1.000
 A pessoa física Alexandre
tem direito de receber da ( é credora da )
pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda.  $1.000
 A pessoa física Fernanda
tem direito de receber da ( é credora da )
pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda.  $1.000

O patrimônio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. será representado da seguinte forma:
PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 2.000 Capital Social
Alexandre 1.000
Fernanda 1.000 2.000

TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

2º CASO: BEM – DIREITO

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Parte do dinheiro ($1.500) é depositada numa Caderneta de


Poupança. Nesta transação a empresa trocou Bem por
Direito, isto é, saiu dinheiro (que é um Bem) e entrou o
recibo de depósito na Caderneta de Poupança (que é um
Direito).

O patrimônio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. passará a ser demonstrado da
seguinte forma:

PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 500
Capital Social
DIREITOS Alexandre 1.000
Fernanda 1.000 2.000
Depósito em Caderneta de
Poupança 1.500

TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

OBSERVAÇÕES

1. A soma do lado positivo ( + ) é igual à soma do lado negativo ( - )

2. As somas dos lados ( + ) e ( - ) desta demonstração continuam sendo as mesmas da demonstração


anterior ( $2.000 ). Isto ocorre porque houve apenas uma troca de um bem por um direito. Assim,
diminuiu o valor de bens e aumentou o valor de direitos.

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3. No lado esquerdo ( + ) está indicado em que a empresa aplicou os recursos: manteve uma quantia
em dinheiro ($500) e o restante depositou na Poupança ($1.500); no lado direito está indicada a
origem desses recursos: o Capital Social.

3º CASO: BEM – OBRIGAÇÃO

A empresa compra máquinas e equipamentos a prazo no valor de $500. O pagamento será


efetuado após 60 dias.

Neste fato administrativo, a empresa conseguiu adquirir duas


coisas, sem incorrer em nenhuma troca:

 Equipamentos; e
 Uma dívida, por ter comprado a máquina a prazo.

Ocorreria troca se a empresa tivesse pago os equipamentos a vista (trocaria dinheiro pelos
Equipamentos).

O patrimônio passará a ser demonstrado da seguinte forma:

PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 500 Fornecedor 500

DIREITOS

Depósito em Caderneta de
Poupança 1.500 Capital Social
Alexandre 1.000
Equipamentos 500 Fernanda 1.000 2.000

TOTAL 2.500 TOTAL 2.500

4º CASO: RECEITA

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No final do mês, o Banco pagou à sociedade juros no valor de $300, referentes ao dinheiro
depositado em Caderneta de Poupança.

Nesta transação, a empresa:

 Não trocou nada;


 Não adquiriu nada;
 Ganhou o direito de retirar da Poupança $1.800 em vez dos $1.500 que tinha depositado.

Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a empresa teve. Não é um Bem, não é um
Direito, nem uma Obrigação. Trata-se de uma Receita.

Receitas, em contabilidade, são valores que a empresa gera, produz, como fonte de recursos
financeiros ( dinheiro ), para atender aos seus gastos e manter as suas atividades.

Exemplos: Vendas de Mercadorias ou Produtos;


Juros da poupança;
Juros cobrados de Clientes por atraso no pagamento;
Aluguéis de imóveis de sua propriedade, etc...

5º CASO: DESPESA

Para comemorar e divulgar o início das suas atividades, a empresa ofereceu um coquetel que
lhe custou $ 200.

Nesta transação, a sociedade:

 Não trocou nada;


 Não adquiriu nada;
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 Não ganhou nada;


 Gastou parte do dinheiro que possuía.

O coquetel corresponde a um gasto que a empresa teve. Não constitui um Bem, um Direito,
uma Obrigação ou uma Receita. Trata-se de uma Despesa.

Despesas, em contabilidade, são valores que a empresa necessariamente gasta para manter sua
atividade e gerar receitas.

Exemplos: Compras de Mercadorias;


Gastos com Refeições;
Publicidade;
Telefone;
Combustível;
Energia Elétrica, etc...

Receitas e Despesas são computadas em separado pela contabilidade, para depois serem
incluídas no patrimônio.

Se a Receita é maior que a Despesa, a empresa gerou lucro.

Se a Receita é menor que a Despesa, a empresa gerou prejuízo.

Uma empresa tem lucro ou prejuízo independentemente do patrimônio que possui. As receitas
e despesas não são demonstradas no gráfico patrimonial, mas num gráfico à parte, denominado
resultado operacional

RESULTADO OPERACIONAL
+ -
DESPESAS 20 RECEITAS 30

As despesas são colocadas sempre do lado esquerdo ( + ), indicando em que foi aplicado (
gasto ) o dinheiro da empresa: em despesas com luz, água, produtos de limpeza, etc.

As receitas são colocadas sempre do lado direito ( - ), indicando a origem dos ganhos da
empresa: as vendas, as aplicações na poupança, etc.

Um fato provoca pelo menos duas alterações no patrimônio ou no resultado operacional:

 Uma delas se refere à aplicação de recursos


 A outra à sua origem

Quando um fato representa uma despesa ou receita, ele poderá alterar ao mesmo tempo o gráfico do
patrimônio e o do resultado operacional:

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FATO: JUROS GANHOS COM APLICAÇÃO NA POUPANÇA

ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO PATRIMÔNIO ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO RESULTADO


OPERACIONAL

DIREITO RECEITAS
S

CADERNETA DE POUPANÇA $ 1.500 + 300 = $ 1.800 JUROS DA POUPANÇA: $ 300


APLICAÇÃO ORIGEM

FATO: GASTOS COM A REALIZAÇÃO DO COQUETEL

ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO RESULTADO ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO PATRIMÔNIO


OPERACIONAL

DESPESAS BENS

GASTOS COM O COQUETEL: $ 200 DINHEIRO: $ 500 - 200 = $ 300


APLICAÇÃO ORIGEM

Vamos ver quando e como o resultado das operações de uma empresa é integrado ao seu
patrimônio.

Chama-se de exercício ao período que a contabilidade toma como base para fazer um Balanço
Ggeral de tudo aquilo que ela realizou, avaliando a situação do patrimônio e apurando o resultado
operacional (lucro ou prejuízo).

Portanto, exercício é o período decorrido entre um Balanço e outro.

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Ele tem , geralmente, a duração de 12 meses e coincide com o nosso ano civil, que começa
em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro.

Ao terminar o exercício, a Contabilidade realiza o Balanço da situação da empresa: o que tem/


o que deve; o que ganhou/o que gastou, obtendo o resultado operacional, que é então integrado ao
patrimônio.
Resultado operacional é o resultado que a contabilidade de uma empresa apura no final do
exercício, para saber se ela teve lucro ou prejuízo

No nosso exemplo, temos:


$
RECEITA ( maior que a Despesa ) 300
DESPESA ( menor que a Receita ) 200
LUCRO 100

Extraímos as seguintes conclusões:

 Todo lucro apurado por uma PJ pertence aos seus donos.

 Todo prejuízo apurado por uma PJ é de responsabilidade dos seus proprietários.

 Logo, tanto o lucro como o prejuízo apurados devem estar juntos do Capital Social,
elevando-o, se houver lucro, ou diminuindo-o, se houver prejuízo.

Vejamos, agora, como fica a demonstração do patrimônio:

PATRIMÔNIO
(+) (-)
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 300 Fornecedor Equipamentos 500
Equipamentos 500 800
DIREITOS CAPITAL SOCIAL
Depósito em Cad. Poupança 1.800 Alexandre 1.000
Fernanda 1.000
Resultado Operacional 100 2.100

TOTAL 2.600 TOTAL 2.600


OBS: valores em reais

A CONTABILIDADE, POR MEIO DE TÉCNICA PRÓPRIA, PROCURA DEMONSTRAR O QUE


SE TEM E O QUE SE DEVE, O QUE SE GASTA E O QUE SE GANHA, A APLICAÇÃO DOS
RECURSOS DA EMPRESA E A ORIGEM DESSES MESMOS RECURSOS
6º CASO: PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Vamos supor que alexandre e fernanda resolvam encerrar as atividades da empresa.


naturalmente, cada um vai querer retirar do patrimônio o que é seu por direito.

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$ $
A EMPRESA TEM:
BENS. 800
DIREITOS 1.800 2.600

A EMPRESA DEVE:
FORNECEDOR 500
CAPITAL SOCIAL 2.000
LUCRO 100 2.600

A empresa somente pode pagar o que deve com o que tem. o primeiro passo, portanto, é
liquidar as dívidas que possui com terceiros, deixando por último a devolução do capital social aos
sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos prejuízos.

Assim:

BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA OU

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

$ 800 $ 1.800 $ 500 $ 2.100

Patrimônio Líquido é um componente do patrimônio no qual são indicados os valores do


capital social de todos os sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos prejuízos verificados em
cada exercício.

É separado das obrigações normais da empresa, tendo em vista que ele só será exigido se a
empresa encerrar suas atividades ou se algum sócio se retirar da sociedade.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES

REGIMES DE CONTABILIDADE

Imaginemos que estivéssemos em 20X0 com uma Receita de $100 cujo recebimento seria em
20X1; em qual período deveremos considerar essa Receita? X0 ou X1 ?

Se consumíssemos uma Despesa em X0 e seu pagamento fosse realizado em X1, em qual


período contábil (exercício) computaríamos tal despesa? X0 ou X1 ?
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De acordo com a Lei das Sociedades por Ações a escrituração das empresas será mantida em
registros permanentes, com obediência aos seus preceitos e da legislação comercial e, ainda, aos
Princípios Fundamentais de contabilidade, devendo observar métodos ou critérios contábeis
uniformes no tempo (consistência) e registrar as mudanças do patrimônio segundo o Regime de
Competência.

Os regimes contábeis são:

REGIME DE COMPETÊNCIA; e
REGIME DE CAIXA.

Na questão acima, a RECEITAde $100 seria computada no período contábil X0, não obstante
o fato do seu efetivo recebimento ocorrer em X1. Assim, a RECEITAcompete ao período X0.

Em se tratando de DESPESA, o raciocínio é o mesmo: importa a DESPESA consumida


(incorrida) em determinado período contábil, sendo irrelevante o período de pagamento. Assim a
DESPESA compete ao período X0 (considerado o mesmo exemplo acima ).

O REGIME DE CAIXA é aquele em que a Receita do exercício é igual ao valor efetivamente


recebido dentro do exercício (entrada de dinheiro - encaixe) e a Despesa do exercício corresponde
às grandezas também efetivamente pagas dentro do exercício (saída de dinheiro -
desencaixe/desembolso)

PRINCÍPIOS BÁSICOS CONCERNENTES À APURAÇÃO DO RESULTADO:

 PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO ( RECONHECIMENTO ) DA RECEITA


 PRINCÍPIO DA CONFRONTAÇÃO DAS DESPESAS

 REALIZAÇÃO (RECONHECIMENTO) DA RECEITA:

A Receita é reconhecida no período contábil em que foi gerada. O fato gerador, normalmente,
é identificado quando os bens e serviços são transferidos aos compradores em troca de dinheiro
(Receita a Vista), de direitos a receber (Receita a Prazo) ou ainda outro item do Ativo (permuta).

 CONFRONTAÇÃO DAS DESPESAS:

Consiste no ato de que, no momento em que a Receita é reconhecida, ela é associada com a
Despesa e o Custo verificados para a sua obtenção. Deste confronto é que surge o Resultado do
Exercício.

Em primeiro lugar se define o momento do reconhecimento da receita (princípio da


realização da receita); em segundo lugar o período (exercício social) a que esta receita pertence
(princípio da competência); em terceiro lugar associa-se todas as despesas sacrificadas, no
período, com a receita reconhecida e apura-se o resultado (princípio da confrontação das
despesas).

No Regime de Competência de Exercícios, as receitas de um exercício são aquelas ganhas


nesse período (não importando se tenham sido recebidas dentro do exercício) e as despesas de um
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exercício são aquelas incorridas nesse período (não importando se forem pagas dentro do
período).

INTRODUÇÃO
“Quando uma pessoa controla o dinheiro pelo canhoto do talão de cheques, procurando
equilibrar os depósitos com os débitos, está fazendo um dos tipos mais simples de contabilidade
pessoa física. Também é contabilidade o controle que a dona de casa faz das contas do mercado e
das demais despesas, para chegar ao fim do mês sem débito. Numa grande empresa, a
contabilidade envolve processos complicados e sofisticados, que exigem um grande número de
pessoas, entre as quais especialistas em legislação tributária, contadores, advogados. Porém, no caso
de uma microempresa, quando o empreendedor tem o dinheiro contado para a operação do negócio
e não sobra muito para pagar serviços de terceiros, a área contábil ganha uma dimensão
diferente.” (Fonte: MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade
empresarial. São Paulo: Atlas, 2001 p.117).

PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS


As práticas contábeis são disciplinadas por regras, critérios e normas de procedimentos,
visando um tratamento contábil uniforme, que serve de guia para a Auditoria examinar a qualidade
dos relatórios contábeis.
Essas diretrizes têm recebido várias denominações, como Princípios de Contabilidade
Geralmente Aceitos (PCGA), Princípios Fundamentais de Contabilidade, Conceitos de
Contabilidade ou, ainda, hierarquizadas em Postulados, Princípios propriamente ditos e
Convenções. Relativamente a esta última denominação, a Estrutura Conceitual Básica da
Contabilidade admite a necessidade de hierarquizar Conceitos, evidenciando que em tudo há
hierarquia e que há muitos teóricos que admitem divisões nos princípios. É proposta por seus
autores a seguinte hierarquia:
a) Postulados ambientais da Contabilidade. São axiomas, máximas, proposições evidentes cuja
aceitação como verdadeira é indiscutível. Os postulados são o da Entidade e o da Continuidade.
b) Princípios contábeis propriamente ditos. São preceitos básicos que devem orientar os
registros contábeis, mutáveis no tempo, sujeitos a discussão. Os Princípios Contábeis são: do Custo
como Base de Valor, do Denominador Comum Monetário, da Realização da Receita e do
Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis.
c) Convenções são restrições, delimitações, condicionamentos de aplicação aos princípios
contábeis. As convenções contábeis são: da Objetividade, da Materialidade, do Conservadorismo e
da Consistência.
O Conselho Federal de Contabilidade, ao emitir a Resolução CFC n.º 530/81 aprovou as
Normas Brasileiras de Contabilidade, referentes ao Princípios Fundamentais da Contabilidade. A
expressão princípios fundamentais da contabilidade foi escolhida pelo CFC sem a preocupação de
hierarquização. Na verdade no Brasil não encontramos uma perfeita unicidade dos Princípios da
Contabilidade.
Em 1993, a Resolução n.º 750 do Conselho Federal de Contabilidade aprovou nova lista de
princípios: da Entidade, da Continuidade, da Oportunidade, do Registro pelo Valor Original, da
Atualização Monetária e o da Prudência.
Princípios Fundamentais de Contabilidade (de acordo com a Resolução 750/93 do
Conselho Federal de Contabilidade)
“Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade consoante o entendimento predominante nos universos
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científico e profissional de nosso País”.

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
O Princípio da ENTIDADE reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a
autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, a uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por
conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou
agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade
de natureza econômico-contábil.”
Entende-se como “Entidade Contábil”, qualquer indivíduo, empresa, grupo de empresas ou
entidades, que efetue movimentações quantificáveis monetariamente, desde que haja necessidade de
manter Contabilidade. Os registros contábeis deverão ser mantidos destacando a Entidade Contábil
como pessoa distinta das pessoas dos sócios ou acionistas.

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
“A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida estabelecida ou provável,
deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, qualitativas e
quantitativas.
A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou
o vencimentos dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo
determinado, previsto ou previsível.
A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do
Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos
componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a
capacidade futura de geração de resultado.”
Contabilmente, as Entidades são consideradas empreendimentos em prosseguimento (em
operação, em continuidade, em andamento). Com base na continuidade a empresa realiza grandes
investimentos, constrói prédio, adquire tecnologia, contrai financiamentos, etc.
No caso de detectar a impossibilidade de prosseguimento do empreendimento
(descontinuidade), por meio de dados que evidenciem, por exemplo, prejuízos constantes,
liquidação extrajudicial etc., o contador deverá informar aos usuários dos relatórios contábeis tal
situação. Neste caso, a avaliação adequada dos bens da empresa seria o preço de venda (quanto a
empresa vale para um comprador).

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à
integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de
imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Como resultado da obrigatória observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
 desde que, tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito
mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
 registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos
físicos e monetários; e
 registro deve ensejar o conhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da
ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações
úteis ao processo decisório da gestão.”
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DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL


Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações
com o mundo exterior, expressos em valor presente na moeda do País, que serão mantidos na
avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou
decomposições no interior da ENTIDADE.
 a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada,
considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da
imposição destes;
 uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ser alterados
seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão somente, sua decomposição em elementos e/ou sua
agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
 o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
 os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza
e mantém atualizado o valor de entrada; e
 o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui
imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.”
Os registros contábeis são efetuados com base no valor de aquisição do bem ou pelo custo de
fabricação (incluindo todos os gastos necessários para colocar o bem em condições de gerar
benefícios para a empresa). O registro pelo valor original está intimamente relacionado com a
Entidade em andamento (continuidade), não interessando valores de realização (valores de saída, de
venda), mas sim o custo de aquisição ou fabricação (valores de entrada, de compra).

O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA


Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem se reconhecidos nos
registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes
patrimoniais.
São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
 a moeda, embora aceita, universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
 para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional dos componentes patrimoniais
e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido;
 a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente, o ajustamento
dos valores originais pela determinada data, mediante aplicação de indexadores, ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda em um dado período.”
Em relação ao Princípio da Atualização Monetária, pode-se dizer que até 1995 era obrigatória
a Correção Monetária do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido. Entretanto, com o Plano Real,
a Correção Monetária foi extinta.
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que
ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independente de recebimento ou
pagamento.
O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no Ativo ou no Passivo
resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para
classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da
OPORTUNIDADE.
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O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência


natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
As receitas consideram-se realizadas:
 nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem o
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente
pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
 quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo sem o
desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
 pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;
 no recebimento efetivo de doações e subvenções.
Consideram-se incorridas as despesas:
 quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua
propriedade para terceiro;
 pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
 pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.”
A Contabilidade registra a Receita gerada em determinado exercício social, não importando o
recebimento da mesma. O que interessa, portanto, é o período em que a Receita foi ganha (fato
gerador) e não o seu recebimento. No que tange à Despesa o raciocínio é o mesmo: interessa a
despesa consumida (incorrida) em determinado período contábil, sendo irrelevante o período de
pagamento.

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do
ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas
para a quantificação das mutações patrimoniais que alteram o patrimônio líquido.
O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio
líquido, quando se apresentarem opções igualmente aplicáveis diante dos demais Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores
relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau
variável.”
Embora as convenções não tenham sido contempladas pela Resolução n.º 750/93 do CFC,
vamos estudar as Convenções universalmente aceitas, em virtude da importância que representam
para os registros contábeis.

CONVENÇÃO CONTÁBIL DA OBJETIVIDADE


Refere-se ao sentido da neutralidade que se deve dar à Contabilidade nos registros dos atos e
fatos que envolvem a gestão do patrimônio das entidades. Os registros contábeis, sempre que
possível, devem estar consubstanciados em documentos que comprovem as transações realizadas.

Numa situação onde não haja documento para suporte da contabilização, poder-se-ia convocar
peritos em avaliação que, por intermédio de laudos, forneceriam um valor objetivo para o contador
desenvolver a sua contabilidade de maneira imparcial.
De acordo com a Convenção da Objetividade, o contador não deve ser subjetivo em suas
avaliações, mas sim imparcial, neutro (impessoal) junto aos usuários da Contabilidade. Assim,
sempre que o contabilista tiver mais de uma opção de valores para atribuir a um bem, como um
documento original de compra e um laudo pericial de avaliação do respectivo bem, deverá optar
pelo mais objetivo, nesse exemplo, pelo documento.

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CONVENÇÃO CONTÁBIL DA MATERIALIDADE


Essa convenção estabelece que o contabilista não deve perder tempo com registros
irrelevantes, cujos controles podem se tornar mais onerosos do que os próprios valores a serem
controlados.
A aplicação dessa convenção exige sempre bom senso, pois há situações em que, embora os
valores sejam irrelevantes, o reflexo em relação ao conjunto inspira maiores cuidados. Nesse caso
incluem-se os Materiais de Expediente utilizados nas entidades, como lápis, papéis etc. Embora
consumidos diariamente, devido ao seu pequeno valor unitário, é aconselhável, na maioria dos
casos, que sejam contabilizados apenas no final do período (mês).
Por intermédio da materialidade observa-se o que é material (relevante) que o contador deve
informar em seus relatórios. A análise do binômio CUSTO x BENEFÍCIO é interessante para
visualizar a materialidade. Há determinadas informações contábeis cujo custo para evidenciá-las
(tempo do pessoal da Contabilidade, material, recursos tecnológicos...) é maior do que o benefício
proporcionado aos usuários (acionistas, administradores, ...) daquelas informações.

CONVENÇÃO CONTÁBIL DA CONSISTÊNCIA


De acordo com essa convenção, os critérios adotados para o registro dos atos e fatos
administrativos não devem mudar com freqüência. Havendo, porém, necessidade de mudança, o
fato deve ser informado em Notas Explicativas. Se a mudança do critério implicar variações no
resultado do exercício, o montante dessas variações também deve ser informado.
Como exemplo, para a avaliação dos Estoques existem vários critérios: PEPS, UEPS, Preço
Específico, Preço Médio etc. Se uma empresa que adota o critério PEPS decidir mudar para Preço
Médio, deixando de ser uniforme em relação aos períodos anteriores, deverá informar o fato em
seus registros.
A quebra da consistência na escrituração provoca influências, principalmente no Balanço
Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício, prejudicando sensivelmente a análise
comparativa entre os dados constantes desses demonstrativos e os de outros exercícios. Conclui-se,
portanto, que a permanência dos mesmos critérios propicia ao usuário maior eficiência na
comparação dos relatórios contábeis de diversos períodos (anos).

CONVENÇÃO CONTÁBIL DA CONSERVADORISMO


Essa convenção deu origem ao Princípio da Prudência. Ser conservador é não passar uma
imagem de otimismo aos acionistas, administradores...em uma situação alternativa que, com o
passar do tempo, poderá reverter-se. A regra “Custo ou Mercado o Mais Baixo” está intimamente
relacionada ao conservadorismo. O custo é a base para o registro contábil, mas, se o valor de
mercado for inferior ao de custo, deve-se adotar o valor de mercado.

COMPARATIVO DOS NOVOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE COM


OS POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES DE CONTABILIDADE

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE POSTULADOS, PRINCÍPIOS,


CONTABILIDADE - NBC CONVENÇÕES DE CONTABILIDADE
1. DA ENTIDADE  DA ENTIDADE (Postulado)
2. DA CONTINUIDADE  DA CONTINUIDADE(Postulado)

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3. DA OPORTUNIDADE ------------------------------------------------------
4. DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL DO CUSTO COMO BASE DE VALOR
(Princípio)
5. DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA ------------------------------------------------------
6. DA COMPETÊNCIA  REALIZAÇÃO DA RECEITA (Princípio)
 DO CONFRONTO DAS DESPESAS COM AS
RECEITAS E COM OS PERÍODOS
CONTÁBEIS (Princípio)
7. DA PRUDÊNCIA  DO CONSERVADORISMO (Convenção)
-----------------------------------------------------  DA CONSISTÊNCIA (Convenção)
 ----------------------------------------------------  DO DENOMINADOR COMUM
MONETÁRIO (Princípio)*
-----------------------------------------------------  DA OBJETIVIDADE ( Convenção)
-----------------------------------------------------  DA MATERIALIDADE (Convenção)

(*) O princípio do Denominador Comum Monetário homogeneiza e agrega diferentes itens


suscetíveis de avaliação monetária em um denominador comum monetário (Real).
Com base no artigo 177 da Lei n. º 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades Anônimas, a
Contabilidade da empresa será mantida com obediência:
 aos preceitos da Legislação Comercial;
 aos preceitos da Lei das Sociedades por Ações; e
 ao Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos.

O QUE É CONTABILIDADE?
Contabilidade é um instrumento da função administrativa que tem como finalidades controlar
o patrimônio das entidades, apurar o resultado das entidades e prestar informações sobre o
patrimônio e o resultado das entidades aos diversos usuários da informação contábil.

CAMPO DE APLICAÇÃO
Entidades econômico-administrativas, também chamadas de aziendas. Essas entidades, para
atingir seus objetivos, sejam eles econômicos ou sociais, se utilizam de bens patrimoniais e
necessitam de um órgão administrativo que execute os atos necessários a seus fins.

TÉCNICAS CONTÁBEIS
 Escrituração consiste no registro dos fatos patrimoniais de forma contínua e metódica,
tendo como apoio a documentação relativa a esses fatos.
 Demonstração é o processo de informações úteis, oportunas e adequadas, conforme as
necessidades específicas dos usuários.
 Auditoria é a inspeção que se realiza sobre a escrituração contábil, com a finalidade de se
verificar a exatidão quanto aos registros e demonstrações e, também, quanto à adequação dos
fatos administrativos ocorridos aos objetivos sociais da entidade.
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 Análise de Balanços consiste no processo de transformação dos dados constantes das


demonstrações financeiras em informações úteis aos diversos usuários da informação
contábil.

EXERCÍCIO SOCIAL
A gestão econômica denomina-se exercício social, que consiste no espaço de tempo em que,
ao seu término, as entidades apuram e demonstram seus resultados, podendo coincidir ou não com o
ano calendário, conforme dispuser o estatuto ou contrato social da entidade.

OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A Contabilidade pode ser considerada como sistema de informação destinado a prover seus
usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão.
Os usuários podem ser internos à empresa (gerentes, diretores, administradores, funcionários
em geral) ou externos a empresa (acionistas, instituições financeiras, fornecedores, governo,
sindicatos).
O objetivo principal da Contabilidade, portanto, é o de permitir a cada grupo principal de
usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem
como fazer inferências sobre suas tendências futuras.

OBJETO DA CONTABILIDADE
O patrimônio das entidades econômico-administrativas. Patrimônio é o conjunto de elementos
necessários à existência de uma entidade. É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a
uma entidade, num determinado momento.

PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA OU DE UMA EMPRESA


BENS E DIREITOS (a receber) OBRIGAÇÕES (a serem pagas)
 BENS
Entende-se por bens as coisa úteis capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das
empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis: veículos, imóveis,
estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis de escritório), ferramentas, etc..
Os bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se bens
intangíveis. Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as empresas
(Mappin, Cica) e as patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou
empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção ) são exemplos de bens intangíveis.

 DIREITOS
Em Contabilidade entende-se por Direito ou Direito a Receber o poder exigir alguma coisa.
São valores a receber, títulos a receber, contas a receber, etc.. Depositando determinada quantia
num Banco você tem direito de sacar esse depósito a qualquer momento. Assim, dinheiro
depositado em Bancos é um direito.
Em relação à empresa. O direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo, ou seja,
quando se vendem mercadorias a outras empresas, e o pagamento não é efetuado no ato, mas no
futuro, a empresa vendedora emite uma duplicata como um documento comprobatório. Esse direito
ficará registrado na Contabilidade como Duplicatas a Receber.

 OBRIGAÇÕES
São dívidas com outras pessoas. Na Contabilidade tais dívidas são denominadas exigíveis,
isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na data do vencimento.

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Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo
(exatamente o contrário de Duplicatas a Receber): ao comprar a prazo a empresa fica devendo ao
fornecedor da mercadoria; por essa razão, essa dívida é registrada na Contabilidade como
Fornecedores, embora também possa ser denominada Duplicatas a Pagar.
Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – Salários a Pagar; com o governo –
Imposto a Pagar; com a financeiras – Financiamentos; com a Previdência Social e FGTS –
Encargos Sociais a Pagar; com o locador do prédio – Aluguéis a Pagar; diversas contas de luz, água,
gás etc.. – Contas a Pagar etc..

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS


Bens Obrigações
Dinheiro Empréstimos a Pagar
Mercadorias em Estoque Salários a Pagar
Veículos Fornecedores (Duplicatas a Pagar)
Imóveis Financiamentos
Máquinas Impostos a Pagar
Ferramentas Encargos Sociais a Pagar
Móveis e Utensílios Aluguéis a Pagar
Marcas e Patentes Títulos a Pagar
Direitos Promissórias a Pagar
Depósitos em Bancos Contas a Pagar
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Ações

 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O patrimônio por si só não mede a efetiva riqueza de uma empresa. Na verdade, é necessário
conhecer a riqueza líquida da pessoa ou empresa: somam-se os bens e os direitos e, desse total,
subtraem-se as obrigações. O resultado é a riqueza líquida, ou seja, a parte que sobra do patrimônio
para a pessoa ou empresa denominada Patrimônio Líquido ou Situação Líquida.

Patrimônio Líquido = Bens + Direitos (-) Obrigações

DEMONSTRAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO


Demonstra-se o patrimônio de uma entidade relacionado-se todos os seus bens, direitos e
obrigações num, demonstrativo chamado gráfico patrimonial. Por convenção, os bens e direitos são
relacionados no lado esquerdo do gráfico patrimonial, enquanto no lado direito são relacionadas as
obrigações.
A demonstração dos componentes do patrimônio no gráfico patrimonial com o Ativo, Passivo
e Patrimônio Líquido, e seus respectivos valores, chama-se Balanço Patrimonial.

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BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Lado Esquerdo Lado Direito

 Ativo
É o conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa. São os itens positivos do
patrimônio. Trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa.

 Passivo
Representa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas,
reclamadas a partir da data do seu vencimento. É denominado, também, de Passivo Exigível,
procurando-se neste caso dar ênfase ao aspecto da exigibilidade.

EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos apresentar a seguinte equação
patrimonial:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO

Conforme já comentado, o Ativo é composto pelo total de bens e direitos e o Passivo é


composto apenas pelas obrigações exigíveis. O Patrimônio Líquido também é considerado uma
espécie de obrigação não exigível da entidade para com os seus proprietários que, em se tratando de
pessoa jurídica, são os seus sócios ou acionistas.
De acordo com os valores dos componentes do Ativo e do Passivo, podemos encontrar as
seguintes situações patrimoniais:

a) Ativo> Passivo  Patrimônio Líquido positivo/favorável/superavitário

Bens Obrigações Exigíveis


+
Direitos Patrimônio Líquido

(B+D)>Obrigações Exigíveis
PL Positivo

Sendo o Ativo maior que o Passivo Exigível, ou seja, o valor dos bens e direitos superando o
total das obrigações exigíveis, diz-se que a Situação Líquida do patrimônio ou Patrimônio Líquido é
positivo, favorável, superavitário, ou ainda, que existe riqueza própria.

b) Ativo< Passivo  Patrimônio Líquido negativo/desfavorável/deficitário

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Bens +
Direitos Obrigações Exigíveis

Patrimônio
Líquido Negativo

(B+D)<Obrigações Exigíveis
PL Negativo (Passivo a descoberto)

Quando o total dos bens e direitos é menor que o total das obrigações exigíveis, ou seja, o Ativo é
menor do que o Passivo Exigível, diz-se que a Situação Líquida ou Patrimônio Líquido é negativo,
desfavorável, deficitário, não existindo riqueza própria, caracterizando que o Passivo está a
descoberto.

c) Ativo = Passivo  Patrimônio Líquido nulo/equilibrado

Bens
+ Obrigações Exigíveis
Direitos

(B+D)=Obrigações Exigíveis
PL Nulo

Se o total do Ativo for exatamente igual ao total das obrigações exigíveis, diz-se que a
Situação Líquida ou Patrimônio Líquido é nulo ou equilibrado, não existindo riqueza própria.

ORIGENS x APLICAÇÕES
Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo Passivo e Patrimônio Líquido. Os
recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (PL), fornecedores, governo,
bancos, financeiras, etc. Que representam origens de recursos. Por intermédio do Passivo e do
Patrimônio Líquido, portanto, identificam-se as origens de recursos.
O Ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa, em
estoque, em máquinas, em imóveis etc..
A empresa, na verdade, só pode aplicar (Ativo) aquilo que tem origem (Passivo e PL).
Evidentemente, havendo origem de $ 2,96 milhões, a aplicação deve ser de $ 2,96 milhões. Dessa
forma, fica simples entender porque o Ativo será sempre igual ao Passivo Exigível mais
Patrimônio Líquido.

$$$$$$$$
Ativo P e PL (origens)
$$$
20 $
De terceiros
Aplicações $$$$$$$$ $$$$$$$$ $
e próprio
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A palavra balanço decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo + PL , ou da igualdade:

Aplicações = Origens . Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre
encontraremos a igualdade. O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja,
conjunto de bens, direitos e obrigações, daí chamar-se patrimonial. Juntando-se as palavras, obtém-
se balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o
balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data.
Em qualquer transação, no registro contábil, pelo menos duas contas são afetadas. Isto é
explicado pelo fato de, em qualquer operação, sempre haver uma origem (fonte) e uma aplicação
de recursos.
Uma origem de recursos não significa necessariamente, apenas aumento de Passivo ou
Patrimônio Líquido. No caso, por exemplo, em que a empresa adquire, à vista (em cheque) um
prédio para se estabelecer ocorre uma aplicação de recursos: aquisição de imóveis, que teve como
origem de recursos a conta Bancos, que é típica de Aplicação, tornando-se fonte de recursos quando
são efetuados os pagamentos com cheques.
Temos, então, que:

ORIGEM DE RECURSOS: Aumento de Obrigações (Passivo e PL) ou Diminuição de Bens


ou Direitos (Ativo); e

APLICAÇÕES DE RECURSOS: Aumento de Bens e Direitos (Ativo) ou Diminuição de


Obrigações (Passivo e PL).

Para facilitar o entendimento, admitamos as seguintes operações:


Operação 1: Depósito inicial de $300.000 por sócio no Banco do Brasil S.A.
Operação 2: Aquisição de um imóvel, à vista, mediante a emissão de cheque.

Operação 1 Operação 2

Capital

Origem 1 Aplicação 2

Bancos c/Movimento

Origem 3 Aplicação 4
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Aumento de Obrigações
Aumento de Direitos
Diminuição de Direitos
Aumento de Bens Imóveis
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FATOS CONTÁBEIS
Os fenômenos ocorridos no âmbito de uma entidade, quer tenham sido consentidos ou não
pela sua administração, são classificados como atos administrativos ou como fatos administrativos.
Os atos administrativos são aqueles eventos que não afetam o patrimônio da entidade, tal
como selar uma carta, redigir um telegrama, atender um telefonema, etc. Como estes
acontecimentos não afetam o patrimônio da entidade, a Contabilidade não se preocupa com eles.
Os fatos administrativos são os acontecimentos que de alguma forma alteram o patrimônio
das entidades, quer sob o aspecto qualitativo, quer sob o aspecto quantitativo. Como a
Contabilidade tem por objeto o patrimônio das entidades, os fatos administrativos são
exaustivamente por ela estudados, e, por isso, tais eventos são também chamados de fatos
contábeis. Portanto, fatos administrativos ou fatos contábeis são os que modificam o patrimônio das
entidades, mesmo que não tenham o consentimento ou a autorização da administração.

CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS


Conforme o efeito dos fatos contábeis sobre o patrimônio da entidade, podemos classificá-los
em:
a) Fatos Permutativos - são aqueles que alteram o patrimônio da entidade (bens, direitos e
obrigações) sem alterar o seu Patrimônio Líquido. Estes fatos refletem trocas entre os elementos
patrimoniais, tais como bens por bens, bens por obrigações, direitos por bens, etc., de forma a não
alterar a riqueza própria do patrimônio.
Exemplos: - compra de mercadorias à vista (bens por bens).
- compra de mercadorias a prazo (bens por obrigações).
- recebimento de valor pela quitação de uma duplicata.
- aumento do capital social com lucros acumulados.
b) Fatos Modificativos - são aqueles que alteram o patrimônio da entidade (bens, direitos e
obrigações) e o Patrimônio Líquido, aumentando ou diminuindo a riqueza própria do patrimônio,
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razão pela qual são classificados em fatos modificativos aumentativos e fatos modificativos
diminutivos.
Os fatos modificativos aumentativos são aqueles que alteram o patrimônio da entidade,
aumentando o seu Patrimônio Líquido.
Exemplos: - integralização do capital social pelos sócios;
- realização de receitas de aluguel;
- realização de receitas de juros.

Os fatos modificativos diminutivos são aqueles que alteram o patrimônio da entidade,


diminuído o seu Patrimônio Líquido.
Exemplos: - distribuição de lucros ou dividendos;
- realização de despesas de aluguel.
- realização de despesas de juros.

c) Fatos Mistos - fatos contábeis mistos são aqueles que combinam fatos contábeis
permutativos e modificativos. Por isso, os fatos mistos também são classificados em fatos mistos
aumentativos, quando combinam fatos permutativos e fatos modificativos aumentativos, e fatos
mistos diminutivos, quando combinam fatos permutativos e fatos modificativos diminutivos.
Exemplos: - venda de mercadorias com lucro - trocam-se mercadorias por dinheiro,
aumentando o Patrimônio Líquido pelo lucro auferido na operação (fato misto aumentativo).
- venda de mercadorias com prejuízo - trocam-se mercadorias por dinheiro,
porém o Patrimônio Líquido fica diminuído em virtude do prejuízo ocorrido (fato misto
diminutivo).
- pagamento de uma duplicata com juros - troca-se dinheiro Por obrigação,
reduzindo o Patrimônio Líquido pela despesa de juros incorrida (fato misto diminutivo).
- recebimento de uma duplicata com juros - trocam-se direitos por dinheiro,
aumentando o Patrimônio Líquido pelo valor da receita de juros realizada (fato misto aumentativo).

CONTAS
Em contabilidade, contas são denominações contábeis que identificam e controlam os
elementos contábeis de natureza semelhante.

TEORIA DAS CONTAS


A perfeita classificação das contas pressupõe o conhecimento ou a definição da
natureza do elemento por ela representado.
Ao longo do tempo, surgiram várias escolas de teóricos contábeis, cada qual defendendo a sua
teoria, para justificar os critérios por elas adotados na classificação das contas nos respectivos
grupos e subgrupos.
Dentre estas escolas, temos como principais a teoria personalista, a teoria materialista e a
teoria patrimonialista.

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TEORIA PERSONALISTA
Para esta escola, as contas representam pessoas que se relacionam com a entidade em termos
de débito e crédito.
Esta escola classifica as contas nos seguintes grupos:
 contas dos proprietários - compreendem todas as contas do Patrimônio Líquido, inclusive
as suas variações como as receitas e as despesas;
 contas dos agentes consignatários - compreendem aquelas que representam bens;
 contas dos agentes correspondentes - compreendem aquelas que representam direitos e
obrigações.

TEORIA MATERIALISTA
Para esta escola a relação entre as contas e a entidade é uma relação material e não pessoal.
As contas são classificadas em dois grupos, a saber:
 Contas Integrais - são aquelas representativas de bens, direitos e obrigações exigíveis;
 Contas Diferenciais - são aquelas que representam o Patrimônio Líquido, além das
Receitas e das Despesas.

TEORIA PATRIMONIALISTA
Para esta escola o objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades e a sua finalidade é o
controle do patrimônio, a apuração dos resultados e a prestação de informações sobre o patrimônio
e o resultado das entidades.

Esta teoria classifica as contas em dois grupos:

 Contas Patrimoniais - são aquelas que representam o Ativo e o Passivo da entidade.


Desta forma, são contas patrimoniais aquelas que indicam a existência de bens, direitos e
obrigações, tanto as obrigações exigíveis como também o Patrimônio Líquido, formado pelo
Capital Social, as Reservas e os Lucros ou Prejuízos Acumulados.
 Contas de Resultado - compreendem as receitas e as despesas, que devem ser encerradas
quando da apuração do resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será
incorporado ao patrimônio da entidade através da conta do Patrimônio Líquido “Lucros
Acumulados” ou “Prejuízos Acumulados”.

FUNCIONAMENTO DAS CONTAS


O Razonete é um gráfico em forma de “T” onde o lado esquerdo é o lado do débito e o lado
direito é o lado do crédito. Cabe observar que as palavras “débito” e “crédito” não possuem
conotação positiva ou negativa, significando, simplesmente, um registro do lado direito ou do lado
esquerdo do razonete, respectivamente. Dessa forma debitar significa lançar valores no lado
esquerdo de um razonete; creditar significa lançar valores no lado direito de uma conta (ou
razonete).

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RAZONETES
Contas do Ativo Contas Passivo e PL
Débito Crédito Débito Crédito

Lado Lado Lado Lado


esquerdo direito esquerdo direito

Regras Gerais

1ª Regra: Acréscimos nas contas do Ativo são lançados no lado esquerdo do Razonete (T): debita-
se.

2ª Regra: Diminuições na contas de Ativo são lançadas no lado direito do Razonete (T): credita-se.

3ª Regra: Acréscimos nas contas de Passivo e PL são lançados no lado direito do Razonete (T):
credita-se.

4ª Regra: Diminuições nas contas de Passivo e PL são lançadas no lado esquerdo do Razonete (T):
debita-se.

5ª Regra: As Receitas aumentam o PL, assim, elas serão sempre creditadas e, portanto, lançadas no
lado direito do razonete.

6ª Regra: As Despesas diminuem o PL, assim, elas serão sempre debitadas e, portanto, lançadas no
lado esquerdo do razonete.

O saldo de uma conta, num determinado momento poderá ser:


 devedor quando a soma dos débitos for maior que a soma dos créditos;
 credor quando a soma dos débitos for menor do que a soma dos créditos;
 nulo quando a soma dos débitos é exatamente igual à soma dos créditos.

ATIVO PASSIVO e PL

+
+ (-) (-) + +
+ Aumenta Diminui Diminui Aumenta +
+ +
+ +
+ +
+ CRÉDITO +
DÉBITO

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BALANÇO
BALANÇO PATRIMONIAL
PATRIMONIAL
Contas de Ativo Contas de Passivo e PL
Qualquer
Qualquer Conta
Conta de
de Ativo
Ativo Qualquer
Qualquer Conta
Conta de
de Passivo
Passivo ee PL
PL
Débito
Débito Crédito
Crédito Débito
Débito Crédito
Crédito
Aumento
Aumento de Diminuição
de Diminuição Diminuição
Diminuição Aumento
Aumento
conta
conta de
de de
de conta
conta de conta de
de conta de de
de conta
conta de
de
Ativo
Ativo de Ativo
de Ativo Passivo e PL Passivo e PL
Passivo e PL Passivo e PL

REGISTROS CONTÁBEIS
Escrituração é a técnica utilizada para o registro dos fatos contábeis ocorridos em uma
entidade, visando o controle do patrimônio, a apuração do resultado dos exercícios sociais e a
prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil.
O registro de um fato contábil é chamado de lançamento. O lançamento segue o MÉTODO
DAS PARTIDAS DOBRADAS. Por este método, para cada débito efetuado em uma ou mais
contas, deve corresponder um crédito em uma ou mais contas, de tal forma que o total debitado seja
sempre igual ao total creditado.

D
D XXXX
XXXX C
C D
D YYY
YYY C
C

vvvv
vvvv vvvv
vvvv

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 Exemplo de lançamentos nos razonetes da primeira operação de uma empresa.


Constituição
Constituição da
da Companhia
Companhia Transportadora
Transportadora com
com um
um capital
capital de
de $$ 900.000
900.000 (PL)
(PL) aplicado
aplicado
totalmente na conta Bancos c/ Movimento.
totalmente na conta Bancos c/ Movimento.

ATIVO PASSIVO e PL

Bancos c/ Movimento 900.000 Capital 900.000

As contas movimentadas foram Bancos e Capital; por isso


será aberto um razonete para cada conta:

Bancos c/ Movimento Capital

Por uma questão de convenção, os $ 900.000 da conta Bancos c/


Movimento serão lançados no lado esquerdo do razonete, pois as contas de
Ativo devem ser lançadas no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Da
mesma forma, os $ 900.000 da conta Capital serão lançado no lado direito do
razonete (Capital), pois trata-se de uma conta de Patrimônio Líquido, e o
Patrimônio Líquido está situado no lado direito do Balanço Patrimonial.

Bancos c/ Movimento Capital

900.000 900.000

Conclusões: a) Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo serão lançados, por convenção,
no lado esquerdo do razonete.
b) Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como os acréscimos, por
convenção, serão lançados no lado direito do razonete.

MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO


Em conseqüência do Método da Partidas Dobradas e do funcionamento das contas,
desenvolveu-se o mecanismo de débito e crédito, cuja compreensão é de fundamental importância
para o correto lançamento dos fatos contábeis.

Os fatos administrativos aumentam ou diminuem os saldos dos elementos contábeis por eles
envolvidos. Para registrar estes aumentos e reduções faz-se os lançamentos a débito ou a crédito das
respectivas contas, conforme o mecanismo de débito e crédito apresentado a seguir:
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Contas Aumentos Diminuições Natureza do Saldo

Ativo Débito Crédito Devedor

Passivo Crédito Débito Credor

Patrimônio Líquido Crédito Débito Credor

Receitas Crédito Débito Credor

Despesas Débito Crédito Devedor

Uma outra opção para se identificar que conta será debitada e que conta será creditada é pela
análise da origem x aplicação (já estudado). Adotando essa opção, o raciocínio do débito e do
crédito torna-se simples, mas é necessário saber que todo fato administrativo ocorre em forma de
troca, sendo envolvidos pelo menos dois elementos que possuem valores idênticos, denominados
recursos. Desta forma, um dos elementos representa a origem dos recursos, ou seja, de onde a
entidade retirou o respectivo valor, e o outro elemento representa a aplicação do recursos, ou seja,
em que a empresa investiu esse valor.
Assim, teremos:
 Aplicação de recursos = Débito.
 Origem de recursos = Crédito.

LIVROS CONTÁBEIS
Basicamente são dois: Razão e Diário.

RAZÃO: por muito tempo foi facultativo. Hoje é obrigatório para a área fiscal (IR e INSS). É
indispensável em qualquer tipo de empresa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da
Contabilidade.
Consiste no agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Em
outras palavras, o registro no Razão é realizado em contas individualizadas, assim, teremos um
controle por conta. Por exemplo, abrimos uma conta Caixa, e registramos todas as operações que,
evidentemente, afetam o Caixa, nesta conta, debitando ou creditando e, a qualquer tempo, apuramos
o saldo.
Pela descrição acima podemos concluir que o Razão e o Razonete são as mesmas coisas. Na
realidade, o Razonete deriva do Razão; o Razonete é uma forma simplificada, uma forma didática
do Razão.

DIÁRIO: é um livro obrigatório (exigido por lei) em todas as empresas. Registra os fatos
contábeis em partidas dobradas na ordem rigorosamente cronológica do dia, mês e ano.
O livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, sendo que os
registros deverão ser feitos diariamente. Quem empregar escrituração mecanizada (o que é mais
comum) poderá substituir o Diário por fichas seguidamente numeradas (mecânica ou
tipograficamente). Assim, a adoção do Diário e do Razão em fichas permite a escrituração

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simultânea e mais rápida de ambos os livros. Esta combinação dos livros é denominada Diário-
Razão.
Os livros ou fichas (Diário) deverão conter termos de abertura e de encerramento, a ser
submetidos à autenticação do órgão do registro do Comércio. O atraso na escrituração do Diário não
poderá ultrapassar 180 dias, sob pena de multa prevista pelo Imposto de Renda.
Cada lançamento no Diário ou cada partida de Diário deverá ter:
 Local e data da operação.
 Título da conta de “débito”.
 Título da conta de “crédito” – precedida da preposição “a”.
 Histórico – alguns dados fundamentais sobre a operação em registro: nº da Nota Fiscal,
Cheque, Terceiros envolvidos etc..
 Valor da operação em reais.
Não poderá haver um lançamento do Diário (Partidas de Diário) em que não haja estes cinco
requisitos, nesta ordem.
Nas empresas encontramos vários outros livros que não são propriamente contábeis e, sim,
fiscais, sociais e, ainda, por necessidade administrativa.
Como Livros Sociais, exigidos para as Sociedades Anônimas, temos:
 Registro de Atas de Assembléias Gerais.
 Registro de Presença de Acionistas.
 Registro de Atas de Reuniões da Diretoria.
 Registro de Ações Nominativas.
 Registro de Transferência de Ações Nominativas.
 Registro de Partes Beneficiárias.
 Registro de Debêntures etc.
Como Livros Fiscais obrigatórios exigidos pela legislação do IR, IPI, ICMS e ISS
destacamos:
 Inventário.
 Apuração do Lucro Real.
 Razão Auxiliar.
 Registro de Entrada de mercadorias.
 Registro de Saída de mercadorias.
 Registro de Controle de Produção e do Estoque.
 Registro de Impressão de Documentos fiscais.
 Registro de Apuração do ICMS.
 Registro de Apuração do IPI.
 Registro de Apuração do ISS etc.
Outros livros:
 Caixa.
 Registro de Duplicatas.
 Registro de Empregados etc.

FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
Os lançamentos no livro Diário são efetuados segundo quatro tipos ou fórmulas, de acordo
com a quantidade de contas necessárias para o registro do fato contábil.
1ª) fórmula simples ou de 1ª fórmula – Há uma única conta de Débito e uma única conta de
Crédito.

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Exemplo: compra de uma estante, à vista por R$ 300,00


Móveis e Utensílios
a Caixa R$ 300,00

2ª) fórmula composta ou de 2ª fórmula – Uma conta de Débito e duas ou mais contas de
Crédito num mesmo lançamento.
Exemplo: compra de uma estante por R$ 300,00, pagando R$ 200,00 com cheque do Banco
do Brasil e aceitando uma duplicata pelo restante no valor de R$ 100,00.

Móveis e Utensílios
a Diversos
a Bancos c/ Movimento R$ 200,00
a Duplicatas a Pagar R$ 100,00 R$ 300,00

3ª) fórmula composta ou de 3ª fórmula – Diversas contas (duas ou mais) de Débito e uma
conta de Crédito num mesmo lançamento.
Exemplo: integralização do capital social no valor de R$ 15.000,00, sendo R$ 5.000,00 em
Móveis e Utensílios e R$ 10.000 em dinheiro.
Diversos
a Capital Social
Caixa................................... R$ 10.000,00
Móveis e Utensílios............ R$ 5.000,00 R$15.000,00

4ª) fórmula complexa ou de 4ª fórmula - quando mais de uma conta é debitada e mais de uma
conta é creditada.
Exemplo: pagamento do aluguel do mês no valor de R$ 600,00 e de uma duplicata no valor
de R$ 300,00, com a utilização de R$ 200,00 em dinheiro e R$ 700,00 em cheque.

Débito Crédito
Diversos
a Diversos
Despesa de Aluguel...............R$ 600,00
Duplicatas a Pagar................R$ 300,00
a Caixa..............................................................R$ 200,00
a Bancos c/Movimento ................................. R$ 700,00

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Depois de efetuados os lançamentos nos razonetes, apura-se os saldos de todas as contas, pela
diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos lançados em cada conta contábil. Neste
momento faz-se uma pausa na seqüência dos lançamentos contábeis para averiguação de sua
exatidão. Periodicamente (diariamente, semanalmente, quinzenalmente, mensalmente,...), os
responsáveis pela Contabilidade devem verificar se os lançamentos contábeis realizados no período
estão corretos.
Uma técnica bastante utilizada para atingir tal objetivo é o Balancete de Verificação. Este
instrumento, embora de grande utilidade, não detectará, entretanto, todos os erros que possam
existir nos lançamentos contábeis. Como essa peça contábil tem como base o método das partidas
dobradas: “não haverá débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)”, se, por um lado, somarmos
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todos os débitos e, por outro, todos os créditos, deveremos ter o mesmo total. Verificamos, assim, se
os lançamentos a débito e a crédito foram realizados adequadamente.

O Balancete de Verificação relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor,
de tal forma que, se os lançamentos foram corretamente efetuados nos razonetes, o total da coluna
dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores. Havendo diferenças entre os
totais, podemos afirmar que pelo menos um lançamento está errado, devendo-se revisar cada
registro até que os erros sejam localizados.

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Contas Saldos
Devedores Credores

Total

PLANO DE CONTAS
O Plano de Contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do
setor de Contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis. É um instrumento de
grande importância no desenvolvimento do processo contábil de uma empresa.
Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas, tendo em vista suas peculiaridades.
Assim, tendo em vista o porte, o ramo de atividade da empresa e a quantidade de informações
exigidas pelos usuários, o Plano de Contas poderá conter um número maior ou menor de
informações.

COMPOSIÇÃO DO PLANO DE CONTAS


Um Plano de Contas ideal poderá compor-se de três partes:
 Manual de Contas – é um quadro explicativo do uso adequado de cada uma das contas
constantes do Elenco de Contas. Tem pó função apresentar detalhes a respeito de cada conta,
servindo de guia para o contabilista visando o registro uniforme das operações. Esse quadro
apresenta:
- Função de cada conta – a razão de sua existência, isto é, para que serve.
- Funcionamento de cada conta – em que situação a conta será debitada ou creditada.
- Natureza do saldo de cada conta – devedora ou credora.
 Lançamentos explicativos para o registro de operações especiais – Esta parte do Plano
de Contas compõem-se de modelos de partidas de Diário próprios para o registro que raramente
ocorrem na empresa. Tais modelos de lançamentos podem ser apresentados por meio de
fluxogramas.
 Elenco de Contas – consiste na relação das contas que serão utilizadas para o registro dos
fatos Administrativos decorrentes da gestão do patrimônio da empresa. O Elenco de Contas envolve
a intitulação (nome) e o código de cada conta.
Em qualquer Elenco de Contas, seja qual for o tipo de empresa, as contas devem ser
agrupadas de acordo com a estrutura estabelecida pela Lei 6.404/76. Dessa forma, as contas que
representam os bens e os direitos serão agrupadas no Ativo em três grupos principais: Ativo
Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo permanente, subdividido em Investimentos,
Ativo Imobilizado e Ativo Diferido. Da mesma forma, as contas que representam as Obrigações e o
Patrimônio Líquido serão agrupadas no passivo em quatro grupos principais: Passivo Circulante,

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Passivo Exigível a Longo prazo, Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido,


subdividido em Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Exemplo de Elenco de Contas:

A – CONTAS PATRIMONIAIS

1 - ATIVO 2 - PASSIVO
10. ATIVO CIRCULANTE 20. PASSIVO CIRCULANTE
10.1 Caixa 20.1 Fornecedores
10.2 Bancos conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar
10.3 Duplicatas a Receber 20.3 Promissórias a Pagar
10.4 Promissórias a Receber 20.4 FGTS a Recolher
10.5 Estoque de Mercadorias 20.5 Salários a Pagar
10.6 Estoque de Material de Expediente 20.6 Impostas e Taxas a Recolher
11. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 21. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar
11.2 Promissórias a Receber 21.2 Promissórias a Pagar
12. ATIVO PERMANENTE 22. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS
12.1 Imóveis de Renda FUTUROS
12.2 Instalações 23. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
12.3 Máquinas e Equipamentos 23.1 Capital
12.4 Móveis e Utensílios 23.2 Reserva Legal
12.5 Veículos 23.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados
12.6 Despesas de Reorganização

B – CONTAS DE RESULTADO
3 - DESPESAS 4 - RECEITAS
30. DESPESAS OPERACIONAIS 40. RECEITAS OPERACIONAIS
30.1 Água e Esgoto 40.1 Receitas de Serviços
30.2 Combustíveis 40.2 Descontos Obtidos
30.3 Juros Passivos 40.3 Juros Ativos
30.4 Fretes e Carretos 40.4 Receitas Eventuais
30.5 Despesas Bancárias

5. CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO


50.1 Resultado do Exercício

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A Lei das S/A estabelece que ao fim de cada período social, a diretoria fará elaborar (e deverá
publicar) com base na escrituração contábil, as demonstrações contábeis (ou demonstrações
financeiras) abaixo:
 Balanço Patrimonial (BP);
 Demonstração do Resultado do Exercício (antiga Lucros e Perdas) (DRE);
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 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, opcionalmente substituída pela


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); e
 Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

Além as demonstrações contábeis relacionadas, existem as Notas Explicativas, que são


complementos àquelas demonstrações (sem serem demonstrações contábeis). As notas explicativas
são dispostas no rodapé (na parte abaixo) das demonstrações contábeis.
Informações difíceis de ser indicadas nas demonstrações contábeis, como por exemplo:
mudança de critério contábil, garantias oferecidas aos bancos que concederam empréstimos, taxa de
juros etc. são evidenciadas em notas explicativas.
Pela legislação do Imposto de Renda, as Sociedades por Quotas de Responsabilidade
Limitada deverão seguir parte dos dispositivos das Sociedades por Ações. Embora não seja
necessária a publicação das Demonstrações Contábeis por parte das Ltda., deverão estas empresas
estruturar suas demonstrações nos moldes da Lei das S/A, para melhor atender às exigências do
Imposto de Renda. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é obrigatória
para todas as Companhias, sendo que, para as Companhias Fechadas (não negociam suas ações na
Bolsa de Valores), somente para as que possuam um Patrimônio Líquido superior a um milhão de
reais.

BALANÇO PATRIMONIAL
Reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um
período prefixado.
O Balanço Patrimonial (BP) é constituído de duas colunas: a coluna do lado direito,
denominada Passivo (Obrigações Exigíveis) e Patrimônio Líquido e a coluna do lado esquerdo
denominada Ativo.
Ativo são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente,
que representem benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa. Para que seja
evidenciado no Ativo o item patrimonial tem que possuir, simultaneamente essas quatro
características.
O bem de propriedade da empresa é aquele sobre o qual ela tem domínio. Quando o bem está
em nosso poder, dizemos que há posse sobre ele. Nem toda posse, entretanto, significa propriedade:
podemos alugar (leasing) um veículo e ter posse sobre ele, muito embora não tenhamos a
propriedade (domínio). Portanto, tal veículo não é ativo para a empresa.
Se a empresa tiver em estoque mercadorias deterioradas, sem perspectiva de comercialização,
este estoque não deverá permanecer como ativo da empresa (embora sejam bens de sua
propriedade), pois não representa benefícios presentes ou benefícios futuros (não trará vantagens
para a empresa).
Existem certos itens que, embora representem um potencial para a obtenção de benefícios
futuros, não serão evidenciados no ativo da empresa, pois não são avaliáveis em dinheiro. O caso de
marcas e produtos, por exemplo, representa algo inestimável para a empresa, mas quase nunca
aparece nos ativos. A razão principal é que se torna difícil avaliar quanto vale uma marca para a
empresa. Não seríamos objetivos se assim o fizéssemos, salvo quando se negocia uma marca (neste
caso, há um valor objetivo de mercado: houve a negociação).
Desta forma, uma marca é um bem (embora intangível: não se pode pegar, não tem
consistência física); é propriedade da empresa (só a empresa pode trabalhar com a sua marca);
proporciona benefícios presentes e futuros para a empresa; porém não será evidenciado no ativo,
pois não atende à quarta característica do mesmo: mensurável monetariamente (não se pode medir,
avaliar objetivamente em dinheiro).
O Passivo (obrigação exigível) evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com
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terceiros: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar,


financiamentos, empréstimos etc. O Passivo é uma obrigação exigível, ou seja, no momento que a
dívida vencer, será reclamada a liquidação da mesma, razão pela qual a expressão Passivo Exigível.
O Patrimônio Líquido evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento.
A aplicação inicial dos proprietários denomina-se, contabilmente de Capital. O Patrimônio Líquido
é também denominado de Capital Próprio, isto é, recursos dos próprios sócios ou acionistas (fonte
interna de Capital).
Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas S/A, ou sócios - Ltda.),
teremos acréscimo de Capital. O Patrimônio Líquido não é só acrescido com os novos aumentos de
Capital, mas também, e isto é mais comum, com os rendimentos resultantes do capital aplicado.
Este rendimento denominamos Lucro. Do lucro obtido, em determinado período, pela atividade
empresarial, normalmente, uma parte é distribuída para os donos do capital e outra parte é
reinvestida no negócio, isto é, fica retida (acumulada) na empresa. A parte do lucro acumulado
(retido) é adicionada ao Patrimônio Líquido.

Balanço Patrimonial DRE (Apuração do Resultado)

Ativo Passivo e PL Receita


+ Receita
_______ ___ _______ ___ (-) Despesa
_______ ___ P. Líquido +

_______ ___ _______


_______ ___
___
_______ ___ Lucros Lucro Lucro
_______ ___ Acumulados + PL +

Outra forma bastante conhecida para denominar o Passivo (ou obrigações exigíveis) é Capital
de Terceiros, isto é, recursos de indivíduos ou entidades emprestados à empresa (Fonte Externa de
Capital). Desta forma, dívidas com os Bancos, Financeiras, Fornecedores de mercadorias, Governo
(impostos) ... representam capital de terceiros. O Patrimônio Líquido é também denominado
Capital Próprio, ou seja, recursos dos próprios acionistas ou sócios (Fonte Interna de Capital).

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O
O Balanço
Balanço Patrimonial
Patrimonial divide-se
divide-se em
em grupos
grupos dede contas,
contas, de
de características
características
semelhantes,
semelhantes, facilitando, dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise.
facilitando, dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise.

Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Circulante Circulante
Compreende contas que estão Compreende obrigações exigíveis que serão
constantemente em giro - em movimento, liquidadas no próximo exercício social: nos
sua conversão em dinheiro ocorrerá, no próximos 365 dias após o levantamento do
máximo, até o próximo exercício social. balanço.

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo


Incluem-se nessa conta bens e direitos Relacionam-se nessa conta obrigações
que se transformarão em dinheiro após o exigíveis que serão liquidadas com prazo
exercício seguinte. superior a um ano - dívidas a longo prazo.

Permanente Patrimônio Líquido


São bens e direitos que não se destinam a São recursos dos proprietários aplicados na
venda e têm vida útil longa, no caso de empresa. Os recursos significam o capital
bens. mais o seu rendimento - lucros e reservas.
Se houver prejuízo, o total dos
 Investimento investimentos proprietários será reduzido.
São as aplicações de caráter
permanente que geram rendimentos
não necessários à manutenção da Observação: há outras contas pertencentes
atividade principal da empresa. ao Balanço Patrimonial que serão tratadas
em momento oportuno.
 Imobilizado
Abarca itens de natureza permanente
que serão utilizados para a
manutenção da atividade básica da
empresa.

 Diferido
São aplicações que beneficiarão
resultados de exercícios futuros.

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GRUPOS DE CONTAS
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em dinheiro: de
acordo com o seu grau de liquidez.
Em primeiro lugar, agrupam-se as contas que já são dinheiro (Caixa, Bancos, etc.) com
aquelas que se converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a Receber, Estoques etc.). A este
grupo de contas denominamos Ativo Circulante, grupo de elevado grau de liquidez.
Em segundo lugar, serão agrupadas aquelas contas que se transformarão em dinheiro mais
lentamente. São Ativos de menor grau de liquidez (Valores a Receber, mas que levam muito tempo
para serem recebidos), este grupo de contas chama-se Ativo Realizável a Longo Prazo.
Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em dinheiro,
que normalmente não são vendidos, mas são utilizados como meio de consecução dos objetivos
operacionais da empresa. Praticamente são itens sem nenhuma liquidez. Fazem parte deste grupo
itens patrimoniais utilizados pela empresa por vários anos – vida útil longa (prédios, máquinas etc.),
por isso são denominados Ativo Permanente.
As contas do Passivo e Patrimônio Líquido são agrupadas de acordo com o seu vencimento,
isto é, aquelas a serem liquidadas mais rapidamente serão destacadas daquelas a serem pagas num
prazo mais longo.
Em primeiro lugar, são agrupadas as contas que serão pagas mais rapidamente (Salários a
Pagar, Impostos, etc.), este grupo é chamado de Passivo Circulante.
Em segundo lugar, as contas que serão pagas num prazo mais longo (Financiamentos etc.).
Este grupo é chamado de Passivo Exigível a Longo Prazo.
Em terceiro lugar, as contas que, praticamente, não serão pagas. São as obrigações não
exigíveis. Este grupo é chamado de Patrimônio Líquido.

GRUPO CIRCULANTE
Tanto o Ativo Circulante quanto o Passivo Circulante, são constituídos de contas que estão
constantemente em movimento durante o ciclo operacional da empresa. São as contas em giro, em
circulação, seus saldos são freqüentemente alterados. Por isso o grupo dessas contas é denominado
Circulante.
Exemplos de contas que compõem o Ativo Circulante:
 Caixa e Estoques (bens); e
 Duplicatas a Receber e bancos (direitos).
Exemplos de contas que compõem o Passivo Circulante:
 Fornecedores, Salários a Pagar, Contas a Pagar, Aluguel a Pagar, Empréstimos Bancários
a Pagar, Impostos a recolher, Juros a Pagar e outros.

CICLO OPERACIONAL

CR VV Caixa
Fornecedor
Fornecedor

Venda Imobilizado Caixa


MP
Mercadoria

PA PP VV
CR

INDÚSTRIA Venda
COMÉRCIO

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CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO


Ativo Circulante menos Passivo Circulante evidencia o Capital Circulante Líquido (CCL),
ou seja, a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o Passivo Circulante. Na
verdade, o Ativo Circulante é conhecido como Capital de Giro. Assim a parte do Capital de Giro
(Ativo Circulante) que não estiver comprometida com terceiros (Passivo Circulante) será da própria
empresa. Por isso, a expressão Capital de Giro Próprio, representando a saúde da empresa.

ATIVO PASSIVO E PL
CIRCULANTE
CIRCULANTE 600
1.000
400 CCL
PATRIMÔNIO
1.400
1.000 PERMANENTE LÍQUIDO

TOTAL $ 2.000 TOTAL $ 2.000

CCL = Ativo Circulante - Passivo Circulante


CCL = $ 1.000 (-) $ 600CCL = $ 400

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


Grupos de contas intermediário, isto é, não são Permanentes, mas também não são
Circulantes. Entende-se por longo prazo períodos superiores a um ano ou superior ao ciclo
operacional da empresa quando este for maior que um ano.
Existem certos direitos a receber que mesmo se pressupondo recebimentos a Curto Prazo,
devem ser classificados no Realizável a Longo Prazo. É o caso de empréstimos a diretores ou a
empresas coligadas, onde a empresa não acionará seu Diretor ou sua coligada se esta não pagar na
data prefixada.

ATIVO PERMANENTE
Também conhecido como Ativo Fixo. Integram este grupo de contas, os itens que não se
destinam à venda, seus valores não são alterados freqüentemente, não existe uma conotação de giro.
São bens e direitos de vida útil longa.

O Permanente divide-se em três subgrupos:

a) Investimentos - são as participações permanentes em outras sociedades, isto é, não há


interesse de a empresa vender sua participação. São itens não necessários à atividade operacional da
empresa, mas com características de permanente. Exemplos: participações permanentes em outras
empresas; prédios alugados; terrenos adquiridos para futura expansão; obras de arte, quadros
adquiridos pela empresa para ornamentar suas instalações, etc.
b) Imobilizado - são os bens ou direitos destinados à manutenção da atividade principal da
empresa, ou exercidos com esta finalidade.
c) Diferido - são aplicações que beneficiam a empresa por um longo período. O Diferido
refere-se basicamente a gastos com serviços no sentido de beneficiar a empresa por vários anos.
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Especificamente em relação ao Imobilizado, é classificado nesse subgrupo, todo ativo de


natureza relativamente permanente, que se utiliza na operação dos negócios de uma empresa e que
não se destina à venda. São necessárias três características para que possamos classificar um Ativo
Permanente Imobilizado:
 Natureza relativamente permanente.
 Ser utilizado na operação dos negócios.
 Não se destinar à venda.
O edifício de uma fábrica, por exemplo, constitui-se num Ativo Permanente Imobilizado, pois
possui, concomitantemente, as três características mencionadas: é uma propriedade relativamente
permanente, é utilizada na operação dos negócios e não se destina à venda.
Um bem pode ser considerado como Ativo permanente Imobilizado em uma empresa e não
ser assim considerado em outra cujas características de negócios sejam diferentes. Por exemplo:
 Edifícios são considerados Imobilizado para uma indústria que os utiliza como sede,
fábrica, escritório. Porém, os de propriedade de uma companhia imobiliária ou de uma
incorporadora não são considerados Ativos Permanente aqueles que destinam à venda.
 Veículos, em uma companhia de transportes, são considerados Ativos Permanentes
Imobilizados, enquanto na empresa automobilística os veículos destinados à venda são
considerados Ativo Circulante.
 Do mesmo modo, as máquinas e as grandes prensas utilizadas nas companhias
automobilísticas, de estamparia e outras são consideradas Imobilizado, não o sendo,
entretanto, para as indústrias que as produzem.
Relativamente ao Ativo Diferido, esse subgrupo do Ativo Permanente é composto pelas
aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um
exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que
anteceder o início das operações sociais. O caso mais comum são os Gastos Pré-Operacionais,
onde a empresa “investe” recursos antes de começar a funcionar: propaganda institucional,
contratação e treinamento do quadro de funcionários, abertura de firma etc.
O Ativo Diferido refere-se basicamente a gastos com serviços no sentido de beneficiar a
empresa por vários anos. Grosso modo, difere de Investimentos (compra de Ações, Terrenos etc.) e
do Imobilizado (Máquinas, Veículos, Móveis e Utensílios etc.), pois estes, normalmente se referem
à aquisição de bens e direitos e o Ativo Diferido quase sempre são remunerações a serviços, que
beneficiarão a empresa por vários anos. Outro caso são os Gastos de Organização ou
Reorganização, que deverão beneficiar a empresa, teoricamente (não é líquido e certo) por um
longo período.

Exemplo de contabilização no Ativo Diferido:

Antes mesmo que a Mercearia Boa Vista iniciasse suas atividades, efetuaram-se as seguintes
despesas necessárias à sua constituição:
Despesas com propaganda, conforme recibo nº 891, pagas em dinheiro à Rádio Itaipu:
R$1.000.
Despesas com despachantes, conforme Nota Fiscal de Serviços nº 173: R$400.
Despesas com registros, pagas ao Escritório Contábil do Joca, conforme Nota Fiscal de
Serviços nº 429: R$500.
Total de despesas: R$1.900,00.
Contabilização:
Despesas de Organização (Ativo Diferido)
a Caixa

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Histórico: Nosso pagamento, nesta data, de despesas com a organização da firma, como
segue:
Propagandas, conf. Recibo nº 891, à Rádio Itaipu..R$1.000
Despesas com despachantes, conf. NF nº 173.......R$ 400
Despesas contábeis, conf. NF nº 429....................R$ 500 R$1.900
Estas despesas estão sujeitas à AMORTIZAÇÃO

AS PRINCIPAIS DEDUÇÕES DO ATIVO (Provisões Retificadoras do Ativo)


Normalmente verificamos no Ativo itens subtrativos (dedutivos) que reduzem o montante do
lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Podemos destacar as seguintes deduções:

 No Ativo Circulante
 Duplicatas a Receber – a parcela estimada pela empresa que não será recebida em
decorrência dos maus pagadores deve ser subtraída de Duplicatas a Receber, com o título
Provisão para Devedores Duvidosos.
Parte das Duplicatas a Receber, negociadas com as instituições financeiras com o objetivo
da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser subtraída de Contas a Receber
com o título de Duplicatas Descontadas.
As provisões retificadoras do Ativo são constituídas debitando-se uma conta de despesa e
creditando-se uma conta patrimonial que represente a respectiva provisão. A conta de despesa
influirá negativamente no Resultado do Exercício e a conta que representa a Provisão figurará no
Balanço Patrimonial como redutora da conta do Ativo, com base na qual foi constituída.
Exemplo de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), também conhecida como Provisão
para Créditos de Liquidação Duvidosa:
Suponhamos que uma determinada empresa, no exercício de x1, tenha deixado de receber 6%
do valor das duplicatas que tinha para receber em 1º de janeiro do mesmo ano; no exercício de x2,
essa perda correspondeu a 5%; no exercício de x3, a 1%. Temos:
6% + 5% + 1% = 4%
3
Em 31DEZx4, o percentual a ser utilizado para fins de cálculo desta provisão será de 4%. A
legislação tributária poderá fixar os limites e critérios para cálculo desse percentual.

Exemplo:
Suponhamos que, em 31 de dezembro de x1, uma determinada empresa possua em seu Ativo
Circulante a conta Duplicatas a Receber, com saldo de R$500.000. Imaginemos que o percentual
obtido para cálculo da provisão tenha sido de 4%. A constituição da provisão será efetuada por
meio do seguinte lançamento:
a) Constituição:
Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa
a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
Provisão que se constitui na base de 4% sobre Duplicatas a Receber, conf.
cálculos.........R$20.000
b) Utilização:
Suponhamos que no mês de fevereiro de x2, R$8.000 de duplicatas tenham sido considerados
incobráveis. A baixa dessas duplicatas será efetuada por meio do seguinte lançamento:
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
a Duplicatas a receber
Baixa de duplicatas consideradas incobráveis... R$8.000
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c) Reversão:
No último dia do exercício de x2 a empresa deverá constituir nova provisão com base no novo
saldo da conta Duplicatas a Receber. Como há saldo remanescente da provisão constituída no
exercício anterior, ele deverá ser revertido para Receita por meio do seguinte lançamento:
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
a Resultado do Exercício
Reversão que se processa do saldo não utilizado....R$12.000
Depois de efetuada a reversão, faz-se novo cálculo para constituição da provisão de x2. A
nova provisão poderá ser constituída pelo método da compensação, ou seja, o valor a ser
contabilizado será obtido pela diferença entre o valor da nova provisão e o saldo remanescente na
conta Provisão.

DESCONTO DE DUPLICATAS
No desconto, a empresa transfere ao banco o direito de recebimento dos títulos. Neste tipo de
transação, a empresa endossante é responsável, coobrigada pela liquidação de tais títulos
descontados.
A empresa endossante desconta títulos e recebe do banco o valor nominal (constante dos
títulos), suportando os juros correspondentes ao prazo que falta decorrer para o vencimento dos
títulos negociados.

Exemplo:
Uma empresa desconta, no banco Urupês S/A dez duplicatas de sua emissão, conforme
relação (borderô), no valor nominal total de R$1.000. O Banco cobra juros, no valor de R$150,
comissões e taxas no valor de R$30.
Neste caso, temos:
Valor Nominal dos títulos...R$1.000
Valor suportado pela empresa para descontos (juros, comissões,
taxas)..............................................R$180
Líquido a Receber.................R$820
Contabilização:
a) Pela remessa dos títulos e respectiva operação de desconto:
Diversos
a Duplicatas Descontadas
Bancos Conta Movimento...R$820
Juros Passivos a Vencer......R$150
Despesas Bancárias............R$ 30 R$1.000
Observações:
 Debitamos a conta Bancos em R$820 para registrar o valor líquido da operação.
 Debitamos a conta Juros Passivos a Vencer (do Ativo Circulante) em R$150
referentes ao valor dos juros cobrados antecipadamente.
 Debitamos a conta Despesas Bancárias (Despesas Financeiras) em R$30 referentes
ao valor das comissões e taxas cobradas sobre as Duplicatas Descontadas.
 Creditamos a conta Duplicatas Descontadas (conta de obrigação que figurará no
Balanço Patrimonial, no Ativo Circulante, como redutora da conta Duplicatas a Receber pelo valor
da obrigação que a empresa terá para com o Banco, caso os devedores das Duplicatas não as quitem
junto ao Banco).

b) Pela quitação das Duplicatas:


Suponhamos que, na data do vencimento, o Banco receba as importâncias correspondentes a
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todas as Duplicatas e comunique o fato à empresa por meio de aviso bancário. Neste caso temos os
seguintes lançamentos contábeis:
Duplicatas Descontadas
a Duplicatas a Receber.....R$1.000
Juros Passivos
a Juros Passivos a Vencer.....R$150
Observações:
 No 1º lançamento, baixamos a Obrigação, que estava registrada na conta
Duplicatas Descontadas, contra a baixa dos Direitos que estavam registrados na conta Duplicatas a
Receber.
 No 2º lançamento, apropriamos a Despesa com os juros que, cobrados
antecipadamente, tinham sido contabilizados anteriormente na conta Juros Passivos a Vencer.

No Ativo Permanente


 Imobilizado – os bens TANGÍVEIS com o passar do tempo, pelo uso, vão sofrendo
deterioração física ou tecnológica. Dessa forma, os bens vão perdendo a sua eficiência
funcional. Esta perda vai sendo acumulada de forma aproximada, na conta Depreciação
Acumulada, que subtrairá o Imobilizado.
Quando se tratar de bens ou direitos INTANGÍVEIS (marcas, patentes, direitos autorais,
benfeitorias em imóveis de terceiros...), a diminuição do valor denomina-se Amortização
Acumulada.
Quando se tratar de recursos naturais (jazidas, reflorestamentos, poço de petróleo...), a
diminuição é denominada Exaustão Acumulada.
 Diferido – a diminuição deste item, em virtude de sua distribuição proporcional aos
exercícios sociais (no mínimo cinco e no máximo dez anos), é denominada Amortização
Acumulada.

DEPRECIAÇÃO
Depreciar consiste em considerar, como despesa ou custo do período, uma parte do valor
gasto na compra dos bens de uso da empresa. Os bens de consumo duráveis que serão utilizados
pela empresa para desenvolver suas atividades normais por vários anos serão depreciados ao longo
do tempo de vida útil para que o valor gasto na sua aquisição seja distribuído proporcionalmente
para compor o custo ou o valor das despesas dos exercícios durante os quais esse bem foi utilizado.
Causas: desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência (bem ultrapassado, antiquado,
fora de moda).
A depreciação alcança somente os bens materiais classificados no Ativo Imobilizado.
Métodos de depreciação: existem vários, como Linear ou em Linha Reta, Soma dos Dígitos,
Horas de Trabalho, etc.
Método Linear ou em Linha reta é o mais usado no Brasil e consiste em fixar taxas constantes
de depreciação ao longo do tempo de vida útil do bem.
Se o bem a ser depreciado tiver como tempo de vida útil 5 anos, a taxa constante de
depreciação será de 20% ao ano, ao final de 5 anos, a 20% ao ano, o bem terá sido totalmente
depreciado.

Taxas usuais de depreciação:

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Espécie de Bens Taxa Anual Vida Útil Estimada


Edifícios e construções 4% 25 anos
Equipamentos, ferramentas, máquinas, móveis e
utensílios, instalações. 10% 10 anos
Semoventes (animais de tração) 20% 5 anos
Veículos (passageiros e carga) 20% 5 anos

Não podem ser depreciados:


 Terrenos salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
 Prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção
dos seus rendimentos ou destinados à venda;
 Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou
antiguidades;
 Bens para os quais seja registrada quota de exaustão ou amortização;
 Bens cujo valor de aquisição seja inferior ao valor fixado pela SRF para fins de
incorporação no AP. Esse valor é alterado constantemente;
 Bens cujo tempo de vida útil seja inferior a um ano; e
 Bens móveis e imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados a produção ou
comercialização de bens e serviços.

Exemplo:
Calcular o valor da quota de depreciação da conta Veículos, que tem saldo de R$50.000, pela
taxa de 20% ao ano.
20% de R$50.000 = R$ 10.000

Contabilização:
Depreciação
a Depreciação Acumulada
Quota de depreciação calculada pela taxa de 20% sobre veículos..R$10.000
Observação:
 A conta Depreciação é conta de Despesa ou de Custo do período, e a conta
Depreciação Acumulada é retificadora do Ativo, que figurará no Balanço Patrimonial como
redutora da conta Veículos.
 Anualmente, essa conta receberá, a crédito, os valores das quotas de depreciação
durante o tempo de vida útil do referido veículo, até que seu valor se iguale ao valor do respectivo
bem depreciado.

AMORTIZAÇÃO
Compreende a importância correspondente à recuperação do capital aplicado em bens
intangíveis, ou dos recursos aplicados em despesas que contribuam para a formação do resultado de
mais de um exercício social, a ser lançada como custo ou encargo, em cada exercício.
Bens Intangíveis sujeitos à Amortização (Ativo Permanente Imobilizado ou Diferido):
 Marcas e Patentes
 Softwares
 Recursos Florestais (direitos contratuais de exploração)
 Fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorização ou concessões
 Ponto Comercial, Fundo de Comércio
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 Benfeitorias em Prédios de Terceiros


 Custos de projetos Técnicos
 Despesas Pré-operacionais, pré-industriais, de organização, reorganização,
reestruturação ou remodelação de empresas
Somente poderão ser amortizados os bens intrinsecamente relacionados à produção e à
comercialização de bens e serviços.

Exemplo:
Despesas Pré-Operacionais
Saldo da Conta: R$120.000,00
Início da Amortização: 10 de abril de 19x0
Prazo de Amortização: 5 anos
Percentual de Amortização: 20% ao ano

19x0 = 20% x 9 meses = 15% x R$120.000,00 = R$ 18.000,00


12
19x1 = 20% x R$120.000,00 = R$ 24.000,00

19x2 = 20% x R$120.000,00 = R$ 24.000,00

19x3 = 20% x R$120.000,00 = R$ 24.000,00

19x4 = 20% x R$120.000,00 = R$ 24.000,00

19x5 = 5% x R$120.000,00 = R$ 6.000,00

Total = 100% = R$ 120.000,00

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


O mesmo raciocínio utilizado para o Ativo Realizável a Longo Prazo poderá ser aplicado para
o Passivo: todas as obrigações exigíveis vencíveis com prazo superior a um ano serão classificadas
no Exigível a Longo Prazo (exceção válida para casos onde o Ciclo Operacional é superior a um
ano).
Assim, no Exigível a Longo Prazo, serão classificadas obrigações com vencimento após os
doze meses seguintes ao do encerramento do Balanço. Contudo, se o Ciclo Operacional da empresa
for de 24 meses, por exemplo, o Longo Prazo será acima de dois anos. São exemplos:
Financiamentos, Empréstimos de Acionistas, de Sociedades Coligadas, etc.

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS


São classificadas neste grupo as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e
despesas a elas correspondentes. Devem compor este grupo as receitas recebidas ou faturadas
antecipadamente que não corram risco de devolução por parte da empresa, tais como aluguel
recebido antecipadamente, cujo contrato de locação estabeleça cláusula de não reembolso, mesmo
que o locatário devolva o imóvel ou qualquer outro bem antes do término do contrato. Os
adiantamentos com risco de devolução devem ser classificados no Passivo Exigível.
Desta forma, o grupo Resultados de Exercícios Futuros é composto por receitas já recebidas
pela empresa, sobre as quais não recaia a obrigação de entregar bens ou serviços. Não devem ser
passíveis de devolução e não são levadas a resultado imediatamente por estarem associadas a
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algum evento futuro.


Exemplo: A Cia Alegria aluga um imóvel (cujo contrato evidencia cláusula de não reembolso)
em 20-12-x2, com um aluguel mensal de $2.000, para os 12 meses de 20x3, a partir de 1-1-x3,
solicitando um adiantamento dos 3 primeiros aluguéis. A Imobiliária J S.A., intermediária no
negócio, cobra uma comissão de 10% por aluguel recebido.
No Balanço Patrimonial da Cia Alegria ficará evidenciado no grupo REF:
Aluguel Recebido Antecipadamente 6.000
(-) Custo correspondente às Receitas (600)
5.400
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Basicamente, o Patrimônio Líquido é assim constituído:
 Capital Social;
 Reservas de Lucros;
 Reservas de Capital;
 Reservas de Reavaliação; e
 Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Como já foi visto, o Patrimônio Líquido representa os investimentos dos proprietários
(Capital) mais o Lucro Acumulado, no decorrer dos anos retido na empresa, ou seja, não
distribuído. Além desses itens, pode-se observar neste grupo de contas as Reservas.

As Reservas não devem ser confundidas com as Provisões pelas seguintes razões:
 As Reservas são contabilizadas em contas do grupo Patrimônio Líquido, enquanto as
Provisões são contabilizadas em contas retificadoras do Ativo e em contas de Obrigações.
 As Reservas, quando constituídas, sempre têm, como contrapartida no débito, uma conta
patrimonial. As Provisões, quando constituídas, têm como contrapartida, no débito, uma
conta de despesa, reduzindo o resultado do Exercício. As Provisões para Contribuição
Social e para o Imposto de Renda não são constituídas tendo a débito uma conta de
despesa, mas sim a própria conta Resultado do Exercício, cujo saldo fica diminuído dos
valores das respectivas provisões.
 As Reservas, em geral, visam manter a integridade do Capital da sociedade, enquanto as
Provisões têm como objetivo cobrir perdas prováveis ou o cumprimento das
exigibilidades
As Reservas são acréscimos ao Patrimônio Líquido que, quase sempre, são utilizados para
aumento de Capital. As Reservas não têm qualquer característica de Passivo, ou seja, não há
nenhum indício de que se tornem exigibilidades, pois, se assim fosse, deveríamos classificá-las
como Passivo Exigível. Normalmente as Reservas originam-se de contribuições dos acionistas, de
doações, de lucros não distribuídos aos proprietários etc.
As reservas podem se de três tipos:
 Reservas de Lucros;
 Reservas de Capital; e
 Reservas de Reavaliação.
 Reservas de Lucros – são extraídas do lucro líquido do exercício e podem ser:
 Reserva Legal – obrigatória para as sociedades anônimas. Corresponde a 5% do Lucro
Líquido do Exercício antes de qualquer outra destinação. Tem por fim assegurar a integridade do
Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
 Reservas Estatutárias – são as reservas estabelecidas pelo estatuto da empresa, destinada
a fins específicos, tais como reserva para renovação de equipamentos, reserva para pesquisa de
novos produtos etc.

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Exemplo: A Cia Acumulada que obteve um lucro de $20.000 tem no seu estatuto a fixação de
uma reserva para renovação de equipamentos à base de 10% sobre o Lucro Líquido. Logo, a
Reserva Estatutária da Cia será de $2.000 (10% de $20.000).
 Reservas para Contingências – A Assembléia Geral poderá, por proposta dos órgãos da
administração, destinar parte do Lucro Líquido à formação de reserva com a finalidade de
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo
valor possa estimado.
As Reservas para Contingências poderão ser mais freqüentes nas empresas agrícolas para
fazer frente a possíveis perdas com geadas, granizos, pragas, secas, cheias, inundações etc. Também
outras empresas (não agrícolas) estarão sujeitas a estas intempéries: empresas comerciais ou
industriais que dependam dos produtos agrícolas como matéria-prima; empresas que estão sediadas
em locais de enchentes, inundações etc.
 Reservas de Lucros para Expansão (Reservas Orçamentárias) – são as reservas
destinadas à expansão do Ativo Circulante ou Permanente prevista e aprovada em orçamentos.
 Reservas de Lucros a Realizar – refere-se a lucros economicamente existentes, mas
financeiramente não realizados. O objetivo é evitar a distribuição de dividendos sobre esta parcela
e, até mesmo, evitar o pagamento do Imposto de renda.
 Reservas de Capital – não se originam do Lucro da Companhia. Poderão ser utilizadas
para absorver prejuízos e incorporação ao Capital. Na existência de prejuízo este será absorvido
em primeiro lugar por Lucros Acumulados e Reservas de Lucros, sendo que a última a ser usada
será sempre a Reserva Legal. Se ainda assim persistir saldo na conta prejuízo, aí então poderão
ser utilizadas as Reservas de Capital . São classificadas como reservas de Capital as contas que
registrarem:
 Ágio na Emissão de Ações – quando uma Companhia aumenta o seu capital, emitindo
novas ações, ela pode vendê-las ao público pelo seu valor nominal (ou pelo fixado na emissão) ou
com um lucro. A este lucro, ou excedente, denominamos Ágio. A contribuição do subscritor de
ações que ultrapassar o valor nominal será considerada como uma Reserva de Capital, com o título
de Ágio na Emissão de Ações.
Exemplo: A Cia Vale Salgado, conforme deliberação de sua administração, aumentará seu
Capital de $50 para $70 milhões, com a emissão de 20 milhões de ações, cujo valor nominal será
de$1,00 por ação. Dado o interesse do público pelas ações, foi resolvido que se cobraria um Ágio de
$0,20 por ação. Assim, cada ação foi colocada à venda por $1,20. Registro da operação:
Capital: 20 milhões de ações x $1,00 = $20 milhões(novo valor do Capital $70 milhões).
Reserva de Capital: Ágio na emissão de ações - 20 milhões de ações a $0,20 cada uma = $4
milhões.

 Alienação de Partes Beneficiárias – Partes Beneficiárias, normalmente, são concedidas


às pessoas que tiveram atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores,
reestruturadores etc.). São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a Companhia pode criar a
qualquer tempo. Seus titulares terão direito à participação (prevista em estatutos) nos lucros
normais. As partes beneficiárias podem ser vendidas e, nessa situação, o resultado da alienação é
destacado como Reserva de Capital com o título Alienação de partes Beneficiárias.

Exemplo: A Cia Leviana sempre emitiu Partes Beneficiárias gratuitamente. Porém, no início
do período, foram lançados, para funcionários da empresa 10.000.000 de títulos que serão alienados
a $1,80 cada um, dando aos seus titulares uma participação de 5% ao ano no Lucro. Esta
participação anual no Lucro Líquido aparece na DRE no grupo Participações.

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 Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures – as Companhias podem solicitar


empréstimos ao público em geral, pagando juros periódicos, correção monetária etc., concedendo
amortizações regulares. Para tanto emitirão títulos a longo prazo com garantia: são as Debêntures. A
debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária, a participação no
lucro da companhia e, em alguns casos, a possibilidade de convertê-la em ações da companhia.
Quando o preço cobrado pelas debêntures for superior ao seu valor nominal, o excedente (o lucro)
será evidenciado como uma Reserva de Capital com o título de Prêmio recebido na Emissão de
Debêntures.

Exemplo: A Cia Brilhante, muito conhecida no mercado, sabe que suas debêntures são
bastante atraentes, uma vez que as condições (juros, correção monetária, participação no lucro e
conversão em ações) favorecem demasiadamente o comprador (debenturista). Assim, na emissão de
novas 50 mil debêntures com o valor nominal de $600 cada uma, cobra um prêmio de $50 por
debênture.
Reserva de Capital $2.500.000 (50.000 x $50)

 Doações e Subvenções para Investimentos – para explicar, um exemplo prático. A Cia


Bem-Aventurada recebeu como doação do prefeito do Município de progresso, um terreno avaliado
por três peritos, com laudo, em $6,5 milhões. O Ativo Permanente destaca, portanto, o acréscimo de
um terreno resultante da doação. O PL destaca, por outro lado, o acréscimo da riqueza da empresa
originada da doação a título de Reserva de capital (houve uma origem e uma aplicação de recursos).
O prefeito de Progresso resolveu ainda conceder uma subvenção (auxílio em dinheiro) de $3,5
milhões para a construção do prédio da companhia no terreno doado. Assim, as reservas de capital
destacarão nos itens Doações e Subvenções para Investimentos o montante de $10 milhões.
 Reservas de Reavaliação – são constituídas pelos aumentos de valor atribuídos aos
elementos do Ativo (Permanente) em virtude de novas reavaliações. A Reavaliação é a nova
avaliação de itens do ativo pelo seu valor de mercado. É esporádica. Ocorre, normalmente, quando
o item do ativo está registrado por um valor defasado do real (o custo é menor que o preço de
mercado). Abandona-se o custo histórico e atribui-se um novo valor econômico. Freqüentemente, a
Reavaliação ocorre sobre itens do Imobilizado por ser, neste grupo, mais comum a defasagem do
preço de custo com o preço de mercado.

Exemplo: A Cia Defasada apresenta no seu Balanço Patrimonial, no Imobilizado, Imóveis no


valor de $1.650.000. É do conhecimento da Diretoria que o imóvel possui valor de mercado de 5
milhões. Foram nomeados, em Assembléia, três peritos que realizam uma nova avaliação daquele
item. No laudo dos peritos consta uma avaliação de $4.680.000. Assim, houve reavaliação de
$3.030.000 que dará origem a Reserva de Reavaliação.
Tanto a Reserva de Capital como a Reserva de Reavaliação não interferem no resultado do
período. A Reserva de Reavaliação não será utilizada para aumento de capital (muito menos para
absorver prejuízo ou distribuição de dividendos), mas aguardará sua transferência à medida que
houver depreciação, alienação ou baixa do bem reavaliado.

AS PRINCIPAIS DEDUÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Entre as principais deduções do PL, podemos destacar os Prejuízos Acumulados. Assim
como os lucros são adicionados ao PL fazendo crescer os investimentos dos proprietários, os
prejuízos têm efeito contrário: reduzem os investimentos dos proprietários, diminuindo o
Patrimônio Líquido.
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Ações em Tesouraria – somente em condições excepcionais as companhias podem adquirir


suas próprias Ações. Quando isto ocorrer deveremos destacá-las no Balanço Patrimonial como
dedução da conta Patrimônio Líquido. Vamos admitir que a Cia Desanimada resolva diminuir seu
Capital Social de $2.800.000 para $2.000.000 adquirindo 800.000 ações de volta ao seu valor
nominal de $1,00 cada uma. Enquanto não houver a reforma estatutária teremos:

Patrimônio Líquido
Capital Social 2.800.000 ações x $1,00 = $2.800.000
(-) Ações em Tesouraria 800.000 ações x $1,00 = $ 800.000
Capital Líquido $2.000.000

ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA E SITUAÇÃO PATRIMONIAL


Além de evidenciar a situação patrimonial, também pode-se atribuir ao Balanço Patrimonial a
função de indicador da situação financeira da entidade (capacidade de pagamento da empresa). Tal
análise é possível por intermédio da comparação do Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Assim,
normalmente se o Ativo Circulante for menor que o Passivo Circulante, a empresa comercial ou
industrial terá dificuldade em solver seus compromissos, portanto sua Situação Financeira não é
boa.
A Situação Financeira poderá, também, ser objeto de análise para situações a longo Prazo.
Neste caso , são somados ao Circulante, na comparação, o Realizável a Longo Prazo e o Exigível a
Longo Prazo (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo - Passivo Circulante + Exigível a Longo
Prazo)
Podemos também identificar por intermédio do Balanço Patrimonial, a Situação Econômica
da empresa. O fortalecimento do Capital Próprio (PL) em relação ao Capital de Terceiros propicia à
empresa uma situação econômica mais sólida.
A constante obtenção de resultado positivo (lucro) vem contribuir para uma Situação
Econômica mais sólida, representando a principal fonte de fortalecimento do Patrimônio Líquido. A
parcela do lucro não distribuída aos proprietários, retida na empresa, é que, na verdade, fortalece a
Situação Econômica. Esta parcela se incorpora ao Capital Próprio que numa situação de
continuidade pertence à empresa, já que os proprietários não podem exigir (não exigível) o
reembolso destes recursos.
Assim, o bom e constante lucro, desde que uma boa parcela seja retida - Lucros Acumulados -
será o fator de equilíbrio e fortalecimento da Situação Econômica da empresa e, consequentemente,
da Situação Financeira.

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1
D.R.E

Receita

(-) Despesa/Custo

Lucro Líquido
2
D.L.P.Ac.
Capital de Terceiros
(outras fontes) Saldo de Ano(s)
Anterior(es)
3 + Lucro Líquido deste
exerc.

Balanço Patrimonial

Dividendos
ATIVO PASSIVO

Aplicacões
de P. Líquido Lucro Retidos
Recursos
Investidores
(sócios / acionistas)

Apuração do Resultado (Lucro ou Prejuízo)

A cada exercício social ou período contábil (que será no máximo 12 meses) a empresa apurará
o resultado de suas operações. O resultado pode ser positivo – Lucro (superávit) ou negativo
(déficit).
O resultado é a diferença entre as Receitas e as Despesas.
Receitas (-) Despesas = Resultado Lucro se as Receitas > Despesas
Prejuízo se as Receitas < Despesas

A Receita corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. Ela é


evidenciada no Balanço por intermédio de entrada de dinheiro no Caixa (Receita à vista) ou
evidenciada sob a forma de Direitos a Receber (Receita a prazo) – Duplicatas a Receber.

A Receita sempre aumenta o Ativo, embora nem todo aumento de Ativo signifique Receita
(Empréstimos bancários, Financiamentos, etc. aumentam o Caixa - Ativo da empresa e não são
Receitas). A Receita pode ser classificada em Operacional e Não Operacional.
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A Receita Operacional – corresponde ao evento econômico relacionado com a atividade ou


atividades principais da empresa, independentemente de sua freqüência. Em última análise,
corresponde ao valor pelo qual a empresa procura se ressarcir dos seus custos e despesas e auferir
LUCRO.
A Receita Não Operacional – corresponde aos eventos econômicos aditivos ao Patrimônio
Líquido, não associados com a atividade principal da empresa.
Todas as vezes que entra dinheiro no Caixa por intermédio de receita à vista, recebimentos e
etc., denominamos esta entrada de Encaixe.
A Despesa é todo sacrifício da empresa para obter Receita. Ela evidenciada, no Balanço, por
intermédio de uma redução do Caixa (quando é pago no ato – à vista) ou por meio de um aumento
de uma dívida – Passivo (quando a despesa é contraída no presente para ser paga no futuro – a
prazo). A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções do Ativo (além do Caixa), como é o
caso de desgastes das máquinas e outros.
Todo o dinheiro que sai do Caixa pelo pagamento de uma Despesa, ou por outra aplicação
qualquer, denomina-se Desencaixe.
No final do Exercício Social a Contabilidade confronta Receita X Despesa para apurar o
resultado do período (lucro ou prejuízo). O Resultado acresce (no caso de Lucro) ou reduz (no caso
de prejuízo) o Patrimônio Líquido.
Embora o resultado seja apurado à parte (separadamente) do Balanço Patrimonial, toda a
operação com Receita e Despesa é refletida no Balanço, aumentando ou diminuindo Ativo, Passivo
e Patrimônio Líquido.
Na verdade não é só receita e despesa que contribuem para a formação de resultado de
determinado período. Outros fatores podem contribuir para o aumento ou diminuição do resultado:
a) Perda - é gasto involuntário que não visa à obtenção de Receita. Na prática é bastante
difícil prever uma perda (por ser anormal). Geralmente a perda reduz o Ativo (consequentemente o
PL). Geralmente, a perda reduz o Ativo e, em conseqüência disso, o Patrimônio Líquido. A perda
por possuir o aspecto de anormalidade e infreqüência, na prática, torna-se difícil a sua previsão de
ocorrência. Exemplos: desfalque no caixa, inundações, greves, incêndio etc.
b) Ganho - é um lucro que independe da atividade operacional da empresa. A exemplo de
perda, também é um item anormal e extraordinário que contribui para a formação do Resultado.
Exemplo: ganhos com seguros recebidos, venda de um imobilizado por valor acima de seu custo,
etc.
c) Gasto (ou dispêndio) - é todo o sacrifício para aquisição de um bem ou serviço com
pagamento no ato (desembolso) ou no futuro (cria uma dívida). Assim, a empresa tem gasto na
compra de um Imobilizado, na compra de Matéria-prima, na produção, etc. Num primeiro estágio,
todo sacrifício para a aquisição de um bem ou serviço é um gasto (é um conceito consideravelmente
amplo). Portanto, no momento em que a empresa assume a propriedade de um bem ou serviço
defrontamo-nos com um gasto. Na verdade, mais cedo ou mais tarde, o gasto será um desembolso.
Todavia, nem todo o desembolso é um gasto. Por exemplo, o pagamento de um empréstimo
bancário é um desembolso mas não é um gasto.
d) Investimento – gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros. Exemplos: aquisição de móveis e utensílios, aquisição de
imóveis, despesas pré-operacionais, aquisição de matéria-prima etc.
e) Custo – quando a matéria-prima é adquirida, denominamos este primeiro estágio de Gasto;
em seguida ela foi estocada no Ativo (ativada); no instante em que a matéria-prima entra em
produção (produção em andamento), associando-se a outros gastos de fabricação, reconhecemos (a
matéria-prima mais outros gastos) como Custo.

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Portanto, todos os gastos no processo de industrialização (dentro da fábrica), que contribuem


com a transformação da Matéria-Prima (fabricação), entendemos como Custo: Mão-de-Obra,
Energia Elétrica, Desgaste das Máquinas utilizadas na produção, Embalagens, etc. Para melhorar a
eficiência na análise da DRE, é uma prática separar na sua estrutura Custos e Despesas.
Outros gastos que não contribuem ou não se identificam com a transformação da matéria-
prima ou não realizados dentro da fábrica, mas que não deixam de ser um sacrifício financeiro para
obter Receita, são as Despesas: Comissão de vendedores, Juros, Aluguel do Escritório, Honorários
Administrativos etc. Desta forma, os gastos identificáveis ao processo de produção são Custos,
enquanto os identificáveis à administração, os financeiros e os relativos às vendas são Despesas.

REGIMES DE CONTABILIDADE
Regime de Competência - diante do Regime de Competência dos Exercícios, a Contabilidade
considera a Receita gerada em determinado exercício social, não importando o recebimento da
mesma. O importante é o período em que a Receita foi ganha (fato gerador) e não o seu
recebimento.
Com relação à Despesa, o raciocínio é o mesmo: importa a despesa consumida (incorrida) em
determinado período contábil, sendo irrelevante o período de pagamento.
A Lei das Sociedades por Ações estabelece que a escrituração da empresa será mantida em
registros permanentes, com obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, devendo
observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo (consistência) e registrar as mudanças
do patrimônio segundo o Regime de Competência.
Este regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de Renda.
Evidencia o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais adequada e completa. As regras
básicas para a contabilidade pelo regime de competência são:
 A receita será contabilizada no período em que for gerada, independentemente do seu
recebimento. Assim, se a empresa vendeu a prazo em dezembro do ano T1 para receber
somente em T2 ; pelo Regime de Competência, considere-se que a receita foi gerada em T1;
portanto, ela pertence a T1 .
 A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida,
utilizada, independentemente do pagamento. Assim, se em 10 de janeiro de T2 a empresa
pagar seus funcionários (que trabalharam em dezembro de T1), a despesa compete a T1,
pois nesse período ela incorreu efetivamente.
O lucro será apurado, portanto, considerando-se determinado período, normalmente um ano:
toda a despesa gerada no período (mesmo que ainda não tenha sido paga) será subtraída do total da
receita, também gerada no mesmo período (mesmo que ainda não tenha sido recebida).

Apuração do Regime de competência:

resultado em Toda a receita ganha em 19x5


19x5 Toda a despesa incorrida em 19x5

Regime de Caixa - consiste basicamente em considerar Receita do exercício aquela


efetivamente recebida dentro do exercício (entrada de dinheiro - ENCAIXE) e Despesa do exercício
aquela também efetivamente paga dentro do exercício (saída de dinheiro - DESEMBOLSO).

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Apesar de não aceito oficialmente pela nossa legislação, o Regime de Caixa, é desenvolvido
nas empresas como uma contabilidade auxiliar, adaptado ao livro Caixa ou a outros processos,
como um valioso instrumento de controle e de decisão.
O Regime de Caixa é comum nas empresas sem fins lucrativos (associações religiosas,
filantrópicas etc.) e nas pequenas empresas dispensadas da obrigatoriedade do Regime de
Competência.
Exemplo de Regime de Caixa e de Regime de Competência: A Cia Ventríloca vendeu em
20X1, $20.000 e só recebeu $12.000 ( o restante receberá no futuro). Teve como despesa incorrida
$16.000 e pagou até o último dia do ano $10.000. Temos os seguintes resultados pelos dois
regimes:

DRE Regime de Competência Regime de Caixa


Receita 20.000 12.000
(-) Despesas (16.000) (10.000)

Lucro 4.000 2.000

Outro exemplo relacionado ao Regime de Competência, é o material de escritório, adquirido


mas não utilizado (consumido) é registrado no ato de sua aquisição como um Ativo. No momento
do consumo, este gasto será despesa, pois não trará mais benefícios para a empresa, uma vez que foi
utilizado. Desta forma, damos baixa no Ativo e registramos o valor do consumo como despesa na
Demonstração do resultado do Exercício.
Ainda com relação ao Regime de Competência, um Contrato de Seguro com cobertura por 12
meses, abrangendo o período de 1º/9/x1 a 31/8/x2 no valor de 480 mil, deve ser assim
contabilizado:
- benefício do período x1: 4 meses que corresponde a 480 mil  12 = 40 mil por mês vezes
4 (meses) = 160 mil que compete ao ano x1.
- Restante 320 mil (480 – 160 mil) beneficiará o próximo exercício, ficando registrado no
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/x1, no Ativo Circulante, na conta contábil
Despesas do Exercício Seguinte ou Despesas Pagas Antecipadamente.

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Um dos objetivos em apurar o resultado em um relatório separado – Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE) – é apresentar um resumo ordenado de toda Receita e despesa,
propiciando uma apreciação mais objetiva das contas de resultados (Receita e despesa), facilitando,
assim, a tomada de decisão.
O Lucro é uma terminologia bastante ampla, existindo na DRE vários tipos de lucro:
ampla, existindo na Demonstração do resultado do Exercício vários tipos de lucro:

a. LUCRO BRUTO - é a diferença entre a Venda de Mercadorias e o Custo desta


Mercadoria Vendida sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras. O Lucro
Bruto, após cobrir o custo da fabricação do produto (ou o custo da mercadoria adquirida para
revenda, ou o custo do serviço prestado), será destinado à remuneração das despesas de vendas,
administrativas e financeiras, bem como remunerará o governo (Imposto de Renda) e os
proprietários da empresa (Lucro Líquido).
A Receita Bruta constitui a venda de produtos (na indústria), de mercadorias (no comércio) e
prestações de serviços (empresa prestadora de serviços), incluindo todos os impostos cobrados do
comprador e não excluindo as devoluções de mercadorias (ou produtos) e os abatimentos
concedidos pelas mercadorias (ou serviços) em desacordo com o pedido.
As deduções são ajustes à própria Receita Bruta e não despesas, são elas:
a) Impostos Incidentes sobre Vendas – são dedutíveis todos os impostos e taxas que guardem
proporcionalidade com o preço de venda (aumentam proporcionalmente às vendas). São os mais
importantes: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Exportação,
Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Securidade Social
(Cofins).
b) Vendas Canceladas (Devolução) - são mercadorias em desacordo com o pedido, cujo o
comprador se sentindo prejudicado, efetua a devolução parcial ou total das mercadorias.
c) Abatimentos - ocorre em situações em que, a fim de evitar a devolução das mercadorias, o
vendedor propõe ao comprador um abatimento no preço, para compensar o prejuízo.
d) Descontos comerciais - ocorre antes da venda por vários motivos: pela grande quantidade
de mercadoria a ser adquirida, por ser um cliente especial, por se tratar de política da empresa etc.
 Importante é ressaltar que os descontos comerciais não devem ser confundidos com
descontos financeiros uma vez que estes (descontos financeiros) ocorrem após a venda, por
antecipação de pagamento. Os descontos financeiros são classificados no grupo das Despesas
Financeiras (DRE).

CUSTOS VERSUS DESPESAS


Numa empresa industrial ao emprego da Matéria-Prima, da Mão-de-Obra e de outros gastos
para transformá-la em produtos (gastos na fábrica) denominamos no momento da venda do produto
acabado de Custo dos Produtos vendidos (CPV).
Numa empresa comercial, no momento da revenda da mercadoria adquirida para esse fim,
denominamos o preço pago pala mercadoria de Custo das mercadorias Vendidas (CMV). Custo
numa empresa comercial é o preço da mercadoria a ser revendida.
Numa empresa prestadora de serviço, no momento da entrega do serviço realizado, ao
emprego da mão-de-obra e, se houver, do material consumido na prestação de serviço,
denominamos Custo dos Serviços prestados (CSP).
Para a apuração do Custo das Mercadorias Vendidas quando a empresa não possui o controle
permanente dos estoques, utiliza-se a seguinte fórmula:
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CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras (C) – Estoque Final (EF).


Receita Bruta - Deduções (IPI, ICMS e outros impostos sobre vendas, abatimentos e
descontos comerciais = Receita Líquida
Receita Líquida – Custos das Vendas = Lucro Bruto

b. LUCRO OPERACIONAL - é o lucro resultante da atividade operacional da empresa. É


obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as Despesas Operacionais.
As Despesas Operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a
empresa e financiar as operações. São todas as despesas que contribuem para a manutenção da
atividade operacional da empresa.
Principais grupos de Despesas Operacionais:
- Despesas de Vendas - abrangem desde a promoção do produto até sua colocação junto ao
consumidor. São despesas com o pessoal da área de venda, comissões sobre vendas, propaganda e
publicidade, marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão
para devedores duvidosos) etc.
- Despesas Administrativas - são as despesas necessárias para a administração da
empresa. De uma maneira geral, são gastos nos escritórios que visam a direção ou a gestão da
empresa. Exemplos: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal
administrativo, aluguéis de escritórios, assinaturas de jornais etc.
- Despesas Financeiras - São as remunerações aos capitais de terceiros tais como: juros
pagos ou incorridos, comissões bancárias, descontos concedidos, juros de mora pagos etc.
As Despesas Financeiras deverão ser compensadas com as Receitas Financeiras (derivadas
de aplicações financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos etc.), estas receitas serão
deduzidas daquelas despesas.
Quando o valor da Receita Financeira for maior que a Despesa Financeira, a parcela
excedente da Receita Financeira, será algebricamente deduzida de outras Despesas Operacionais.

Despesa Financeira > Receita Financeira Despesa Financeira < Receita Financeira
Despesas Financeiras 280.000 Despesas Financeiras 280.000
Receitas Financeiras (80.000) Receitas Financeiras (390.000)
Despesas/Receitas Financeiras 200.000 Despesas/Receitas Financeiras (110.000)
Despesas Operacionais Despesas Operacionais
De Vendas 300.000 De Vendas 300.000
Administrativas 400.000 Administrativas 400.000
Financeiras 200.000 Financeiras (110.000)
900.000 590.000

VARIAÇÕES MONETÁRIAS
São classificadas num subgrupo de Despesas Operacionais. São despesas relacionadas com
variações cambiais sobre obrigações. Exemplo:
Uma empresa contrai um empréstimo de 100.000 dólares, no início do ano onde cada dólar
está cotado a R$1,60; sua dívida corresponde a R$ 160mil (100.000 x R$1,60). Com a
desvalorização do real, um dólar pode estar cotado a R$1,90 no final do período. Dessa forma, a
dívida corresponde a R$ 190 mil (100.000 dólares x R$1,90) no fim do exercício, havendo uma
variação cambial de R$30 mil (estes R$30 mil são despesas para a empresa)  Variações
Monetárias.

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Outras Despesas/Receitas Operacionais


Título utilizado para despesas operacionais não enquadradas no grupo de vendas,
administrativas e financeiras. Exemplos: Despesas Tributárias como IPTU, IPVA, Multas Fiscais
etc., prejuízos oriundos das aplicações em outras empresas etc. Neste grupo, semelhante
as Despesas x Receitas Financeiras, podemos incluir outras Receitas Operacionais de caráter
eventual ou não, tais como: lucros de participações em outras sociedades, vendas de sucatas etc.

c. LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA - trata-se do Lucro Operacional menos as


Despesas não Operacionais mais as Receitas não Operacionais.
As despesas e receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da empresa
são classificadas como Não Operacionais. Normalmente, trata-se de ganhos ou perdas, isto é, são
infreqüentes.
São exemplos:
- Ganhos ou Perdas de Capital. São os lucros ou prejuízos na venda de itens do ativo
permanente: venda de um veículo (imobilizado), com lucro ou prejuízo; venda de
máquinas; equipamentos (imobilizado), com lucros ou prejuízo; venda com lucro ou
prejuízo de ações (investimentos) etc., sendo estas operações consideradas como não
operacionais.
- Perdas ou Ganhos - As características de perdas e ganhos são de itens extraordinários,
anormais, não orçáveis. Exemplos: perdas com geadas, chuvas de granizo na agricultura.

d. LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA


O Imposto de Renda incide sobre o lucro da empresa. Pelo regime de competência
consideramos o Imposto de Renda no período onde foi gerado (ano base) e não no período de
pagamento (exercício financeiro). Calcula-se o valor do Imposto de Renda a pagar, com base no
lucro apurado na Contabilidade ajustado às disposições da legislação do Imposto de Renda (Lucro
Real). O valor do Imposto de Renda a pagar é deduzido do “Lucro Antes do Imposto de Renda”.

e. LUCRO LÍQUIDO
É a sobra líquida à disposição dos sócios ou acionistas. Após a apuração do “Lucro Depois do
Imposto de Renda” são deduzidas as participações previstas nos estatutos, de debêntures, de
empregados, administradores e partes beneficiárias e as contribuições para instituições ou fundos de
assistência ou previdência de empregados.
 Participações no Lucro:
 das Debêntures: como visto anteriormente, as Companhias podem solicitar
empréstimos ao público em geral, pagando juros periódicos e concedendo
amortizações regulares. Para tanto, elas emitirão títulos a longo prazo com garantias:
são as debêntures. A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e
correção monetária, participação no lucro da companhia (dedutível para o Imposto
de Renda);
 de Empregados e Administradores: é um complemento à remuneração de
empregados e administradores. Normalmente, é definido no estatuto ou contrato
social um percentual sobre o lucro. Constitucionalmente, a participação de
empregados é obrigatória. Observamos que a participação aos administradores é
desestimulada pela nossa legislação uma vez que não é permitida a sua dedução para
efeito de cálculo do Imposto de Renda (Lucro Real). A participação aos empregados é
dedutível dentro de certos limites.
 das Partes Beneficiárias: normalmente, são concedidas às pessoas que tiveram
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atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores, reestruturadores


etc.). São títulos negociáveis sem valor nominal que a Cia pode criar a qualquer
tempo. Os titulares destes títulos terão direito à participação (prevista em estatutos)
nos lucros anuais (não dedutível para efeito do Imposto de renda).
 Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de
Empregados: são as doações às constituições de fundações com a finalidade de
assistir seu quadro de funcionários; às previdências particulares, no sentido de
complementar aposentadoria etc. que, definidas em estatutos, serão calculadas e
deduzidas como uma participação nos lucros anuais (são dedutíveis para efeito de
Imposto de Renda).
Se tivermos um lucro de $1 milhão e se as participações de debêntures, empregados,
administradores e partes beneficiárias estiver fixada no estatuto a base de 10%, teremos:
$Mil
Lucro Depois do Imposto de Renda 1.000
(-) Participação de Debêntures (1.000 x 10%) (100)
900
(-) Participação de Empregados (900 x 10%) (90)
810
(-) Participação Administração (810 x 10%) (81)
729
(-) Participação das Partes Beneficiárias (729 x 10%) (72,9)
656,1
(-) Contribuições e Doações -----------

Lucro Líquido ------------


O Lucro Líquido dividido pela quantidade de ações em que está dividido o Capital da
empresa, tem-se o Lucro por Ação do capital Social, o qual, pela nossa legislação, deve ser indicado
no final da Demonstração do Resultado do Exercício.
ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO
É fácil compreender que toda receita aumenta o lucro: quanto maior a receita, maior o lucro;
que todo lucro não distribuído aumenta o Patrimônio Líquido: quanto maior o lucro, maior o
reinvestimento pelos proprietários, maior o PL. Assim:
Balanço Patrimonial DRE (Apuração do Resultado)
Ativo Passivo e PL Receita
+ Receita
_______ ___ _______ ___ (-) Despesa
+
_______ ___ P. Líquido
_______ ___ _______ ___
_______ ___ Lucros Lucro Lucro
_______ ___ Acumulados + PL +

Desp. Salários Desp.Mat.Escritório Receita


16.000 7.000 45.000

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EXEMPLO DE ENCERRAMENTO
Consideremos as seguintes contas de resultado:

Encerram-se agora essas contas, igualando-se o saldo a zero (assim, para o ano seguinte,
inicia-se a acumulação de despesas e receita novamente). Para encerrar as contas de despesas, basta
creditar idêntico valor (a contrapartida será débito de ARE-Apuração de Resultado do Exercício).
Para encerrar a conta receita, basta debitar valor idêntico - $ 45.000 (a contrapartida será crédito de
ARE).

Desp. Salários Receita

16.000 16.000 45.000 45.000

Apur. Result. Exercício

16.000 45.000

7.000

Lucros Acumulados
Desp.Mat.Escritório
22..000
7.000 7.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA BRUTA $$$$$


(-) Deduções ($$$$)
RECEITA LÍQUIDA $$$$$
(-) Custos das Vendas ou dos Serviços ($$$$)
LUCRO BRUTO (OU PREJUÍZO) $$$$$
(-) Despesas Operacionais ($$$$)
de Vendas ($$$$)
Administrativas ($$$$)
Financeiras (deduzidas as Receitas Financeiras) ($$$$)
Variações Monetárias ($$$$)
Outras Despesas ou Receitas Operacionais ($$$$)
LUCRO OPERACIONAL (OU PREJUÍZO) $$$$$
(-) Despesas Não Operacionais ($$$$)
(+) Receitas Não Operacionais $$$$$
(-/+) Perdas/Ganhos +/-$$$
RESULTADO DO EXECÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA $$$$$
(-) Provisão para o Imposto de Renda ($$$$)
RESULTADO DO EXERCÍCIO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA $$$$$

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(-) Participação de Debêntures ($$$$)


(-) Participação de Empregados e/ou Administração ($$$$)
(-) Participação de Partes Beneficiárias ($$$$)
(-) Contribuições e Doações ($$$$)
LUCRO LÍQUIDO (OU PREJUÍZO) $$$$$
LUCRO LÍQUIDO (OU PREJUÍZO) POR AÇÃO DO CAPITAL SOCIAL $$$$$

OUTRAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Para exemplificação das demais demonstrações contábeis utilizaremos o Balanço Patrimonial
e a Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa FACE Ltda.:

BALANÇO PATRIMONIAL
Face Ltda.

ATIVO 31-12-00 31-12-01 PASSIVO 31-12-00 31-12-01


Circulante 580.000 650.000 Circulante 340.000 280.000
Caixa 40.000 10.000 Fornecedores 200.000 220.000
Duplicatas a Receber 150.000 220.000 Salários a Pagar 30.000 40.000
Estoques 390.000 420.000 Impostos a Pagar 60.000 6.000
Realizável a Longo Prazo Dividendos a Pagar
50.000 40.000 50.000 14.000
Empréstimos a Coligadas Exigível a Longo Prazo
50.000 40.000 Financiamentos
100.000 150.000
Permanente Resultado de Exercícios 100.000 150.000
Investimentos 160.000 140.000 Futuros - -
Imobilizado 60.000 50.000
Diferido 90.000 80.000 Patrimônio Líquido 350.000 400.000
10.000 10.000 Capital 300.000 340.000
Lucros Acumulados 50.000 60.000
TOTAL 790.000 830.000 TOTAL 790.000 830.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Face Ltda. – Exercício de 2001

Receita Líquida 800.000


(-) Custo das Mercadorias Vendidas (650.000)
Lucro Bruto 150.000
(-) Despesas Operacionais
Vendas (30.000)
Administrativas (70.000)
(Inclui Depreciação 10.000)
Financeiras 30.000 (-) Receita Financeira (20.000)
Lucro Operacional 30.000
(-) Imposto de Renda (6.000)
Lucro Líquido 24.000

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 A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) e a Demonstração das


Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Evidencia as movimentações ocorridas na conta de Lucros Acumulados do Patrimônio
Líquido, apresentando informações sobre seu comportamento ao longo do exercício social. Na
verdade, enquanto a Demonstração do Resultado do Exercício trata da formação do lucro do
exercício, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados revela as alterações verificadas nos
Lucros Acumulados da sociedade.
A legislação das sociedades anônimas (Lei 6.404/76) estabelece que a DLPAc “poderá ser
incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela
empresa”. Assim, sabe-se que a DMPL não é obrigatória por lei; no entanto, a DLPAc é obrigatória,
não somente para as sociedades por ações, mas também, por força da legislação fiscal.
Enquanto a DLPAc evidencia unicamente as variações ocorridas nos Lucros Acumulados da
empresa, a DMPL aborda os movimentos verificados ao longo do exercício social em todas as
contas do Patrimônio Líquido. Fazem parte dessa demonstração, evidentemente, os acréscimos e
reduções verificados na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Por apresentar maior riqueza de informações, o ideal seria a substituição da Demonstração de
Lucros/Prejuízos Acumulados pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Atualmente, as companhias abertas já são obrigadas a apresentar esse tipo de informação, por força
de normatização expedida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (SIMPLIFICADO)

Empresa FACE Ltda. – Exercício de 2001

Lucros Acumulados em 31-12-00 50.000


(+) Lucro Líquido em 31-12-01 24.000
Saldo à disposição dos Sócios 74.000
(-) Dividendos (14.000)
Lucros Acumulados em 31-12-01 60.000

 A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)


Obrigatória segundo a Lei 6.404/76, visa melhor identificar os fluxos dos recursos dentro da
empresa, seja da forma como foram gerados (recursos próprios ou captados por terceiros), ou como
foram aplicados. Essa demonstração é muito importante para o analista, notadamente para uma
compreensão mais ampla e dinâmica das várias operações realizadas pela empresa no período.
É necessário acrescentar, ainda, que o conceito de recursos dessa demonstração está
dimensionado no Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro Líquido, que é obtido pela
diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Desta forma, pela DOAR, pode-se
identificar, mais claramente, de onde se originaram os recursos que elevaram o Capital Circulante
Líquido (financiamentos) e onde foram aplicados os recursos provenientes (que diminuíram) do
Capital Circulante Líquido (investimentos).

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DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


Empresa FACE Ltda. – Exercício de 2001

Origens
Lucro do Exercício (2001) 24.000
(+) Depreciação 10.000
34.000
Recebimentos de Coligadas (empréstimos + alienação) 20.000
Novos financiamentos 50.000
Aumento de capital 40.000
Total das origens 144.000
Aplicações
Dividendos (14.000)
Excesso de origem/aplicação 130.000
CCL = AC – PC
CCL 00 = 580.000 – 340.000 240.000
CCL 01 = 650.000 – 280.000 370.000
Acréscimo no CCL 130.000

Seguindo a tendência internacional e também em função das demandas internas,


principalmente por parte dos analistas de mercado e investidores institucionais, a maioria defende a
substituição da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração do
Fluxo de Caixa (DFC). Essa demonstração evidencia as modificações ocorridas no saldo de
disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado período, por meio
de fluxos de recebimentos e pagamentos. Embora a Doar seja considerada pelos especialistas como
uma demonstração mais rica em termos de informação, os conceitos nela contidos, como, por
exemplo, a variação do capital circulante líquido, não são facilmente apreendidos. A DFC, ao
contrário, por ser de linguagem e conceitos mais simples, possui melhor comunicação com a
maioria dos usuários das Demonstrações Contábeis.

 Demonstração do Fluxo de Caixa


A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica, no mínimo, as alterações ocorridas no exercício
no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregadas em fluxos das operações, dos financiamentos
e dos investimentos. Essa demonstração será obtida de forma direta (a partir da movimentação do
caixa e equivalentes de caixa) ou de forma indireta (com base no Lucro/Prejuízo do Exercício). As
práticas internacionais dispõem que essa demonstração seja segregada em três tipos de fluxos de
caixa: os fluxos das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de
investimentos.

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Modelo indireto:
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Empresa FACE Ltda. – Exercício de 2001
a) Atividades Operacionais
Lucro Líquido 24.000
(+) Despesas Econômicas (não afetam o caixa):
Depreciação 10.000
34.000
Ajuste por mudança no Capital de Giro(aumento ou redução durante o ano)
Ativo Circulante
Duplicatas a Receber – aumento (reduz o caixa) (70.000)
Estoque de Lingeries – aumento (reduz o caixa) (30.000)
(100.000)
Passivo Circulante
Fornecedores – aumento (melhora o caixa) 20.000
Salários a Pagar – aumento (melhora o caixa) 10.000
Impostos a Recolher – redução (piora o caixa) (54.000)
(24.000) (124.000)
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais (90.000)
b) Atividades de Investimento
Não houve variação do Imobilizado —
Vendas de Ações de Coligadas 10.000
Recebimento de Empresas Coligadas 10.000
20.000
c) Atividades de Financiamentos
Novos Financiamentos 50.000
Aumento de Capital em dinheiro 40.000
Dividendos (50.000)
40.000 60.000
Redução de Caixa no ano (30.000)
Saldo inicial do Caixa 40.000 40.000
Saldo final do Caixa 10.000 10.000

Explicação sobre a demonstração do fluxo de caixa (modelo indireto)


Ajuste do Lucro Líquido referente a Despesa Não Desembolsável
Há determinados itens que reduziram o Lucro Líquido na DRE que não representam saída de
dinheiro. Daí, o fato de se adicionar novamente Depreciação, que é um item econômico e não
financeiro. A Depreciação não significa um desembolso, mas um fato econômico.

Ajuste do Lucro Líquido no Circulante


O aumento do estoque de novas peças faz-se com dinheiro, o que leva à redução do caixa.
Maior número de duplicatas a receber significa retardar o recebimento do dinheiro que iria
para o caixa e teria algum destino. Reduções nos montantes de estoque e duplicatas a receber
significam mais recursos no caixa.
Quando os clientes, por exemplo, antecipam pagamento, reduz-se o montante de duplicatas a
receber e, consequentemente, aumenta-se o caixa.
Por outro lado, se há aumento de fornecedores no Passivo Circulante, há mais crédito, evita-se
a saída do caixa e pode-se utilizar o dinheiro para outras finalidades. A recíproca é verdadeira.

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Se há redução de imposto a recolher, o dinheiro que seria usado para essa finalidade pode sê-
lo para outros pagamentos.
Como regra geral, temos:
 Os aumentos no Ativo Circulante provocam uso de dinheiro (caixa); as reduções do
Ativo Circulante produzem caixa (origem de caixa);
 Os aumentos do Passivo Circulante evitam saída de mais dinheiro, aumentando o caixa;
as reduções do Passivo Circulante significam que o pagamento foi feito, reduzindo o
caixa (uso de caixa);
 Para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual das
contas do Circulante (Ativo e Passivo).
Atividades de Investimentos
Referem-se ao Não Circulante da empresa. Quando uma empresa compra máquinas, ações,
prédios etc., reduz o caixa. Quando a empresa vende esses itens, aumenta o caixa.
Atividades de Financiamentos
Os financiamentos poderão vir dos proprietários (aumento de Capital em dinheiro) ou de
terceiros (financiamentos, bancos etc.).
Modelo direto
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Empresa FACE Ltda. – Exercício de 2001
Saldo Inicial em 31-12-98 40.000
Entradas
Receita Operacional Recebida 730.000
Receitas Financeiras 10.000
Recebimentos de Coligadas 10.000
Vendas Investimentos 10.000
Novos Financiamentos 50.000
Aumento de Capital em $ 40.000 (850.000)
(Saldo anterior em $)
Saídas
Compras Pagas (660.000)
Despesas de Vendas Pagas (30.000)
Despesas Administrativas (50.000)
Despesas Financeiras (30.000)
Imposto de Renda (60.000)
Dividendos Pagos (50.000) (880.000)
Saldo final em 31-12-99 10.000

Conforme modelo internacional, destacando os fluxos das operações dos financiamentos e dos
investimentos.

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DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


Empresa FACE Ltda. – Exercício de 2001
a) Operações
Receita Recebida 730.000
(-) Caixa Despendido nas Compras (660.000) 70.000
(-) Despesas Operacionais Pagas
Vendas (30.000)
Administrativas (50.000)
Despesas Antecipadas ------------- (80.000)
Caixa Gerado no Negócio 10.000
b) Outras Receitas e Despesas
(+) Receitas Financeiras Recebidas 10.000
(-) Despesas Financeiras Pagas (30.000) (20.000)
Caixa Líquido após as Operações Financeiras (30.000)
(-) Imposto de Renda Pago (60.000)
Caixa Líquido após o Imposto de Renda (90.000)
c) Atividades de Investimento
Não houve variação do Imobilizado ------------- -------------
Vendas de Ações Coligadas 10.000
Recebimentos de Ações Coligadas 10.000 20.000
d) Atividades de Financiamentos
(+) Novos Financiamentos 50.000
(+) Aumento de Capital em Dinheiro 40.000
(-) Dividendos (50.000) 40.000
Redução do Caixa no ano (30.000)
Saldo Inicial do Caixa 40.000
Saldo Final do Caixa 10.000

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Bibliografia

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial, 8 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral para cursos de contabilidade e concursos em


geral, 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

Equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.


Contabilidade introdutória, 9 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, 5 ed.. São Paulo: Atlas,
2000.

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