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Resenha

O ensino de química em ambientes um tempo para sua consecução. A dimensão temporal da cibercultura,
virtuais primeira questão que se endereça algo inusitado que não deve ser
aqui é a necessidade de criar uma re- tomado ao natural, como o ciclo do
A formação lação direta, mas de baixa regulação, dia-noite, mas como criação humana,
de professores entre o tempo previsto pelo professor histórica e socialmente determinada.
para lidar com para realização da atividade e o tem- Para sustentar suas reflexões, a
as tecnologias po efetivamente gasto pelo aluno. autora dialoga com filósofos antigos
de informação e E mais, não é possível considerar e contemporâneos que se ocuparam
comunicação é valores absolutos, pois o ritmo de tra- em compreender o tempo na cons-
assunto atual e balho dos alunos é bastante variado, tituição do sujeito e das sociedades
complexo, assim e deve-se, portanto, sugerir faixas de de suas épocas. Temos aqui a opor-
como os cursos tempo de modo que a maior parte, se tunidade de considerar argumentos
a distância, so- não todos os alunos, logre concluir a sustentados por doutrinas teóricas
bretudo os de licenciatura que, além atividade no tempo desejável. que verdadeiramente têm muito a
disso, sofrem uma forte oposição A mediação da internet na orga- contribuir para a discussão do papel
de sindicatos de profissionais da nização do ensino impõe uma nova da EaD não apenas na organização do
educação e de centros acadêmicos questão da temporalidade, na medi- ensino, mas sobretudo na formação
estudantis. No entanto, já no final da da em que a comunicação entre pro- de professores. Além do argumento
década de 1990, ambos os temas – fessor e aluno ocorre por duas formas teórico, Irene desenvolve uma sólida
ensino a distância (EaD) e tecnologias principais. A comunicação por correio metodologia de investigação empíri-
da informação e comunicação (TICs) eletrônico acontece por meio do envio ca, que abarca a construção de um
aplicadas à educação – já eram ob- de mensagens, e o fato de haver um ambiente virtual exclusivo para tratar
jeto de investigação de Irene Mello, intervalo de tempo entre enviar e re- da metodologia de ensino de química
130 cuja trajetória acadêmico-profissional ceber ambas as mensagens nos leva para situações de uso do computa-
remonta o início do desenvolvimento a classificá-la como assíncrona. Nas dor. Apesar de sua discussão focar a
de propostas inovadoras, arrojadas salas de bate-papo, esse intervalo temporalidade das interações no EaD,
e com forte impacto social como a de tempo é reduzido de tal forma – já podemos perceber nos depoimentos
Licenciatura em Pedagogia a dis- que é suposto que aluno e professor de futuros professores que o uso do
tância da Universidade Federal do estejam conectados simultaneamen- computador na mediação do ensino
Mato Grosso. A autora também te – que a comunicação é chamada traz à tona questões fundamentais
protagonizou a primeira experiência síncrona. Vemos aqui que, ao contrá- sobre a própria natureza do ensino
disciplinar de formação de professores rio das situações presenciais, o as- e da aprendizagem. Uma delas é a
a distância da Universidade de São sincronismo é um fator determinante autonomia dos alunos diante desses
Paulo como objeto de seus estudos de da comunicação, o que reflete direta- aparatos tecnológicos. Como lidar
doutorado na Faculdade de Educação mente na organização do ensino, na com sujeitos versados no uso do
dessa universidade, que somente este medida em que, para se deflagrar o computador para inseri-los na cultura
ano lança seu primeiro curso de licen- ensino, é preciso promover a comu- científica de forma que suas ações
ciatura a distância. Já se vai quase nicação entre professor e aluno. Por- passem a considerar o valor da racio-
uma década do início desses estudos tanto, para os protagonistas do EaD, nalidade para refletir sobre os fenôme-
e o leitor poderá encontrar neste livro amplia-se a dimensão temporal das nos da natureza? Essa e muitas outras
resultados atuais e imprescindíveis interações, exigindo das partes um perguntas fazem parte do cotidiano
para compreender um aspecto central compromisso com a regulação do contemporâneo de nossos professo-
do EaD: a questão do tempo virtual. tempo, tanto no sentido de superar res que encontrarão nesta obra uma
Na organização de propostas de a barreira da distância física como excelente oportunidade para refletir
EaD, é fundamental considerar o tem- principalmente para tirar proveito do sobre o lugar do computador em
po dedicado pelos estudantes a cada assincronismo. Imagine-se, agora, a nossas escolas e, sobretudo, sobre
uma das atividades sugeridas para possibilidade sempre desejável de essa antiga profissão de ensinar que
uma aula, um ciclo ou um módulo. De expandir a comunicação de modo se atualiza e se transforma pela media-
fato, as coerções temporais definem a promover interações aluno-aluno. ção tecnologicamente humanizada.
também as formas de organização Cria-se uma ‘teia’ de comunicações
das atividades presenciais de ensino, síncrona e assíncrona mediante a Prof. Dr. Marcelo Giordan (USP)
mas no EaD é preciso considerar qual se organizam todas as ativida-
como o aluno se organiza para ler des de ensino não presencial. Em MELLO, Irene Cristina. O ensino
textos, preparar resumos, escrever suas reflexões e análises de casos, de química em ambientes virtuais.
artigos, resolver problemas. Enfim, a pesquisadora propõe considerar Cuiabá: EdUFMT, 2009. 294p. ISBN
para cada atividade, deve-se prever a virtualidade como fator inerente à 978-85-327-0331-6.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Vol. 32, N° 2 , MAIO 2010


Resenha

Crônicas acadêmicas

O texto que versa sobre a inuti- a pretensão de esgotar o assunto,


lidade das certezas tratada nesse mas contribuir para aprofundar o
livro nos revela, por meio de uma debate sobre a temática focada. Te-
linguagem simples, a profundidade mos convicção que os leitores farão a
e o zelo acadêmico imerso na pro- leitura desse livro de forma prazerosa
dução. Moita Neto compreende que e tirarão bons proveitos.
a incerteza é inerente à condição A propósito, queremos ressaltar
humana. No curso da temporalidade, a versatilidade do autor ao discutir,
o que muda é a forma de maturar num mesmo compêndio, textos
sobre as incertezas, tendo como cujas temáticas são extremamente
suporte de apego a instrumentação díspares, mas que se interconec-
tecnológica do tempo presente. Essa tam. Traremos para ilustrar como
compreensão do autor se consubs- exemplos: aspectos sociais e eco-
tancia do princípio de Werner Karl nômicos do biodiesel; a ciência dos
Heisenberg, um dos precursores polímeros; os compósitos; espec-
da mecânica quântica. A incerteza troscopia de absorção molecular no
restringe a precisão com que se po- ultravioleta-visível; espectroscopia
dem efetuar medidas simultâneas de atômica; polimerização; fontes de
uma classe de pares de observáveis, energia e meio ambiente; forças
isto é, quanto mais precisamente se intermoleculares; tensão superficial;
O livro Crônicas acadêmicas, medir uma grandeza, forçosamente ressonância magnética nuclear;
maturado e produzido pelo profes- mais será imprecisa a medida da dentre outros. O autor trás também 131
sor Moita Neto, credencia-se como grandeza correspondente. Esse para o debate textos que têm, como
leitura indispensável, dentre outros fundamento contrapõe a verdade inspiração teórica, jargões populares
aspectos, pela maestria expressa absoluta da mecânica clássica como, por exemplo: No texto “Com
na forma dicotômica tratada nos newtoniana. Ao refletir sobre essa cuspe e jeito”, o autor toma como
textos que compõem esse livro, o questão, podemos perceber que a ponto de partida o jargão popular
que nos impressiona positivamente, fertilidade de ideias trazidas pelo que dá nome ao texto para debater
pois verbaliza por meio de lingua- autor transcende à compreensão sobre lubrificantes e lubrificação; no
gem singular uma profundidade apressada e imediatista do sujeito na texto “Química, chuva e cerveja”, a
acadêmica, científica, inexorável. A sua interlocução com o texto. tônica do debate aponta para o fe-
leitura desse livro evidencia que sua Para melhor compreender esse nômeno de nucleação e crescimento
gestação se materializa da conjun- debate, trazemos à seara da dis- que acontece na chuva e na cerveja;
ção de textos curtos, fragmentados, cussão e análise o cinema, a edição “Atrás de um pobre corre um bicho”,
mas que se agregam na intimidade eletrônica e a fotografia contempo- é discutido riscos ambientais, efeito
de um fio condutor, versados sobre rânea como eventos que relativizam estufa e camada de ozônio; “Caixa
temáticas do cotidiano, tendo como o sentido da visão, pois uma vez de fósforos” versa sobre balança
interstício um grande arcabouço, manipulada, distorcida, recortada e analítica, ciências estatísticas e
derivado do ideário aqui concebi- reconfigurada, a imagem é cada vez química analítica. Enfim, o livro se
do como uma teia de relações que menos um indicativo da realidade constitui como uma usina de criativi-
se intercomunica nas dimensões absoluta e cada vez mais a constru- dades que versa sobre temáticas do
da Ciência Química, Tecnologia e ção de uma sintaxe artística. Isso é a cotidiano para debater e expressar
Sociedade. expressão de uma época contempo- conhecimento químico.
Sendo complementares, os tex- rânea que viu ruir todas as certezas. Por tudo isso, e muito mais a ser
tos consideram, por exemplo, as Para Bachelard, no livro Fragmentos descortinado no embrenhar do livro, é
influências sobre o pensamento de uma poética do fogo, publicado que recomendamos sua leitura.
e as práticas educacionais, tendo em 1990, quanto mais brilhante é a
como substância um azimute focado imagem, mais perturbadora é sua Prof. Dr. Nilson Fonseca Miranda
na concepção de que o processo ambiguidade, pois ela é a ambigui- (UFPI)
ensino-aprendizagem, acerca do dade das profundezas. Assim, nada
conhecimento químico, transcende a escapa à ironia das aparências e à MOITA NETO, José Machado.
dimensão conteudista, perpassando inutilidade das certezas. Crônicas acadêmicas. Teresina:
também as dimensões ética, político- É importante enfatizar que os tex- Moita, 2009. 192 p. ISBN 978-85-
social, ambiental etc. tos constituintes desse livro não têm 907005-1-7.

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Resenha

Novas tendências pedagógicas: proposta alternativa no ensino de ciências

Fazer pesqui- mática e de ciências naturais na Amazô- autoras, por exemplo, que a cada aula
sa científica em nia; O jogo como estratégia facilitadora “o professor necessite justificar aos
ciências natu- à aprendizagem da biologia; O uso de alunos porque se estuda aquele exato
rais é de fato um jogos como estratégia para o ensino em conteúdo, já que os educandos não
desafio para os química na educação básica; O jogo conseguem enxergar a relação deles
pesquisadores de trilha como um recurso facilitador com o mundo em que vivemos”. O
que trabalham na no processo ensino-aprendizagem de texto comenta ainda a Lei de Diretrizes e
Amazônia. Pelas matemática. Bases de 1996 e os avanços a respeito
dificuldades en- Os artigos da parte 1, escritos pela da nova identidade do Ensino Médio.
contradas, princi- Profa. Dra. Josefina Barrera Kalhil, Observando a necessidade de pes-
palmente pelo vazio demográfico, falta traz contribuições importantes para os quisas nas áreas de Ensino de Ciên-
de infraestrutura e meios adequados de profissionais da educação no estado cias, o livro se torna uma referência
divulgação, muitos trabalhos realizados do Amazonas, abordando estratégias quanto ao uso de jogos didáticos e
são esquecidos nas prateleiras das de ensino e de aprendizagem, per- sua importante aplicação, partindo do
instituições de ensino e de pesquisa. meadas por indicadores de qualidade conhecimento e aproveitamento de
A visão de pesquisadores de outras educacional, ideologia da eficiência materiais da biodiversidade amazônica.
instituições sediadas fora da Amazônia social, reconstrução social, acadêmica As autoras sugerem que o ensino de
é em geral mais difundida que a de escolar e estudo dos alunos. A autora ciências e matemática na educação
pesquisadores que vivem o seu dia a traz também contribuições embasadas básica deve urgentemente ser revisto,
dia na região. O que pensam os pes- em autores como Gardner, Guilford, já que os estudantes podem, sim, ter
quisadores da região? entre outros, sobre a criatividade e a ca- uma motivação apresentada em função
Por meio de uma visão reflexiva, racterização teórica desses conceitos. de atividades que possibilitem uma
132 crítica e construtiva, professores e Destaca as etapas necessárias para aprendizagem por meio dos jogos de
educadores do ensino de ciências da o desenvolvimento da criatividade e forma contextualizada.
Universidade do Estado do Amazonas, recomendações teórico-metodológicas Abordando o Ensino de Física, as
uma instituição jovem que ainda não para educar na criatividade. A leitura autoras citam Heckel, com ênfase no
completou dez anos, apresentam um é conceitual, informativa e prazerosa, fracasso da disciplina, principalmente
trabalho dentro do contexto amazôni- levando o leitor a reflexões sobre o pela falta de metodologia moderna
co que busca alternativas de ensino e processo de ensino e aprendizagem do ponto de vista pedagógico e tec-
aprendizagem com o objetivo de me- de forma geral. nológico, apontando uma descontex-
lhorar a qualidade do ensino na região. A parte 2 do livro apresenta seis tualização da física no ensino médio.
O livro apresenta uma coleção de artigos das oficinas pedagógicas do III Analisam, ainda, as vantagens do jogo
artigos elaborados por alunos e pro- Seminários em Ensino de Ciências na didático como recurso pedagógico
fessores do mestrado Profissional em Amazônia (III SECAM), evento realizado no processo de ensino-aprendizagem
Ensino de Ciência na Amazônia da pelos alunos do Mestrado em Ensino de do ponto de vista de Pasasarino, bem
Universidade do Estado do Amazo- Ciências na Amazônia no ano de 2008, como o desempenho no jogo mediante
nas – UEA –, sob a coordenação das com a participação de professores da estratégias de aprendizagem e compre-
professoras Ana Paula Sá Menezes e rede pública amazonense da educação ensão da leitura baseada na Psicologia
Josefina Barrera Kalhil. básica e sob a coordenação da Profa. Cognitiva.
Foi dividido em duas partes: Na Dra. Josefina Barrera Kalhil. Os artigos apresentados ressal-
primeira, Qualidade educacional: cria- O texto do referencial teórico abor- tam o trabalho científico de alunos e
tividade no ensino, em três capítulos, dado no livro destaca a importância do professores pesquisadores na área
são abordados os seguintes temas: jogo didático e do brincar sob a ótica de ensino de Ciências na Amazônia,
Uma reflexão necessária, Qualidade de teorias de Piaget, Wallon e Vygotsky. gerando uma contribuição importante
educacional e A criatividade. Na se- As autoras discorrem sobre a desmo- para futuras pesquisas dentro de um
gunda, são apresentadas Propostas tivação nas escolas amazonenses no contexto regional e diferenciado que é
Alternativas para o Ensino de Ciências Ensino de Ciências (Física, Química, a região amazônica.
(Física, Química, Biologia) e de Matemá- Biologia e Matemática), apresentando
tica, contendo seis capítulos: Softwares evidências desse fato, decorrente da Profa. Dra. Ana Frazão Teixeira (UEA)
como organizadores prévios no ensino forma abstrata como os conceitos são
de ciências e de matemática; Parques tratados. MENEZES, Ana Paula Sá e KALHIL,
de Manaus: uma proposta de ensino Ainda sobre a importância dos jogos, Josefina Barrera (Orgs.). Novas tendên-
de biologia em espaços não formais; discutem o ensino por competências, cias pedagógicas: proposta alternativa
A utilização de materiais alternativos na embasado cientificamente nos estudos no ensino de ciências. Curitiba: CRV,
construção de jogos no ensino de mate- de Perrenoud, o que evita, segundo as 2009. 135 p. ISBN: 978-85-62480-17-1.

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II Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra e
IV Simpósio Nacional O Ensino de Geologia no Brasil

De 01 a 05 de novembro de de Geociências existente no País (como se pretende criar na província


2009, ocorreu em São Paulo o II – a Licenciatura em Geociências de Buenos Aires), um caminho pro-
Simpósio de Pesquisa em Ensino e Educação Ambiental (LiGEA) –, missor das Ciências da Terra seria
e História das Ciências da Terra e o aproximou as discussões de dilemas como tema estruturador do ensino
IV Simpósio Nacional O Ensino de legais e institucionais desse ensino. de Ciências do nível básico, com
Geologia no Brasil (EnsinoGeo09). Na legislação educacional brasileira, um conjunto de tópicos essenciais
O Comitê Organizador foi compos- componentes curriculares – tais como para construir tanto a alfabetização
to por membros da USP (IGc, FE, Geologia, Geociências, Ciências da científica, quanto a alfabetização
EACH) e da UNICAMP (IG). A asso- Terra e do Ambiente etc. – não são ambiental. Nesse sentido, dife-
ciação dessas instituições na orga- obrigatórios no ensino básico (dife- rentes estudos mostraram que as
nização do Simpósio é resultado da rentemente do que ocorre em Portu- Ciências da Terra podem servir de 133
institucionalização da Pesquisa em gal, Espanha, Itália, vários estados eixo curricular para articular e tornar
Ensino e História das Geociências dos EUA etc.). As experiências de mais efetivo o ensino de Biologia,
no Brasil ao longo dos últimos 30 criação e implementação das licen- Física e Química. Dessa forma, o
anos. Os dois primeiros Simpósios ciaturas em geociências no Brasil EnsinoGeo09 manteve seu caráter
Nacionais de Ensino de Geologia foram tema de debate em uma das de espaço interdisciplinar de amplo
foram realizados em 1980 e 1982 mesas-redondas. debate entre áreas distintas.
na UFMG e em Salvador, respecti- A programação do EnsinoGeo09 O dia dedicado às atividades de
vamente, e trataram especialmente atribuiu maior importância a pales- campo conduziu três roteiros dife-
sobre a formação dos geólogos. trantes convidados, com falas sobre rentes. Um para conhecer a geologia
Tal assunto continua a ser tratado e Metodologia de Ensino em Geoci- regional do entorno do município de
foi tema de discussão de uma das ências, História das Geociências, São Paulo (conduzido por Celso Car-
mesas do EnsinoGeo09. Divulgação das Geociências e Edu- neiro, UNICAMP). O segundo, sobre
Em 2007, para a comemoração cação Ambiental. Além disso, ainda Historia das Ciências Naturais, visitou
dos 10 anos do Programa de Pesqui- possibilitou que muitas experiências e o Jardim Botânico e o Parque da In-
sa em Ensino e História das Ciências levantamentos pudessem ser expos- dependência, onde foram visitados o
da Terra da UNICAMP, foi realizado tos. Ao mesmo tempo, a importância bosque e o Museu Paulista (condu-
em Campinas o EnsinoGeo07. Os dos conteúdos de Geociências para zido por Ermelinda Pataca, USP). O
principais temas tratados nos traba- formação da cidadania foi mais deba- terceiro visitou o centro histórico de
lhos foram reflexo principalmente das tida e explicada. O Simpósio recebeu São Paulo para recuperar a história e
áreas de pesquisa no único programa cerca de 160 participantes, vindos de a geologia dos monumentos do mu-
de pós-graduação da área no Brasil. distintas regiões do país, bem como nicípio (conduzido por Denise Bacci
A reflexão conduziu ao amadureci- da Argentina, Inglaterra e Israel. A e Eliane Del Lama, USP).
mento de distinções entre técnicas e conferencia inaugural foi proferida por O Simpósio adquiriu caráter se-
metodologias de pesquisa em Ciên- Pietro Corsi (Universidade de Oxford) riado. O CD-Rom com todos os 73
cias Sociais. De certo, foi mostrado e tratou de Charles Darwin e a Historia trabalhos de EnsinoGeo09 incluem
que o uso de técnicas padronizadas da Geologia. A conferencia final foi múltiplos aspectos das pesquisas
sem reflexão sobre o contexto teórico, feita por Ricardo Latgé de Azevedo em ensino, história e divulgação das
social e histórico do fenômeno exa- (Petrobras) sobre perspectivas do geociências.
minado pode conduzir a conclusões petróleo do pré-sal e formação de
equivocadas. geólogos. Ermelinda Moutinho Pataca
Levar o EnsinoGeo para a USP Enquanto não houver disciplina (FE/USP) e Pedro Wagner
em 2009, sede da única Licenciatura específica de Geociências no Brasil Gonçalves (IG/UNICAMP)

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