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Olá, eu me chamo Bruno Antenor e estarei fazendo uma palestra sobre o Dia

da Consciência Negra, que a propósito é hoje em cima do tema “A Importância do Dia


da Consciência Negra no Brasil”.

1. Quando foi instituído o Dia da Consciência Negra?


Em uma pesquisa sobre a consciência negra, é importante saber que em 1978
ativistas do Movimento Negro Unificado (MNU) se reuniram em Salvador e acordaram
que o dia da morte de Zumbi, 20 de novembro, seria celebrado como o Dia da
Consciência Negra.

2. Sobre o que devemos nos conscientizar?


É importante sabermos, que a sociedade tem uma dívida histórica com os
negros, em favor da sua integralização social. O processo histórico foi extremamente
cruel com os negros. Hoje sabemos que determinadas pessoas, de determinadas
etnias descendem de grandes barões, grandes comerciantes, famílias nobres
europeias, no entanto, quando se questiona para grande parte da comunidade negra,
muitos não sabem a sua descendência, ou sabem, descendem de escravos.

Ninguém é escravo por opção, sendo assim, é importante estudarmos alguns


períodos históricos, processos científicos e temas geográficos para entendermos como
se deu essa grande problemática denominado racismo.

3. História
 Pré-história: De acordo com a teoria evolucionista, há aproximadamente 7 milhões
de anos atrás, surgiram os primeiros hominídeos;

 A variabilidade genética dos seres humanos, fez com que a cútis de algumas
comunidades distribuídas por todo o globo fosse diferente de acordo com a região
em que viviam;

 Durante a idade moderna, no período colonial, com o desenvolvimento das


Grandes Navegações, as grandes potências europeias começaram o processo de
comercialização e exploração de territórios;

 Um desses territórios a ser explorado foi o continente africano. Os europeus se


aproveitaram dos conflitos entre as comunidades africanas para comprarem e
comercializarem escravos, iniciando então, o tráfico negreiro. Essa estratégia de
domínio foi utilizada em muitos lugares, inclusive no Brasil com os indígenas.

 A elite brasileira, no período colonial, também se aproveitou da mão-de-obra


escrava, fazendo com que esse processo arbitrário se propagasse.

 Durante um intervalo de tempo, os negros em situação de escravidão começaram


a luta por seu direito de liberdade. Então muitos conseguiam fugir, se abrigar e
conglomerar-se em determinadas regiões, que denominaram Quilombos.

 O maior Quilombo foi o dos Palmares, que abrigou cerca de 30 mil pessoas e seu
líder era Zumbi, um homem que era considerado eterno pela comunidade, em
razão de sua longevidade, mas foi morto decorrente dos conflitos entre ex-
escravos e militares, por ordem da elite brasileira.

 Após a grande pressão popular e internacional, o tráfico negreiro foi abolido pela
Lei Feijó de 1831 e a Lei Eusébio de Queirós de 1850, mas para acabar de vez com
o tráfico ilegal.

 Durante este período, os movimentos abolicionistas ganharam força, garantindo


leis como Lei do Ventre Livre de 1871 e Lei dos Sexagenários de 1885 fossem
criadas, mas somente em 1888, com a Lei Aurea, a escravidão foi abolida.

4. Marginalização
Para entendermos este próximo tópico, é necessário que tomemos ciência de
um termo social, a “Marginalização”.

Entende-se por marginalização, o processo social de se tornar ou ser tornado


marginal (relegar ou confinar a uma condição social inferior, à beira ou à margem da
sociedade). Ser marginalizado significa estar separado do resto da sociedade, forçado a
ocupar as beiras ou as margens e a não estar no centro das coisas. Pessoas
marginalizadas não são consideradas parte da sociedade.

Após o fim da escravidão, o estigma de que o negro era inferior e não merecia
um lugar na sociedade continuou e então, cada vez mais eram excluídos e privados de
educação, saúde, representatividade cultural, desenvolvimento financeiro e muitos
outros direitos que todos os cidadãos devem ser assegurados.

Não existiu um período se quer de paz, desde que foram retirados contra sua
vontade de seus territórios. E há reflexos gigantescos de todos estes eventos nos dias
de hoje.

Por esta causa, grandes nomes de ativistas brasileiros do movimento negro


foram de suma importância para que muitos direitos de reintegração social fossem
garantidos. Algumas dessas pessoas são: Dandara dos Palmares, José do Patrocínio,
André Rebouças, Antonieta de Barros, Abdias Nascimento, Lélia Gonzalez e Sueli
Carneiro.

5. Dados
O racismo no Brasil ainda é uma realidade, fazendo com que intervenções
administrativas e governamentais sejam necessárias, como as políticas de cotas. A
seguir demonstrarei alguns dados que comprovam que ainda existe racismo no Brasil:
 Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou
pardos, sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras.
 Ainda segundo o relatório, 67% dos negros no Brasil estão incluídos na parcela dos
que recebem até 1,5 salário mínimo.
 As mulheres negras são mais vitimadas pela violência doméstica: 58,68%, de
acordo com informações do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, de
2015.
 A população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com
mais chances de serem vítimas de homicídios, de acordo com informações do Atlas
da Violência 2017.
 De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores
de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças.
 O Brasil abriga a quarta maior população prisional do mundo e ais da metade
(61,6%) são pretos e pardos, revela o Levantamento Nacional de Informações
Penitenciárias (Infopen).
 Os negros representam 72,9% dos desocupados do país, de um total de 13,9
milhões de pessoas nessa situação (IBGE).

6. Conclusão
De acordo com estes dados, é inegável que o racismo no Brasil não foi
erradicado, AINDA e é pelos motivos apresentados hoje que o Dia da Consciência
Negra, movimentos sociais, como o Black Live Matters e políticas de cotas são de
extrema necessidade para garantir a educação social e o bem-estar de todos os
cidadãos. Obrigado.

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