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AULA 4 – ESTILÍSTICA DO

TEXTO
ESTILÍSTICA LITERÁRIA
Leo Spitzer
 Propõe uma estilística:
- idealista: Se apoia naquele princípio da filosofia de pensar o uso da linguagem verbal para representar
a realidade ou acessar a realidade a sua volta.
- psicológica: Existe um foco na figura do autor. Como que as particularidades psicológicas do autor, de
alguma maneira, aparecem refletidas no seu texto. Investiga a maneira particular do autor se expressar.
- ou genética: Existe uma tentativa ou esforço de conseguir compreender a gênese criadora do texto, ou
seja, o que está por trás da criação, como ela se constituiu, quais elementos que podem explicar o
processo criativo do texto.
 Associa a estilística a Linguística, Filosofia e Literatura.
 Traz a intuição como ponto de partida para a identificação do traço estilístico do autor, pois os traços a
serem identificados tem um cunho mais abstrato.
 Método que concebe a possibilidade de se desvendar a intenção do autor. Porém, esse método é um mito,
porque a intenção do autor não é palpável, já q o autor não está representado de maneira fidedigna no seu
texto, ou seja, a intenção está mascarada.

Erich Auerbach (alemão, 1892-1957)


 Ele é um Historiador da cultura. Estuda a representação do homem nas várias fases da cultura ocidental,
na sua famosa obra Mimesis (1946).
 Estilo ligado às ideologias e à concepção de realidade, ao longo do tempo. Em outras palavras, ele vai
mostrar que o estilo é variável conforme a sociedade se transforma historicamente. A sociedade vai se
transformando, suas ideologias vão mudando, e isso faz com que as maneiras como nós representamos a
sociedade na literatura também mude. E isso afeta o estilo. O estilo será mutável conforme muda a
sociedade e as ideologias.

Damaso Alonso (espanhol, 1898-1990)


 Estilística literária voltada para a poesia.
 Considera que a obra poética é movida essencialmente pela intuição criadora do autor + intuição
atualizadora do leitor. A partir dessa interação de intuições, há a disposição anímica (disposição de
ânimos) tanto do autor quanto do leitor. Às vezes, pode haver coincidência dos estados de ânimos. Mas
quando não há coincidências entre os estados de ânimos, pode haver outras possibilidades interpretativas
daquele texto. Assim, o texto pode escapar das intenções do autor, pois o leitor pode atualizar o sentido
do texto o tempo todo.
 Três níveis de apreensão da obra literária:
1. o do leitor comum (cujo objetivo é o puro prazer da leitura)
2. o do crítico (cuja capacidade receptiva é mais desenvolvida que o comum e que transmite suas reações
de modo criativo, com sensibilidade mais desenvolvida e sentidos de análise mais aprofundados).
3. o da estilística (considerado uma abordagem mais científica): desvendar os mistérios da criação de
uma obra e os seus efeitos sobre os leitores. Na verdade, podemos até levantar hipóteses, mas desvendar
esses mistérios em sua totalidade é muito difícil.

 SIGNIFICANTES TOTAIS: obra, poema, estrofe, verso, vocábulo.


 SIGNIFICANTES PARCIAIS (traços menores que compõem os elementos macro/totais): ritmo,
entonação, sílaba, acento.
 SIGNIFICADO TOTAL: representação da realidade.
 SIGNIFICADO PARCIAL: múltiplos elementos sensoriais, afetivos e conceituais, integrados à
realidade.

 Tem a estilística focada nos elementos parciais, despreocupada com a “essência poética” ampla. O
objetivo é compreender a mobilização dos elementos parciais no meio do texto.

Amado Alonso (espanhol, 1896-1952)


 Estilística preocupada em analisar a estrutura e ligada a semiótica literária.
 Natureza poética do texto: examina traços linguísticos, dados históricos, ideológicos, sociológicos,
psicológicos, geográficos, folclóricos, etc.
 Coloca em foco o prazer estético provocado no leitor.

Helmet Hatzfeld (alemão, 1893-1979)


 Segue os mesmos princípios de Damaso e Amado Alonso.

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