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Centro Universitário Newton Paiva, Instituto de Ciências Exatas.

Trabalho de Conclusão de Curso B (2020/2)

APLICAÇÃO DA AUTOMATIZAÇÃO RESIDENCIAL COM UM BAIXO


CUSTO, VOLTADA PARA A FACILITAÇÃO DA REALIZAÇÃO DE
TAREFAS COTIDIANAS

Lucas D. C. TAVARES1
João Eduardo dos S. FERREIRA2
Ana Carolina S. de AQUINO3

Resumo

O presente artigo científico tem como finalidade demonstrar um estudo prospectivo acerca de
implementação da domótica em tarefas do cotidiano, visando ter o menor custo de instalação
possível. Através deste artigo, vamos exemplificar três problemas recorrentes no nosso dia a
dia, que podem ser resolvidos com uma utilização simples da automação residencial, como o
recolhimento de um varal de roupa ao identificar chuva, uma torradeira automática para
preparar o café da manhã em um determinado horário programado e acionamento de uma
banheira de forma remota, controlando temperatura e horário de acionamento. Posto isso, a
metodologia adotada consiste na elaboração de um protótipo, a fim de demonstrar a facilidade
de implementação e os benefícios que o uso da domótica pode trazer.

Palavras-chave: Domótica

1. INTRODUÇÃO

A domótica é a área que busca estudar alternativas tecnológicas para solucionar


problemas e atender necessidades que a automação residencial apresenta, junto a tudo isso, os
projetos desenvolvidos quando bem implementados, buscam oferecer um maior conforto e
segurança dentro dos processos manipulados. Além disso, a domótica, pode oferecer diversas

1
Graduando do curso de Engenharia de Controle e Automação
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Graduando do curso de Engenharia de Controle e Automação
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Professor Orientador; ana.aquino@newtonpaiva.br

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alternativas de acessibilidade para portadores de necessidade especiais, proporcionando


independência em diversas atividades do cotidiano.
Normalmente os projetos da domótica são compostas por alguns elementos como
Hardware de controle, responsável por armazenar toda lógica de funcionamento do circuito,
realizar leitura de sensores e acionamento de dispositivos, e um Software responsável pelo
desenvolvimento da programação, criação do banco de dados e gerenciamento do sistema.
Este projeto tem como objetivo desenvolver um protótipo de baixo custo que irá
oferecer conforto, segurança e total controle do sistema manipulado, demonstrando os recursos
que a automação residencial pode oferecer.

2 ARDUINO

O Arduino, conforme mostrado na Figura 1, é uma placa de prototipagem eletrônica,


composta por um microcontrolador, circuitos de entrada/saída e uma extrema facilidade de ser
conectada em uma IDE (Ambiente Integral de Desenvolvimento) programada na linguagem
C/C++. Além de toda essa configuração, esse hardware oferece diversas extensões
denominadas Shields. Esses Shields são utilizados para estender as propostas oferecidas pelo
controlador, por exemplo, Shields Bluetooth, Shields de reconhecimento por voz, entre outros.
Especificamente para este projeto iremos utilizar o Arduino mega, que possui um
microcontrolador ATmega2560 composto por 3 tipos de memória. A memória flash de 256 kb
para armazenamento de códigos, 8 kb de SRAM utilizada para armazenar dados
temporariamente que serão executados pelo processador e 4 kb de EEPROM que irá salvar
pequenas quantidades de dados quando a energia do circuito for removida. Iremos utilizar essa
versão da placa, pois ela oferece 54 pinos de entrada e saída, que irá suprir à quantidade de
sensores e atuadores que será acionado durante o controle. (EMBARCADOS,2019)

Figura 1 - Arduino Mega, Fonte: Amazon,2019

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2.1 Tipos de shields para arduino

Como exemplificado no tópico 1.1, o Arduino oferece a possibilidade de acrescentar


módulos que possuem um circuito eletrônico, que irão executar uma determinada função
dentro do projeto. Todos os Shields utilizados na placa, necessitam de bibliotecas de software
específicas para funcionar, devendo elas ser instaladas no IDE do Arduino.

2.2 Shields de motor l293d:

Esses Shields são utilizados para realizar o controle em motores DC (Corrente


Contínua), de passo ou Servo motores, como mostrado na Figura 2. Ele permite controlar a
velocidade de rotação e a direção dos motores, além de medir a corrente que o circuito está
consumindo. O chip L293D possui internamente duas Pontes H e suporta uma corrente de
saída de 600mA por canal. A tensão suportada de 4,5-16V. (FLIPFLOP,2019)

Figura 2 - Shield de moto L293D, Fonte: Robosavvy,2019

2.3 Shields wi-fi nrf24l01

É um circuito que permite a comunicação via wireless com o Arduino, permitindo


realizar todo o controle do projeto de forma remota, como demonstrado na Figura 3. Além
disso, permitirá à conexão a Internet e a rede local. O módulo possui uma antena embutida que

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opera na frequência de 2,4GHz, com velocidade de operação de 2Mbps, modulação GFSK


(Chaveamento Gaussiano de mudança de frequência), habilidade de anti-interferência,
verificação de erros por CRC (Verificação cíclica de redundância), comunicação multiponto de
125 canais e controle de fluxo (FILIPEFLOP,2019).

Figura 3 - Shields Wi-Fi NRF24L01, Fonte: Electrodragon, 2019

2.4 Shields bluetooth rs232 hc-05

Esse Shield, conforme demonstrado na Figura 4, permitir a comunicação entre os


equipamentos, trabalhando tanto no modo mestre como no escravo, ou seja, acionando algo ou
recebendo alguma leitura. O módulo possui uma antena embutida que opera na frequência de
2,4GHz, com velocidade de operação de 2,1Mbps, modulação GFSK, sensibilidade de
<=84dBm, segurança com autenticação e encriptação, bluetooth v2.0 e alcance de 10 metros
(FILIPEFLOP,2019).

Figura 4 - Shield Bluetooth, Fonte: Mercado Livre, 2019

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3 TIPOS DE SENSORES UTILIZADOS NA DOMÓTICA

A automação residencial refere-se à aplicação de sistemas de controle que se baseiam


na automação para as funções que podem ser encontradas no ambiente, fazendo uma
integração dos seus acionamentos e visando a praticidade, simplicidade e objetividade dos
comandos. Fazer tudo isso sem que a beleza, o conforto e a valorização do ambiente sejam
esquecidas. (GDS: AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL, 2013).
Para que a Domótica seja implementada com uma maior qualidade, é necessária uma
forma de se obter um feedback do que está sendo manipulado no ambiente, sendo esse retorno
feita por diversos tipos de sensores existentes no mercado.

3.1 Sensores fotoelétricos

Os sensores fotoelétricos são utilizados em processos de automação industrial para


detectar diversos tipos de materiais. Eles trabalham com emissão e recepção de luz e são ideais
para aplicações onde faz-se necessário a detecção de objetos sem o contato físico, sendo
possível utilizá-los em distâncias pequenas até vários metros. As possibilidades com os
sensores óticos são praticamente ilimitadas.
Nos sensores de reflexão difusa, o emissor e o receptor estão no mesmo corpo e a luz
emitida, quando reflete em algum objeto volta ao sensor (de forma difusa) e este identifica que
o objeto está na frente;
Os do tipo reflexivo também possuem emissor e o receptor no mesmo corpo, porem
trabalham em conjunto com um prisma refletor e possuem distancias maiores. Eles identificam
um objeto quando o feixe de luz é interrompido. (SENSORES FOTOELÉTRICOS, 2019).

3.2 Sensor de presença

Os sensores de presença são chamados infravermelhos passivos porque somente captam


variações de irradiação de luz infravermelha (variações de temperatura) no ambiente. Todos os
objetos emitem certa quantia de luz infravermelha, uma mudança repentina no ambiente, como

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por exemplo: a entrada de uma pessoa alterará essa quantidade de luz infravermelha, causando
um alarme. (DATALINK,2019).

3.3 Sensor crepuscular e de chuva

O sensor crepuscular é um sistema óptico, que trabalha com a variação de resistência de


acordo com a diferença de intensidade dois sensores de luminosidade, já o sensor de chuva é
utilizado para monitorar variações de umidade no ambiente. Quando o clima está seco, o
sensor apresenta sua saída em nível lógico alto, já em tempo úmido/chuvoso sua saída será
nível lógico baixo.
Ao juntar os dois circuitos dos sensores, consegue-se obter um único sistema que emite
um sinal infravermelho e analisa a refração do sinal no vidro. Quando as gotas de chuva
acumulam no sensor, a refração é alterada, gerando uma variação no sinal de saída do circuito.
(REVISTA AUTOESPORTE, 2017).

3.4 Sensor de temperatura

O Sensor de Temperatura LM35, é um sensor de precisão, que apresenta uma saída de


tensão linear relativa à temperatura em que ele se encontrar no momento em que for
alimentado por uma tensão de 4-20 V DC e GND (“graduated neutral density filter” ou
simplesmente a referência de aterramento da placa), tendo em sua saída um sinal de 10mV para
cada Grau Celsius de temperatura, sendo assim, apresenta uma boa vantagem com relação aos
demais sensores de temperatura calibrados em “KELVIN”, não necessitando nenhuma
subtração de variáveis para que se obtenha uma escala de temperatura em Graus Celsius. (BAU
DA ELETRONICA, 2019).

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4 BANCO DE DADOS PARA TAREFAS RESIDENCIAIS

Para que a domótica funcione da maneira correta, será necessário um banco de dados
contendo as definições das variáveis de entrada/saída, calendário de eventos e acionamento de
atuadores. Como exemplo, pode-se ter o atuador do varal “motor DC (Corrente contínua) ” e o
sensor “chuva” (utilizando o nome do sensor como a variável, portanto “chuva”, e o valor do
feedback atribuído a variável, sendo ela nível lógico alto ou baixo). Quando o estado do motor
ou dos sensores são alterados, todos os valores são atribuídos as variáveis pré-determinadas e
armazenados em uma linha de banco de dados.
Quando os níveis dos componentes são inseridos no banco de dados, os mesmos são
inseridos na lógica desenvolvida na placa e irão passar pela verificação de regra estabelecidas
no algoritmo. Uma regra aprendida poderia ser: SE Chuva = Nível lógico baixo E Roupa = sim
ENTAO Motor = Esquerda. Assim, quando o sensor identificar que existe umidade no
ambiente e tiver alguma roupa no varal, o motor irá girar automaticamente para esquerda
recolhendo o varal.
Existe outro banco de dados para quando não existir presença de roupa no varal, para
que o motor não gire de maneira desnecessária se houver chuva. Roupa = não ENTÃO Motor
= desligado.
Além de configurações básicas dos valores de variáveis, também é possível criar um
calendário de eventos, determinando contagem de horas e dias da semana. (DOMÓTICA
INTELIGENTE: AUTOMAÇÃO BASEADA EM COMPORTAMENTO, Marcelo Takiuchi,
Érica Melo e Flávio Tonidandel ,2004).

5. EXPERIMENTAL

Como já estabelecido no início do trabalho, seu objetivo principal está voltado para a
aplicação da automatização residencial com um baixo custo, buscando viabilizar a aplicação
dessa automatização diminuindo seu custo de aplicação a partir do projeto em questão.
Incluindo a elaboração de um protótipo a partir do objetivo que se deseja alcançar, além
de testes efetuados em laboratório para auxiliar no resultado que será obtido, a pesquisa em
questão é experimental.

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A pesquisa é de caráter exploratório e qualitativo, com um passo voltado à parte


experimental que assim a torna uma pesquisa empírica, que envolve testes, elaboração de
protótipos e simulações de projeto, em que se tem o controle das variáveis, permitindo aplicar
diferentes valores para entender cada resposta.

5.2 Etapas da pesquisa

 Etapa 1: Levantamento de dados

Para que os objetivos do projeto sejam atingidos e que a hipótese seja confirmada, a
primeira etapa a ser levada em consideração é um levantamento de dados, através de pesquisas
bibliográficas, para que se tenha todo o conhecimento necessário sobre o tema e sobre os
componentes que forem ser utilizados durante o desenvolvimento do projeto, para que se possa
alcançar a aplicação de uma automatização de baixo custo, que é o objetivo principal do
trabalho. Com isso, pesquisas em livros que abordem o tema serão extremamente importantes
para entender cada passo que deverá acontecer, para que tudo ocorra como o esperado, além de
facilitar na escolha de qual o melhor material a ser utilizado.

 Etapa 2: Simulações

O processo em questão exige ensaios e testes em laboratório para que se obtenha uma
resposta do processo a partir daquilo que for sendo desenvolvido. A programação do
microcontrolador se torna o ponto mais importante a ser testado durante o desenvolvimento do
projeto, já que, por conta da sua importância (é a responsável por todo o processo em termos
de controle), e sua riqueza de detalhes, exige que seja efetuado inúmeros testes ao longo de sua
produção ( como uma compilação das linhas de programação em um software que comunique
diretamente com o microcontrolador) em um laboratório, para que sua aplicação atinja seu
objetivo.

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A parte de hardware do trabalho também deverá ser testada em laboratório, buscando


perceber quais conexões serão necessárias para que o sistema efetue aquilo que se deseja. O
hardware poderá ser testado via software antes mesmo de seu desenvolvimento, para evitar
erros no momento de compra de peças e montagem de placas. Por fim, a parte de programação
desenvolvida para a aplicação no projeto poderá ser testada juntamente com o hardware, em
um único software, tornando possível estabelecer as variáveis e analisar o processo como um
todo, comparando os resultados simulados com os que se deseja atingir, proporcionando a
possibilidade de alteração caso a comparação não seja satisfatória.
 Etapa 3: Protótipo

O desenvolvimento do protótipo envolve vários aspectos que devem ser levados em


conta. A forma com que os componentes serão distribuídos e conectados uns aos outros
envolve um certo estudo para que seja efetuada na forma correta, com isso, será necessário
recorrer a pesquisas bibliográficas para que se entenda tudo aquilo que for necessário para
desenvolver o circuito. O circuito, por sua vez, após ser testado e desenvolvido através de um
software especifico, será proveniente do computador e iniciará seu trabalho de forma física,
sempre exigindo testes ao longo da sua produção, para que se confirme que nada que foi feito
irá causar efeitos indesejados no processo ( como um curto circuito na hora da soldagem, ou a
conexão errada dos componentes). Ao inserir no protótipo como programado, passa a ser
possível efetuar testes conclusivos importantes para o trabalho, pois será a partir desse
momento que passa a ser possível obter respostas reais do projeto, já que tudo já estará
implementado teoricamente na forma já pré-estabelecida.
O protótipo, ao se juntar com as cargas que serão controladas, poderá ser analisado de
forma completa e final, observando se todos os objetivos já relatados durante o processo serão
alcançados durante essa aplicação.
A comparação dos gastos ao longo do processo também é necessária para que se
alcance o objetivo principal (baixo custo) de forma completa, em que deverá haver uma
comparação entre o custo total desse projeto em questão com uma aplicação real do sistema
produzido ao longo do projeto, buscando demonstrar se será ou não possível estabelecer esse
sistema sem ter maiores gastos.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com ajustes necessários e acoplamento adequado o motor do sistema de arrefecimento


automotivo foi submetido a testes em temperaturas pré-definidas de -10, 25 e 100 °C na câmara
térmica, simulando assim diversas condições de trabalho do motor. A imagem a seguir mostra a
curva obtida em uma temperatura negativa.

FIGURA 11 - Curva característica do motor do sistema de arrefecimento a uma temperatura de -10 ºC.

Fonte: Adaptação do autor.

Na temperatura ambiente, é possível notar uma redução na sua potência de saída. A


Figura 12 ilustra sua respectiva curva característica.

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FIGURA 12 - Curva característica do motor do sistema de arrefecimento a uma temperatura de 25 ºC.

Fonte: Adaptação do autor.

Em contrapartida, a Figura 13 ilustra a curva característica a uma temperatura de 100


°C, temperatura essa encontrada no vão motor de um automóvel. Sendo assim, é notório dizer
que de acordo com o gráfico as grandezas mensuradas diminuem devido à elevação da
temperatura.

FIGURA 13 - Curva característica do motor do sistema de arrefecimento a uma temperatura de 100 ºC.

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Fonte: Adaptação do autor.

6.1 Linearização

Em matemática e suas aplicações, linearização refere-se a encontrar a aproximação


linear de uma função em um dado ponto. Após o levantamento das grandezas, os dados obtidos
são armazenados em um arquivo do tipo .txt. Tais dados apresentam grande dispersão, sendo
necessário o processo de linearização da curva e, finalmente, gerar o desempenho completo da
curva do motor PMDC. Dessa forma, por meio da linearização é possível tratar os dados brutos
de uma forma mais eficiente e, consequentemente visualizar sua tendência, ou seja, o torque x
velocidade. Os gráficos ilustrados a seguir mostram os resultados obtidos com a linearização.
Já no Apêndice A, o processo realizado para plotagem desses gráficos.
Com a associação entre pares de dados por intermédio de um gráfico de dispersão, a
Figura 14 ilustra a linearização da corrente e velocidade ambos em função do torque em
temperaturas variadas.

FIGURA 14 - Linearização da corrente e velocidade em função do torque.

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Fonte: Adaptação do autor.

Já a Figura 15 mostra a linearização da potência mecânica e potência elétrica também em


função do torque.

FIGURA 15 - Linearização da potência mecânica e potência elétrica em função do torque.

Fonte: Adaptação do autor.

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Por fim, a Figura 16 expõe a linearização da eficiência do motor e sua respectiva


potência mecânica, ambos em função do torque.

FIGURA 16 - Linearização da potência mecânica e eficiência em função do torque.

Fonte: Adaptação do autor.

Para a elaboração dos gráficos foi utilizado o método da regressão linear, ou seja, com
os valores mensurados das grandezas foi possível a estimação a fim de obter o valor esperado.

6.2 Modelagem e simulação

A modelagem e simulação estão diretamente associadas à determinação e relação entre


as variáveis mensuradas para o correto dimensionamento de um motor PMDC. Para isso, por
meio de procedimentos experimentais e para efeitos comparativos uma estratégia de controle
será exposta visando um melhor desempenho e robustez da máquina elétrica ensaiada.
A partir dos dados coletados foi realizado o levantamento do modelo do motor do tipo
PMDC utilizando a ferramenta de identificação de sistemas do Matlab. A figura a seguir ilustra
esse modelo.

FIGURA 17 – Modelo do motor do tipo PMDC.

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Fonte: Adaptação do autor.

Os parâmetros utilizados por esse modelo têm o intuito de verificar a velocidade e


corrente sem carga e o torque de parada estimado pelo fabricante. O gráfico apresentado a
seguir ilustra a curva característica de corrente e torque do motor.

Figura 18 - Curva característica de corrente e torque do motor PMDC.

Fonte: Adaptação do autor.

Na simulação, durante os primeiros 0,1 segundos, o motor não tem carga, sendo assim, a
velocidade aumenta. Então, aos 0,1 segundos, o torque de travamento é aplicado como carga ao
eixo do motor.
Em relação ao motor do sistema de arrefecimento automotivo (MathWorks), 10 o
esquema a seguir mostra como modelar tal conjunto mediante ao uso de blocos térmicos
personalizados.

FIGURA 19 - Modelo de um sistema de arrefecimento automotivo.

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Fonte: Adaptação do autor.

Para este modelo, a bomba conduz a água através do circuito de refrigeração. O calor do
motor é absorvido pelo meio refrigerante da água e dissipado através do radiador. A
temperatura do sistema é regulada pelo termostato, que desvia o fluxo para o radiador quando a
temperatura estiver acima de um limite pré-definido. A Figura 20 demonstra o resultado da
simulação por meio de gráficos em que indica o efeito da abertura do termostato no sistema de
arrefecimento do motor.

Figura 20 - Efeito da abertura do termostato no sistema de arrefecimento do motor.

Fonte: Adaptação do autor.

Na simulação, a temperatura do pistão aumenta de forma constante até o termostato


abrir. É notório dizer que esse processo ocorre em aproximadamente 100°C, temperatura essa
encontrada no vão motor do automóvel.
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No que se refere ao controle de um motor CC, o esquema ilustrado na Figura 21 mostra


um modelo de projeto utilizando o controlador PID. Com um sistema de malha fechada, um
sinal de tensão que aciona o motor CC rastreia a velocidade desejada do eixo. Além da tensão,
o subsistema do motor de CC leva o distúrbio de torque como uma entrada, permitindo simular
o quão bem o controlador rejeita os distúrbios. Foi modelado também o sensor analógico na
medição de velocidade.

Figura 21 - Modelo em malha fechada de um motor CC usando controlador PID.

Fonte: Adaptação do autor.

Sendo assim, foram especificados alguns parâmetros básicos do controlador PID: tipo
(PID, PI, PD, P ou I), domínio de tempo, métodos de integração e tempo de amostra, valores
esses baseado na máquina ensaia. Desta forma, através de um sintonizador, ou seja, ele
lineariza o modelo no ponto de operação padrão e determina automaticamente os ganhos do
controlador PID para obter desempenho e robustez adequados. A imagem a seguir ilustra o
resultado dessa simulação.

Figura 22 - Resultado da simulação com parâmetros pré-definidos.

Fonte: Adaptação do autor.

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A linha tracejada mostra a resposta do sistema para os valores de ganho definidos


anteriormente, e a linha contínua mostra a resposta do sistema para os valores de ganho que o
sintonizador PID propõe. A Figura 23 mostra o resultado dessa linearização.

Figura 23 - Controlador PID ajustado.

Fonte: Adaptação do autor.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A principal proposta deste artigo é apresentar um melhor conhecimento de máquinas


elétricas e suas partes constituintes, disseminando principalmente informações sobre os
motores de corrente contínua de ímãs permanentes (PMDC) e sua aplicação no sistema de
arrefecimento em um veículo automotor, uma vez que são poucos difundidos no meio
acadêmico.
A correta especificação de motores elétricos no geral e sua validação estão diretamente
relacionados com o desempenho do veículo e, consequentemente sua curva de desempenho é
essencial para uma análise funcional e aplicabilidade.
Para tanto, criado um modelo matemático por meio de ferramentas computacionais
visando a obtenção de medidas como velocidade, corrente e torque do motor em teste. Do
mesmo modo, uma análise detalhada foi realizada através do levantamento das curvas
características de um motor PMDC tendo em vista o seu desempenho.
Os resultados da simulação do motor PMDC e do sistema de arrefecimento automotivo
mostram um bom nível de concordância com os dados mensurados em teste. Sendo assim, a
modelagem apresentada pode ser utilizada para testar o sistema estimado antes de usar o
modelo do motor completo. Tendo consideração às limitações, frequentemente, fabricantes

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dessas máquinas não citam os respectivos parâmetros tendo que ser estimados a partir de
informações como velocidade sem carga, torque de parada e eficiência, por exemplo.
Em relação ao controlador PID utilizado no motor CC, os resultados obtidos
demonstram um bom rastreamento sem erro de estado estacionário, rápido tempo de subida e
boa rejeição de distúrbio de torque. Com isso, este modelo pode ser utilizado em qualquer tipo
de planta que visa o ajuste de todas as formas de controladores PID e que levam em
consideração os efeitos de amostragem durante o processo.

8. REFERÊNCIAS

1. CARVALHO, Geraldo. Máquinas elétricas: controle e processos industriais. 1. ed. São


Paulo: Érica, 2014.
2. MILLER, Steven. J. The method of least squares. 1. ed. Williamstown: Department of
Mathematics and Statistics, 2006. Disponível em:
<http://web.williams.edu/Mathematics/sjmiller/public_html/105Sp10/handouts/MethodLea
st Squares.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2018.
3. NASCIMENTO JR., Geraldo Carvalho do. Máquinas elétricas: controle e processos
industriais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
4. FITZGERALD, KYNGSLEY. Máquinas elétricas. 7. ed. Porto Alegre: AMGH Editora
Ltda., 2014.
5. CAPELLI, Alexandre. Eletroeletrônica automotiva: injeção eletrônica, arquitetura do
motor e sistemas embarcados. 1. ed. São Paulo: Érica, 2010.
6. MAGTROL. Disponível em: <https://www.magtrol.com/?usa=1>. Acesso em: 01 mai.
2019.
7. THERMOTRON. Disponível em: <http://thermotron.com/>. Acesso em: 01 mai. 2019.
8. THERMOTRON: 8200+ Programmer Controller. Disponível em: <
http://thermotron.com/pdf/Resources/BPC-110-8200-Controller.pdf>. Acesso em: 01 mai.
2019.
9. THERMOTRON: S/Sm-8200+ Benchtop Environmental Chamber. Disponível em:
<http://thermotron.com/pdf/Resources/BC-125-Benchtop-Environmental-
Chamber8200.pdf>. Acesso em: 01 mai. 2019.
10. MathWorks: Engine Cooling System. Disponível em: <
https://www.mathworks.com/help/physmod/simscape/examples/engine-
coolingsystem.html?searchHighlight=Engine%20Cooling
%20System&s_tid=doc_srchtitle>. Acesso em: 10 jun. 2019.

APÊNDICE - PROCESSO PARA A PLOTAGEM DOS GRÁFICOS DA

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LINEARIZAÇÃO

Figura 24 - Linearização da corrente e velocidade em função do torque a uma temperatura de -10 ºC.

Fonte: Adaptação do autor.

Figura 25 - Linearização da corrente e velocidade em função do torque a uma temperatura de 25 ºC.

Fonte: Adaptação do autor.

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Figura 26 - Linearização da corrente e velocidade em função do torque a uma temperatura de 100 ºC.

Fonte: Adaptação do autor.

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