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ENGENHARIA E SISTEMAS

SINATUB

EFICIÊNCIA TÉRMICA DE
COMBUSTÃO

AGOSTO- 2003

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COMBUSTÃO

O fenômeno de combustão

A combustão de bagaço é um fenômeno muito mais complexo do que se imagina inicialmente. Para
descrever mais facilmente os fenômenos que acontecem num leito de bagaço suporemos que a
combustão se processa em quatro zonas distintas: zonas de destilação, zona de redução, zona de
oxidação e região das cinzas.

Fig. 3.1 – Zonas do Leito de Bagaço sobre a grelha.

- Zona de destilação

O bagaço fresco que se encontra sobre o leito de combustível recebeu o calor dos gases que o
atravessam e do resto do bagaço em combustão.

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Pela ação desse calor se processa a secagem e a destilação do bagaço.


A destilação das substâncias voláteis se inicia a 350C e é muito rápida a 700C; primeiro aparecem os
hidrocarbonatos e a seguir o hidrogênio e o monóxido de carbono.

- Zona de oxidação

O carbono de acordo com as teorias atuais de combustão, queima primeiro o monóxido de carbono e
logo o excesso de oxigênio que existe na parte inferior do leito, de combustível, oxida rapidamente o
monóxido, produzindo o dióxido de carbono.

- Zona de Redução

O dióxido de carbono (gás carbônico) produzido na região anterior ao atravessar o carbono


incandescente reage:

C + CO2 -- 2CO - 3.432Kcal/kg C.

- Região das cinzas

As cinzas são os resíduos após a combustão

Apesar de inconvenientes, as cinzas protegem a grelha das altas temperaturas da zona de oxidação.

Combustão

Princípios e leis fundamentais


Princípios

Uma caldeira requer uma fonte de calor à uma certa temperatura para produzir o vapor. Os
combustíveis utilizados na geração de vapor são geralmente queimados diretamente na fornalha da
caldeira.
A combustão pode ser definida como uma rápida combinação química do oxigênio com os elementos
combustíveis. Existem três elementos químicos combustíveis significativos – carbono, hidrogênio e
enxofre. O enxofre é normalmente a menos significativo como fonte de calor, mas é o mais
significativo no que diz respeito à corrosão e poluição.

O carbono e o hidrogênio são queimados com oxigênio de acordo com as seguintes equações:

Kcal
C + O2 = CO2 + 7.833 -------------------
Kg de C

Kcal
2H2 + O2 = 2H2O + 33.972 ---------------------
Kg de H2

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O ar é a fonte natural de oxigênio nas fornalhas das caldeiras. As reações de combustão são
exotérmicas e o calor fornecido ao sistema de aproximadamente 7.833 cal/Kg de carbono queimado e
33.972 cal/Kg de hidrogênio queimado.

O objetivo da boa combustão é o de obter o máximo dessa energia com o mínimo de perdas por
combustão imperfeita ou ar em excesso. A combinação dos elementos combustíveis e os
componentes do combustível com todo oxigênio necessário necessita temperatura alta e suficiente
para a ignição, turbulência e tempo suficiente para a combustão se completar. Esses fatores são
sempre referidos com os três “T” da combustão.

Conceitos do Mol
A massa da substância em kg igual ao seu peso molecular é chamado um kg-mol de substância ou
simplesmente mol. No caso dos gases, o volume ocupado por um mol é chamado de volume molar e
é uma constante para gases ideais à 0°C e 1,0 atmosfera. Os conceitos de massa e volume são uma
ferramenta valiosa nos cálculos de combustão.

Leis fundamentais
As leis físicas nos quais todos os cálculos de combustão são baseados são as seguintes:
Conservação da matéria

Conservação da matéria
“A matéria não é criada nem destruída” deve haver um balanço de massa entre a soma das massas
entrando e saindo de um processo. Em outras palavras A kg de combustível combinados com B kg
de ar resultam sempre em (A + B) kg dos produtos da combustão.

Conservação da energia
“A energia não é destruída nem criada” A soma das energias (potência, cinética, térmica, química e
elétrica) entrando no processo deve ser igual à soma das energias deixando o mesmo. Em
combustão, a energia química é transformada na forma de calor.

A lei do gás ideal

“O volume de um gás ideal diretamente proporcional à sua temperatura e inversamente proporcional à


sua pressão absoluta”. A constante de proporção é a mesma para um mol de um gás ideal, logo essa
lei pode ser expressa:

RT
Vm = ------------
P

Onde:
- Vm = volume de gás
- P = pressão absoluta, ata
- T = temperatura absoluta,
- R = constante universal dos gases

Lembrando que 1 mol-grama na C.N.P.T. é = a 22.4 litros, podemos determinar o valor de R nas
unidades pretendidas.

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Lei da combinação das massas

“Todas as substâncias se combinam de acordo com simples relações de massa”. Essa relações são
exatamente proporcionais aos peso moleculares dos constituintes. Por exemplo: carbono (peso
molecular = 12) combina com o oxigênio (peso molecular = 32) para formar dióxido de carbono (peso
molecular = 44), de modo que 12 kg de C mais 32 kg de O2 formam 44kg de Co2.

Lei de Avogadro

“ Iguais volumes de diferentes gases na mesma pressão e temperatura contém o mesmo n°


moléculas”.
Do conceito de mol, um kg-mol de qualquer substância contém uma massa igual em kg ao peso
molecular da substância. Além disso a razão do peso de um mol para o peso molecular é uma
constante ,e um mol de uma substância quimicamente pura contém o mesmo n° de moléculas, não
importando o que a substância possa ser. Logo segue que volumes de gases diferentes na mesma
pressão e temperatura contém o mesmo n° de moléculas.

Lei de Dalton

“A pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões parciais das quais podem ser
exercidas por cada um dos constituintes de cada gás se ocuparem sozinho o mesmo volume que o da
mistura”. Em outras palavras, para volumes iguais, V, de três gases (A, B e C) todos à mesma
temperatura, T, mas as pressões diferentes, Pa, Pb e Pc, quando todos os três gases forem
colocadas no espaço do volume V, então a pressão resultante P, é igual a Pa + Pb + Pc. Para os
gases, cada gás na mistura enche o volume todo e exerce a pressão independente dos outros gases.

Lei de Amagat

“O volume total ocupado por uma mistura de gases é igual à soma dos volumes o qual seria ocupado
por cada um dos constituintes quando à mesma pressão e temperatura que a mistura”. Esta lei está
relacionada com a lei de Dalton, mas considera os efeitos aditivos de volume ao invés de temperatura.
Se todos os três gases estão à pressão, P, e à temperatura, T, mas nos volumes Va, Vb e Vc, então,
quando combinados de modo que T e P não são mudados, o volume da mistura V= Va + Vb + Vc.

Fenômeno da combustão

A combustão é um fenômeno de oxidação exotérmica, onde o carbono se oxida parcialmente em


monóxido de carbono, CO, e totalmente em dióxido de carbono, CO2. O hidrogênio se oxida formando
água.

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Temos as seguintes equações químicas:

C + ½ O2 CO + 26,42 Kcal
Em peso 12 + 16 28
Em volume 11,2 L 22,4 L

CO + ½ O2 CO2 + 67,63 Kcal


Em peso 28 + 16 44
Em volume 22,4 L + 11,2 L 22,4 L

C + O2 CO2 + 94,05 Kcal


Em peso 12 + 32 44
Em volume 22,4 L 22,4 L

H2 + ½ O2 H2O (líquido) + 69 Kcal


H2O (vapor) + 58,2 Kcal
Em peso 2 + 16 181
Em volume 22,4 l + 11,2 l 0 l (líquido)
22,4 l (vapor)

Essas são as equações para cálculos dos produtos da combustão obtidos em peso e em volume,
assim como das quantidades de oxigênio necessário.

Na realidade, para a combustão não usamos oxigênio puro, mas o ar. O ar é uma mistura de oxigênio
e nitrogênio nas seguintes proporções:

1 Kg de ar contém 232g de oxigênio e 768g de nitrogênio.


1 Nm3 de ar contém 210 l de oxigênio e 790 l de nitrogênio.

A partir destes dados, podemos facilmente levantar o quadro seguinte, que para 1Kg de combustível
nos fornece as quantidades dos produtos da combustão em peso e em volume, assim como as
quantidades em peso e em volume do oxigênio necessário e do nitrogênio que o acompanha.

Reações de oxidação
Combustível Produtos Energia Quantidades Oxigênio Nitrogênio
1kg da
em Kcal produtos necessário necessário
combustão
combustão
Kg M3 kg M3 kg M3
C CO 2201 2,333 1,867 1,333 0,933 4,4 3,51
C CO2 7837 3,667 1,867 2,667 1,867 8,8 7,02
CO CO2 2430 1,57 0,8 0,572 0,4 1,9 1,51
H H2O liq. 33900 9 - 8 5,6 26,48 21,1
H H2O vap. 28700 9 11,2 8 5,6 26,48 21,1

Convém lembrar, que com estas fórmulas não é possível calcular a energia disponível num
combustível qualquer de fórmula complexa. O exemplo abaixo ilustrará isto:

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CH4 + 2 O2 CO2 + 2 H2O


16 + 64 44 + 36

Num kg de CH4 temos 0,750kg de carbono e 0,250 kg de hidrogênio. Do ponto de vista energético
deveríamos ter:

7837 x 0,750 + 33900 x 0,25 = 14352Kcal

Contudo, na realidade, por combustão completa de 1kg de CH4 obtemos 13300Kcal. É que, quando
os diversos átomos arranjam-se para formar um determinado composto, não são simples misturas
desses átomos, mas combinações que geralmente provocam uma perda de energia.

Calor de combustão (ou poder calorífico)


Na fornalha da caldeira (onde nenhum trabalho mecânico é realizado); a energia calorífica envolvida
da união dos elementos combustíveis com o oxigênio depende dos produtos finais da combustão e
não de qualquer combinação intermediária que pode ocorrer para alcançar o resultado final.

Uma demonstração simples desta lei é a união de 1kg de carbono com o oxigênio produz uma
quantidade de calor específica (aprox. 7.833Kcal). Essa união pode ocorrer de uma vez só formando
CO2, mas sob certas condições a união pode ocorrer em duas etapas, primeiramente formando CO
produzindo muito menos calor (2.200 kcal) e depois da união com o O2 é obtido o CO2 (5.633 kcal).
Entretanto a soma dos calores fornecidos em duas etapas é igual a 7.833kcal.

Saber que o carbono pode entrar nestas duas combinações com o oxigênio é da maior importância no
projeto do equipamento de combustão. Os métodos de queima devem assegurar a mistura completa
do combustível e o oxigênio, para termos certeza que todo o carbono queima para CO2 e não CO. A
falha em conseguir isso resultará em perdas apreciáveis do calor desprendido pelo combustível,
desde que somente 28% do calor é disponível no carbono desprendido pelo CO ao invés do CO2.

Obtenção do calor de combustão


A qualidade de calor gerado pela combustão completa é uma constante para qualquer combinação
dada dos elementos do combustível e composto, e não é afetada pela maneira que a combustão
ocorre, desde que seja completa.

O calor de combustão de um combustível é usualmente determinado pela medição direta em um


calorímetro, do calor despendido durante a combustão. Os produtos de combustão dentro do
calorímetro são resfriados para a temperatura inicial e o calor absorvido pelo meio refrigerado é
medido para determinar-se o Poder Calorífico Superior.

Para os combustíveis sólidos e para a maioria dos combustíveis líquidos o calorímetro utilizado é a
“bomba calorimétrica de Mahler”, no qual as substâncias combustíveis são queimadas a um volume
de oxigênio constante, dando bons resultados.

Para os combustíveis gasosos são utilizados como “standard” os calorímetros do tipo fluxo constante
ou contínuo. O princípio de operação é o mesmo da bomba calorimétrica, sendo que neste o calor é
determinado à pressão constante e não a volume constante.

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A bomba calorimétrica obtém o Poder calorífico Superior, que é o calor despendido pela combustão
de 1 kg de combustível bruto, utilizando a 0°C e a 760mmg.

Para os combustíveis que na combustão fornecem água, ou seja, todos aqueles que tem hidrogênio
na sua composição, existem dois poderes caloríficos:

O superior abreviado PCS


O inferior abreviado PCI

O PCS supõe água produzida sob forma líquida a 0°C


O PCI supõe água produzida sob forma de vapor a 0°C.

O PCS somente teria significado prático para os combustíveis citados, se o calor de vaporização
(latente) contido no vapor de água, pudesse ser utilizado. Isto não é, até hoje o caso das caldeiras,
com a água escapando sob forma de vapor na chaminé.

A passagem do PCS a PCI é direta escrevendo-se:

PCI = PCS – calor latente da água

O calor da água a 0°C e 594,7 Kcal. Na prática adotamos 600 Kcal.

PCI = PCS – 600 x peso H2O produzido

Vimos na tabela 7.1 que 1kg de hidrogênio fornece 9 kg de água. Assim temos:

PCI = PCS – 600 x H x 9

Se H for expresso em % teremos:

PCI = PCS – 6 x 9 x H ou
PCI = PCS – 54 x H

Assim para o metano obteremos:

PCS = 13300kcal

Porcentagem de hidrogênio = 4/16 x 100 = 25%

PCI = 13300 – 54 x 25 = 11950kcal

Poder calorífico do bagaço de cana


Uma vez conceituados o PCS e PCI de um combustível, consideraremos em particular, o bagaço de
cana uma vez que este é o nosso combustível de maior interesse.

Se, sobre o bagaço que sai das moendas, encontram-se resultados diferentes conforme os autores,
em relação ao bagaço levado e seco a maioria chegou mais ou menos resultado: por combustão
completa de 1kg de fibra industrial obtém-se 4600kcal.

PCS = 4600kcal

A partir deste dado experimental, calculamos o PCI, admitindo-se um teor médio de hidrogênio da
fibra de 6,5%.

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PCI = 4600 – 54 x 6,5 = 4250kcal

Poder calorífico das matérias em solução


Além da fibra, no bagaço industrial, temos açúcar e impurezas orgânicas que serão também
queimadas.

As características do açúcar são:

Fórmula química C12- H22- O11 correspondendo á 6,45 de hidrogênio

PCS = 3955kcal

PCI = 3955 – 54 x 6,45 = 3607kcal

As impurezas que acompanham o açúcar são na maioria constituídas de glucose e proteína com
análise elementar similar à do açúcar e um PCS ligeiramente maior.

Para simplificar e não procurar exatidão onde não exista, devido á variabilidade da matéria – prima,
admitiremos para o açúcar e as impurezas orgânicas um PCS 4000kcal, levando a um:

PCI = 4000 – 54 x 6,5 = 3650Kcal.

Poder calorífico do bagaço industrial


Podemos escrever:

PCS bagaço = PCS fibra + PCS matérias em solução.

Ou

PCS = 4600 x F + 4000 x matérias em solução

O laboratório não determina as matérias orgânicas em solução, mas apenas o açúcar % do bagaço
úmido, que chamaremos de S.

A umidade é igualmente fornecida pelo laboratório em % do bagaço úmido, que designaremos por W.

A pureza do caldo residual no bagaço é variável com o trabalho das moendas, entretanto,
consideraremos em média o valor de 70%.

Assim podemos escrever:


S
Matérias totais em solução = -------- = x 100
70

S
Matérias orgânicas em solução = -------- = x 100 - cinzas
70

Tomando como valor das cinzas 27,5% das impurezas orgânicas, temos:

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100 - 70
Cinzas % matérias em solução = (------------------------) x 27,5 = 8,25%
100
donde

matérias orgânicas em solução:

100 8,25
S ------ (1 - -----) = S x 1,31
70 100

a fibra é determinada por diferença, em %

100
F = 100 – W – S ------ = 100 – W – 1,43s
70

donde:
1
PCS = [4600 x (100 – W – 1,43s) + 4000 x S x 1,31] --------
100

Portanto, PCS = 4600 – 46W – 13s


Da mesma forma obteremos o PCI, lembrando que a água da umidade do bagaço e do hidrogênio de
combustão devem estar sob forma de vapor:

PCI = PCI da fibra + PCI das impurezas – calor de vaporização de W

1
PCI = [4250 x F + 3650 x S x 1,31 – 600W] ----------
100

1
PCI = [4250 x (100 – W – 1,43) + 3650 x S x 1,31 – 600W] -------
100

PCI = 4250 – 48.5W – 13s

Cálculo dos produtos gasosos da combustão


Bagaço seco
A composição da matéria seca do bagaço industrial de 50% de umidade e 4% de polarização, pode
ser considerada:

C H 0 Outros
46,4 6,4 44,2 3,0

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a) Oxigênio necessário – A partir da tabela 7.1, tiramos o oxigênio necessário para a
combustão.

C = 2,667 x 0,464 = 1,24kg ou 0,866Nm3


H=8 x 0,064 = 0,51kg ou 0,358Nm3
------------------------ ------------------ -------
Total = 1,75kg ou 1,224Nm3

Mas no bagaço já temos:

O = 0,442kg ou 0,309Nm3

De modo que precisamos fornecer somente

1,308kg ou 0,915Nm3

b) Ar necessário – sabendo-se a composição do ar, tiramos diretamente o ar necessário.

1,308 0,914
------- = 5,64kg ou ------- = 4,35Nm3
0,232 0,21

c) Produtos da combustão – São calculados da mesma maneira:

CO2 = 3,667 x 0,464 = 1,70kg ou 0,866Nm3


H2O = 9 x 0,064 = 0,576kg ou 0,716Nm3
N2 = 5,64 - 1,308 = 4,33 ou 4,35 - 0,914 = 3,43Nm3

Bagaço Úmido
Designando-se á umidade do bagaço, em %, 1kg de bagaço tem (100 – w) de matéria seca em %.

Assim teremos por kg de bagaço industrial úmido:

a) Oxigênio necessário.

100 – W 100 - W
1,308 (---------------) kg ou 0,914 (----------------) Nm3
100 100

b) Ar necessário
100 – W 100 – W
5,64 (---------------) kg ou 4,35 (-------------------) Nm3
100 100

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c) Produtos de combustão
100 – W 100 – W
CO2 = 1,70 (--------------) kg ou 0,860 (--------------------) Nm3
100 100

100 – W 100 – W
H2O = 0,576 (------------------) kg ou 0,716 (--------------------) Nm3
Formação 100 100

W W
H2O = --------- kg ou ----------- 1,244 Nm3
Umidade 100 100

Ou seja:

W W
H2O total = 0,576 + 0,424 ------ ou 0,716 + 0,528 --------- Nm3
100 100

100 – W 100 - W
Nitrogênio = 4,33 (-----------------) kg ou 3,43 (---------------------) Nm3
100 100

Excesso de ar necessário
A quantidade do ar obtido no capítulo anterior, é a quantidade estritamente (estequiométrica)
necessária para a oxidação completa do bagaço. Desta maneira seria preciso garantir-se o contato
entre todas as moléculas de oxigênio no ar com os átomos de carbono e hidrogênio do bagaço, para
que ocorresse a combustão completa. Isto não é possível na prática, uma vez que a mistura ar –
combustível não é perfeita. Devemos então, admitir uma quantidade de ar excedente, reduzindo
assim as probabilidades de uma oxidação incompleta. Sem excesso de ar, teremos formação de
monóxido de carbono, CO, com liberação de 2200kcal por kg de carbono, em vez dos 7837kcal se
oxidado a CO2. Além disso durante o início da combustão do bagaço há formação de hidrocarbonetos
que se não queimados promoveriam uma perda de aproximadamente 1200kcal por kg de CH4.

Por outro lado excesso de ar, que entra no sistema à temperatura ambiente, será lançado pela
chaminé à uma temperatura relativamente elevada, traduzindo-se em perdas de energia, além de
reduzir as trocas térmicas nos tubos pela redução da temperatura dos gases na fornalha.

Assim devemos procurar obter uma combustão completa com o mínimo excesso de ar, sem que haja
a formação de CO.

Cálculos de produtos gasosos da combustão do bagaço de cana com excesso


de ar

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Designaremos por m a relação ar praticamente necessário/ar teoricamente necessário obtendo-se
então:

a) Ar necessário

100 – W 100 – W
Ar = m x 5,64 (-------------------) kg ou m x 4,35 (--------------------) Nm3
100 100

O peso dos gases é igual ao peso de ar admitido, mais o peso do combustível, menos as cinzas, ou
aproximadamente:

100 - W
Pg = m x 5,64 (----------------) + 1
100

Cuja composição é a seguinte:

Em peso Em volume
100 – W 100 – W
CO2 1,70 (---------------) 0,860 (-----------------)
100 100
W W
H2O 0,56 + 0,424 ------ 0.716 + 0,528 -------
100 100

100 – W 100 – W
N2 m x 4,33 (----------------) m 3,43 (-------------------)
100 100

100 - W 100 – W
O2 (m – 1) x 1,308 (----------------) (m – 1) x 0,915 (---------------)
100 100

Sendo o volume total dos gases a 0°C e 760mmHg:

W 100 - W
Vg = 0,66 + 0,58 ----- + m 4,35 (-----------------) Nm3
100 100

Para Ter o peso dos gases secos, tiramos o peso da água.

100 – W
Pgs = (0,42 + m 5,64) x (-----------------)
100

e da mesma maneira o volume dos gases secos

100 - W
Vgs = ( m 4,35 – 0,054 ) x (----------------)
100

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Podemos agora fazer duas perguntas:


Como se obter o excesso de ar?
Se houver uma falta de ar veremos uma fumaça preta na chaminé por outro lado se houver excesso
demais não observaremos nada. O controle do excesso de ar é feito por medidores de CO2 como o
Fyrite ou Orsat dos quais falaremos adiante. Estes aparelhos trabalhando na temperatura ambiente,
promovem a condensação do vapor de água nos gases, registrando portanto um teor de CO2 %
volume de gases secos.
Assim podemos relacionar o excesso de ar com teor de CO2 nos gases

100 – W
0,860 (-------------)
VCO2 100
-------- x 100 = Co2 % = ------------------------------------------------------- x 100
Vgs 100 – W
(m 4,35 – 0,054) (---------------)
100

De onde tiramos o excesso de ar

19,77
m = ----------- + 0,0124
CO2%

O teor de oxigênio pode ser obtido pelas relações de volume:

O2 % = 1,06 x CO2 % x ( m – 1)

E o nitrogênio pela diferença

N2 % = 100 – CO2 % - O2 %

Análise dos gases de combustão


A análise dos gases tem por objetivo garantir a correta relação ar combustível. Podemos ter
analisadores contínuos monitorando ou mesmo alterando os processos de alimentação ar / bagaço.
Entretanto estes analisadores são caros e exigem manutenção intensiva. Os analisadores químicos
são relativamente baratos e freqüentemente utilizados apesar de serem manuais, não se prestando
para utilização contínua no processo. Os dois analisadores mais utilizados são o Fyrite e o Orsat.

Fyrite

As figuras 7.1 e 7.2 ilustram esse indicador, que permite determinar a quantidade de CO2 ( em volume )
contida nos gases de combustão.

A sua precisão, segundo o fabricante, na determinação de CO2 está compreendida entre 0,5 e 1%
para todas as condições e todos os tipos de combustíveis.

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Figura 7.1 – Indicador Fyrite de Co2

O procedimento para análise de uma amostra de gás é o seguinte:


a) Bombear a amostra o aparelho com 18 aspirações da bomba manual através de uma
mangueira flexível. Essa mangueira está conectada á parte superior do aparelho através de
uma válvula que se aciona pressionando-a com o dedo. Ao eliminarmos essa pressão, a
amostra ficará aprisionada na câmara de gás do instrumento.

b) Agitar o indicador para obter uma boa mistura de gás com o reagente. A depressão produzida
na câmara pela absorção de CO2 faz ascender o nível de líquido; a leitura indica a
porcentagem de CO2 no gás.

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-TEMPEST

Utilizando tecnologia de sensores eletroquímicos aliados à circuitos microprocessados,analisa gases


de combustão de diferentes combustíveis.

Fig.7.2 - Tempest

Oferece todas características essenciais que são exigidos para testes de combustão medindo O2,
CO, CO2, calc., temperatura dos gases, cálculos de combustão com opção extra para sensor de
pressão e de NO / Nox.

Existem também, aparelhos de leitura, via reação química direta, tipo ORSAT.

Emprego do analisador – Preparação

Se o aparelho tem estado fora de uso durante algum tempo substituir todas as conexões de borracha.
Limpar as válvulas com uma pequena quantidade de vaselina. Encher as pipetas e o frasco de nível.
Verificar se há vazamentos, absorvendo-se 100cm3 de ar e fechando-se logo a válvula três vias.
Elevar o frasco de nível, colocando-o acima da marca superior do aparelho.

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Se o nível de líquido elevar-se, existem fugas.

Emprego do analisador – Análises


Encher cada pipeta até que o nível de reagente se encontre exatamente abaixo da válvula. Abrir a
válvula de três vias e elevar o frasco de nível para descarregar todo o ar. Girar a válvula de três vias,
conectando o aparelho ao tubo de tomada de amostra. Baixar o frasco de nível e aspirar uma
amostra. Descarregar esta amostra através da válvula três ou quatro vezes, assegurando-se que o
aparelho está isento de ar. Finalmente aspirar a amostra até que o nível de líquido esteja na divisão
inferior da bureta e correspondendo com o frasco de nível. O gás se encontra então á pressão
atmosférica. Fechar a válvula de três vias. Abrir a válvula da pipeta de CO2 e borbulhar várias vezes
no reagente, levantando e abaixando o frasco de nível.

Fazer a leitura assegurando-se, previamente, que o líquido da bureta e do frasco de nível estão no
mesmo nível. Repetir este processo até obter a mesma leitura depois de várias operações. Proceder
da mesma forma ao utilizar as outras pipetas anotando as leituras em caso de absorção completa.

O volume que resta, depois das três absorções, representa o N2, que, por hipótese, é o último
componente do gás.

Emprego do analisador – Cálculos

Sendo:

Vg – o volume da atmosfera = 100cm2


V1 – o volume após a absorção de CO2
V2 – o volume após a absorção de O2.
V3 – o volume após a absorção de CO;

Temos que:

Vco2 = concentração Vg – V1 e %CO2 = Vco2


Vo2 = concentração V1 – V2 e %O2 = Vo2
Vco = concentração V3 – V2 e %O2 + %CO >.
Nota: É importante realizar a absorção na seguinte ordem: CO2, O2 e CO, pois a solução de pirogalato
absorve também CO2 e a de cloreto absorve também O2.

Eficiência de combustão
Introdução:
A eficiência de combustão tem por objetivo determinar o consumo de combustível de uma
determinada caldeira, não devendo ser confundido com o conceito da performance da caldeira que
envolve não apenas a eficiência de combustão mas também a produção de vapor pressão de
operação, etc.
Assim poderemos ter, por exemplo, duas caldeiras com a mesma eficiência de combustão porém com
performance diferente. De uma maneira geral podemos considerar.
- Eficiência de combustão; como sendo a relação entre a energia disponível no vapor e
a energia disponível no combustível.

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- Performance; como sendo a relação entre a energia disponível no vapor e o total da
energia fornecida (térmica, elétrica etc ).

Para uma análise mais profunda no sentido de se fazer comparação entre caldeiras, devemos
considerar também a mão–de-obra necessária para operação, o tempo e as condições operacionais
durante a limpeza, tec.

Cálculo da eficiência de combustão

Designaremos por:

Q = vazão de vapor
Hv = entalpia do vapor
Hw = entalpia da água de alimentação

B<i> = eficiência de combustão ao PCI


N<b> = eficiência de combustão ao PCI
Bg = vazão de combustível

Podemos calcular a eficiência de combustão em relação ao PCI ou ao PCS. Em alguns países é


utilizado no PCS, entretanto no Brasil vem sendo adotado o PCI. De qualquer forma os dois métodos
levam ao mesmo resultado em relação ao consumo de combustível.

Método direto
A forma mais exata de se obter a eficiência é medindo-se:

Vazão de vapor : Q
Vazão de combustível : Bg

Sabendo-se que a energia transferida para o vapor é:


Q (hv – hw)
E a energia fornecida pelo combustível é

Obteremos diretamente a eficiência da combustão.

Q (hv – hw)
N<i> = -------------------
Bg PCI

A medição de vazão de vapor é relativamente fácil, entretanto não se pode dizer o mesmo com
relação ao combustível principalmente combustíveis sólidos.

Já existem caldeiras que medem a vazão de bagaço através de balanças contínuas instaladas em
esteiras de borracha. No caso de se Ter apenas uma caldeira, o consumo de bagaço pode ser obtido
pelo balanço de massa da moagem e a pesagem do bagaço excedente. Todos estes métodos de
medição de vazão de bagaço nem sempre são possíveis ou de resultados confiáveis.

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Assim lançamos mão de um artifício para obtenção da eficiência de combustão, chamado método
indireto ou método das perdas como veremos a seguir.

Métodos da perdas

Se considerarmos a caldeira como uma caixa preta onde temos:

- Energia entrando

Bagaço de cana
Água de alimentação
Ar ambiente

- Energia saindo
Vapor
Gases pela chaminé
Águas de purgas
Cinzas

Poderemos pelo balanço térmico obter a eficiência de combustão e consumo de bagaço.

Para o balanço considerar-se a temperatura 0°C como temperatura de referência. Alguns autores
consideram a temperatura do ar ambiente, o que não irá fornecer divergência significativa nos
resultados. Além disso devemos considerar uma tolerância de +/- 2% nos resultados obtidos em
função dos erros intrínsecos de medição.

Com relação a energia fornecida pelo ar ambiente, observamos o seguinte.


A energia por Kg de bagaço é de aproximadamente 1800Kcal/kg. Enquanto que a energia fornecida
pelo ar para um excesso de ar, digamos 60% e bagaço a 50% de umidade, será aproximadamente

34kcal por kg de bagaço, representando menos de 1%. Dessa forma podemos desconsiderar a
energia térmica fornecida pelo ar.

Quanto a energia fornecida pela água de alimentação, não será considerada no cálculo da eficiência,
uma vez que será descontada da energia no vapor no cálculo do consumo de bagaço.

Como pressupomos desconhecer a vazão de bagaço, faremos o nosso balanço térmico em termos
unitários, ou seja, para queima de 1kg de bagaço.

a) Energia fornecida

Combustível = PCI = 4250 – 48,5 x W – 13 x S

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b) Energia perdida
(qg) – gases pela chaminé

Para os gases consideraremos três parcelas:


- Gases secos

100 – W
(0,42 + m x 5,64) (--------------------) x Cp x T (Kcal)
100

onde T = temperatura dos gases na chaminé

CP = calor específico do gás obtido da figura 7.4

(qw) – Umidade do bagaço e do hidrogênio.


Aqui deveremos observar que o vapor de água nos gases se apresenta superaquecido à temperatura
da chaminé e a uma pressão parcial de aproximadamente 1 PSI ou 0,07kgf/cm2. Portanto, numa
tabela de vapor, obtemos a entalpia do vapor a 0,07kgf/cm2 e a temperatura T que chamaremos de h7
obtendo-se para a umidade total.

W
(0,576 + 0,424 ---------) x (h7 – 600) Kcal
100

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Fig. 7.4 – Calor Específico do Gás Seco para Relações Carbono/ Hidrogênio do Combustível de 5 a 40

onde 600 é a entalpia do vapor a 0°C

<qco> - Monóxido de carbono CO

Da tabela 7.1vimos que cada metro cúbico de CO os gases obtemos o volume total de CO e a perda
correspondente.

100 – W CO%
4,35m – 0,054 (-----------------) ------------ x 3040kcal
100 100

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(qr) – Radiação
Considerando-se que o isolamento térmico das paredes não é perfeito, ou seja, sempre há uma
temperatura externa do isolamento maior que a temperatura ambiente, promovendo uma perda por
radiação.

Além disso, se temos uma caldeira operando abaixo da produção de projeto e admitindo-se que a
temperatura das paredes, praticamente não se alterou, ou seja, a mesma energia está sendo perdida
pela radiação, teremos portanto, um percentual maior em relação a energia fornecida pelo
combustível.

Na fig. 7.5, encontramos um ábaco para avaliarmos esta perda. Este ábaco foi elaborado
considerando-se uma diferença de temperatura parede / ar ambiente de 10°C e velocidade do vento
de 0,5m/s.

Para valores diferentes, o resultado obtido deverá ser corrigido de acordo com a fig.7.6

Como praticamente não é viável a medição da temperatura de parede além do que, nas nossas
caldeiras, esta temperatura varia de acordo com a área e as condições do isolamento, podemos
admitir uma correção de 1,5 vezes correspondente à uma diferença de temperatura de 25°C.

Devemos observar que o ábaco nos fornece a 1% de perda em relação ao PCS.

Na abcissa plotamos a potência nominal da caldeira em milhões de BTU/h.

3,97 x 10-6 x Qn x (hvn – tal)

onde:

Qn = produção de vapor kg/h


Hvn = produção nominal do vapor
Tal = temperatura da água de alimentação

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Fig. 7.5 – Porcentagem de Perda ao PSC devido á Radiação

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Fig. 7.6 – Correção da Velocidade do Ar Ambiente

Em seguida com a potência de operação:

3,97 x 10-6 x Qop x (hop – tal) milh. BTU/h

Interceptamos verticalmente a curva nominal, tendo na ordenada y a perda correspondente em função


do número de parede d’ água da fornalha:
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Qr = 1,5 x y x PCS Kcal

<qi> - Incombustos

Podemos observar com freqüência fuligem lançada pela chaminé. Esta fuligem nada mais é do que
bagaço que não se queimou totalmente traduzindo-se em perdas de energia.

Para calcular-se a perda nesta fuligens, devemos conhecer:

a) A quantidade de fuligem gerada por kg de bagaço medindo-se a vazão F1, F2...Fn nos diversos
pontos (grelha, feixe, multi-ciclone, etc.) e através de análises obtemos o poder calorífico PCF da
fuligem seca.

PCF = ( F1 x PCF1 + F2 x PCF2 + ...Fn x PCFn) / ∑ Fi

Como não sabemos a vazão do bagaço, a taxa kcal na fuligem / kg bagaço; esperada para o teste é
suficiente para os cálculos:

Qi = PCF x ∑ Fi/ vazão de bagaço esperadas em Kcal

Na impossibilidade de se efetuar as medições, uma perda de 3,5% ao PCI pode ser considerada para
a caldeira a bagaço:

Qi=0,035 x PCI Kcal


(qp) – Purgas
Quando operamos as purgas de uma caldeira , estamos jogando a energia utilizada para aquecer a
água de alimentação até as condições da pressão da operação.

Para avaliarmos a taxa de energia perdida novamente , como uma casco da fuligem, deveríamos
proceder uma interação, uma vez que desconhecemos a vazão do bagaço.

A vazão de purga varia de caldeira para caldeira. A purga contínua pode ser obtida por um balanço
de sólidos na água de alimentação e na purga:

S1
---------- x Q onde:
S2-S1

S1, S2 = sólidos na água de alimentação e na purga respectivamente

Q = produção de vapor
Onde obtemos as perdas

S1
Qp = (-----------------) x (Q/vazão de bagaço esperada) x (hp – Tal) kcal
S2 – S1
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Hp = entalpia do líquido à pressão de operação


Tal = temperatura da água de alimentação

Não sendo possível obter as análises da água, podemos admitir uma purga de 2 a 5% obtendo-se:

Qp (0,03 x Q/vazão de bagaço esperada) (hp – Tal) kcal


Agora podemos calcular a eficiência de combustão:

<n1> = 1 – (qg + qw + qco + qr + qp) / PCI

Consumo de balanço
Voltando ao balanço térmico temos:
Energia obtida no vapor = energia fornecida na combustão

Q (hv – Tal) = Bg x N<i> x PCI

Com a vazão de bagaço podemos também obter a vazão dos gases de combustão e do ar de
combustão de acordo com o capítulo 7.5.1

Gases = Bg x kg/h
Ar = Bg x Ar kg/h

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