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Fenologia e Fisiologia

do Milho

Curso de Secagem/ Seração 2000


Mesocótilo

Raizes Seminais (15 dias de funcionamento)

33% do seu peso em água


Mesocótilo

Planta em V2
Fenologia
• Estágios Vegetativos
– VE, V1, V2, V3...
• Estágios Reprodutivos
– R1, R2, R3...
Planta em V3

20-30º

Ponto de Crescimento
Planta em V4
• Desenvolvimento é acentuado, começa a
diferenciação floral e aumenta a demanda por
água e nutrientes.
• A reserva da semente é aproveitada até este
estágio.
• O ponto de crescimento em V4 está ainda
abaixo do solo e sobe a partir de V5.
• Define o Potencial produtivo do material
Planta em V5
• Ponto de crescimento acima do solo.
• Diferenciação floral ainda ocorrendo,
definição do número de carreiras da espiga
• Estresse hídrico, deficiência de N nesta fase
limita o número de carreiras.
Planta em V6
• Início de Elongação
• Estruturas do pendão e
espiguetas já podem ser
encontrados.
• Estruturas de perfilhos e
espiguetas são muito
parecidas nesta fase e
ocorrem a partir dos
nódulos que permaneceram
abaixo do solo
• Degeneração das duas
primeiras folhas será
completada em V8.

V6
Planta em V8
• Define-se altura e diâmetro do colmo
(altamente ligado com estabilidade de
produção);
• Define o número de fileiras da espiga.
Planta em V9
• Existência de
espiguetas em todos
os nós.
• Início do
desenvolvimento do
pendão
• Grande acúmulo de
matéria seca.
• Elongação acelerada e
em seqüência.
Planta em V12
• Determinação do
tamanho da espiga
(número MÁXIMO de
grãos na carreira)
• A partir desta fase,
estresses hídricos,
nutricionais, etc. causam
grandes prejuízos.
Espigueta em V12
Planta em V15
• Início do período mais
crítico (que vai até R1)
• Uma folha a cada 1-2
dias
• Desenvolvimento
rápido da espigueta
superior. Silk começam
a se desenvolver

V15 Planta em V15


Planta em V15

• Qualquer estresse neste


período, seja qual for,
tem grande relação com
o rendimento final
– Água (Irrigação)
– Nutrição
– Temperatura
– Granizo
– Lagarta
Planta em V18
• Estresses podem
retardar o
desenvolvimento do
silk, sem alterar o
desenvolvimento do
pendão.
• Plantas não prolíferas
tendem a ter maiores
impactos sob
condições adversas

V18 Planta em V18


Desenvolvimento das raízes adventícias
Desenvolvimento do Silk de V18 a R1 (8 a 9 dias)
Desenvolvimento do Pendão de V9 a V14
Desenvolvimento de V14 a R1
Planta em VT
• Pendão totalmente
exposto.
• Silk, 1 a 2 dias depois
• Período até início de R1,
depende do híbrido
• Momento de maior
vulnerabilidade da
planta
Polinização

Curso de Secagem/ Seração 2000


R1 - Estádio de Floração

 saída do silk (estigma)


 Germinação do pólen à
fertilização - 24 horas
 estresse de ambiente
causa menor número
de sementes.
 Análise Foliar e
Fertilidade
R2
 10-14 DDF
 silks devem estar secos
 espiga de tamanho
quase completo.
 embrião já visível
porém muito pequeno
 Início de transferência
de amido e proteína até
R6
R3 - Grão leitoso

 18-22 DDF
 endosperma amarelado
e leitoso
 embrião em
crescimento ativo
 umidade em 80% e
descendo
 não existe mais divisão
celular
 Rendimento ainda é
sensível a estresse
R3 R4 R5
Leite duro

Curso de Secagem/ Seração 2000


R6 - Maturação Fisiológica

 55-65 DDF
 máximo acúmulo de
matéria seca
 umidade 30-35%
 daqui para adiante a
umidade é em função
do ambiente

Curso de Secagem/ Seração 2000


Curso de Secagem/ Seração 2000
Estresses
• Deficiência Hídrica
• Deficiência nutricional
• Temperatura / Luz
• Elevada taxa de respiração
• Doenças e Pragas
Irrigação - Necessidades
Estágio Fenológico Necessidade
Até V8 3,5 a 5 mm/dia
V8 5 a 6 mm/dia
V12 7 a 8 mm/dia
Início do Pendão 8 a 9 mm/dia
Silking 8 a 9 mm/dia
Enchimento de grão 8 a 9 mm/dia
Grão leitoso 8 mm/dia
Grão pastoso 6 mm/dia
Grão farináceo 5 mm/dia
Irrigação - Perdas
4 Dias com sintoma de murchamento
50

40
% de perdas

30

20

10

0
30 40 50 60 70 80 90
Dias após a emergência

Fase crítica: 15 dias antes e depois da floração


Estresse Temperatura
• Ideal´:
– Diurna: 25 a 30ºC
– Noturna: 19ºC
• Máxima:
– Diurna: 42ºC
– Noturna: 24ºC
• Mínima:
– Diurna: 19ºC
– Noturna: 12ºC
• Temperatura < 19ºC: Redução do Metabolismo e crescimento
• Temperatura < 10ºC: Redução da % de germinação e aumento de
plantas anormais
Luz
• Qualidade da Luz: Luz difusa (dias nublados)
prejudica o desempenho
• Limitação da luz pode ocasionar
– Alteração no sincronismo pendão espiga
– Redução direta de produtividade
– 15 a 20 dias após o florescimento é uma fase
crítica, 90% da produção de fotoassimilados são
deslocados para a espiga.
Número de grãos por espiga

Produtividade

Espigas/área Peso do grão


Produtividade

Don B. Stevenson

• P = genótipo + ambiente + manejo


• P = genótipo – estresse
O que a espiga nos mostra
• O tamanho, posicionamento e a quantidade de grãos na
espiga indica quando e a gravidade do estresse.
• Entender como as espigas respondem ao estresse ajuda a
definir o tipo e quando aconteceu e como reduzir seus
efeitos.
• Estresse ocorre em momentos específicos no ciclo de vida
do milho:
- Redução do número de espigas/área – Até V4
- Redução no número de fileiras – V5 e V8
- Redução no número de grãos na fileira – V->R
- Parte do sabugo sem grãos - Polinização
- Redução no tamanho dos grãos – R3 a R5
Manejo da cultura - Estádios fenológicos
Estresse causado quando o número potencial de espigas é
formado
• Danos causados por
insetos.
• Estresse por seca.
• Baixas temperaturas.
• Fitotoxidez de herbicidas.
• Qualidade de plantio:
- profundidade de
plantio;
- velocidade;
Danos causados por sugadores
Multiespigamento
Injúria causada por frio
Danos causados por geada
Injúria causada por 24-D
Injúria por contato direto com o fertilizante
Estresse causado quando há definição
do número de fileiras

• A definição do número máximo de fileiras se dá


entre os estágios V5 e V8.
• Enquanto o meristema apical está presente, novas
fileiras de óvulos ainda estão sendo formadas ao
longo da espiga.
• Os óvulos se dividem formando um número par de
fileiras.
Espiga de milho no estádio V5 de desenvolvimento

Divisão dos Meristema


óvulos apical

Fileiras
únicas

Antônio Perdomo, Pioneer Hi-Bred


Espiga na fase fenológica V9
Estresse causado quando há definição
do número de fileiras

• O nó de formação da espiga primária


pode variar do nó 12 ao 14.

• O nó que contém a espiga primária é um


excelente ponto para se determinar
quando se deu a formação do número de
fileiras da espiga, basta subtrair-se de
sete.

• Se a espiga primária está no nó 14, as


fileiras foram formadas no estágio V7.
7º nó

6º entrenó
Superfície do solo

5º entrenó 6º nó
5º nó
4 primeiros nós
Estresse causado quando há definição
do número de fileiras

• Se a espiga produzir menos fileiras do que a média


padrão, ocorreu algum estresse nesse período ou logo
antes dele.

• O número máximo de óvulos que será produzido vai


ser determinado aproximadamente quatro estádios
vegetativos à frente.
Danos causados na definição do número
de fileiras

• Herbicidas inibidores de divisão celular (p. ex. sulfuniluréias).


• Aplicados na formação dos óvulos – entre V7 e V10.
• Impede a duplicação dos óvulos.
Estresse causado quando há definição
do número de óvulos
• A ausência do meristema apical significa que o
potencial máximo de formação de óvulos foi
estabelecido.
• Nessa fase já está estabelecido o número de fileiras.
Estresse após essa fase reduzirão o número de grãos
por fileira.
Desenvolvimento da espiga primária no estádio V12

Ausência do
meristema apical

Formação de
óvulos em pares
Antônio Perdomo, Pioneer Hi-Bred
Estresse causado quando há definição
do número de óvulos
• O crescimento dos óvulos ocorre entre o início da
formação da espiga até a polinização.

• Qualquer estresse entre essas fases como falta de


nutrientes, água, pode alterar o número de óvulos.

• Os óvulos próximos à base da espiga se


desenvolvem primeiro.

• Se os recursos forem limitados alguns óvulos serão


sacrificados para sustentar os remanescentes.
Estresse causado quando há definição
do número de óvulos
• O número de óvulos que será sacrificado depende do
tipo e duração do estresse.
• Se o estresse é duradouro e geral – Óvulos da ponta da
espiga são sacrificados.
• Nesse caso, os óvulos mais próximos à base serão
mantidos pois, são mais desenvolvidos e estão mais
próximos da fonte de nutrientes.
• Se o estresse for curto, mas intenso – Os óvulos
sacrificados poderão estar em qualquer local da espiga.
Espigas Bujãozinho – Latas de cerveja

• Combinação de estresse
ambiental - frio ou seca com
genética do milho.
Síndrome - Espiga latinha de cerveja
Bujãozinho x Silkballing
• Ambas podem ter sabugos
longos com grãos somente
na base.
• Os estigmas permanecem
dentro da palha nas
espigas com silkballing,
enquanto nas espigas
bujãozinho, não há
estigmas dentro da palha. Silkballing
Estresse durante a polinização

• Existem dois processos durante a


polinização:

1º O pólen terá que pousar nos


estigmas receptivos;

2º Os estigmas terão que manter a


formação do tubo polínico para
fusão dos gametas masculino e
feminino dentro do óvulo.
Estresse durante a 1.ª fase da polinização

Polinização
deficiente devido
ao corte dos
estigmas pela
vaquinha.
Estresse durante a 1.ª fase da polinização
• Grãos de pólen perdem a viabilidade em
altas temperaturas (40ºC) e quando há
estresse por deficiência de água.
• Grãos maduros de pólen caem das anteras
ao amanhecer quando há elevação da
temperatura e a redução da umidade
relativa.
• São necessários 100 grãos de pólen/
cm.2./dia para uma lavoura ter sucesso.
• Poderá ocorrer polinização em
temperaturas elevadas se a quantidade de
água necessária for suprida.
Estresse durante a 2.ª fase da polinização
• A 2ª fase da polinização corresponde a formação do tubo polínico e
entrada do pólen no interior do óvulo.
• Os estigmas fornecem os nutrientes e água para o crescimento do
tubo polínico.

• Grãos de pólen
aderem aos
tricomas dos
estigmas e não
diretamente aos
estigmas para
iniciar o processo
de fertilização.
Estresse durante o enchimento de grãos

• Quando ocorrer estresse, os


grãos da ponta da espiga são
sacrificados em favor dos grãos
da base.

• A presença de grãos chochos


continuará até o ponto em que
a espiga tiver a habilidade de
fornecer nutrientes aos grãos.
Fim

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