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AUH 5859 –
ARQUITETURA, HISTORIOGRAFIA E CRÍTICA: OS ESTUDOS DE PRODUÇÃO
Quartas-feiras, das 9 às 13hs (a partir de 24/3)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
A disciplina tem como foco a formação do campo historiográfico e crítico em arquitetura,
mapeando seus começos em meados do século XIX, transformações e rupturas ao longo dos
séculos XX e XXI, suas filiações teóricas e historiográficas, conceitos e noções chave,
coordenadas analíticas, impulsos ideológicos e interpretativos atuantes em cada momento. Os
recortes geracionais e bibliográficos variam a cada edição, mantendo-se como estratégia básica
a articulação entre discurso especializado, trajetórias intelectuais, objetos privilegiados e
compromissos operativos nos autores e livros examinados.
Nesse semestre, a disciplina focalizará um conjunto de temas histórico-críticos relacionados ao
que podemos chamar de “estudos de produção” em arquitetura. Em diálogo com o projeto de
pesquisa “Translating Ferro / Transforming Knowledges of Architecture, Design and Labour for
the New Field of Production Studies” (Universidade de São Paulo-Fapesp/ Universidade de
Newcastle-AHRC), a proposta é mapear (a) sua gênese e variações no campo historiográfico
mais geral, (b) sua elaboração peculiar na obra de Sérgio Ferro, e (c) seus rendimentos em um
conjunto de práticas arquitetônicas, históricas e contemporâneas.
OBJETIVOS
a) Apresentar e refletir sobre algumas das coordenadas teóricas mais influentes na historiografia
e na crítica de arquitetura entre o século XIX e o presente;
b) Investigar algumas das tradições analíticas da historiografia e da crítica de arquitetura em
diálogo com os temas da produção material da arquitetura;
c) Revisar a obra historiográfica de Sérgio Ferro à luz de seu arcabouço teórico-crítico, tendo em
vista a elaboração original dos estudos de produção por ele proposta;
d) Analisar um conjunto de práticas em arquitetura, históricas e contemporâneas, que sugerem
diálogos fecundos com algumas das problemáticas produtivas trabalhadas na disciplina.
Introdução
Textos de discussão:
Sergio Ferro. Questões de método. Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 233-240.
Manfredo Tafuri. Arquitetura e historiografia: um problema de método. Desígnio, ns. 11-12. São Paulo, mar. 2011, p. 19-28.
Bibliografia complementar:
João Marcos de Almeida Lopes; José Lira. Memória, silêncio, duração. In João Marcos de Almeida Lopes; José Lira (orgs.).
Memória, Trabalho e Arquitetura. São Paulo: CPC-USP/Edusp, 2013, p. 9-30.
Bibliografia complementar:
Herbert Marcuse. “O primeiro sistema de Hegel (1802-1806)”. In Razão e Revolução: Hegel e o advento da teoria social. Rio de
Janeiro: Saga, 1969, p. 67-91.
João Marcos de Almeida Lopes. Pensamento em construção: Excurso sobre as possíveis maquinações metodológicas de Sérgio
Ferro para orientar Estudos de Produção em Arquitetura, Projeto e Trabalho. In Arq.Urb, n. 29, set-dez 2020, p. 91-100.
https://www.revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/483
Bibliografia complementar:
John Ruskin. Selvatiqueza (excerto de A Natureza do Gótico). In Risco: revista de pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online),
(4), 2006, p. 67-76. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4506.v0i4p67-76;
José Lira. Ruskin e o trabalho da arquitetura. In Risco: revista de pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online), (4), 2006, 77-
86. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4506.v0i4p77-86.
Santiago Huerta. Historia de la construcción: la fundación de una disciplina. In MATEUS, João Mascarenhas (org.). A história da
construção em Portugal: alinhamentos e fundações. Coimbra: Edições Almeida, 2011, p. 31-48.
Michael Baxandall. O objeto histórico: a ponte do rio Forth de Benjamin Baker. In Padrões de Intenção. São Paulo: Companhia
das Letras, 2006, p. 45-79.
Bibliografia complementar:
Reyner Reyner Banham. Funcionalismo e tecnologia. In Teoria e Projeto na Primeira Era da Máquina. São Paulo: Perspectiva,
1979, p. 499-515.
Kenneth Frampton. Industrialization and the Crisis in Architecture. In HAYS, Michael (ed.). Oppositions Reader. Princeton:
Princeton Architectural Press, 1998, pp. 39-64.
Mauro Guillén. Organization, modernism and architecture. In The taylorized Beauty of the Mechanical: scientific management and
the rise of modernist architecture. Princeton: Princeton University Press, 2006, p. 1-14.
Textos de discussão:
Manfredo Tafuri. Ideologia e Utopia; Arquitetura e seu duplo: semiologia e formalismo. In Projeto e Utopia. Lisboa: Presença,
1985, p. 41-55; 102-113.
Manfredo Tafuri. Arquitetura e historiografia: um problema de método. In Desígnio, ns. 11-12. São Paulo, mar. 2011, p. 19-28.
Bibliografia complementar:
Manfredo Tafuri. The historical project. In Oppositions, n.17, Nova York, 1979, pp.55-75
Andrew Leach. Critique of Architectural Ideology. In Manfredo Tafuri: choosing history. Gent: A&S Book/Ghent University, 2007,
p. 139-158.
Daniel Sherer. Progetto and Ricerca: Manfredo Tafuri as critic and historian. In Zodiac, n. 15, mar-ago, 1996, p. 33-51.
Textos de discussão:
Sérgio Ferro. A história da arquitetura vista do canteiro. São Paulo: GFAU-USP, 2010, p. 13-57.
Sergio Ferro. Questões de método. In Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 233-240
Bibliografia complementar:
Sérgio Ferro. Concrete as weapon. In Harvard Design Magazine, n.46, dez. 2018.
Felipe Contier. An Introduction to Sérgio Ferro. In LLOYD THOMAS, Katie et al. (orgs). Industries of Architecture. London:
Routledge, 2015, p. 87-93
Textos de discussão:
Sérgio Ferro. O Canteiro e o Desenho. In Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 105-138;
Sérgio Ferro. Dessin-Chantier: an introduction. LLOYD THOMAS, Katie et al. (orgs). Industries of Architecture. London:
Routledge, 2015, p. 94-105.
Bibliografia complementar:
Pedro Arantes. Apresentação. In Ferro, S. Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 9-30.
Textos de discussão:
Sérgio Ferro. Contradição. In: Construção do Desenho Clássico, p. 161-188 (mimeo)
Bibliografia complementar
Sérgio Ferro. Michelangelo: Arquiteto e escultor da Capela dos Médici. São Paulo: Martins Fontes, 2016
Walter Benjamin. O autor como produtor. In Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 120-136.
Novo campo dos estudos de produção / Discussão sobre os trabalhos finais (9 às 11hs)
Convidada:
Katie Lloyd Thomas (Newcastle University)
Textos de discussão:
Katie Lloyd thomas. ‘Of their several kinds’: forms of clause in the architectural specification. In Architectural Research Quaterly,
vol. 16, n.3, 2012, p. 229-237;
Katie Lloyd Thomas. Traduzindo Ferro para a Nova Área de Estudos da Produção: Uma colaboração entre Reino Unido e Brasil.
In Arq.Urb, n. 29, set-dez 2020, p. 87-90. https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/485
Texto de discussão:
Sérgio Ferro. Reflexões para uma política na arquitetura. Arquitetura e Trabalho Livre. São Paulo: Cosac Naify,
2006, p. 203-213.
Bibliografia complementar:
Pedro Arantes. O fio da meada. Arquitetura Nova. São Paulo: Ed. 34, p. 2002, 163-224
Texto de discussão:
Rodrigo Lefevre. Projeto de um acampamento de obra: uma utopia. In Koury, A.P. (org.) Arquitetura Moderna
Brasileira: uma crise em desenvolvimento. São Paulo: Edusp, 2019, p. 197-447.
Bibliografia complementar:
Ana Paula Koury. Da produção à gestão; do estudo da periferia à atuação na Guiné-Bissau: notas sobre a trajetória
de Rodrigo Lefèvre. In Koury, A.P. (org.) Arquitetura Moderna Brasileira: uma crise em desenvolvimento. São Paulo:
Edusp, 2019, p. 21-37
Textos de discussão:
Peggy Deamer. O arquiteto como trabalhador. In Tonetti, A.C; Nobre, L.; Mariotti, g.; Barossi, J. (orgs).
Contracondutas. São Paulo: Associação Escola da Cidade, 2017, p. 215-221.
Bibliografia complementar:
Peggy Deamer. The architect as worker: imaterial labor, the creative class and the politics of design. Londres:
Bloomsbury, 2015.
AVALIAÇÃO
A atividade discente será avaliada através da participação nas discussões em sala de aula e da
realização de monografia relacionada aos temas trabalhados ao longo da disciplina