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falado" popularmente, porém outros autores como Kelsen, Kant, Aristóteles, todos tem suas
da história, três autores foram assim denominados, são eles: Marx, Nietzsche e Freud. Elucida-se:
mundo sensível. Esses autores começaram a perceber que o ser humano age também movido
Desse modo, Freud, por exemplo, fala do inconsciente, diz que o agir humano é movido por
uma força inconsciente que para ser percebido/conhecido, o será através da análise, da livre
associação, dos sonhos, dos atos falhos (Jung, por sua vez, trata do papel dos sonhos, do
simbólico). Nietzsche também fala sobre isso na filosofia, nas organizações sociais. Em tempo,
P ortanto, Marx exporá que toda a sociedade está montada sobre os meios de produção.
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Marx irá se fundamentar na dialética de Hegel e no materialismo histórico, o qual significa que o
plano das ideias é um produto do plano da matéria, ou seja, a moral, a religião, o direito, as
econômica da sociedade, o direito decorre dos meios de produção, da filosofia, da moral, etc.
NOTAS
1 Não cai em concurso, por isso não será aprofundado.
sociedade. O que se está montado nessa estrutura é a chamada super estrutura, que é o direito,
A resposta dependerá do que é bom ou ruim para o meio de produção capitalista, por isso
que o materialismo histórico começa a raciocinar tudo sobre uma ótica capitalista. Nesse sentido,
pode-se dizer que a escravidão foi abolida porque com o desenvolvimento do capitalismo era
necessário ter mais consumidores e, para tanto, era importante desenvolver uma classe
Marx trabalha também com a inevitabilidade do comunismo. Ele acredita que a sociedade
caminhará inevitavelmente para o comunismo por meio da chamada luta de classes. Marx se
autodenomina de cientista social, porque a sua teoria sobre o comunismo não é utópica, mas
um momento transitório, porque ele entrará em tantas crises cíclicas e a luta de classes fará com
que os trabalhadores tomem o poder e que haja, portanto, um comunismo. No entanto, até
chegar ao comunismo passar-se-ia por uma ditadura do proletariado (haveria uma fase
intermediária socialista).
a) Materialismo histórico: a ideia de que os meios de produção são uma estrutura sobre
as quais existe uma superestrutura que é: o direito, a religião, a moral, tudo o que é idealizado
deriva dos meios de produção;
b) Inevitabilidade do comunismo;
Hans Kelsen é um positivista que inaugura a chamada ciência dogmática do direito. Kelsen
C orte Austríaca, mas, com o nazismo, ele precisou se exilar/mudar para os Estados Unidos e lá
Em 1934, Kelsen cria a "ciência pura ou ciência dogmática do direito". Nesse esteio, direito
não se mistura com ideologia, nem com a moral, ele cria uma estrutura, uma forma de pensar o
direito que não precisa e não depende da ideologia. Ele se voltava para o cientificismo das ciências
naturais e desejava trazer para o direito essa ciência, retirando qualquer elemento ético/ideológico.
O direito para Kelsen não se relaciona com a moral, nem com a política e não corresponde à
Kelsen diz, ainda, que não existe direito que não seja criado, consensual, convencional. O
direito não é algo inato, não é algo dado, é algo construído. Kelsen rejeita, portanto, o direito
natural, que para ele são propostas morais. Expor que o ser humano possui a liberdade por
natureza não é direito, mas sim proposta moral/ideologia moral, visto que uma pessoa poderá
pensar dessa forma, já outra não. O direito, por sua vez, é uma ciência que estuda e possui por
Dessarte, Kelsen constrói uma ciência pura do direito, em que o objeto desta ciência é a
Norma Jurídica (direito equivale à norma). P or isso ele separa brutalmente o direito da moral –
direito e moral não se misturam –, o direito é uma ordem coativa, imperativa, marcada pela
normatividade e, portanto, pode ter qualquer conteúdo, desde que respeite a lógica normativa.
Pontos de Kelsen:
P ara Kelsen, o direito não está no domínio do ser – que é o domínio das ciências naturais –,
muito embora ele se influencie por essas ciências naturais, ele reconhece que a ciência pura do
direito versa sobre a norma, a qual é um dever-ser, uma obrigação imposta que, caso seja
descumprida, gerará uma sanção. A lógica das normas (que é jurídica) é diferente da lógica da
física. Na física, a lógica usada é a do "ser", ou algo é ou não é uma determinada categoria, já no
direito algo é imposto a alguém, uma conduta é imposta, a pessoa deve fazer aquilo, por isso, o
imputa-se a alguém uma norma sob pena de aplicar-se uma sanção (o nexo de imputação cria
uma consequência).
positivada, criada, que todos podem ler e consultar e que é o fundamento de validade das outras
normas; e o sentido lógico-jurídico ("Grundnorm "), que está no plano do suposto e supõe a
ideia de que o direito tem por objeto a norma jurídica, a qual só pode ser válida se observar uma
norma que lhe é superior; desse modo, o direito só existe a partir de uma crença de que existe
uma norma que é superior a todas as normas (a validade de uma norma depende da satisfação
de requisitos formais de uma pirâmide kelseniana). Kelsen acredita que o direito é uma ciência
NORBERTO BOBBIO
do nazismo. A teoria do direito kelseniana (positivista), para muitos, legitimou o nazismo, que foi
um regime todo centrado na lei, porque qualquer coisa poderia ser válida. Os nazistas não
violaram a lei, inclusive, a defesa deles no tribunal de Nuremberg foi a de que estavam em estrito
cumprimento do dever legal. Não obstante isso, eles foram condenados por um tribunal formado
após o fato para julgá-los. Apesar de alegarem estrito cumprimento do dever legal, eles foram
julgados pelos seus crimes, porque em se tratando da violação de direitos humanos é errado fazer
o que o regime nazista fez, independentemente, do fato de estar previsto na C onstituição Alemã
como algo possível. Os direitos humanos surgiram a partir de uma reação jusnaturalista, hoje
dirão que Kelsen legitimou essa barbárie. Norbeto Bobbio (neopositivista), por sua vez, reagirá,
visto que o positivismo é uma forma de estudar a ciência normativa, não se interessando por
aspectos morais; ele é indiferente, portanto, não legitima nada. Não se pode extrair da
a dizer que a estrutura normativa funciona dessa forma, é uma ciência, é um modo de pensar o
positivismo tem um caráter formalista, que permite que as pessoas consigam estudá-lo, e Kelsen
imperativo, e traz a legislação como fonte do direito, a coerência do ordenamento jurídico (Bobbio
expõe sobre a importância da coerência do ordenamento jurídico como uma característica própria
e apresentada pelo positivismo). Não existe um conteúdo propriamente dito, mas o ordenamento
precisa ser coerente, o que não significa que o positivismo legitima qualquer conteúdo, mas tão
somente o direito precisa ser dessa forma. Exemplo: Se existe um médico nazista, não quer
dizer que a medicina legitimou o nazismo. Essa é a ideia dos Neopositivistas (Bobbio).
Hart e Dworkin são dois autores de peso. Hart foi o responsável pela reformulação do
Hart nasceu em 1907 e no período pós-guerra será o responsável por reformular a teoria
positivista. Hart dirá que este argumento de que o positivismo legitimou a barbárie está errado, o
1ª - Hart concorda que de fato existe uma separação entre direito e moral. No
entanto, Hart não nega que também há conexões entre direito e moral, contudo essa são
conexões contingentes – não necessárias sob o aspecto lógico e conceitual (as leis não precisam
EXEMPLO 2: A maioria dos brasileiros são a favor da pena de morte no Brasil, pois acham
justo em um aspecto moral. O direito, por sua vez, não precisa estabelecer esse tipo de pena.
extremamente preconceituosas e o direito não precisa seguir isso, pois, não obstante existirem
Ao refundar o positivismo, Hart afirma que o ordenamento jurídico deve incluir conteúdos
morais e éticos mínimos, portanto devem haver normas restritivas da violência e instituidoras da
propriedade privada, por exemplo. Há uma conexão entre a moral e direito, eles não são
2ª - Hart fala do caráter convencional do direito (todo positivista fala isto): o direito
não é algo que se consegue aprender pela razão e, por isso, Hart diz que existe uma regra de
reconhecimento, ou seja, quem determina o que é direito ou não é o próprio direito, quem
estabelece o que é norma ou não é o próprio direito, quem dispõe sobre as condições da validade
de uma regra, de uma norma jurídica é o próprio direito por meio dessa norma de
reconhecimento. A identificação de algo como fonte do direito quem faz é o próprio direito.
O direito é um sistema (que depois Luhmann dirá ser um sistema autopoiético) que se
auto-alimenta. O direito é convencional, as pessoas criam o direito e o próprio direito expõe o que
O direito não é discricionário. Nesse sentido, Hart é um positivista moderado, ele diz que o
direito é um produto normativo, a sociedade o produz, porém o sistema jurídico algumas vezes
não conseguirá prever a solução para determinado caso e mais, existem casos que são muito
Hart traz a ideia de que o juiz diante de um hard case tem discricionariedade, a qual é fraca
e sujeita a limitações jurídicas como a necessidade de fundamentação racional – pois não se pode
controlar por via de recurso uma fundamentação que não tenha conteúdo racional – e observância
proporcionalidade em sentido estrito). O STF lida com isso o tempo todo a exemplo da discussão
sobre pesquisas com células troncos, aborto, uso da maconha, entre outros. São casos difíceis
porque não estão legislados. Uma pessoa que fuma maconha aparentemente não está causando
mal a ninguém, contudo pode representar um problema de saúde pública (há vários valores em
jogo).
Oxford. Dworkin é um expoente novo do liberalismo individualista, é um dos autores mais citados
no mundo.
Dworkin tece a seguinte crítica: o direito e a moral precisam se reaproximar, o direito não
possui apenas uma dimensão descritiva, o direito também tem um aspecto prescritivo, de
justificação. A norma jurídica quer atingir um fim e este é um fim que tem conteúdo moral. O
direito precisa ser comprometido com valores morais, com valores relativos à ética, pois não
existe um jurista neutro, ele necessita ser engajado com uma teoria valorativa e não apenas
conceitual.
Nesse sentido, Dworkin defende uma visão holística do direito (ele tem uma noção de
integridade muito interessante) e, também, que as normas jurídicas se dividem entre regras e
princípios (similar a Alexy, mas com um raciocínio diferente) e que esses últimos seriam uma
espécie de porta-voz para um caráter mais abstrato dos aspectos morais. P ortanto, para ele o
Dworkin refuta a tese da regra de reconhecimento de Hart sob argumento de que essa
regra desconsidera o caráter dos princípios. O direito que se auto-reconhece como direito é muito
formal, porque um princípio às vezes não está positivado, logo, se considerar que só o direito
reconhece o que é o direito, estar-se-ia desconsiderando princípios que não estão positivados e
que podem não existir em determinada época, mas posteriormente surgem por criação
doutrinária.
Acrescenta o autor que regras e diferente princípios são diferentes, porque a regra se
sujeita à lógica do tudo ou nada – ou a regra é válida ou inválida –, que é o chamado mandamento
de definição de Alexy (já estudado), os princípios, contudo, determinam uma direção, são normas
que apontam para uma direção, norma mais abstratas, permeáveis à valores morais.
discricionariedade. Dworkin diz que existe uma resposta correta para cada caso e que não existe
discricionariedade, o juiz nunca tem discricionariedade. P or mais difícil que seja um caso existirá
apenas uma resposta correta, a qual somente é obtida pelo Juiz Hércules que seria, por ficção, um
juiz perfeito, extremamente ponderado porque, para Dworkin, o juiz não possui legitimidade para
criar o direito, desse modo, ele não poderia aplicar uma norma que não existe ainda. O juiz não
poderia, diante de um caso concreto, criar o direito, pois do contrário estaria aplicando de forma
retroativa um direito que ele acabou de criar e ele não tem legitimidade para agir dessa forma.
Destarte, o juiz, diante de um hard case deverá recorrer ao raciocínio político, à moral, às
diretrizes, aos princípios e, assim, chegará à única resposta correta (isso só é possível por ficção