Você está na página 1de 44

APOSTILA

MATEMÁTICA FINANCEIRA

TEORIA E APLICAÇÕES

Arturo Toscanini Soares Batista


SUMÁRIO
Introdução, 3

I Capitalização Simples, 4

1.1 Conceitos, 4
1.2 Fórmulas de Juros e Montante Simples, 4,5
1.3 Taxas Proporcionais e Equivalentes, 6
1.4 Equivalência de Capitais em Juros Simples, 10
1.5 Valor Nominal e Valor Atual, 13
1.6 Desconto Simples, 14
1.7 Desconto Racional Simples, 14
1.8 Desconto Comercial Simples, 16

II Capitalização Composta, 18

2.1 Conceitos, 18
2.2 Fórmulas de Juros e Montante Compostos, 19
2.3 Taxa Nominal, Taxa Equivalente e Taxa Efetiva nos Juros Compostos, 20
2.4 Equivalência de Capitais em Juros Compostos, 22
2.5 Inflação: Correção Monetária, Taxa Aparente e Taxa Real, 24
2.6 Desconto Composto, 28

III Rendas ou Anuidades, 29

3.1 Conceito, 29
3.2 Classificação, 29
3.3 Termos Postecipados, 31
3.3.1 Fator de Acumulação de Capital (FAC), 31
3.3.2 Fator de Formação de Capital (FFC), 33
3.3.3 Fator de Valor Atual (FVA), 35
3.3.4 Fator de Recuperação de Capital (FRC), 37
3.2 Termos Antecipados, 39

IV Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos, 40

4.1 Conceitos, 40
4.2 Sistema de Amortização Constante, 41
4.3 Sistema de Amortização Francês, 43
4.4 Sistema de Amortização Misto, 44
4.5 Sistema de Amortização Americano, 44

Bibliografia, 45

2
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Antes de aprofundar nos conceitos da Matemática Financeira, algumas
observações e conceitos merecem destaques.

Juros: Juro é a remuneração do capital emprestado, podendo ser entendido, como sendo o
aluguel pago pelo uso do dinheiro.

Taxas: É o coeficiente que determina o valor do juro.Elas podem ser apresentadas na forma
percentual (10% ao ano) ou também na forma unitária (0,10 ao ano).

Ano Comercial: Nesta apostila iremos adotar o ano comercial. O ano comercial possui 360
dias, 12 meses e cada mês tem 30 dias.

Diagrama do Fluxo de Caixa:

Entradas de caixa ou recursos (+)

(+) (-) (-)

0 1 2 3 4 5 6 7 8

(-) (-) (-)

(-)

Saídas de caixa ou recursos (-)

Regras Básicas:

a) As taxas devem ser introduzidas no formato decimal;


b) Tanto o prazo da operação como a taxa de juros devem necessariamente estar expressos
na mesma unidade de tempo.

Para calcular rendimentos de capitais, existem duas formas universalmente


aceitas, que são: o regime Capitalização Simples e o regime de Capitalização Composta.

3
I. REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

1. Juros e Montante simples

1.1 Juros Simples: no regime de capitalização simples a taxa de juros simples incide
somente sobre o capital inicial. Este tipo de regime se comporta como uma progressão
aritmética e o seu gráfico de juros versos prazo é uma reta. Por isso, a expressão “linear” é
sinônimo de juros simples.

Fórmula de juro simples: J  P.i.n

J = valor dos juros simples;


P = capital inicialmente empregado;
i = taxa de juros simples;
n = período de tempo em que o capital foi empregado

1.2 Montante Simples: é o valor dos juros dos períodos anteriores adicionados ao
capital inicial.
Fórmulas de Montante: S  P  J e S  P(1  in)
P = capital inicialmente empregado;
i = taxa de juros simples;
n = período de tempo em que o capital foi empregado e
S = montante formado pelos juros e o capital inicial.

Observação:
a) A expressão 1  in  , decorrente da fórmula do montante é chamada de Fator de
Acumulação de Capital;
1
b) A expressão é chamada de Fator de Atualização de Capital;
1  in 

1.3 Exercícios Resolvidos


Juros Simples
1) Qual o valor de juros simples correspondentes a um empréstimo de R$ 100.000,00, pelo
prazo de 15 meses, sabendo-se que a taxa cobrada é de 3% ao mês?
Dados:
P  R$100.000,00
n  15.meses
i  3%.a.m
J  P.i.n
J  100.000,00 x0,03 x15  R$.45.000,00

4
2) Um capital de R$ 25.000,00, aplicado durante 10 meses, rende juros linear de R$
5.000,00. Determinar a taxa correspondente.
Dados:
P  R$25.000,00
J  R$5.000,00
n  10.meses
j 5.000,00
i   0,02  2%..a.m
P.n 25.000,00 x10

Montante Simples
1) Calcular o montante de uma aplicação de um capital de R$ 10.000,00, pelo prazo de 12
meses, à taxa de 3% ao mês.
Dados:
P  R$10.000,00
n  12.meses
i  3%.a.m
S ?
S  P(1  in)  10.000,00(1  0,03 x12)
S  R$13.600,00

2) Determinar o valor atual de um título cujo valor de resgate é de R$ 500.000,00, sabendo-


se que a taxa de juros é de 3% ao mês e que faltam 7 meses para o seu vencimento.
Dados:
S  R$500.000,00
n  7meses
S 500.000,00
P   R$413.223,14
1  in 1  0,03 x7

1.4 Exercícios de Fixação


1) Um capital de R$ 80.000,00 é aplicado à taxa de 2,5% ao mês durante um trimestre.
Pede-se determinar o valor dos juros acumulados neste período.
Resposta: R$ 6.000,00

2) Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de 6% ao mês


durante nove meses. Ao final deste período, calculou em R$ 270.000,00 o total dos juros
incorridos na operação. Determinar o valor do empréstimo.
Resposta: R$ 500.000,00.

3) Um capital de R$ 40.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 11 meses,


produzindo um rendimento financeiro de R$ 9.680,00. Pede-se apurar a taxa de juros
oferecida por esta operação.
Resposta: 2,2% ao mês.

5
4) Uma aplicação de R$ 250.000,00, rendendo uma taxa de juros de 1,8% ao mês produz,
ao final de determinado período, juros no valor de R$ 27.000,00. Calcular o prazo da
aplicação.
Resposta: 6 meses.

5) Uma empresa aplicou R$ 2.000.000,00 no dia 15/07/2001 e resgatou essa aplicação no


dia 21/07/2001 por R$ 2.011.000,00. Qual foi a taxa de juros simples mensal de rendimento
proporcionada por essa operação?
Resposta: 2,75% ao mês.

6) Qual o montante de um capital de R$ 600,00, a 18% ao ano, durante 8 meses.


Resposta: R$ 672,00.

7) Em quanto tempo um capital pode produzir juros iguais a 50% do seu valor, se aplicado
a 3,755% ao mês.
Resposta: 13,32 meses.

8) Em quanto tempo um capital aplicado a 48% ao ano dobra o seu valor?


Resposta: 25 meses.

9) A que taxa de juros um capital aplicado durante 10 meses rende juros iguais a ¼ do seu
valor?
Resposta: 2,5% meses.

10) O valor de resgate de um título é 140% maior que o valor da aplicação. Sendo de 30%
ao ano a taxa de juros simples, pede-se calcular o prazo da aplicação.
Resposta: 56 meses.

2. Taxa Proporcional e Taxas Equivalentes.

2.1 Taxa Proporcional: é a relação entre a taxa de juros considerada na operação e o


número de vezes em que ocorrerão os juros.
Exemplo:
18%.a.a
18%
 1,5%
12

2.2 Taxa Equivalente: duas taxas são equivalentes quando, referindo-se a períodos de
tempo diferentes, fazem com que um capital produza o mesmo rendimento, em mesmo
intervalo de tempo.
No sistema de capitalização simples a taxa equivalente é também a taxa proporcional.

6
Exemplo:
P  R$500.000,00
I1  2,5%.a.m
I 2  15%.a.s.
n  1.ano.
P  500.000,00 x0,025 x12  R$150.000,00
P  500.000,00 x0,15 x2  R$150.000,00

2.2 Exercícios Resolvidos

Calcular a taxa mensal proporcional de juros simples de:


a)14,4% ao ano; b)6,8% ao quadrimestre; c)11,4% ao semestre;
d)110,4% ao ano; e)54,72% ao biênio.
Resposta:
4,4% 6,8% 11,4%
a)  1,2%..a.m ; b)  1,7%..a.m ; c)  1,9%..a.m
12 4 6
110,4% 54,72%
d)  9,2%..a.m e)  2,28%..a.m
12 24

2.3 Exercícios de Fixação


1) Calcular a taxa mensal proporcional de juros de:
a) 36% ao ano;
Resposta: 3% ao mês.
b) 6,8 % ao quadrimestre;
Resposta: 1,7% ao mês.
c) 110,4% ao ano;
Resposta: 9,2% ao mês.
d) 54,72% ao biênio.
Resposta: 2,28% ao mês.

2) Calcular a taxa trimestral proporcional a juros de:


a) 120% ao ano;
Resposta: 30% ao trimestre.
b) 3,2% ao quadrimestre
Resposta: 2,4% ao trimestre
c) 1,5% ao mês.
Resposta: 4,5% ao trimestre

3) Determinar a taxa de juros simples anual proporcional às seguintes taxas:


a) 2,5% ao mês:
Resposta: 30% ao ano.
b) 56% ao quadrimestre;
Resposta: 168% ao ano.
c) 12,5 para 5 meses.
Resposta: 30% ao ano.

7
4) Calcule a taxa de juros proporcional para 10 dias:
12% para 20 dias; 16% para 8 dias; 20% ao mês.
Resposta: 6% para 10 dias; 20% para 10 dias; 6,67% para 10 dias.

5) Calcular o montante de R$ 85.000,00 aplicados por:


a) 7 meses à taxa linear de 2,5% ao mês;
Resposta: R$ 99.875,00
b) 9 meses à taxa linear de 11,6% ao semestre;
Resposta: R$ 99.790,00
c) 1 ano e 5 meses à taxa linear de 21% ao ano.
Resposta: R$ 110.287,50

4. Equivalência de Capitais em Juros Simples


4.1 Conceito: dois ou mais capitais representativos, dizem-se equivalentes quando, a uma
determinada taxa de juros, produzem resultados iguais em uma data comum.

Por exemplo: uma capital de R$ 1.000,00 hoje equivale a um capital de R$ 1.200,00, daqui
a dois meses, caso seja utilizada uma taxa de 10% ao mês. Graficamente, temos:

R$1.000,00 R$ 1.200,00

Isto é, o capital de R$1.200,00 daqui a dois meses, valem hoje, o valor de R$1.000,00. ou
seja:
VA = valor atual
VF = valor futuro
VF  VA(1  in)  1.000,00.(1  0,1x2)  R$1.200
VF = R$ 1.200,00.

1 1
VA  VF.  1.200.  R$1.000,00
1  in  1  0,1x2
VA = R$ 1.000,00.

4.2 Exercícios Resolvidos


1) Determinar se R$ 1.400,00 vencíveis daqui a 8 meses é equivalente a se receber hoje
R$1.000,00, à uma taxa de juros simples de 5% ao mês.

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Na data focal igual a zero (hoje), temos:

8
1 1
VA  VF.  1.400.  R$1.000,00
1  in  1  0,5x8
VA = R$ 1.000,00

2) Dois títulos de R$ 1.000,00, cada um, exigíveis em 3meses e 4 meses, respectivamente


serão substituídos por dois novos títulos, de mesmo valor nominal, para 5 meses e 6 meses,
respectivamente. Sendo de 2% a taxa de desconto comercial, calcular o valor nominal dos
novos títulos.

2 x R$ 1.000,00

0 1 2 3 4 5 6

T T

Na data Focal 0 (hoje), temos:

VA3  VA4  VA5  VA6


1.000.(1  0,02 x3)  1.000(1  0,02 x4)  T (1  0,02 x5)  T (1  0,02 x6)
943,40  925,93  090909 T  0,89285T
1.869,33  1,80194T

Nas questões de equivalência de capitais pelos conceitos de juros simples, é


importante ressaltar que os prazos não podem ser desmembrados (fracionados) sob pena de
alterar os resultados. Em outras palavras, dois ou mais capitais equivalentes deixam de
produzir os mesmos resultados, na data estabelecida, ao fracionar os seus prazos. Por
exemplo, utilizando dados da questão 1, caso se determine que o quarto mês (data focal 4)
seja a nova data, os valores de R$1.000,00 e R$1.400,00, capitalizados ou atualizados,
respectivamente, para nova data focal, resultariam em valores diferentes, ou seja:

0 1 2 3 4 5 6 7 8
VF  1.000,00(1  0,05 x4)  R$.1.200,00

1.400,00
VA   R$1.166,66
1  0,05 x4

9
Na prática, em questões relacionadas com equivalência de capitais no regime de
juros simples, a determinação da data focal deve ser definida (negociada), naturalmente,
entre as partes.

4.3 Exercício de Fixação


1) Uma mercadoria é oferecida num magazine por R$ 130,00 a vista, ou nas seguintes
condições: 20% de entrada e um pagamento de R$ 106,90 em 30 dias. Calcular a taxa linear
mensal de juros que está sendo cobrada.
Resposta: 2,79% ao mês.

2) Uma aplicação de R$ 15.000,00 é efetuada pelo prazo de 3 meses à taxa de juros simples
de 26% ao ano. Que outra quantia deve ser aplicada por 2 meses à taxa linear de 18% ao
ano para se obter o mesmo rendimento financeiro.
Resposta: R$ 32.500,00

3) Uma TV em cores é vendida nas seguintes condições:


 Preço a vista = R$ 1.800,00;
 Condições a prazo = 30% de entrada e 1306,00 em 30 dias.
Determinar a taxa de juros simples cobrada na venda a prazo.
Resposta: 3,65% ao mês.

4) Um negociante tem as seguintes obrigações de pagamento com um banco:


 R$ 18.000,00 vencíveis em 37 dias;
 R$ 42.000,00 vencíveis em 83 dias;
 R$ 100.000,00 vencíveis em 114 dias.
Com problemas de caixa nestas datas deseja substituir este fluxo de pagamentos pelo
seguinte esquema:
 R$ 20.000,00 em 60 dias;
 R$ 50.000,00 em 100 dias;
 Restante em 150 dias.
Sendo de 3,2% ao mês a taxa de juros adotada pelo banco nestas operações, pede-se
calcular o valor do pagamento remanescente adotando como data focal o momento atual.
Resposta: R$ 94.054,23

5) Uma máquina calculadora está sendo vendida a prazo nas seguintes condições:
 R$ 128,00 de entrada;
 R$ 192,00 em 30 dias;
 R$ 192,00 em 60 dias.
Sendo de 1,1% ao mês a taxa linear de juros, pede-se calcular até que preço é interessante
comprar a máquina à vista.
Resposta: R$ 505,78

6) Um poupador com certo volume de capital deseja diversificar suas aplicações no


mercado financeiro. Para tanto, aplica 60% do capital numa alternativa de investimento que
paga 34,2% ao ano de juros simples pelo prazo de 60 dias. A outra parte é investida numa
caderneta de poupança por 30 dias, sendo remunerada pela taxa linear de 3,1% ao mês. O

10
total dos rendimentos auferidos pelo aplicador atinge R$ 1.562,40. Pede-se calcular o valor
de todo o capital investido.
Resposta: R$ 33.527,90
7) Um empréstimo de R$ 42.000,00 foi tomado por determinado prazo a uma taxa linear de
7% ao mês. Em determinado momento o devedor resgata este empréstimo e contrai outro
no valor de R$ 200.000,00 pagando 5% de juros simples ao mês por certo prazo. Após dois
anos de ter contraído o primeiro empréstimo, o devedor liquida sua dívida remanescente. O
total dos juros pagos nos dois empréstimos tomados atinge R$ 180.000,00. Pede-se calcular
os prazos referentes a cada um dos empréstimos.
Resposta: x1= 8,5 meses; x2 = 15,5 meses.
5 Valores Nominal e Atual
5.1 Valor Nominal: O valor nominal é o valor de resgate, ou seja, é o valor definido
para um título em sua data de vencimento.

Nota:
1) O valor nominal está, geralmente, atribuído a um título, seja ele emitido por uma pessoa
física ou uma pessoa jurídica. Como exemplos de títulos, temos: as Notas Promissórias, as
Duplicatas, as Letras de Câmbio, etc.
2) O valor nominal ou valor de resgate surge da concretização de uma dívida, pois ele é o
próprio montante da dívida, por exemplo: uma pessoa que empresta R$ 1.000,00 a juros de
10% ao mês para ser pago daqui a 8 meses, recebe uma Nota Promissória, do devedor, no
valor de R$ 1.800,00, ou seja:

R$ 1.800,00

i = 10% ao mês

8 meses
R$ 1.000,00

S  P(1  in)

S  1.000,00(1  0,10 x8)  R$1.800,00

Nota: o valor que será estampado na nota promissória é o montante que o devedor deverá
liquidar daqui a 8 meses.

5.1.2 Valor Atual: o valor de uma dívida numa data anterior a sua data de vencimento,
chama-se valor atual da dívida naquela data (anterior). Graficamente temos:

VA0 VA1 VA2 VA3


0 1 2 3 4

11
S
VA0 
1  4i 
S
VA1 
1  3i 
S
VA2 
1  2i 
S
VA3 
1  1i 

6. Desconto Simples

6.1 Conceito: de um modo geral, podemos dizer que desconto é uma recompensa dada a
um devedor de título que liquida, isto é, paga este título em data antecipada.

O valor descontado (Vd) do título é obtido pela diferença entre o seu valor
nominal (S) e o desconto (D) calculado, ou seja:
Vd  S  D
S  Vd  D
D  S  Vd
A operação de desconto se dá tanto no regime de juros simples quanto no regime
de juros compostos, identificando nestes regimes, as mesmas modalidades, que são: o
desconto racional (desconto por dentro) e o desconto comercial ou bancário (desconto por
fora).

6.2. Desconto Racional Simples.


O desconto racional, também chamado de desconto “por dentro” incorpora os conceitos e
relações básicas de juros simples. Esta modalidade de desconto é obtida pelo produto do
valor descontado (valor atual na data da liquidação), da taxa periódica de juros e do prazo
do desconto (períodos de juros que restam para o vencimento do título), ou seja:
Dr  Vd .i.n

Dr  S  Vd
Vd .i.n  S  Vd
Vd .i.n  Vd  S Vd (1  in)  S

S
Vd 
1  in 

12
Na prática, o valor nominal, também chamado de valor de resgate, vem
definido no título. Assim, para facilitar os cálculos, deduz uma formula que o desconto em
função do valor nominal.

Dr  S  VD

S S (1  in)  S Sin
Dr  S  VD  S   
1  in 1  in 1  in
Sin
Dr 
1  in

6.2.1Exercícios Resolvidos
1) Seja um título de valor nominal de R$ 10.000,00, vencível em um ano, que está sendo
liquidado, dois meses antes do seu vencimento. Sendo de 72% ao ano a taxa nominal de
juros corrente, pede-se calcular o desconto e valor descontado desta operação, utilizando a
modalidade de desconto racional.

Solução: graficamente:

S= R$ 10.000,00

Vd= ?

2 meses
i = 72% ao ano = 6% ao mês

Sin 10.000,00 x0,06 x2


Dr    R$1.071,42
1  in 1  0,06 x2
VD  S  DR  10.000,00  1.071,42  R$.8.928,58

2) Determinar a taxa mensal de desconto racional de um título negociado 60 dias antes do


seu vencimento, sendo seu valor de resgate igual a R$ 26.000,00 e valor atual na data do
desconto de R$ 24.436,10.

Dr  S  VD  26.000,00  24.436,10  R$1.563,90

Dr 1.563,90
Dr  VD i.n  i    3,2%.a.m
VD n 24.436,10 x2

6.2.2 Exercício de Fixação

13
1) Uma duplicata de $ 70.000,00, vencível em 90 dias, foi descontada por um banco à taxa
de 2,70% ao mês. Calcular o valor líquido creditado ao cliente. De acordo com conceito
desconto racional ou “por dentro”.
Resposta: R$ 64.754,86

2) Calcular o valor do desconto por dentro, de um título de $ 100.000,00, com 115 dias a
vencer, sabendo-se que a taxa de juros é de 3% ao mês.
Resposta: R$ 10.313,90

3) Sabendo-se que o desconto de uma duplicata no valor de $25.000,00, com 150 dias a
vencer, gerou um crédito de $22.075,06 na conta do cliente, determinar a taxa de juros, de
acordo com conceituação de desconto racional.
Resposta: 2,65% ao mês.

4) Dois títulos, nos valores de $ 10.000,00 cada, foram descontados à taxa de 2,5% ao mês,
gerando um desconto de $ 1.000,00 para cada um deles. Calcular o prazo decorrido pelo
critério de desconto “por dentro”.
Resposta: 133 dias

6.3 Desconto Comercial Simples


Desconto comercial ou bancário é o mais amplamente utilizado no mercado
financeiro, principalmente nas operações de crédito bancário e comercial de curto prazo.
Esse desconto é obtido pela incidência direta sobre o valor nominal (valor de face) do
título. Observando assim, um maior volume de encargos financeiros, em relação ao
desconto racional que sua incidência se dá sobre o valor descontado (valor atual ).
O valor do desconto comercial ou bancário (Dc), no regime de capitalização
simples é determinado pelo produto do valor nominal do título (S), da taxa desconto(id) e
do prazo de antecipação definido (n), isto é:

Dc  S .id .n

Dc  S  Vd

S .id .n  S  Vd Vd  S  S .i.n  S (1  in)


Vd  S (1  in)

Para observar os valores dos descontos calculados pelos as duas modalidades de


desconto, foram utilizados exemplos da modalidade de desconto racional.

6.3.1 Exercícios Resolvidos


1) Seja um título de valor nominal de R$10.000,00 vencível em um ano, que está sendo
liquidado 2 meses antes de seu vencimento. Sendo de 72% ao ano a taxa nominal de juros
corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.

Solução: graficamente temos:

14
S = R$ 10.000,00

Vd= ?

2 meses
i = 72% a.a = 6% a.m

Dc  S .id .n  10.000,00 x0,06 x 2  R$1.200,00

Vd  S  Dc  10.000,00  1.200,00  R$8.800,00

Podemos, ainda, calcular o valor descontado pela seguinte fórmula:

Vd  S (1  in)  10.000,00(1  0,08 x 2)  R$8.800,00

2) Determinar a taxa de desconto comercial de um título negociado 60 dias antes do seu


vencimento, sendo seu valor de resgate igual a R$ 26.000,00 e o valor atual na data do
desconto de R$ 24.436,10.
Dc  S  Vd  26.000  24436 ,10  R$1.563,90
Dc 1.563,90
Dc  S .i.n  i    3%.a.m
Sxn 26.000 x 2

6.3.2 Exercício de Fixação


1) Uma duplicata de R$ 70.000,00, vencível em 90 dias, foi descontada por um banco à
taxa de 2,70% ao mês. Calcular o valor líquido creditado ao cliente. De acordo com
conceito desconto comercial ou “por fora”.
Resposta: R$ 64.330,00

2) Calcular o valor do desconto “por fora”, de um título de R$ 100.000,00, com 115 dias a
vencer, sabendo-se que a taxa de juros é de 3% ao mês.
Resposta: R$ 11.500,00

3) Sabendo-se que o desconto de uma duplicata no valor de R$ 25.000,00, com 150 dias a
vencer, gerou um crédito de R$22.075,06 na conta do cliente, determinar a taxa de juros, de
acordo com conceituação de desconto comercial.
Resposta: 2,34% ao mês

4) Dois títulos, no valor de R$ 10.000,00 cada um, foram descontados à taxa de 2,5% ao
mês, gerando um desconto de R$ 1.000,00 para cada um deles. Calcular o prazo decorrido
pelo critério de desconto “por fora”
Resposta: 120 dias

15
5) Determinar o valor nominal ou de face de um título, com 144 dias para o seu
vencimento, que descontado à taxa de 48% ao ano proporcionou um valor atual (valor
líquido creditado) de R$ 38.784,00. Sabe-se que a operação foi feita de acordo com o
conceito de desconto bancário ou comercial.
Resposta: R$ 48.000,00

6) Determinar quantos tempo faltam para o vencimento de uma duplicata, no valor de


R$9.800,00, que sofreu um desconto bancário de R$ 548,50, à taxa de 32% ao ano.
Resposta: 63 dias

7) Sendo de R$ 3.419,44 o valor do desconto racional ou “por dentro” de uma duplicata,


descontada à taxa de 3,55% ao mês, 120 dias antes do seu vencimento, calcular o valor do
seu desconto bancário.
Resposta: R$ 3.905,00
8) O valor descontado de um título é de R$ 32.000,00 tendo sido negociado 100 dias antes
do seu vencimento à taxa de desconto comercial de 30% ao ano. Determinar o valor
nominal deste título.
Resposta: R$ 34.909,10

9)Um financiamento, para aquisição de um veículo, para ser quitado em 18 prestações


mensais, iguais e consecutivas de R$ 9.470,00. No dia do vencimento da 10ª prestação,
após ter pago esta, o financiado propõe à financeira a quitação, nesta data, das 8 prestações
restantes. Sabendo-se que essa Financeira concede um desconto bancário ou “por fora” de
1,8% ao mês para pagamentos antecipados, calcular o valor do desconto total concedido.
Resposta: R$ 6.136,56

10) Uma instituição desconta comercialmente um título n dias antes de seu vencimento,
creditando o valor líquido de R$ 54.400,00 na conta do cliente. O valor de resgate deste
título é de R$ 63.000,00 tendo sido adotada a taxa de desconto comercial de 2,2% ao mês.
Pede-se determinar o prazo de antecipação deste título.
Resposta: 6,2 meses.

11) Uma empresa apresenta num banco, para desconto, três duplicatas no valor nominal de
R$ 19.000,00, R$ 42.000,00 e R$ 63.000,00, cada uma. Respectivamente, as duplicatas
foram descontadas 37 dias, 66 dias e 98 dias antes do vencimento. Sendo de 21,2% ao ano a
taxa de desconto, calcular o valor do desconto bancário e o valor líquido liberado à
empresa.
Resposta: R$ 5.695,73 e R$ 118.304,27

6.5 Desconto Comercial e Taxas Administrativas


É importante registrar que nas operações de desconto, que envolvem bancos comerciais,
são geralmente cobradas taxas adicionais de desconto que tem o intuito de cobrir eventuais
despesas operacionais e administrativas. Estas taxas são geralmente prefixadas, e incidem
sobre o valor nominal do título, ou seja:
Dc  S .id .n  SxT , onde T é a taxa administrativa cobrada pelas instituições financeira.

16
Dc  S .(id .n  T )

6.5.1 Exercício Resolvido


Uma duplicata de valor nominal de R$ 60.000,00 é descontada num banco dois meses antes
do seu vencimento. Sendo de 2,8% ao mês a taxa de desconto usada na operação, calcular o
desconto e o valor descontado. Sabe-se que o banco cobra 1,5% sobre o valor nominal do
título, descontado integralmente no momento da liberação dos recursos, como despesa
administrativa.
Dc  S .(id .n  T )  60.000,00(0,028 x2  0,015)  R$4.260,00
Vd  S  Dc  60.000,00  4.260,00  R$.55.740,00

6.5.2 Exercício de Fixação


1) Um banco desconta um título de valor nominal de R$ 16.000,00 80 dias antes do seu
vencimento. Nesta operação, o banco cobra 39% ao ano de taxa de desconto comercial e
2% de despesa administrativa. Calcular o valor líquido liberado ao cliente e a taxa efetiva
mensal linear desta operação.
Resposta: R$ 14.293,33 e 4,48% ao mês.

3) Um banco credita na conta do seu cliente a quantia de R$27.000,00, proveniente do


desconto de um título, efetuado 80 dias antes do seu vencimento. Sendo de 2,85% ao mês a
taxa de desconto e de 1,5% a taxa administrativa cobrada pelo banco, pede-se determinar o
valor nominal deste título.
Resposta: R$ 29.702,97

17
II. REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

2. Conceito
O regime de capitalização composta é aquele em que a taxa de juros incide sobre o capital
inicial, acrescido dos juros acumulados até ao período anterior.

3. Fórmulas de Montante e Juros compostos


Para definirmos a fórmula de montante e de juros vamos partir do seguinte exemplo:
Qual é o valor acumulado de um capital de R$ 1.000,00, aplicado a taxa de juros de 2% ao
mês, durante 3 meses.
Mês Capital Taxa Juros Montante
1 1.000,00 2% 20,00 1.020,00
2 1.020,00 2% 20,40 1.040,40
3 1.040,40 2% 20,81 1.061,21

S1  P  Pi  P(1  i)
S 2  S1  S1i  S1 (1  i)  P(1  i).(1  i)  P(1  i) 2
S 3  S 2  S 2 i  S 2 (1  i)  P(1  i) 2 .(1  i)  P(1  i) 3
Analogamente, podemos expressar os juros e o montante como:

S n  P(1  i) n
 
J  S  P  P(1  i) n  P  P 1  i   1
n

No exemplo anterior teríamos:


R$ 1.061,21

0 1 2 3

S  P(1  i) n  1.000,00(1  0,02) 3  R$1.061,21


J  S  P  1.061,21  1.000,00  R$61,21

18
3.1 Exercício de Fixação
1) Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto deverá ela depositar
hoje numa alternativa de poupança que rende 1,7% de juros composto ao mês?
Resposta: R$ 22.463,70

2) Qual valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8


meses à taxa de juros composta de 3,5% ao mês?
Resposta: R$ 15.801,71

3) Determinar a taxa mensal de juros composta de uma aplicação de R$ 40.000,00 que


produz um montante de R$ 43.894,63 ao final de um quadrimestre.
Resposta: 2,35% ao mês.

4) Uma aplicação de R$ 22.000,00, efetuada em certa data produz, à taxa composta de juros
de 2,4% ao mês, um montante de R$ 26.596,40 em certa data futura. Calcular o prazo da
operação.
Resposta: 8 meses

5) Determinar o juro pago de um empréstimo de R$ 88.000,00 pelo prazo de 5 meses à taxa


de composta de 4,5% ao mês.
Resposta: R$ 21.664,02

6) No fim de quanto tempo o capital de R$ 500,00, a 10% ao ano, e o capital de R$ 400,00,


a 12% ao ano, produzirão montantes iguais?
Resposta: 12 anos, 4 meses e 18 dias.

4. Taxa Nominal, Equivalente e Efetiva.


4.1 Conceito
4.1.1 Taxa Nominal: é a taxa onde possui sua unidade de tempo diferente a unidade de
tempo de capitalização.
4.1.2 Taxa Equivalente: duas ou mais taxas dizem-se equivalentes quando empregada a
um capital, produzem os mesmos resultados, em certa data.
Seja
ia = taxa anual
im = taxa mensal
P = capital empregado
n= 1 ano = 12 meses
S1  P(1  ia )
S 2  P(1  im )12

S1  S 2  P(1  ia )  P(1  im )12

19
ia  1  im   1
12

4.1.2.1 Exercício Resolvido


1) Capitalizar as seguintes taxas:
a) 2,3% ao mês para um ano; b) 0,14% ao dia para 23 dias;
c) 7,45% ao trimestre para um ano; d) 6,75% ao semestre para um ano
e) 1,87% equivalente a 20 dias para um ano;
Resposta
a) i  1  im   1  1  0,023  1  31,37%.a.a
12 12

b) i  1  0,0014   1  3,27%. para..23.dias


23

c) i  1  0,0745   1  3330%.a..a.
12 / 3

d )..i  1  0,0675   1  13,96%.a.a.


12 / 6

e)..i  1  0,0187   1  39,58%.a.a


360 / 20

4.1.2.2 Exercício de Fixação


1) Qual taxa trimestral de juro equivalente a 22% ao ano?
Resposta: 5,097% ao trimestre
2) Um capital foi aplicado 1,5% ao mês. Qual a taxa anual equivalente?
Resposta: 19,56% ao ano
3) Qual a taxa de juros anual equivalente a 33,4840% para 5 meses?
Resposta: 100% ao ano
4) Um banco lança um título de pagando 6% a.t. Se uma pessoa necessitar de R$ 58.000,00
daqui a 3 anos, quanto deverá aplicar neste título?
Resposta: R$ 28.824,22

4.1.3 Taxa Efetiva


È a taxa que foi realmente utilizada na operação

4.1.3.1 Exercício Resolvido


1) Taxa nominal de 32% a.a capitalizado trimestralmente.
Taxa nominal = 32% a.a
Taxa linear proporcional = 32% 4  8%a.t
Taxa efetiva = 1  0,08  36,05%.a.a .
4

2) Taxa nominal de 30% ao semestre capitalizado mensalmente


Taxa nominal = 30% ao semestre
Taxa linear proporcional = 30% 6  5%a.m
Taxa efetiva = 1  0,05  34%.a.a
6

4.1.3.2 Exercício de Fixação

20
1) Um título esta pagando uma taxa efetiva de 2,85% ao mês. Para um mês de 30 dias,
transformar esta remuneração em taxa nominal (linear)
Resposta: 2,81% ao mês

2) Para cada taxa nominal apresentada a seguir, pede-se calcular a taxa efetiva anual:
a) 9% ao ano capitalizado mensalmente.
Resposta: 9,38% ao ano
b) 14% ao ano capitalizado trimestralmente
Resposta: 14,75% ao ano
3) Uma instituição financeira para juros de 24% ao ano, capitalizado trimestralmente.Qual a
taxa efetiva?
Resposta: 26,24% ao ano

4) Calcular a taxa nominal e efetiva anual correspondente a 2% ao mês.


Resposta: 24% ao ano e 26,82% ao ano
5) Calcular os juros do capital de R$1.000,00, colocado por 4 anos, a 20% ao ano
capitalizado semestralmente.
Resposta: R$ 1.143,59

6) Qual montante do capital equivalente a R$500,00, a 10% ao ano, capitalizado


mensalmente, em 2 anos?.
Resposta: R$ 610,20

8) Um empréstimo de R$ 2.000,00 deverá ser resgatado no fim de 3 anos com juros de 15%
ao ano capitalizado trimestralmente. Qual o valor do resgate?
Resposta: R$ 3.110,90

9) Em quanto tempo um capital dobrará de valor a 18% ao ano capitalizado


trimestralmente?
Resposta: 3 anos, 11 meses e 6 dias

10) Qual a taxa de juros anual que, capitalizados semestralmente, faz com que o capital de
R$ 2.500,00 produza R$ 2.000,00 de juros em 3 anos e 6 meses?
Resposta: 17,52% ao ano

5. Equivalência de Capitais em Juros Compostos


No regime de juros compostos, ao contrário do regime de juros simples, o prazo de uma
operação pode ser desmembrado (fracionado), sem que isso altere os resultados do valor
presente e valor futuro calculados.
Para uma melhor compreensão, apresentaremos as seguintes questões:

5.1Exercícios Resolvidos
1) Uma pessoa necessita saber se o recebimento de R$ 1.000,00 hoje, é equivalente a
receber, após 4 meses o valor de R$ 1.464,10, a uma taxa de juros composta de 10% ao
mês.
R$ 1.000,00 R$ 1.464,10

21
0 1 2 3 4

Na data focal 0, temos:


1
VA  1.464,10.  1.000,00
(1  0,1) 2
VA = R$ 1.000,00
Por tanto, para essa pessoa tanto faz receber hoje R$1.000,00 ou daqui a 4 meses o valor de
R$1.464,10, caso utilize uma taxa de juros composta de 10% ao mês. Como já foi
mencionado, o desmembramento do prazo não afeta os resultados. Desse modo, observe
que ao mudar para data focal 2 o valor da capitalização de R$ 1,000,00 é equivalente a
descapitalização de R$ 1.464,10. Ou seja:

R$ 1.000,00 R$ 1.464,10

0 1 2 3 4

VF  P(1  i ) n
VF  1.000,00(1  0,1) 2
VF  R$1.210,00
1 1
VA  Sx  1.462,10 x  1.210,00
(1  i) n
(1  0,1) 2
VF  R$1.210,00

2) um investidor, devedor de dois títulos de R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00, vencíveis daqui a 3


meses e 6 meses, respectivamente, deseja trocar por um outro com vencimento daqui a 5
meses. Sabendo-se que a taxa de juros compostos é de 10% ao mês, determinar o valor do
novo título.
1.000,00 2.000,00

0 1 2 3 4 5 6

T
Na data focal 5, temos:

T  VF5  VA5
1
T  1.000,00(1  0,1) 2  2.000,00 x
(1  0,1)
T  1.210,00  1.818,18  3.028,18
T  R$3.028,18

22
3) um imóvel está sendo vendido a vista pelo preço de R$ 1.000,00 e a prazo em duas
parcelas: uma de R$ 500,00 e a outra de R$ 700, em 2 meses e 3 meses, respectivamente.
Um investidor que possuísse a quantia de R$ 1.000,00 e podendo aplicá-la a uma taxa de
10% ao mês, escolheria qual a modalidade de pagamento?

R$ 1.000,00

0 1 2 3

500,00 700,00
na data focal zero, os valores de R$ 500,00 e R$ 700,00 atualizados deveriam ser iguais
para que fosse indiferente para o investidor comprar o imóvel a prazo ou a vista, ou seja:
1.000,00  VA2  VA3
1 1
VA  500,00 x  600,00 x
1  0,12
1  0,13
VA  413,22  525,92  939,14
VA  R$939,14

Para o investidor é melhor comprar a prazo, podendo aplicar a quantia de R$1.000,00, a


uma taxa de juros composta de 10%, dessa forma, o montante gerado pagará os valores das
parcelas com saldo.

5.2 Exercício de Fixação


1) Uma loja está oferecendo um produto no valor de R$ 900,00 com desconto de 12% para
pagamento a vista. Outra opção de compra é pagar os R$ 900,00 após 30 dias sem
desconto. Calcular o valor efetivo mensal a prazo.
Resposta: 13,64% ao mês

2) João tem as seguintes obrigações financeiras com Pedro:


a) dívida de R$ 18.200,00 vencível no fim de um mês
b) dívida de R$ 23.300,00 vencível no fim de 5 meses
c) dívida de R$ 30.000,00 vencível no fim de 10 meses.
Prevendo dificuldades no pagamento desses compromissos, João propõe substituir este
plano original por dois pagamentos iguais, vencendo o primeiro de hoje a 12 meses e o
segundo no fim de 15 meses. Determinar o valor desses pagamentos para uma taxa de
juros de 2,8% ao mês.
Resposta: R$ 44.068,10

3) Uma pessoa deve a outra a importância de R$ 12.400. Para liquidação da dívida, propõe
os seguintes pagamentos: R$ 3.500,00 ao final de 2 meses; R$ 4.000,00 ao final de 5
meses; R$ 1.700,00 ao final de 7 meses e o restante em um ano. Sendo de 3% a taxa efetiva
de juros cobrada no empréstimo, pede-se calcular o valor do último pagamento.
Resposta: R$ 6.085,47

23
4) Uma dívida tem o seguinte esquema de pagamento: R$ 3.900,00 vencíveis em 3 meses a
partir de hoje e R$ 11.700,00 de hoje a 5 meses. O devedor propõe ao credor refinanciar
esta mediante 5 pagamentos bimestrais, iguais e sucessivos, vencendo o primeiro de hoje a
um mês. Sendo de 2,1% ao mês taxa de juros da dívida original e 3% ao mês a taxa a ser
considerada no refinanciamento, pede-se determinar o valor de cada pagamento bimestral.
Resposta: R$ 3.283,06.

6. Inflação: Correção Monetária, Taxa Aparente e Taxa Real.


6.1 Conceito
A inflação é a elevação generalizada dos preços dos produtos e serviços.

6.2 Correção Monetária


Este conceito levou o nosso país a atualizar os ativos da economia, algumas décadas atrás,
utilizando-se da correção monetária.

Historicamente teve início com a publicação da Lei nº 4.506 de 1964, esta lei previa que no
exercício seguinte, os valores expressos em cruzeiros da legislação do imposto renda,
seriam atualizados anualmente em função de coeficiente de correção monetária estabelecida
pelo Conselho de Nacional de Economia. Desde que os índices de preços alcançassem um
patamar acima de 10% no ano ou 15% no triênio.

Os indexadores da economia do período de 1964 a 1994 foram: as variações das ORTN


(Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), as variações das OTN (Obrigações do
Tesouro Nacional) e a UFIR (unidade Fiscal de Referência).

Passado aquele tempo de inflação “galopante”, vivenciamos hoje, um cenário econômico


de reduzida taxa de inflação, porém, é indispensável, caso queira utilizar corretamente as
técnicas da Matemática Financeira, mensurar o componente inflacionário embutido nas
várias taxas aparentes praticadas na economia. Assim sendo, é importante observar como se
evolui a inflação na economia.

6.3 Comportamento da Inflação na economia


O comportamento da inflação se desenvolve de maneira exponencial, isto é, ocorre um
aumento de preço sobre um valor que já incorporou acréscimos apurados em períodos
anteriores.

Por exemplo, admita 2%, 3% e 4%, respectivamente, as taxas de inflação ocorrida nos três
primeiros meses de um certo ano. Um ativo que no início do ano valia R$ 10.000,00, caso
fosse corrigido por esses índices, apresentaria os seguintes valores ao final de cada mês:
Mês1  10.000 x1,02  10.200,00
Mês2  10.200,00 x1,03  10.506,00
Mês3  10.200,00 x1,04  10.926,24

24
O incremento do valor do ativo no final do trimestre é calculado pela relação seguinte:
10.926,24
Ic   1  0,0926
10.000,00
I c  9,26% no período.
Podendo ser também calculado em função dos valores dos índices pela relação abaixo:

I c  1  0,02 1  0,031  0,4  1

6.4 Medição da Inflação através de índices


Um outro modo de observar a evolução da inflação na economia é utilizando os índices de
preços fornecidos e calculados por diversas instituições. Os principais índices de preços
são: IGP da (FGV) que é compostos por três índices (IPA, IPC e INCC), IPC da FIPE, ICV
do DIEESE, etc...
Ilustrativamente, a seguir, relacionaremos de forma fictícia os valores do Índice Geral de
preços (IGP) da Fundação Getúlio Vargas referentes aos meses de junho a dezembro.

Mês Junho Julho Agosto setembro outubro novembro Dezembro


IGP 120 132 140 145 142 146 150
Pela evolução destes índices, pode ser constatado com os preços gerais da economia
variaram no período.

Por exemplo, o valor da inflação ocorrido no segundo semestre, medido por esses valores
fictícios, está refletido nos valores dos meses de junho e dezembro, ou seja:

 150 
Inflação do semestre:   1  25%
 120 

Em outras palavras, os preços nesse período (semestre) cresceram 1,25, indicando uma
evolução de 25%.

A inflação do trimestre (outubro, novembro e dezembro), utilizando o mesmo raciocínio,


alcançou um patamar de:

 150 
Inflação do trimestre:   1  3,45%
 145 

Observa-se, que no mês de outubro houve uma deflação de aproximadamente 2%,


apontando com isso, uma diminuição nos preços gerais da economia.

Utilizando o raciocínio exemplificado, podemos retirar uma fórmula para medir a taxa de
inflação a partir de índices de preços, pela expressão abaixo:

25
 P 
I   n  1
 Pn t 
Onde, I é a taxa de inflação obtida, P é o índice de preço utilizado, n é data de determinação
da taxa de inflação e n-t é o período anterior considerado.

6.5 Taxa Aparente e Taxa Real


Quando relacionamos valores monetários de dois ou mais períodos em um ambiente
inflacionário, defrontamos com o problema de diferentes níveis do poder aquisitivo da
moeda.
Por exemplo, admita que uma pessoa incorporou ao seu patrimônio um imóvel no valor de
R$ 50.000,00, em uma certa data. Após 12 meses revendeu o imóvel por R$ 70.000,00,
neste período a inflação alcançou um patamar de 50%.

Observe que a revenda ocasionou um ganho aparente de 40%, como a inflação do período
foi de 50%, o poder de compra que essa pessoa possuía, há 12 meses (R$50.000,00),
diminuiu em relação ao valor da revenda (R$ 70.000,00). Esta queda do poder aquisitivo da
moeda é denominada de taxa de desvalorização da moeda, podendo ser calculada pela
seguinte expressão:
I
idm 
1  I 
onde idm é a taxa de desvalorização da moeda e I é a taxa de inflação do período.

Ilustrativamente, para uma melhor compreensão, se em um determinado período os preços


aumentarem 100%, se concluí que o poder aquisitivo da moeda neste período reduziu para
50%.

Em um contexto inflacionário é importante identificar nas taxas aparentes declaradas nas


operações o valor embutido do componente inflacionário.

O conceito de taxa real ou ganho real é na realidade o expurgamento desse valor


inflacionário.

Para uma melhor compreensão, admita que um título está sendo remunerado a 15% no
período, sendo que nesse período a inflação atingiu o valor de 10%. Logo, quem aplicou,
neste título, R$1.000,00 no início do período, obteve um rendimento de R$ 150,00
totalizando um montante de R$ 1.150,00. Entretanto, como a inflação do período foi de
10% qualquer ativo corrigido daria um valor reajustado de R$ 1.100,00, daí pode-se
concluir que o investidor conseguiu um ganho acima da inflação de R$ 50,00, em termos
percentuais, temos:

26
 50,00 
iRe al    x100  4,5454 %
 1.100,00 
podendo também ser calculado da seguintes forma:
 1.150,00   1.000 (1  0,15  
iRe al    1     1 x100
 1.100,00   1.000 (1  0,10)  
 1,15 
iRe al    1 x100  4,5454 %
 1,10 
 1  ino min al 
iRe al    1 x100
 1 i 
 inf lação 

6.6.Exercício de Fixação
1) Uma aplicação rendeu 2,95% de taxa nominal em determinado mês. Sabendo que a
inflação da economia atingiu 2,2% e a moeda nacional foi desvalorizada em 1,8% em
relação ao dólar no mesmo período, determinar a rentabilidade real da aplicação em relação
a inflação interna e a variação cambial.
Resposta: 0,73% 1,13%

2) Qual o custo real mensal de uma operação de financiamento por 5 meses, sabendo-se que
os juros nominais cobrados atingem 2,8% ao mês e a inflação de todo o período foi de
12%?
Resposta: 2,5% p/5 meses; 0,496% ao mês.

3) Uma pessoa levanta um empréstimo para ser liquidado ao final de 4 meses, pagando uma
taxa real de juros de 20% ao ano. Determinar a taxa nominal equivalente mensal de juros
desta operação ao se prever, para cada um dos meses considerados, respectivamente, as
seguintes taxas de inflação: 1,5%, 1,2%, 2,2% e 1,7%.
Resposta: 13,45% ao quadrimestre, 3,2% ao mês.

4) Um banco oferece duas alternativas de rendimentos para aplicação em títulos de sua


emissão: a) taxa prefixada de 50% ao ano; Correção monetária pós-fixada mais juros de
20% ao ano. Qual a taxa de correção monetária anual que determina os mesmos
rendimentos para as duas alternativas?
Resposta: 25% no ano.

5) Um imóvel foi adquirido por R$3.000,00 em determinada data, sendo vendido por
R$30.000,00 quatro anos depois. Sendo a taxa de inflação equivalente em cada um desses
anos de 100%. Determinar a rentabilidade nominal e real anual desta operação.
Resposta: 77,83% ao ano; -11,09% ao ano.

6) Até abril de um ano, a inflação atingiu a 4,4%. Mantendo-se em 1,1% a taxa mensal de
inflação até o fim do ano, calcular a inflação acumulada do ano.

27
Resposta: 13,95%

7) Os índices gerais de preços (IGP) referentes aos seis primeiros meses de determinado
ano no Brasil foram:
Dezembro de x8 = 107,325; Janeiro de x9 = 108,785; Fevereiro de x9 = 110,039; Março de
x9 = 112,035; Abril de x9 = 114,614; Maio de x9 = 115,071; Junho de x9 = 118,090.
Calcular:
a) taxa de inflação dos meses de janeiro, fevereiro e março de x9;
b) inflação do primeiro trimestre de x9;
Respostas: a) 1,36%, 1,15%, 1,81 b) 4,39%
7. Desconto Composto

O desconto composto é aquele obtido em função de cálculos exponenciais. Também neste


regime são conhecidos dois tipos de descontos: desconto composto racional ou por “por
dentro” e o desconto composto comercial, também chamado de desconto composto “por
fora”. Ao contrário do regime simples, no regime composto a modalidade amplamente
empregada no mercado é do desconto composto racional que nada mais é que a diferença
entre o valor futuro (valor nominal) de um título e o seu valor atual (valor descontado),
determinado com base na capitalização composta.

7.2 Desconto Composto Comercial


O desconto composto comercial ou “por fora” é da pela seguinte fórmula:

DC  S 1  1  i D 
n

Exemplo: Qual o valor do desconto composto comercial de uma duplicata no valor de R$
10.000,00, com 90 dias para o seu vencimento, que foi descontada a uma taxa desconto de
10% ao mês?

DC  S 1  1  i D 
n

 
DC  10.000 1  1  0,10   10.000 (1  0,729 )  10.000 x  0,271
3

DC  R$2.710,00 .

7.3 Desconto Composto Racional


O desconto composto racional também chamado de desconto composto “por dentro”, como
foi mencionado, é obtido pela diferença entre o valor nominal ( valor de resgate) de um
título e o seu valor atual (valor descontado), ou seja:

Dr  S  Vd
S
Vd 
1  i n
Dr  S 
S


S (1  i ) n  S 
1  i n 1  i n

28
Dr 
 
S (1  i ) n  1
1  i n
Exemplo: Qual o valor do desconto composto racional de uma duplicata no valor de
R$10.000,00, com 90 dias para o seu vencimento, que foi descontada a uma taxa de 10% ao
mês?
Dr 

S (1  i ) n  1
1  i n
Dr = 10.000 [ (1+0,1)3 – 1 ] / (1+0,1)3
Dr = 10.000 x 0,331/ (1,331) = 10.000 x 0,248
Dr = R$ 2.480,00

7.3.1 Exercício de Fixação


1) Qual o valor máximo que uma pessoa deve pagar por um título de valor nominal de
R$82.000,00 com vencimento para 110 dias, se deseja ganhar 5% ao mês.
Resposta: R$ 68.567,73

2) Qual a taxa de juros composta efetiva de uma operação de um título descontado à taxa
“por dentro” de 69,6% ao ano 30 dias antes do vencimento?
Resposta: 62,30% para 11 meses
3) Uma empresa recebe um empréstimo de $ 10.000,00. Assume 3 notas promissórias no
valor de R$.1900,00, R$.4.200,00 e R$ 6.300,00, cada uma, para pagar no final de 5
meses, 7 meses e 10 meses respectivamente. Com 120 dias depois da operação a empresa
quita todos os seus débitos a uma taxa de desconto composto “por dentro” de 36% ao ano.
Determinar o valor liberado para a empresa e a taxa efetiva mensal.
Resposta: R$ 11.143,37; 2,7434% ao mês.

8 Rendas ou Anuidades
8.1 Conceito
Rendas ou anuidades são um conjunto de dois ou mais pagamentos (ou recebimentos),
realizáveis em épocas distintas, destinadas a constituir uma capital ou amortizar uma
dívida.

No intuito de aprofundarmos no desenvolvimento do assunto propriamente dito, se faz


necessário uma abordagem, de modo sucinta, sobre o conceito de fluxo de caixa.

O fluxo de caixa pode ser entendido como uma sucessão de recebimentos ou pagamentos,
em dinheiro, previstos para determinado período de tempo. A forma gráfica dessas saídas e
entradas de recursos é denominada de diagrama de fluxo de caixa.

No diagrama de fluxo caixa adotada-se algumas convenções: o eixo horizontal é


subdividido em períodos (dia, mês, ano, etc) orientados da esquerda para direita, de modo

29
que, em relação ao ponto no momento zero, os demais são considerados momentos futuros;
as entradas de recursos são orientadas com suas setas voltadas para cima e possuem valores
positivos; as saídas de recursos são orientadas com suas setas voltadas para baixo e
possuem valores negativos. Graficamente temos:

(+) entradas de recursos

período (dia, mês, trimestre, ano, etc)


0 1 2 3 4 5 6
(-) saídas de recursos
8.2 Classificação das Rendas
As rendas classificam-se das seguintes formas:

 Quanto à duração
Temporárias: são aquelas em que o número de termos é finito. Exemplo: um empréstimo
para ser pagos em dez prestações mensais.

Perpétuas: são aquelas em que o número de termos é infinito. Exemplo: aluguéis de


imóveis inalienáveis.

 Quanto à periodicidade
Periódicas: são aquelas em que o intervalo de tempo entre os pagamentos é constante.
Exemplo: uma dívida a ser paga em prestações anuais.
Não periódicas: são aquelas em que o intervalo de tempo entre os pagamentos não é
constante. Exemplo: um empréstimo que será pago em duas parcelas, sendo que, a primeira
será paga daqui a dois meses e segunda, daqui a dez meses.

 Quanto aos valores


Constantes: são aquelas que possuem os pagamentos (ou recebimentos) de valores iguais:
Exemplo: um empréstimo que será liquidado em dez prestações mensais de R$ 100,00.

Variáveis: são aquelas que possuem os pagamentos de valores diversos. Exemplo: uma
dívida que será liquidada em três parcelas, sendo que, a primeira é de R$ 100,00, a segunda
e a terceira de R$ 200,00 cada.

 Quanto ao vencimento
Antecipadas: são aquelas em que os pagamentos ocorrem no início de cada período.
Exemplo: qual o montante, no final do 3º mês, resultante da aplicação de quatro parcelas
mensais, iguais e consecutivas de R$ 1.000,00, a uma taxa de 2,5% ao mês, sabendo-se que
a primeira parcela será paga na data do contrato.

4 x R$ 1.000,00

0 1 2 3 (meses)

30
Postecipadas: são aquelas em os pagamentos ocorrem no fim de cada período. Exemplo:
qual o montante, no final do 4º mês, resultante da aplicação de quatro parcelas mensais,
iguais e consecutivas de R$ 1.000,00, a uma taxa de 2,5% ao mês, sabendo-se que a
primeira parcela será paga no fim do primeiro período.

4 x R$ 1.000,00

0 1 2 3 4 (meses)

Diferidas: são aquelas em que o primeiro pagamento ocorre após o fim do primeiro
período. Exemplo: qual o montante, no final do 7º mês, resultante da aplicação de quatro
parcelas mensais, iguais e consecutivas de R$ 1.000,00, a uma taxa de 2,5% ao mês,
sabendo-se que a primeira parcela será paga no fim do quarto período.

4x R$ 1.000,00

0 1 2 3 4 5 6 7 (meses)

8.3 Rendas Periódicas de Valores Iguais


As rendas periódicas de valores constantes são as mais realizadas na prática,
por isso, desenvolveremos suas principais fórmulas utilizando exemplos resolvidos.

8.3.1 Termos Postecipados


8.3.1.1 Fator de Acumulação de Capital (FAC)
Admita o seguinte exemplo: qual o montante no final do 4º mês, resultante da
aplicação de 4 prestações mensais, iguais e consecutivas de R$ 1.000,00, a uma taxa de 2%
ao mês, sabendo que o primeiro pagamento se dará no fim do primeiro período (rendas
postecipadas). Ou seja:

S=?
i = 2% ao mês

0 1 2 3 4 (meses)

o montante S será formado pela soma dos montantes parciais das parcelas 1, 2,3,4, até ao
quarto mês definido, ou melhor:

S = R . (1+0,02)3 =
S1 = 1.000,00 (1,02)3 = 1.000,00 x 1, 0612 = 1.061,12

31
S2 = 1.000,00 (1,02)2 = 1.000,00 x 1,0404 = 1.040,40
S3 = 1.000,00 (1,02) = 1.000,00 x 1,02 = 1.020,00
S4 = 1.000,00 (1,02)0 = 1.000,00 x 1 = 1.000,00
St = R$ 4.121,60

St = S1 + S2 + S3 + S4
St = 1.000,00 (1,02)3 + 1.000,00 (1,02)2 + 1.000,00 (1,02)1 + 1.000,00 (1,02)0
St = 1.000,00 [ (1,02)3 + (1,02)2 + (1,02)1 + (1,02)0]
St = 1.000,00[ (1,02)0 + (1,02)1 + (1,02)2 + (1,02)3]= 1.000,00 [ 1 + (1,02)1 + (1,02)2 + +
(1,02)3]
St = 1.000,00[ 1 + (1,02)1 + (1,02)2 + + (1,02)3] (I)

Nota-se que a expressão dentro dos colchetes é uma Progressão Geométrica de razão q
igual a (1,02) ,cujo o primeira termo é igual a 1, o número de termos n é igual 4, e a sua
soma é dada pela fórmula:

SPG = [(a1 x qn – a1)]/(q-1)


a1 = 1
q = 1,02
n=4

Dando valores :
SPG = [(1 x 1,024 – 1) ]/(1,02-1)
Substituindo em (I), temos

St = 1.000,00 x [( 1,024 – 1) ]/(0,02)] (II)

Substituindo os valores numéricos pelos símbolos correspondentes, temos:

S = montante total
R= prestações = R$ 1.000,00
i= taxa de juros = 0,02
n = número de prestações = 4

S = R x [( 1+i)4 – 1 ]/(i)] (III)

Em que a expressão [( 1+i)4 – 1 ]/(i)] é o Fator de Acumulação de Capital, podendo ser


representada por FAC(i,n), daí a expressão (III) passa ser escrita dessa forma:

S = R x FAC(i.n) (IV)

Podemos concluir, que o Fator de Acumulação de Capital (FAC), representa o


montante resultante da aplicação de n parcelas de uma unidade de capital qualquer (Real,
Cruzeiros, Dólar, etc), em determinado intervalo de tempo (dias, mês, anos, etc) e a uma
determinada taxa de juros.

Para ilustrar, utilizaremos a questão que deu origem a expressão do montante:

32
R= R$ 1.000,00
n=4
i = 2% ao mês = 0,02
S= ?

Utilizando a fórmula, chegamos ao mesmo valor esperado, ou seja:

S = 1.000,00 x [( 1,024 – 1) ]/(0,02)]


S = 1.000 x 4,12160

S = R$ 4.121,60

8.3.1.2 Fator de Formação de Capital (FFC)


O Fator de Formação de Capital (FFC) é obtido da fórmula do montante, ou seja:

S = R x [( 1+i)4 – 1 ]/(i)]

R= Sx {i/[(1+i)4 – 1]} (V)

Em que [i/(1+i)4 – 1] é o Fator de Formação de Capital (FFC), neste caso, a expressão (V)
pode ser escrita da seguinte forma:

R = S x FFC(i,n)
Para ilustrar, admita a seguinte questão: um poupador querendo liquidar uma dívida futura
de R$ 5.000,00, daqui a 5 meses, aplica em uma instituição uma certa quantia mensal, de
valores iguais e consecutivos, durante 5 meses a uma taxa de juros de 10% ao mês. Qual o
valor da quantia aplicada, sabendo-se que a primeira prestação será no final do primeiro
período?
R$ 5.000,00

0 1 2 3 4 5

R R R R R

R= Sx {i/[(1+i)4 – 1]}
R= 5.000 x {0,1/[(1+0,1)4 – 1]}

R = R$ 819,50

Exercício de Fixação
1) Qual o montante, no final de 8meses, referente a uma aplicação de R$ 1.000,00 por mês,
a taxa de 42,576% ao ano.

33
Resposta: R$ 8.892,34

2) Quanto deverá ser aplicado, a cada 2 meses, em um Fundo de Renda Fixa, à taxa de 5%
ao bimestre, durante 3 anos e meio, para que se obtenha, no final desse prazo, um montante
de R$ 175.000,00.
Resposta: R$ 4.900,00

3) Uma pessoa depositou anualmente, R$ 50,00 numa conta de poupança, em nome do


filho, a juros de 6% ao ano. O primeiro depósito foi feito no dia em que o filho completou 1
ano, e o último, por ocasião do seu 18º aniversário. O dinheiro ficou depositado até o dia
em que o filho completou 21 anos, ocasião em que o montante foi sacado. Qual foi o valor
do saque?
Resposta: R$ 1.840,46

4) O Sr. Humberto resolveu aplicar mensalmente a quantia de R$800,00 durante 5 anos, a


uma taxa de 42,576% ao ano. Além das aplicações mensais, o Sr Humberto fará uma
aplicação extra de R$ 3.000,00, no final de cada ano, isto é, no final do mês de dezembro,
aproveitando o 13º salário. Qual o valor do montante no final de 60º mês, sabendo-se que a
data-base é final de dezembro e que a primeira parcela será aplicada no final do mês
seguinte?
Resposta: R$ 164.909,96
5) O Sr. Miranda resolveu fazer 10 aplicações mensais, como segue:
a)5 prestações iniciais de R$ 1000,00 cada uma;
b)5 prestações restantes de R$ 2000,00 cada uma
Sabendo-se que essa aplicação proporcionará um rendimento de 2,75% ao mês, calcular o
saldo acumulado de capital mais juros à disposição dele.
Resposta: R$ 16.615,43
6) Qual o valor da aplicação trimestral necessária para obter um montante de
R$1.000.000,00 no final de 7 anos, à taxa de 6% ao trimestre?
Resposta: R$ 14.590,00.

7) Márcia e Daniel ficaram noivos e pretendem casar-se dentro de 20 meses. Como


entendem ser mais aconselhável adquirir a vista os móveis necessários, pretendem fazer
aplicações mensais, cujo montante deverá ser sacado 3 meses antes do casamento, para
devida compra. Sabendo-se que:
a) essa aplicação vai render 2,25% ao mês;
b) o montante desejado é de R$ 80.000,00 (estimação dos valores dos móveis para 17
meses).
c) o casal aplicou hoje R$ 12.000,00
Resposta: R$ 3.057,92

8.3.1.3 Fator de Valor Atual (FVA)


Da mesma forma que deduzimos o Fator de Acumulação de Capital (FAC),
vamos deduzir o Fator de Valor Atual (FVA), para uma série de pagamentos ou
recebimentos iguais e sucessivos. Assim sendo, usaremos o problema seguinte: Qual o

34
valor que financiado à taxa de 3% ao mês, pode ser pago ou amortizado em 4 prestações
iguais, mensais e consecutivas de R$ 1.000,00 cada uma?
Esquematicamente, do ponto de vista do devedor temos:

P=?

4 x R$1.000,00
P= 1.000 x 1/(1+0,03) + 1000 x 1/(1+0,03)2 + 1000 x 1/(1+0,03)3 +1000 x 1/(1+0,03)4
P = 1.000 x [1/(1+0,03) + 1/(1+0,03)2 + 1/(1+0,03)3 + 1/(1+0,03)4]

Fazendo (1+0,03)4 como o MDC dos denominadores, chegamos a expressão:

P= 1.000 [ (1+0,03)3 + (1+0,03)2 + (1+0,03)1 + (1+0,03)0]/ (1+0,03)4


P= 1.000 [ 1 + (1+0,03) + (1+0,03)2 + (1+0,03)3]/ (1+0,03)4

Observe que o numerador da fração é uma PG (progressão geométrica de razão q igual a


(1+0,03), com 4 termos, cujo o primeiro termo é igual a 1. Pela fórmula da soma de uma
PG, temos:

SPG = [(a1 x qn – a1)]/(q-1)


SPG = [1 x (1+0,03)4 – 1)]/[(1+0,03)-1]
SPG = [(1+0,03)4 – 1)]/0,03

P = 1.000 x {[(1+0,03)4 – 1)]/0,03}/(1+0,03)4

Substituindo os valores pelos símbolos correspondentes, chegamos a seguinte expressão:

P = R x [(1+i)n – 1)]/i(1+i)n
R= P x i(1+i)n /[(1+i)n – 1)]

Assim temos os seguintes fatores:

FVA (Fator de Valor Atual) = [(1+i)n – 1)]/i(1+i)n


P= R FVA(i,n)

8.3.1.4 Fator de Recuperação de Capitais (FRC)


R= P x i(1+i)n/[(1+i)n – 1)]

FRC (Fator de Recuperação de Capital) = i(1+i)n/[(1+i)n – 1)]


R = P. FRC(i,n)

35
Utilizando o problema da dedução da fórmula do FVA, chegamos ao valor
financiado de:

P= R FVA(i,n)

P = R x [(1+i)n – 1)]/i(1+i)n
P = 1.000 x [(1+0,03)4 – 1)]/0,03(1+0,03)4

P = R$ 3.667,65

Ilustrativamente, para utilizar a expressão do FVA, admita que um empréstimo de


R$2.000,00, concedido por instituição para ser liquidado em 4 prestações iguais, mensais e
consecutivas. Sabendo-se que a taxa de juros é de 2% ao ano, calcular o valor das
prestações.

4xR

R$ 2.000,00

R= P x i(1+i)n /[(1+i)n – 1)]


R= P x FRC(i,n)
R= 2.000,00 x 0,02(1+0,02)4 /[(1+0,02)4 – 1)]
R = 2.000,00 x 0,02164/0,08243

R$ = R$ 525,05

As expressões para cálculos de pagamentos ou recebimentos com termos antecipados são as


mesmas para valores postecipados, acrescidas do fator (1+i), ou seja:

S = R x (1+i) x [(1+i)4 – 1]/(i)]


S = R x (1+i) x FAC(i,n)

P = R x (1+i) x[(1+i)n – 1)]/i(1+i)n


P = R x (1+i) x FVA(i,n)

Exercício de Fixação
1) Parte do valor de um veículo é financiado por uma cia de crédito, para ser paga em 20
prestações iguais de R$ 5.000,00, cada uma. Sabendo-se que essa financeira cobra juros do
mutuário uma taxa de 4% ao mês, calcular o valor financiado, isto é, o valor entregue ao
cliente na data do contrato.

36
Resposta: R$ 67.951,65

2) Que valor de prestação uma financeira receberá, trimestralmente, se financiar


R$100.000,00 para serem pagos em 10 trimestres, sabendo-se que a taxa é de 3,22801% ao
mês e que as prestações são iguais, consecutivas.
Resposta: R$ 16.275,00

3) O Sr Alfredo adquire um aparelho de som para ser pago em 12 prestações iguais de


R$2.200,00. Sabendo-se que a 1ª prestação vence a 120 dias da data do contrato, que as
demais têm vencimentos mensais e sucessivos, e que a taxa cobrada pela loja é de 3% ao
mês, calcular o valor financiado ao Sr Alfredo.
Resposta: R$ 20.040,51

4) Qual o valor de um empréstimo que pode ser liquidado em 16 prestações mensais, à taxa
de 3,5% ao mês, sendo as 6 primeiras prestações de R$ 3.000,00 e as 10 últimas de
R$4.500,00?
Resposta: R$ 46.430,68
5) Um cliente deseja liquidar um empréstimo bancário em 10 prestações mensais de valores
alternados de R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00, sendo que a 1ª é de R$1000,00. Sabendo-se que a
taxa de juros + comissão cobradas pelo banco é de 3,75% ao mês, calcular o valor do
empréstimo.
Resposta: R$ 12.243,39

6) Um funcionário do Banco do Brasil necessita de um financiamento de R$ 240.000,00


para complementar o valor da compra de um imóvel. Além das prestações mensais, iguais,
esse funcionário pretende, nos meses de janeiro e julho de cada ano, pagar uma prestação
extra (também chamada de prestação balão), visto que recebe as gratificações semestrais.
Sabendo-se que:
a) O prazo da operação é de 24 meses;
b) O coeficiente utilizado pela financeira para as 24 prestações iguais é de 0,05905 (3% ao
mês).
c) O valor de cada prestação mensal é de R$ 12.000,00;
d) A taxa de juros cobrada para determinação das prestações extras é a mesma das
prestações mensais;
e) As prestações extras são de mesmo valor;
f) O contrato foi assinado no mês de julho.
Perguntas-se: Qual o valor de cada prestação extra ou “balão”.
Resposta: R$ 14.045,28

8.3.2 Termos Antecipados


Nas séries ou anuidades de termos antecipados os pagamentos ou recebimentos
ocorrem no início de cada período unitário. Assim, a primeira prestação é sempre paga ou
recebida no momento “zero”, ou seja, na data do contrato do empréstimo do financiamento
ou de qualquer outra operação que implique pagamentos ou recebimentos de prestações.

37
Todos os problemas de anuidades ou series de pagamentos antecipados poderão
ser resolvidos a partir dos fatores tabelados para série de pagamentos com termos vencidos
(ou postecipados), bastando multiplicá-los ou dividi-los por (1+i).

8.3.2.1 Fator de Acumulação de Capitais

S = R x (1+1) x [( 1+i)4 – 1 ]/(i)]

8.3.2.2 Fator de Formação de Capitais

R= Sx {i/[(1+i)4 – 1]}/ (1+i)

8.3.2.3 Exercício de Fixação


1) Quanto terei de aplicar mensalmente, a partir de hoje, para acumular no final de 36
meses um montante de R$ 300.000,00, sabendo que o rendimento firmado é de 34,489% ao
ano, e que as prestações são iguais e consecutivas, e em número de 36?
Resposta: R$ 5.107,32

2) Calcular o montante, no final do 8º mês, resultante da aplicação de 8 parcelas mensais e


consecutivas, à taxa de 2,25% ao mês, sendo as 4 primeiras de R$ 12.000,00 cada uma e as
4 restantes de R$ 18.000,00 cada uma. Sabendo-se que se trata de uma série de pagamento
com termos antecipados.

8.3.2.3 Fator de Valor Atual

P = R x (1+i) x [(1+i)n – 1)/i(1+i)n]

8.3.2.4 Fator de Recuperação de Capital

R= P x (1+i)-1 x [i(1+i)n/(1+i)n – 1)]

8.3.2.5 Exercício de Fixação


1) Determinar qual o valor de um carro financiado em 24 prestações iguais de R$ 5.054,03,
sabendo-se que a taxa de juros cobrada é de 3,5% ao mês e que a primeira prestação é paga
no ato da assinatura do contrato.
Resposta: R$ 84.000,00.

2) Um terreno é colocado à venda por R$ 180.000,00 a vista ou em 10 prestações


bimestrais, sendo a primeira prestação paga na data do contrato. Determinar o valor de cada
prestação, sabendo-se que o proprietário está cobrando uma taxa de 34% ao ano pelo
financiamento.
Resposta: R$ 22.199,98

9. Sistemas de Amortizações de Empréstimos e Financiamentos


9.1 Conceito

38
Os sistemas de amortização foram desenvolvidos basicamente para operações de
empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos periódicos do
principal e encargos financeiros.
No intuito de facilitar a compreensão, utilizando ainda a mesma fonte, apresentaremos
alguns conceitos de fatores básicos que fazem parte dos sistemas de amortização existentes,
são eles:
Prestação: é composto do valor da amortização com os encargos financeiros devidos em
determinado período de tempo.
Encargos Financeiros: representa os juros da operação, isto é, para o devedor será o custo e
para o credor será o ganho. Estes encargos podem ser do tipo pré-fixado ou do tipo pós-
fixado.
Amortização: a amortização refere-se exclusivamente ao pagamento do principal (capital
empregado), o qual é efetuado, geralmente, mediante parcelas periódicas (mensais,
trimestrais, semestrais, etc). Alguns poucos tipos de empréstimos permitem que o capital
emprestado seja amortizado de por meio de um único pagamento ao final do período.
Saldo devedor: representa o valor principal da dívida em determinado momento, após a
dedução do valor pago, a título de amortização.
Carência: algumas operações de empréstimos e financiamentos prevêem um diferimento
na data convencional do início dos pagamentos. Por exemplo, ao se tomar um empréstimo
por três anos, a ser restituído em prestações trimestrais, o primeiro pagamento ocorrerá
normalmente três meses (um trimestre) após a liberação dos recursos. Pode haver, no
entanto, um diferimento deste primeiro pagamento, iniciando-se, por exemplo, com cento e
vinte dias.

Existem diversas maneiras de amortização uma dívida, porém todas elas devem possuir
suas condições estabelecidas em contrato firmado entre o credor (mutuante) e o devedor
(mutuário).

Os principais tipos de sistemas de amortização mais utilizados são: o Sistema de


Amortização Constante (SAC), o Sistema de Amortização Francês (SAF), o Sistema de
Amortização Misto (SAM) e o Sistema de Amortização Americano (SAA).

Para se ter um acompanhamento preciso das mutações que ocorrem durante os pagamento
ou liquidação de prestações se faz necessário a elaboração de planilhas. Neste texto
elaboraremos planilhas do Sistema de Amortização Constante (SAC) e do Sistema de
Amortização Americano.
Visando ilustrar os principais sistemas de amortização, normalmente adotados no mercado
financeiro, admita, de uma maneira geral, um empréstimo com as seguintes condições
básicas:
Valor do empréstimo: R$ 100.000,00
Prazo da operação: 10 parcelas
Taxa de juros: 3% ao mês

9.2 Sistema de Amortização Constante


O Sistema de Amortização Constante (SAC), tem como característica básica amortização
do principal em valores iguais. O valor a ser amortizado (Am) é obtido pelo quociente entre

39
o capital emprestado (C) e número de prestações (n), enquanto que o valor das parcelas dos
juros (j) será determinado pelo produto da taxa de juros (i) pelo saldo devedor (S d) do
período imediatamente anterior. O valor das prestações (Pmt) é obtido somando o valor da
parcela de amortização com a parcela de juros.

Utilizando o exemplo acima, temos:


Am = Sd0/n
Am = 100.000,00/10 = R$ 10.000,00
J1= Sd x i = 100.000,00 x 0,03 = R$ 3.000,00
Pmt1 = Am + J1= 10.000,00 + 3.000,00 = R$ 13.000,00
J2 = (100.000,00 – 10.000,00) x 0,03 = 90.000,00 x 0,03
J2 = R$ 2.700,00
Pmt2 = 10.000,00 + 2.700,00 = R$ 12.700,00

Sistema Amortização Constante


Período Saldo devedor amortização Juros prestação
0 100.000,00
1 90.000,00 10.000,00 3.000,00 13.000,00
2 80.000,00 10.000,00 2.700,00 12.700,00
3 70.000,00 10.000,00 2.400,00 12.400,00
4 60.000,00 10.000,00 2.100,00 12.100,00
5 50.000,00 10.000,00 1.800,00 11.800,00
6 40.000,00 10.000,00 1.500,00 11.500,00
7 30.000,00 10.000,00 1.200,00 11.200,00
8 20.000,00 10.000,00 900,00 10.900,00
9 10.000,00 10.000,00 600,00 10.600,00
10 - 10.000,00 300,00 10.300,00
Total 100.000,00 16.500,00 116.500,00
Do Sistema de Amortização Constante (SAC), podemos tirar algumas relações:
Am = Sd0/n
Sdt = Am (n – t)

Sdt-1 = Am (n – t) + Am
Sdt-1 = Am (n – t +1)
Jt = Sdt-1 x i = Am (n – t +1) x i
Jt = Am (n – t +1) x i
Pmt = Jt + Am = Am (n – t +1) x i + Am
Pmt = Am [1+ (n – t +1) x i ]

O Sistema de Amortização Constante utilizando a carência, a planilha fica assim


constituída:

40
Sistema de Amortização Constante com carência

T Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 100.000,00
1 100.000,00 3.000,00 3.000,00
2 100.000,00 3.000,00 3.000,00
3 100.000,00 3.000,00 3.000,00
4 100.000,00 3.000,00 3.000,00
5 90.000,00 10.000,00 3.000,00 13.000,00
6 80.000,00 10.000,00 2.700,00 12.700,00
7 70.000,00 10.000,00 2.400,00 12.400,00
8 60.000,00 10.000,00 2.100,00 12.100,00
9 50.000,00 10.000,00 1.800,00 11.800,00
10 40.000,00 10.000,00 1.500,00 11.500,00
11 30.000,00 10.000,00 1.200,00 11.200,00
12 20.000,00 10.000,00 900,00 10.900,00
13 10.000,00 10.000,00 600,00 10.600,00
14 10.000,00 300,00 10.300,00
Toral 100.000,00 28.500,00 128.500,00

9.3 Sistema de Amortização Francês


O Sistema de Amortização Francês, foi desenvolvido efetivamente na França e é também
conhecido por Tabela Price.

A denominação Tabela Price é devida ao matemático, filósofo e teólogo inglês Richard


Price que viveu no século XVIII e incorporou a teoria dos juros compostos às amortizações
de empréstimos (ou financiamentos).

No Sistema de Amortização Francês, o valor das prestações é constante e é determinado


com base na fórmula de série de pagamentos iguais com termos vencidos.
Pm = Sd0 x FRC(i,n)
Onde:
Pmt é a prestação do empréstimo,
Sd0 é o saldo devedor inicial ou o valor do empréstimo,
FRC é o Fator de Recuperação de Capital [(1+i)n .i]x[(1+i)n – 1]
FVA é o Fator de Valor Atual [(1+1)n – 1] x [(1+1)n .i]

A parcela de juros é obtida pelo produto da taxa estabelecida com o saldo devedor existente
no período imediatamente anterior; já a parcela de amortização é determinada pela
diferença entre o valor da prestação e o valor da parcela de juros.
Do Sistema de Amortização Francês podemos tirar algumas relações:
Pmt = Sd0 x FRC(i,n)
Sdt = Pmt FVA(i,n-t)
Sdt-1 = Pm. FVA(i,n-t +1)
Jt = i x Sdt-1 = I x Pmt. FVA(i,n-t +1)
Amt = Am1 ( 1+i)t-1

41
Sistema de Amortização Francês
t Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 91.276,95 8.723,05 3.000,00 11.723,05
2 82.292,21 8.984,74 2.738,31 11.723,05
3 73.037,92 9.254,28 2.468,77 11.723,05
4 63.506,01 9.531,91 2.191,14 11.723,05
5 53.688,14 9.817,87 1.905,18 11.723,05
6 43.575,74 10.112,41 1.610,64 11.723,05
7 33.159,96 10.415,78 1.307,27 11.723,05
8 22.431,71 10.728,25 994,80 11.723,05
9 11.381,61 11.050,10 672,95 11.723,05
10 0,01 11.381,60 341,45 11.723,05
Total 99.999,99 17.230,51 117.230,50

9.4 Sistema Amortização Misto


O Sistema de Amortização Misto foi criado pelo BNH (Banco Nacional de Habitação) em
1979 e este Sistema constitui-se num misto entre o Sistema de Amortização Constante e o
Sistema de Amortização Francês. Na realidade, o Sistema de Amortização Misto (SAM) é
uma média aritmética dos valores contidos dos sistemas SAC e SAF.
Para elaborar a planilha do Sistema Amortização Misto, é necessário construir as planilhas
dos sistemas SAC e SAF, calcular as médias aritméticas destes dois sistemas e alocá-las na
planilha do SAM.
Período Sistema de Amort Francês Sistema de Amort Constante Sistema de Amort Misto
t Sal Devedor Amortização Juros Prestação Sal Devedor Amortização Juros Prestação Sal Devedor Amortização Juros Prestação

0 100.000 100.000 100.000


1 91.277 8.723 3.000 11.723 90.000 10.000 3.000 13.000 90.638 9.362 3.000 12.362
2 82.292 8.985 2.738 11.723 80.000 10.000 2.700 12.700 81.146 9.492 2.719 12.212
3 73.038 9.254 2.469 11.723 70.000 10.000 2.400 12.400 71.519 9.627 2.434 12.062
4 63.506 9.532 2.191 11.723 60.000 10.000 2.100 12.100 61.753 9.766 2.146 11.912
5 53.688 9.818 1.905 11.723 50.000 10.000 1.800 11.800 51.844 9.909 1.853 11.762
6 43.576 10.112 1.611 11.723 40.000 10.000 1.500 11.500 41.788 10.056 1.555 11.612
7 33.160 10.416 1.307 11.723 30.000 10.000 1.200 11.200 31.580 10.208 1.254 11.462
8 22.432 10.728 995 11.723 20.000 10.000 900 10.900 21.216 10.364 947 11.312
9 11.382 11.050 673 11.723 10.000 10.000 600 10.600 10.691 10.525 636 11.162
10 0 11.382 341 11.723 10.000 300 10.300 0 10.691 321 11.012
Total 100.000 17.231 117.231 100.000 16.500 116.500 100.000 16.865 116.865

42
9.5 Sistema de Amortização Americano
É aquele em que o mutuário pagará os juros, periodicamente, e efetuará o pagamento total
do principal no final do plano estabelecido, isto é, no último período de tempo.

Ilustrativamente, elaboraremos a planilha do SAA, utilizando a questão que deu origem a


planilha do SAC.
Empréstimo de R$ 100.000,00;
Taxa de juros de 3% ao mês;
10 parcelas mensais.

Sistema de Amortização de Americano


T Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0 100.000,00
1 100.000,00 3.000,00 3.000,00
2 100.000,00 3.000,00 3.000,00
3 100.000,00 3.000,00 3.000,00
4 100.000,00 3.000,00 3.000,00
5 100.000,00 3.000,00 3.000,00
6 100.000,00 3.000,00 3.000,00
7 100.000,00 3.000,00 3.000,00
8 100.000,00 3.000,00 3.000,00
9 100.000,00 3.000,00 3.000,00
10 100.000,00 100.000,00 3.000,00 103.000,00
Total 100.000,00 30.000,00 130.000,00
No Sistema de Amortização Americano são freqüentes os mutuários constituir um fundo de
recursos, tal que, o seu resgate possua uma data coincidente com a data da última do plano
e que seu valor consiga liquidar a última prestação.

9.5 Exercício de Fixação


1) Um empréstimo no valor de R$ 420.000,00 foi concedido a uma empresa nas seguintes
condições:
Taxa de juros: 5% ao trimestre
Amortização: pagamentos trimestrais
Prazo de amortização: 3 anos
Pede-se elaborar a planilha financeira para amortizações pelo sistemas SAC e SAF,
admitindo que:
a) não haja carência
b) carência de 2 trimestres.

2) Um empréstimo de R$ 16.000,00 é concedido a uma empresa para ser liquidado em 2


anos e meio mediante pagamentos semestrais. A taxa de juros contratada é de 24% ao ano e
não há carência. Pede-se construir a planilha de desembolso deste empréstimo pelo Sistema
de Amortização Misto.

43
Bibliografia

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. 6: ed. São Paulo:
Atlas, 2001. 432p

FRANCISCO, Walter de. Matemática Financeira. 6: ed. São Paulo: Atlas, 1986.319p

VIEIRA SOBRINHO, José Dutra, Matemática Financeira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1985.
388p

44

Você também pode gostar