O documento discute a tutela de direitos coletivos no Brasil, mencionando que o Código de Defesa do Consumidor e a Lei de Ação Civil Pública regulamentam ações coletivas. Também aborda o sistema de resolução de demandas repetitivas, que busca uniformizar a jurisprudência para casos semelhantes.
O documento discute a tutela de direitos coletivos no Brasil, mencionando que o Código de Defesa do Consumidor e a Lei de Ação Civil Pública regulamentam ações coletivas. Também aborda o sistema de resolução de demandas repetitivas, que busca uniformizar a jurisprudência para casos semelhantes.
O documento discute a tutela de direitos coletivos no Brasil, mencionando que o Código de Defesa do Consumidor e a Lei de Ação Civil Pública regulamentam ações coletivas. Também aborda o sistema de resolução de demandas repetitivas, que busca uniformizar a jurisprudência para casos semelhantes.
A tutela dos interesses coletivos no Brasil surgiu com normas extravagantes e
dispersas que oportunizavam a defesa de direitos coletivos ou individuais
alheios por meio de entidades e organizações, que poderiam propor ações judiciais, em seu nome, em busca de tais direitos. O processo coletivo comum destina-se à tutela jurisdicional do direito subjetivo coletivo em sentido amplo e abarca a Ação Civil Pública, a Ação Popular, o Mandado de Segurança Coletivo, o Mandado de Injunção, o Dissídio Coletivo, a Impugnação de Mandado Eletivo e a Ação Direta Interventiva. Já o processo coletivo especial possui um conjunto de instrumentos, princípios e regras processuais próprios e distintos, pois se destina especificamente à tutela jurisdicional do direito objetivo. Para Assagra de Almeida, esse conjunto seria formado pela ação direta de constitucionalidade e outros instrumentos processuais inseridos no controle concentrado de constitucionalidade. O autor sustenta que o Código de Defesa do Consumidor, juntamente com a Lei de Ação Civil Pública, integra um “microssistema” de tutela dos direitos ou interesses coletivos lato sensu, ao qual se aplica o Código de Processo Civil de forma subsidiária, conforme prevê o artigo 90 do CDC e o artigo 19 da LACP. Quanto ao rito processual, o CDC prevê as ações de tutela de direitos ou interesses individuais puros e as ações de tutela de direitos ou interesses coletivos lato sensu. Estas últimas ações compreendem os direitos ou interesses difusos e coletivos strictu sensu dos consumidores e a tutela coletiva voltada para a defesa dos direitos ou interesses individuais homogêneos, possibilitando a tutela coletiva de direitos individuais. O CDC possui capítulo específico para regulamentar as ações coletivas que visam à tutela dos direitos ou interesses individuais homogêneos, nos artigos 91 a 100, chamadas de “ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos”, que busca, através de uma sentença condenatória genérica, a reparação dos danos pessoalmente sofridos pelos consumidores. Almeida afirma que é possível o ajuizamento de ações civis públicas para a tutela de direitos individuais homogêneos, ainda que não sejam originados das relações de consumo. A legitimidade ativa para a propositura desta ação pertence ao Ministério Público, a União, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, bem como as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, dispensada a autorização assemblear, sendo que, ainda, o requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. A competência da ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos é do foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local, e no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente, salvo a hipótese de competência da Justiça Federal. O doutrinador afirma que a sentença de procedência do pedido dever ser sempre genérica, limitando-se a reconhecer a responsabilidade do réu pelos danos causados. A individualização será apurada em fase de liquidação, com fixação da quantia devida e apuração da titularidade do crédito. O CDC determina que a liquidação e a execução da sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82, de forma subsidiária. Por fim, verifica-se que o Sistema de Resolução de Casos Repetitivos e as Súmulas Vinculantes objetivam fixar teses jurídicas, conferindo maior celeridade àqueles casos que se repetem frequentemente no Judiciário brasileiro. Lucas Pinto Simão aduz que o sistema de resolução de demandas repetitivas não visa diretamente conceder a prestação jurisdicional ao cidadão, pois mesmo que fixada a tese, será necessário o ajuizamento de ações individuais ou de ação coletiva para que os interesses dos cidadãos sejam efetivamente garantidos. O incidente de resolução de demandas repetitivas compreende questões de direito material ou processual, nos termos do artigo 928 do CPC, não podendo ser instaurado para resolução de questões fáticas. O IRDR não é cabível quando a matéria a ser apreciada já tiver sido afetada para julgamento em recurso especial ou extraordinário pelos tribunais superiores. A legitimidade ativa é do presidente do tribunal, do juiz ou relator, por meio de ofício, bem como das partes, do Ministério Público ou da Defensoria Pública. A legitimidade para o julgamento do IRDR, conforme o art. 978, caput, é do órgão responsável pela uniformização de jurisprudência do Tribunal, conforme o respectivo regimento interno.