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BS

Capítulo: “Vigoroso esforço”

Volume 23, Partes 1 a 9


Parte 1

Os tempos e a sociedade estão em constante mudança. A Soka Gakkai ingressou em uma nova era com
novos centros culturais e de treinamento, e um fluxo de novos indivíduos capazes.

Porém, não importa quanto as circunstâncias e os tempos mudem, há um ponto que continuará inalterado
— o espírito de mestre e discípulo Soka de dedicar a vida ao bem maior da humanidade. Shin’ichi
Yamamoto acreditava que nesse momento do vigésimo quinto aniversário de fundação das Divisões
Masculina e Feminina de Jovens, que marcava o início de uma nova fase do kosen-rufu, era necessário
transmitir esse mesmo espírito aos jovens sucessores.

Em julho e agosto de 1976, diversos cursos de treinamento de verão foram realizados nos centros
culturais em todo o Japão, assim como no templo principal Taisekiji em Shizuoka. Shin’ichi estava
determinado a dialogar com o máximo de jovens possíveis para transmitir-lhes o espírito de mestre e
discípulo Soka.

Em vinte e três de julho, após a Conferência Executiva da Região de Tyubu realizada no Centro Cultural
de Nagoya, ele participou de uma reunião de orientação. Realizou gongyo e incentivou as integrantes do
Grupo Primavera Juvenil da DFJ, vindas de diversas localidades do país.

Na noite anterior, elas participaram da primeira reunião geral do grupo no Centro de Treinamento de
Tyubu (atual Centro de Treinamento de Mie), inaugurado em três de julho. Ao tomar conhecimento da
atividade, Shin’ichi queria se encontrar com elas para incentivá-las pessoalmente.

Nichiren Daishonin diz: “A mulher é capaz de abrir o portal” (WND, v. 2, p. 884). Isso significa que ao se
incentivar uma única integrante da DFJ abrimos o portal para a felicidade de sua família com a eterna
vitória. O incentivo é como a refrescante brisa da coragem.

O presidente Yamamoto precisava se retirar rapidamente do Centro Cultural de Nagoya para participar de
outras atividades naquela mesma noite no Centro de Treinamento de Tyubu, mas ajustou sua agenda
para realizar gongyo junto com o Grupo Primavera Juvenil da DFJ e dialogar com elas.

Thomas Jefferson (1743—1826), terceiro presidente dos Estados Unidos, declarou: “Ninguém tem a
chance de lamentar o tempo perdido quando nada foi realizado. É maravilhoso saber quanto ainda pode
ser feito quando estamos de fato empreendendo algo”.

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Parte 2

Após o gongyo, Shin’ichi observou as componentes do grupo Primavera Juvenil da DFJ e falou (imagem
da C3):

— Os quatro sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte são fatos da vida que ninguém
está isento de vivenciá-los. Nascer e viver já estão vinculados ao sofrimento; algumas pessoas nascem
em famílias ricas e outras em famílias pobres, que não têm nem o que comer; algumas nascem saudáveis
e outras, doentes ou frágeis; algumas crescem amadas pelos pais e outras, não — isso é o que
chamamos de destino ou carma. É algo que não pode ser totalmente diagnosticado pelos estudos ou pela
ciência, nem mesmo pelas religiões. Porém, o budismo de Nichiren Daishonin nos capacita a vencer e a
transformar o carma.

Shin’ichi discursou sobre as questões do carma de forma concreta, falando de situações que as
integrantes da DFJ enfrentam, para ajudá-las a compreender profundamente o real propósito de sua
prática e fé budistas.

Shin’ichi continuou:

— Eventualmente, muitas de vocês irão se casar. Embora tenham uma juventude prazerosa, estudem em
renomadas universidades e sejam vangloriadas pelas pessoas que estão ao seu redor, isso não significa
que a vida de casada será assim também. Algumas podem se deparar com problemas com o marido ou
cunhados(as). O marido pode enfrentar dificuldades no trabalho, ficar doente e até mesmo falecer. Se
tiverem filhos, haverá sempre a preocupação de eles nascerem com algum tipo de doença.

A maioria dos pais, até mesmo os que têm crianças saudáveis, pode passar por diversas adversidades. E
você mesma pode adoecer.

Não há existência isenta de sofrimentos. A vida é um drama de desafios contra o seu próprio carma.
Nossa prática e nossa fé budistas são fontes de coragem e força que necessitamos para transformar o
destino. As atividades da Soka Gakkai são oportunidades para nos fortalecer e nos tornar indestrutíveis
nas infinitas batalhas da vida diária.

Parte 3

Shin’ichi Yamamoto passou a discorrer sobre o tema envelhecimento, também um dos quatro sofrimentos
universais:

— Todas as pessoas envelhecem e a vida é muito curta. Ao passar os últimos anos da vida na miséria e
no sofrimento, não é exagero dizer que ela foi uma existência triste mesmo que antes houvesse
felicidade. Uma vida feliz e gratificante precisa ser construída numa base sólida na juventude, na DFJ. É
muito importante se esforçar assiduamente na fé e na prática, estabelecer uma condição de vida forte que
nunca é derrotada e acumular benefícios, enquanto se é jovem. Quando estiver na terceira idade, não

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quero que digam com pesar: “Gostaria de ter orado mais”, “Gostaria de ter praticado minha fé mais 3
intensamente” ou “Gostaria de ter contribuído mais com a sociedade”.

Em seguida, Shin’ichi passou a falar sobre a morte.

— Não se pode evitar a morte. O gigante literário francês Victor Hugo (1802—1885) escreveu estas
famosas palavras: “Estamos todos sob sentença de morte, mas com uma espécie de trégua indefinida”.

Quando conversei com o historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889—1975), ele disse com emoção
que todos morrem e que devemos enfrentar a dura realidade do nascimento e da morte nesta existência,
mas gastamos nosso tempo em passatempos sociais, enganando a nós mesmos e recusando-nos a
encarar esse fato. É por isso que ele queria falar comigo sobre o budismo. Queria saber mais sobre essa
religião. Sem uma solução fundamental para a morte, não teríamos uma visão adequada da vida ou dos
valores e nem apreciaríamos a verdadeira felicidade.

É por isso que Nichiren Daishonin escreve: “Portanto, deve-se primeiro aprender sobre a morte e depois
sobre outras coisas” (WND, v. 2, p. 759).

Shin’ichi disse enfaticamente: “O Budismo de Nichiren Daishonin oferece uma solução para o problema
da morte. Ao dedicar a vida ao kosen-rufu, alcançará um estado de felicidade indestrutível nesta
existência e será capaz de ter alegria eternamente através das três existências do passado, presente e
futuro”.

Parte 4

Os membros do grupo Primavera Juvenil da DFJ ouviam com atenção as palavras de Shin’ichi, que disse
em tom apaixonado:

— Mesmo praticando este budismo, naturalmente também experimentarão os quatro sofrimentos


universais. Mas enquanto se dedicarem ao kosen-rufu e assiduamente praticarem a fé, sua vida estará
unida à lei fundamental do universo, a Lei Mística, e serão capazes de superar todos os sofrimentos com
tranquilidade. Uma corrente de benefícios flui na vida daqueles que sinceramente praticam este budismo.
Apesar de fortes ventos soprarem e o sol queimar arduamente, no final esses praticantes serão ricamente
nutridos e colherão os frutos da felicidade. Vivam pelo kosen-rufu, não importando o que aconteça. Por
favor, levantem com firme determinação a bandeira da vitória e protejam a Soka Gakkai. Esse é o
propósito do Grupo Primavera Juvenil da DFJ. assumirão a responsabilidade pelo kosen-rufu do século
21. Nunca se esqueçam de sua missão.

Shin’ichi encorajou-as com toda a força, confiando-lhes o futuro do kosen-rufu.

Continuando a incentivar os membros do grupo até o momento de sua partida, ele então se dirigiu para o
1º Centro de Treinamento Geral de Tyubu na província de Mie. Teve de fazer baldeação várias vezes e
chegou ao centro, era pouco mais que cinco da tarde. Esta foi sua primeira visita ao centro de
treinamento.

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As montanhas Nunobiki estavam iluminadas pela luz dourada antes do anoitecer. 4

Shin’ichi imediatamente visitouo centro. Em frente ao Monumento Memorial de Mie, localizado dentro da
área, existia um marco de pedra inscrito com dizeres do primeiro presidente da Soka Gakkai,
Tsunesaburo Makiguchi: “Espírito de levantar-se só”. Além disso, outro exibia palavras de Shin’ichi: “Luta
compartilhada”. Havia também marcos em que se lia “Criação”, por Makiguchi, e “Juramento do kosen-
rufu” pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda.

Eles foram colocados lá por sugestão de Shin’ichi para incentivar a lembrança dos sucessivos presidentes
da Soka Gakkai.

Parte 5

No hall do Memorial Mie, havia uma exposição de vários objetos relacionados aos dois primeiros
presidentes. Shin’ichi Yamamoto observou-os cuidadosamente (imagem da C6).

Havia uma caneta tinteiro que o presidente Makiguchi costumava usar. Estava sem tampa e nela estava
gravado em caracteres romanos “Makiguchi”.

Shin’ichi pensou: “Tantas mensagens de incentivos ele deve ter escrito com esta caneta, tantos membros
devem ter se levantado firmemente, repletos de renovada coragem e determinação de serem felizes...”.

Também estava exposto o binóculo na caixa de couro que o presidente Toda utilizou no Quarto Encontro
Esportivo da Divisão dos Jovens do Leste do Japão, no Estádio Mitsuzawa, em Kanagawa. Nesse evento,
o presidente Toda proferiu aos jovens a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, confiando-lhes a
missão de propagar a filosofia budista ao mundo inteiro.

“Imagino como o senhor Toda se sentiu enquanto, olhava através dos binóculos, tinha a gloriosa visão
dos jovens no evento, se empenhando vigorosamente nos esportes. Ele percebeu isso como a
inspiradora visão do futuro do kosen-rufu”, pensou Shin’ichi renovando seu juramento de continuar se
esforçando para que a filosofia de paz do presidente Toda fosse defendida por toda a humanidade.

A mesa baixa e o relógio de parede que estavam na sala do primeiro encontro entre Shin’ichi e o senhor
Toda, em catorze de agosto de 1947, numa reunião de diálogo, também estavam expostos. O decisivo
encontro daquela noite renasceu na mente de Shin’ichi com extrema vivacidade, e ele foi tomado por um
sentimento de nostalgia.

“Encontrei os maravilhosos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin por causa do senhor Toda.
Sou quem sou hoje graças a ele. Sensei, o senhor me fez tão feliz...”. Sempre que Shin’ichi pensava no
Sr. Toda era tomado por um forte sentimento de gratidão. Essa gratidão se transformou em alegria e
determinação de retribuir a benevolência de seu mestre como um ardente compromisso de atuar pelo
kosen-rufu. O poeta da independência da Coreia, Han Yongun (1879—1944), declarou: “O espírito de
gratidão é também compreensão e respeito, realização e paz”.

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Parte 6

Shin’ichi propôs a criação de memoriais em salas especiais de exposição por todo o Japão para exibir os
pertences do primeiro e do segundo presidentes da Soka Gakkai. Ele fez isso porque acreditava que ver
recordações e outros objetos relacionados a eles era um meio indispensável de encorajar os associados
da Gakkai a estudar e a herdar o espírito do primeiro e do segundo presidentes.

Conforme o tempo passa aqueles que realmente conviveram com os presidentes Makiguchi e Toda já
faleceram. Uma maneira de transmitir e manter vivas as conquistas e o sentimento do mestre é escrever
sobre isso. Assim, desde que começou a trabalhar na empresa do senhor Toda, aos vinte e um anos,
Shin’ichi anotava inúmeras orientações diárias e ensinamentos que recebia dele, as quais continham a
essência de sua filosofia.

Se, além disso, todos pudessem ver os objetos dos presidentes Makiguchi e Toda e as fotos deles em
ação, isso seria um meio para que fossem lembrados e permitiria aos membros se sentirem mais
próximos dos mestres. Os objetos eram também uma forma de atestar as conquistas dos presidentes.

O Sr. Toda construiu memoriais que preservavam eternamente o espírito de seu mestre, necessários para
garantir a eterna prosperidade da Soka Gakkai.

Em 1953, quando a Sede Central da Soka Gakkai se mudou de Nishikanda em Tóquio, na ala de Chioda
para Shinanomati, na ala Shinjuku, o senhor Toda designou uma sala muito melhor que seu escritório em
honra ao senhor Makiguchi, pendurando na parede uma foto de seu mestre. Ele disse a Shin’ichi:

— A vida do senhor Makiguchi está aqui. Sempre conduzirei o kosen-rufu na Sede Central junto com o
senhor Makiguchi. Nichiren Daishonin cita o grande mestre Tiantai: “Por ser a Lei suprema, a pessoa é
digna de respeito. Como a pessoa é digna de respeito, a terra é sagrada” (END, v. 1, p. 1097). O senhor
Makiguchi devotou sua vida pelo Nam-myoho-renge-kyo. Preservando seu espírito, enobrecemos a Sede
Central da Soka Gakkai. Por isso precisamos inserir o espírito do senhor Makiguchi, o fundador da Soka
Gakkai, aqui na Sede Central. Enaltecê-lo, promovê-lo e reverenciá-lo são o ponto fundamental para
desenvolver a Soka Gakkai como a organização do kosen-rufu.

Shin’ichi sentiu como se tivesse tocado a essência do caminho de mestre de discípulo.

Parte 7

Josei Toda, então, olhou solenemente para Shin’ichi Yamamoto, como se compartilhasse seu último
desejo,

e disse:

— No futuro, em nome do kosen-rufu, vamos construir centros culturais e sedes comunitárias em todo o
Japão. Na verdade, tenho certeza de que vamos construí-los no mundo inteiro. Devemos alcançar isso
sem falta. Quando esse dia chegar, para assegurar que o espírito da Soka Gakkai, de unicidade de

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mestre e discípulo, de estarmos sempre juntos com o mestre, seja preservado eternamente, teremos uma 6
sala em que haverá um memorial para o nosso mestre, no qual vamos comemorar e honrar nosso
fundador, o Sr. Makiguchi.

As palavras do Sr. Toda ficaram gravadas no coração de Shin’ichi, que estava imensamente tocado pelo
desejo do presidente Toda de transmitir o espírito de seu mestre e promover suas ideias ao máximo.
“Precisamos honrar o presidente Makiguchi e também o presidente Toda. A Soka Gakkai somente existe
pela unicidade de mestre e discípulo e pela preservação dessa linhagem. É isso o que possibilita a eterna
correnteza do kosen-rufu”.

A data dezoito de novembro de 1930, celebrada como o Dia da Fundação da Soka Gakkai, é a da
publicação do livro Soka Kyoikugaku Taikei (Sistema Educacional de Criar Valor). Essa obra inovadora foi
produto do esforço compartilhado entre mestre e discípulo.

A teoria educacional de Makiguchi ficou conhecida em fevereiro daquele ano em que ele era diretor da
Escola Primária Shirokane, em Chiba, Tóquio. O coordenador pedagógico da escola, o chefe da inspeção
e outros estavam tentando fazer com que Makiguchi fosse retirado de seu cargo. Com o propósito de
orientar os futuros professores de escolas primárias na direção correta, ele queria publicar suas teorias
educacionais que foram concebidas baseadas em suas próprias experiências como diretor.

Em uma noite de fevereiro, Makiguchi e Toda conversaram até tarde, sentados em volta de um braseiro
na casa do Sr. Toda. Foi nessa ocasião que este ouviu pela primeira vez que seu mestre desejava deixar
um registro de suas teorias educacionais.

Naquela época, a maioria dos educadores estava inteiramente focada na educação ocidental. Ninguém
acreditava que um livro de teorias educacionais escrito por um diretor de escola primária japonês
desconhecido venderia; assim, nenhuma editora estava interessada em publicá-lo

Parte 8

Após comunicar a Toda o desejo de publicar suas teorias educacionais, Makiguchi admitiu que as
perspectivas não eram boas:

— É despropositado publicar um livro que não será comprado e irá gerar apenas prejuízo...

Toda respondeu com convicção:

— Mestre, cuidarei disso!

— Mas Toda, isso irá demandar muito dinheiro.

— Eu não me importo. Não sou rico, mas tenho dezenove mil ienes, que investirei com todo o prazer.

Naquela ocasião, o salário inicial de um professor do ensino fundamental girava em torno de 50 ienes.
Toda, que lecionava em um colégio particular chamado Jishu Gakkan, desejava investir tudo o que tinha

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para assegurar a preservação das teorias educacionais de seu mestre. 7

Toda disse:

— Deixei Hokkaido sem um centavo no bolso. Sou quem sou hoje por ter me encontrado com o senhor.
Não me importo em voltar a não ter dinheiro.

Makiguchi olhou atentamente para Toda e concordou:

— Tudo bem. Se você está tão decidido, vamos em frente com isso!

Os olhos de Makiguchi brilhavam intensamente. E murmurou, baixinho, como se dissesse a si mesmo:

— Bem, então, como devo chamar minha teoria?

— Qual o propósito da sua teoria educacional? — perguntou Toda.

— Resumindo: “criar valor” — respondeu Makiguchi.

Com o rosto corado de tanta alegria, Toda disse:

— Mestre, que tal chamá-la de “educação para criar valor” (em japonês, soka kyoikugaku)?

— Sim, é um bom nome!

— Então vamos fechar: “educação para criar valor”.

Já era meia-noite. Com um diálogo de mestre e discípulo, o termo “criar valor” foi consolidado.

Parte 9

A maior dificuldade em publicar as teorias educacionais de Makiguchi foi organizar suas anotações. Na
verdade, elas não constituíam propriamente um manuscrito. Em meio ao trabalho como diretor, Makiguchi
havia anotado seus pensamentos no verso de envelopes e panfletos, sobras de papel e o que mais ele
tivesse à mão quando as ideias surgiam. As mesmas ideias geralmente apareciam anotadas duas ou até
três vezes, e jamais poderiam ser publicadas como um livro a não ser que o material fosse
cuidadosamente ordenado e editado.

No entanto, não havia alguém que pudesse fazê-lo. Makiguchi estava preocupado. Devido às
circunstâncias, Toda disse:

— Mestre, deixe comigo.

— Sr. Toda, não posso permitir que faça isso também. Sei que é um gênio da matemática, mas escrever
e editar são atribuições diferentes e temo que será muito difícil.

Makiguchi rejeitou a proposta de Toda mesmo contra sua vontade para não sobrecarregar ainda mais o
discípulo.

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Toda respondeu: 8

— Mestre, posso não ser um bom escritor e não ser capaz de explicar teorias abstratas, mas se o livro for
algo muito difícil de compreender por alguém, quem irá lê-lo? Para quem o senhor irá publicá-lo? Para
importantes acadêmicos e estudiosos em todo o mundo? Se o senhor deseja publicar um livro, que eu
seja capaz de compreender, assumo o papel de editá-lo e reescrevê-lo com prazer.

E assim Makiguchi aceitou a proposta de Toda.

Com uma tesoura, Toda cortou os trechos repetidos e os colocou no chão de sua casa, sobre o tatame
(imagem da Capa). Os papéis cobriram toda a sala. Quando Toda conseguiu compreendê-los em sua
totalidade, identificou uma abordagem coerente e uma teoria educacional brilhante.

Toda prosseguiu em seu trabalho de edição e reescrita por gratidão a Makiguchi.

Em dezoito de novembro de 1930, o primeiro volume de Soka Kyoikugaku Taikei foi publicado. O nome do
editor constava no colofão como Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educativa para Criar Valor), a
precursora da Soka Gakkai. Além disso, o nome do livro e o nome de Makiguchi foram impressos em
letras douradas na capa — outra demonstração de sua sincera dedicação como discípulo.

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