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Teste do Relógio

Fuzikawa, C. S., Uchôa, E. & Lima-Costa, M. F. (2003). Teste do relógio: uma revisão da literatura sobre
este teste para rastreamento de déficit cognitivo. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 52(3), 223-235.
Shulman, K. I. (2000) Clock-drawing: is it the ideal cognitive screening test? Int J Geriatr Psychiatry, 15,
548-561.

Shulman (2000)
Utiliza-se um círculo pré-desenhado com cerca de 10cm de diâmetro.

“Este círculo representa um relógio. Por favor, coloque os números como


num relógio e então marque onze horas e dez minutos”.
Após o paciente colocar os números, pode-se reforçar o comando, repetindo:

“Por favor, marque onze horas e dez minutos”.


Evita-se intencionalmente a menção da palavra ponteiros ao dar o comando. O uso de
borracha para corrigir eventuais erros que o paciente perceba durante a execução é
permitido. O desenho pode ser repetido se o paciente solicitar, ao se dar conta de
erros, para tentar fazê-lo de forma mais correta. Pode-se inclusive perguntar ao
mesmo se deseja tentar novamente, se ele expressar reconhecer erros ao terminar o
desenho.
A pontuação varia de 0 a 5, sendo que quanto maior o escore, melhor o desenho

0 Inabilidade absoluta para representar o relógio

O desenho tem algo a ver com o relógio, mas com


1 desorganização visuoespacial grave
Desorganização visuoespacial moderada que leva a uma
marcação de hora incorreta, perseveração, confusão
2 esquerda-direita, números faltando, números repetidos, sem
ponteiros, com ponteiros em excesso.
Distribuição visuoespacial correta com marcação da hora
3 errada

4 Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos

5 Relógio perfeito

Funções cognitivas1: compreensão auditiva da ordem dada; concentração e atenção na


execução do desenho; memória numérica, memória semântica (para lembrar o que é e como
é um relógio) e memória episódica (para lembrar todos os elementos da ordem dada); o
pensamento abstrato; praxia visuoespacial; funções executivas: motivação, planejamento,
monitoração da resposta para realizar correções necessárias.
1
Atalaia-Silva, K. C., & Lourenço, R. A. (2008). Tradução, adaptação e validação de construto do Teste do
Relógio aplicado entre idosos no Brasil. Revista de Saúde Pública, 42(5), 930-937.
Erros: omissão, ausência, perseveração, distorção, substituição, adição e rotação.

5 – Relógio perfeito. Toleram-se pequenos desvios do posicionamento e espaçamento


dos números, mas a impressão geral da disposição dos mesmos deve ser de
uniformidade. Os ponteiros precisam estar colocados corretamente, partindo
aproximadamente do centro do círculo e marcando a hora correta.

4 – Relógio com erros visuoespaciais menores. Hora correta e números dando


impressão geral de um relógio. Ex.: ponteiros um pouco fora de lugar, por exemplo,
que não partem aproximadamente do centro do círculo; números colocados de forma
equidistante ao centro do círculo, porém mais para o interior da circunferência; o
espaço máximo tolerado entre os números ocorre quando o espaço entre eles é
aproximadamente uniforme, exceto por haver um espaço maior entre dois deles,
como, por exemplo, entre o 11 e o 12 ou entre o 5 e o 6. Este espaço maior deve ser
equivalente, no máximo, a um quarto da circunferência. Tolera-se a omissão ou
repetição de um número.

3 – Representação incorreta de 11h10, quando a organização visuoespacial está bem-


feita. Exemplos: um ponteiro só, ponteiros inexistentes, pontos ou traços no lugar dos
ponteiros, ponteiros que não se encontram, desde que a aparência geral seja de um
relógio, ou seja, que os números estejam distribuídos de forma mais ou menos regular.
O máximo de espaçamento que se permite entre dois números é igual ao descrito para
o caso de escore 4.

2 – Relógio com desorganização visuoespacial moderada dos números, de modo que


uma representação precisa de 11h10 seja impossível. Exemplos: números de 1 a 12
colocados na borda interna da circunferência, mas distribuídos de forma que o
intervalo entre dois deles seja maior que um quarto da circunferência; ou borda cheia
de números que se repetem ou ultrapassam muito os 12, mesmo que haja um
ponteiro apontando para o 11 e outro para o 2.

1 – Relógio com nível grave de desorganização visuoespacial. Inclui os desenhos que


guardam semelhança remota com um relógio. Exemplo: relógio com poucos
algarismos, mas começando a contornar a circunferência.

0 – é dado quando há incapacidade de fazer qualquer representação razoável de um


relógio, ou seja, quando o desenho não guarda semelhança com um relógio ou quando
o indivíduo se recusa a fazer uma tentativa.

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