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Welliton Quaresma de Lima

No dia 27 de outubro de 2018, às 08:00horas, no auditório


CEDUV/SEED, realizou-se o quarto seminário avançado “Gênero e politicas
públicas na Amazônia”, com a presença da professora Denise Machado
Cardoso, docente na Universidade Federal do Pará (UFPA), que abordou
questões pertinentes as “Relações sociais de gênero: aspectos socioculturais e
políticos”. A pesquisadora abordou problematizações a cerca da produção
social dos parâmetros dos gêneros, que tem como premissa “não se nasce,
torna-se”. Denise afirmou que estas questões podem e devem ser discutidas a
partir de qualquer área do conhecimento por ser um eixo interdisciplinar.
Abordou-se em sua fala e colaboração de alunos presentes, a relação
social da formação dos gêneros que é diferente do sexo biológico, tendo como
base estudos antropológicos de investigação de diferentes povos que
expressam as suas relações de gênero de forma diversa. Compreende-se que
aprendemos com o meio social o que é ser homem e mulher. Os parâmetros
comportamentais e simbólicos perpassam não apenas pela constituição
biológica, mas são socialmente construídos de acordo com cada rede de
significação de determinado povo. O que muitas vezes nos leva a ter
preconceito com as formas de ser e estar de culturas que são diferentes das
nossas, por acharmos que a nossas delimitações culturais são as mais
corretas, sendo o outro diferente errado.
As relações entre homens e mulheres constituem-se por processos de
naturalização, onde se acredita que determinado comportamento aprendido por
meio da cultura seja biologicamente aprendido, que podem ser observados em
frases como: “Homem não chora”, “é natural que a mulher cuide dos filhos e
filhas” , “ homem é melhor para ser chefe”, “lugar de mulher é na...”. O gênero é
constituído por características que são desenvolvidas ao longo da historia de
um povo, socialmente e culturalmente construídas, e acabam sendo assumidas
individualmente e coletivamente como verdades absolutas, evidenciando-se
através de papéis, gostos, costumes e comportamentos, são padrões do que
se deve fazer um homem ou uma mulher.
Os sujeitos aprendem no convívio com seus semelhantes que posições
podem e não podem assumir no convívio social e forjam as lentes pelas quais
passam a enxergar a vida e a construir suas relações. Na ocasião a
pesquisadora, expôs também as problematizações que os movimentos
feministas, a teoria feminista e a teoria de gênero, constroem ao se oporem as
ideias e práticas baseadas no patriarcado que por sua vez divide o mundo em
uma visão dualista a partir dos sexos, no qual o sexo masculino é
hierarquicamente superior ao feminino.
A fundamentação desta perspectiva se a partir de ideologias biológicas
que explicam e mantem a desigualdade entre homens e mulheres, ao afirmar
que as mulheres são o sexo frágil e que por tabela são menores que os
homens. A luta de todos os empenhos feministas é a desconstrução destas
lógicas de dominação masculina ocidental, onde o homem é tido como mais
ser humano do que a mulher, e a partir deste entendimento se estabelecem
diversas manifestações sociais encabeçadas por mulheres que reivindicam os
direitos das mulheres, e lutam para transformação das matrizes de formação
das lentes sociais que olham o feminino como menos humano.

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