Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
02-2010
2
SUMÁRIO
Pelo modo como a Humanidade vem lidando com suas diferenças, talvez
haja algum valor na defesa acadêmica de teorizações paradigmáticas sobre estas
diferenças para que logo possamos, enquanto espécie, discutir sobre o que se há de
esperar como valor Ético das gerações futuras, em um nível de coordenação
integrado de valores, que se propagam na mente sendo projetados pelas coisas que
podemos identificar nas categorias, que podem se mostrar também na locação
6
Pelo modo como a Humanidade vem lidando com suas diferenças, talvez
haja algum valor na defesa acadêmica de teorizações paradigmáticas sobre estas
diferenças para que logo possamos, enquanto espécie, discutir sobre o que se há de
esperar como valor Ético das gerações futuras, em um nível de coordenação
integrado de valores, que se propagam na mente sendo projetados pelas coisas que
podemos identificar nas categorias, que podem se mostrar também na locação
6
E nem sempre o que é novo é bem vindo neste processo, bastando lembrar
de Galileu com sua teoria sobre o heliocentrismo, ou de Darwin, ao falar sobre a
evolução das espécies dando a entender que poderíamos derivar de símios neste
processo.
Neste ponto faz sentido a existência e a importância dos Paradigmas para o
ser humano dito civilizado. Haja vista diferenças paramétricas que flutuam entre a
megalomania e a ausência total de ego tem-se que, às vezes, por conta do improviso
permitido pela prática clínica, figurativamente pescar informações relutantes ao
procedimento clínico, que permitirão ao Filósofo Clínico conhecer mais
profundamente a Estrutura de Pensamento de seu Partilhante. Na maioria dos casos a
vinda ao Filósofo Clínico ocorre por demandas emergenciais, chamadas de Assunto
Imediato, que provavelmente terão como causa um Assunto Último, como por
exemplo:
O partilhante queixa-se na clínica sobre sua vontade compulsiva de comprar
como Assunto Imediato, mas ao falar a respeito e ouvir-se, descobre por si próprio
que é inseguro e momentaneamente o consumo acalma esta sensação. Vêem-se em
situações similares assim alguns que buscam ajuda Filosófica.
Ocorre que algumas pessoas estagnam seu sistema cognitivo, ou instalam
espécies de modos padrão de reconhecimento e interpretação do que se passa e
vivem mal, ou sofrendo, ou se prendendo por conta do modo como se relacionam
com o objeto desencadeador de sua demanda. Uma sorte humana talvez seja a
plasticidade com que os Paradigmas existem no mundo, mudando o tempo todo e se
adaptando também à suas Circunstâncias.
Uma ótima definição do que possa ser um sofrimento vê-se nas palavras de
Goya:
10
palavra foco neste caso se relaciona com os paradigmas. Afinal qual será o modelo
que o Partilhante conseguirá perceber, e quando percebido que tipo de mudança
ocorre?
“Em Filosofia Clínica, há dois tipos de verdade. A verdade que habita seu
coração, suas células, você. E o segundo tipo de verdade que é a verdade
convencionada, consensual. (...) a verdade subjetiva de uma pessoa pode se
associar harmoniosamente, ou colidir, ou negar, ou aumentar, ou refletir ou
evitar a verdade convencionada”. (PACKTER, 2008, p.16)
21. Expressividade
22. Papel existencial
23. Ação
24. Hipótese
25. Experimentação
26. Princípios de verdade
27. Análise da estrutura
28. Interseções de estrutura de pensamento
29. Dados da matemática simbólica
30. Autogenia
TÁBUA DE SUBMODOS
1. Em direção ao termo singular
2. Em direção ao termo universal
3. Em direção às sensações
4. Em direção às idéias complexas
5. Esquema resolutivo
6. Em direção ao desfecho
7. Inversão
8. Recíproca de inversão
9. Divisão
10. Argumentação derivada
11. Atalho
12. Busca
13. Deslocamento curto
19
instituição aconselhava alguém sobre suas questões. Hoje, na maior parte do mundo
ocidental a humanidade tem posse sobre suas ações. Basta ver o surgimento de
hedonismo dominante nos modos sociais de nossa sociedade.
Quem decide qual é o paradigma sobre questões como virgindade, aborto,
eutanásia, proliferação indiscriminada da espécie etc, se o paradigma da
Religiosidade, que antes cuidou de nos responder a isto, agora parece não ter mais
Valor Relativo, sendo esquecido cada vez mais pelas novas gerações? E se o estado
perder todo o poder decisório que detém? Para isto se bastará a Bioética?
“Diante de um mundo em que qualquer conceituação existencial torna-se
difícil em meio à avalanche de informações, que vem e arrasta o Ser Humano comum
em ondas de informações que se desencontram o tempo, todo é natural muito
cuidado na escuta filosófica:“ O terapeuta nem ousa pensar que sua interpretação do
partilhante é uma verdade em si mesma. Pois sabe que a linguagem é um jogo vivo
de ressignificações relativas e nem sempre é possível definir um predicado.” .
(GOYA, 2008, p. 159)
Talvez isto seja também o resultado de uma revolução já apontada no livro
A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn, 1962), um professor e
escritor de história da ciência que popularizou o uso dos termos Paradigma e
Mudança de Paradigma. Segundo a wikipédia:
“Kuhn declara que a gênese das idéias do livro ocorreu em 1947, quando
lhe foi encomendado ministrar uma curso de ciência para estudantes de
Humanidades, enfocando-se em casos de estudos históricos. Mais tarde,
declararia que ate o momento nunca havia lido nenhum documento antigo sobre
temas científicos. A Física de Aristóteles era notavelmente diferente da obra de
Newton no que concerne aos conceitos de matéria e movimento -- chegando a
conclusão de que os conceitos de Aristóteles não eram "mais limitados" ou
"piores" que os de Newton, apenas diferentes.” (2010)
18
2 – DEMANDAS PARADIGMÁTICAS.
instituição aconselhava alguém sobre suas questões. Hoje, na maior parte do mundo
ocidental a humanidade tem posse sobre suas ações. Basta ver o surgimento de
hedonismo dominante nos modos sociais de nossa sociedade.
Quem decide qual é o paradigma sobre questões como virgindade, aborto,
eutanásia, proliferação indiscriminada da espécie etc, se o paradigma da
Religiosidade, que antes cuidou de nos responder a isto, agora parece não ter mais
Valor Relativo, sendo esquecido cada vez mais pelas novas gerações? E se o estado
perder todo o poder decisório que detém? Para isto se bastará a Bioética?
“Diante de um mundo em que qualquer conceituação existencial torna-se
difícil em meio à avalanche de informações, que vem e arrasta o Ser Humano comum
em ondas de informações que se desencontram o tempo, todo é natural muito
cuidado na escuta filosófica:“ O terapeuta nem ousa pensar que sua interpretação do
partilhante é uma verdade em si mesma. Pois sabe que a linguagem é um jogo vivo
de ressignificações relativas e nem sempre é possível definir um predicado.” .
(GOYA, 2008, p. 159)
Talvez isto seja também o resultado de uma revolução já apontada no livro
A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn, 1962), um professor e
escritor de história da ciência que popularizou o uso dos termos Paradigma e
Mudança de Paradigma. Segundo a wikipédia:
“Kuhn declara que a gênese das idéias do livro ocorreu em 1947, quando
lhe foi encomendado ministrar uma curso de ciência para estudantes de
Humanidades, enfocando-se em casos de estudos históricos. Mais tarde,
declararia que ate o momento nunca havia lido nenhum documento antigo sobre
temas científicos. A Física de Aristóteles era notavelmente diferente da obra de
Newton no que concerne aos conceitos de matéria e movimento -- chegando a
conclusão de que os conceitos de Aristóteles não eram "mais limitados" ou
"piores" que os de Newton, apenas diferentes.” (2010)
27
estes Paradigmas podem ser trocados por outros, ou intensificam-se enquanto para
outras pessoas, por acomodação de sua Autogenia, torna-se menos importante.
“Por isso, intervenções no pensamento podem ser importantes para a
pessoa, podem direcionar suas vidas para a mudança nas formas de agir, de pensar,
de lidar com suas questões. Assim como substâncias químicas alteram nosso
pensamento e o nosso comportamento, idéias também possuem essa propriedade.”
(AIUB, 2001)
A singularidade em que se encerra o Ser Humano nem sempre encontra
respostas no Paradigma vigente, por isto as pessoas fazem guerra, trocam de religião,
brigam com seu Deus, daí quando precisam chamam-no e de volta, e se relacionam
com seus paradigmas das mais inimagináveis formas possíveis. E é fundamental que
haja este direito de ter Paradigmas Religiosos conforme os compreenda, para que
possa nisto ficar assegurada a integralidade do seu direito a uma religiosidade, que
também nos define como seres humanos, com a crença em um Ser superior, que
governe o Ser Humano em uma instância além de nossa compreensão física, para que
quando não haja mais respostas possa-se acalmar o coração com a variável de isto ser
um desígnio de Deus, ou Karma, e que não há nada que possa ser feito.
O Paradigma Religioso também é responsável por algumas guerras que
ocorrem no planeta. Neste caso grupos de pessoas com seus próprios interesses,
talvez derivados de uma estrutura pré-existente, utilizam-se do Nome de seu Deus
para justificar a matança do outro que pensa de modo diferente sobre Algo
importante para ambos. Chama a atenção que se poderia notar o quão longe pode ir
um Paradigma, do intento original que tinha o seu Fundador.
Mas um fato é que no mundo moderno, ante a criação desenfreada de
informação posiciona-se em dois grupos principais: o das pessoas que tem dinheiro e
o das pessoas que não tem dinheiro.
No Mundo que tem dinheiro tem informação e padrões hedonistas de
comportamento e consumo que se multiplicam e categoricamente se aperfeiçoam na
medida em que o tempo passa, deixando muitos Seres Humanos cada vez mais sem
28
uma forma holística, envolvendo todas as áreas do conhecimento que seus modos
percepcionais possam abarcar.
E isto ocorrerá porque os Partilhantes das futuras gerações terão
dificuldades ainda maiores de lidar com tantas informações e estímulos do ambiente
em detrimento da ausência de paradigmas que sejam confiáveis. Se a humanidade é
viciada em informações, talvez por sua própria natureza, este caráter humano tornou-
se ainda mais evidente agora, no principio dos anos 2000 quando uma gama de dados
mnemônicas chegou a mente do mundo, mostrando formas tão variadas de reger a
vida que os conceitos de certo e errado simplesmente emergem em uma densa bruma
na qual as pessoas se perdem por não saberem muitas vezes o que é a sua própria
vontade e o que é vontade dos Sistemas em que estão inseridas.
“Filosofia Clínica: o apaixonante exercício do filosofar –
Independentemente de padrões de normalidade, de tipologias, de teorias prévias,
a Filosofia Clínica constrói seu trabalho para cada pessoa em especial,
considerando seu universo, seu modo ser, estar, pensar e agir; respeitando suas
necessidades e escolhas, seus valores e sentimentos, seus caminhos e relações.”
(AIUB, 2001)
Embora nem sempre rapidamente, neste ponto faz-se necessário o uso
adequado do ponto de partida mais imediato que há para saber como sua Estrutura de
Pensamento funciona: a sua Historicidade. Por vezes, os procedimentos clínicos
parecem mecânicos, mas confirmam-se por sua demasiada abrangência dando
respostas à Filosofia Clínica sobre os contextos que construíram a identidade do
Partilhante vistos em sua historicidade.
Para algumas pessoas há uma profunda dificuldade de entender que o
mundo é visto de outra maneira pelas pessoas que não são elas próprias. Por isto “os
procedimentos clínicos consistem em intervenções no processo de pensamento do
partilhante. Essas intervenções iniciam-se desde o primeiro contato entre o filósofo
clínico e a pessoa.” (AIUB, 2001)
30
Porem, ante a incapacidade de assim ser, a busca pela verdade crua, fria e
dissecada é a intenção final do Paradigma Religioso. O legado desta ânsia por
verdades verificáveis, fez do Paradigma Cientificista algo muito importante para a
criação, disseminação, ou estruturação do significado dos conceitos de Método e
Sistema, pois a partir destas conceituações, geraram-se modos de organização de
conhecimentos cada vez mais complexos em uma cadeia incessante de dados, além
da capacidade de compreensão do ser humano contemporâneo.
Também ajudou a romper com monopólio Epistemológico detido pelo
paradigma religioso trazendo outras perspectivas existenciais ao Ser Humano
Ocidental.
No processo de desenvolvimento da própria Filosofia Clínica,
provavelmente Packter pode ter utilizado inúmeros dispositivos de pesquisa, como as
fichações, resumos e resenhas, além de publicação de seus livros que somente são
validados academicamente, tendo assim o seu devido valor social, por conta de
regras direta ou indiretamente derivadas deste paradigma institucionalizado como lei
dada a sua importância. Um exemplo da utilidade de um sistema verificável ocorre
na Filosofia Clínica na análise da localização dos Exames Categoriais, o endereço
existencial do Partilhante.
“Sobre os 5 anos de idade da pessoa, por exemplo, ele saberá qual era a
questão ou questões com as quais pessoa lidava à época ( assunto ); conhecerá
todo o contexto em torno daquelas questões, e quais os aspectos relevantes
desse contexto ( circunstância ); terá uma noção de como a pessoa vivia
sensorialmente, sua vivência somática, em seu meio ( lugar ); poderá
considerar com maior propriedade a temporalidade nessa pessoa, se o tempo
era subjetivamente curto, longo, fragmentado, insignificante ( tempo ); terá
ciência de quais eram as relações determinadas a essa pessoa aos 5 anos de
idade, se era com seus irmãos, com seus amiguinhos, sua professora, seu
ursinho de pano ou talvez com ela mesma ( relação ). O filósofo terá um
entendimento da interseção entre as 5 categorias”. (PACKTER, 2008, p.60)
32
Dentro dos sistemas corporativos também compete-se muito, e para que ele
se fizesse e pudesse se organizar, fez-se necessário certo cientificismo.
35
E como ficam estas representações a cada ano com cada vez menos padrões
universais de comportamento?
36
Talvez não seja propriamente dita uma corrida evolucionária este tipo de
comportamento, mas há um quê de disputa neste aspecto, entre grupos mais jovens.
O acesso às informações pertinentes a um determinado grupo que se queira
freqüentar, independente de ser institucionalizado ou não, é uma necessidade neste
ambiente, tanto quanto fazer parte de grupos de alguma ordem ou interesse, embora
algumas autogenias não tenham nenhuma apreciação por aglomeros, e as interseções
ocorram com outras pessoas que também partilham desta percepção.
Neste momento da História, a informação ainda pode ser considerada bem
de consumo, e como tal tem um custo para quem quiser se beneficiar dela. Internet,
celular, computador, também são utilizados para que se tenha acesso a salas de bate-
papo, e-mails, chats de conversação, conversas com áudio e vídeo, além de jogos,
musica e filmes, enfim Informações. Se há uma Demanda que pode ser percebida em
uma ordem mais ou menos Universal neste momento é a Demanda por Informação
que a internet em termos consegue suprir. Este Evento pode se o gerador de uma
espécie de Paradigma da Informação, afirmando que todo mundo necessariamente
tenha que saber utilizar as Máquinas. Para as próximas gerações isto será uma
Realidade plena.
Mas haverá aqueles que não vão se inteirar deste Paradigma da Informação,
porque simplesmente não se interessam por isto, pelos seus próprios motivos. E há
aqueles que vivem em áreas mundiais em que não há este acesso tecnológico.
37
Uma vez que sejam notados aspectos desta espécie, sem exemplos por
ausência de uma historicidade, poder-se-á trabalhar lado a lado com o partilhante, e
em circunstâncias não amiúde, alguns, que dizem odiar pensar nas coisas se mostram
tão filósofos que suas vidas nunca mais são as mesmas após o trabalho clínico,
porque ambos trabalharam juntos.
“Em outras palavras: enquanto o partilhante narra a história, o filósofo clínico esboça
uma leitura, a cada nova consulta ele revê e atualiza seu esboço, que sempre será um esboço. Com os
dados de tal esboço, ele terá elementos para provocar o partilhante a pensar em sua própria
existência e tomar para si a responsabilidade pela construção de seus modos de vida.” (AIUB, 2004)
gerações incisivamente separadas por uma ou duas décadas de idade. Nisto surgem
novas formas de conversação serão estabelecidas entre o homem como um processo
natural do estágio de desenvolvimento tecnológico que desfrutarmos.
Será uma espécie de Paradigma Holístico o que irá amparar as sociedades
humanas do futuro. A quantidade de informações no mundo deixa espaço para muita
argumentação entre cada parágrafo novo e os pontos de final de linha.
Então, para alguns, a sensação será a de que se está em um extremo, ou se
está em meio de lugar nenhum.
“Heidegger: Ele afirmou que estar só é a condição original de todos ser humano desde o
nascimento, gostemos ou não, e é pela maneira como lidamos com a solidão que nos distinguimos. O
homem torna-se autêntico quando aceita a solidão como o preço de sua liberdade e inautêntico
quando interpreta a solidão como abandono de Deus ou da vida em relação a si mesmo”. (GOYA,
2008, P. 170)
“Para Heidegger, o ser inautêntico não se sente responsável por sua existência, tornando-
se um estranho para si mesmo, e não aceita correr riscos para atingir seus objetivos, buscando
dependência e segurança nos outros, mascarando-se no impessoal. Não conseguindo viver
intensamente a própria vida como sua, tal ser só consegue encontrar força e encantamentos nas
coisas e nos outros e não nele mesmo”. (GOYA, 2008, P. 170)
Quando uma pessoa chega à clínica, é porque ela traz consigo alguma
problemática que ela não está conseguindo solucionar sozinha. No cotidiano algumas
pessoas encontram refúgios em seus amigos, outros na igreja, outros em suas
compulsões e vícios ou no amor. Ainda que algumas destas pessoas também se
dirijam ao consultório filosófico. Seja por uma questão existência, por uma perda, ou
por alguma decisão muito importante. Assim, no momento em que esta pessoa
começa a contar sua historicidade o Filósofo Clínico não a olhará como quem a
julga, mas como quem está ali para ouvi-lo.
43
Por isto o modo como o Partilhante carrega as informações sobre seu passado
é algo que interessa a Filosofia Clínica. O reencontro consigo mesmo para alguns é
tudo o que se deseja. Têm outros que só não se matam por causa da dor física que
isto causaria, ou porque temos instinto de sobrevivência a nos censurar. Vistas tantas
variáveis a Filosofia Clínica as prevê em sua estrutura mais fundamental e expande-
se, dando aos conceitos chave das demandas de consultório, resignificações que
fazem com que sejam elementos de narrativas diversas, não atos ou fatos em si
mesmos. São termos que postos em seus contextos originais causa impressões
dicotômicas, como aborto, suicídio, traição, desejo, submissão, vício etc.
Na Filosofia Clínica estes são termos que surgem nas historicidades como
projeções em uma tela, da qual o Filósofo Clínico captará a essência que possa da
vida do Partilhante. Aqui a sistematização do sentido das palavras utilizadas na
descrição da história do Partilhante e sua compactação em códigos de acesso a sua
44
Filósofo Clínico consegue entrar na vida de uma pessoa que mesmo vivendo assim
busca a sua ajuda? Não há uma resposta para isto.
Estas demandas podem ser por perda de controle de uma situação, ou de si
mesmo com uma atitude digna de arrependimento, por uma perda material ou
pessoal, pelo fim de um romance, ou pela dependência de determinados
comportamentos ou vícios atitudinais conflitantes com o meio em que habita.
Em última Instância a Filosofia Clínica não age como uma ciência da
saúde, pois seu raio de percepção corre muito mais à volta do modo como o
Partilhante percebe o mundo, do que nos rótulos médicos que ele traz consigo.
Alguns pessoas somatizam doenças e tem câncer por isto, outros não
funcionam desta maneira. Então, a priori, a Filosofia Clínica trabalha com as ciências
da saúde, mas existencialmente vai um pouquinho além.
Algumas pessoas também vêm ao Consultório por falta de Paradigmas, ou
pela perda de suas representações concretas: Amigos quem partem, cachorros que
morrem, árvores que são derrubadas e outras coisas que podem conter aspectos
Paradigmáticos em suas passagens pela vida das pessoas, no sentido de que deixaram
alguma influência que gerou um padrão de resposta para algo em seu cérebro. A
percepção de alguma perda irreparável, por exemplo, pode deixar algumas pessoas
em depressão pela simples quebra na rotina que mantém com o Objeto de sua
demanda imediata, não sendo a ausência do Objeto em si o problema, mas a sua
significação para a Estrutura de Pensamento do Partilhante.
É provável que possa haver em cada Ser Singular, infinitesimais variáveis
para as formas como lidamos e armazenamos dados existenciais. A matemática
simbólica deverá determinar isto em breve com as maquinas certas.
Provavelmente há uma padronização no cérebro humano (Tópico 17) no
processo de fixação da memória de eventos de nossa vida no cérebro, porém,
sublimado em si mesmo, este processo ainda é singular em cada ser e pontuado pelos
Paradigmas e Leis de seu Ambiente, que se torna um grande banco de dados. Desde
que aprendemos a pensar e vamos em frente baseados em Pré-juizos, Leis e
49
também não conseguem parar de mudar o tempo todo as suas próprias opiniões e
modos de agir. Quando uma pessoa se pega pensando em buscar ajuda profissional
para seu problema, psicológico ou no encanamento da cozinha, é porque
automaticamente seu cérebro constata que não tem conhecimento, aptidão ou
ferramentas para lidar com esta demanda e, em um movimento involuntário do
pensamento, pensar na busca por ajuda. Este evento pode ter uma resposta mecânica,
que a percepção consciente assimila e analisa, julgando interessante e agindo passiva
ou ativamente, ou descartando na seqüência.
E se este movimento mental, contenedor de alguma resposta, passa a se
repetir constantemente e a pessoa aceita a fixação do Novo Padrão, há mais chances
de uma ação efetiva de modificação de sua problemática, mas nenhuma garantia
além das que a vida encerra em si. E há aqui uma parte do Paradigma da
Singularidade fazendo efeito.
Algumas vezes a mudança ocorre em um extremo ato pela sobrevivência,
em que uma Partilhante descobre que a vontade de parar de apanhar, por exemplo, é
maior do que o Amor que sente pelo namorado. E existencialmente seu sofrimento
será maior por deixá-lo para trás do que as pelas surras que tomava dele.
a fazerem as coisas que fazem, dizerem as coisas que dizem, viverem as vidas que
vivem, do que para ficar lhes ditando regramentos e estatutos sobre como se
comportar. Já existem Paradigmas o suficiente para isto em todas as sociedades
humanas.
Este padrão de aceitação proposto aqui tem sua limitação na capacidade
percepcional do Filósofo Clínico. Naquilo que sua capacidade de Filosofar lhe diz.
“O filósofo aprende que se a pessoa construiu uma couraça muscular qualquer,
talvez seja a maneira que tenha encontrado de sobreviver, e talvez, em alguns casos,
não se deve pôr a mão”. (PACKTER, 2009, p.68)
Trata-se de uma espécie de sensibilidade. Passa-se a saber com mais
intensidade, enquanto Filósofo Clínico, que conviver com desconfortos é algo que
existe, e isto será parte de seu trabalho. Pode até que com determinadas interseções o
acompanhamento filosófico torne-se existencialmente desconfortável, em níveis
subjetivamente insuportáveis. Por isto “na Filosofia Clínica, como em tudo, a ética
se antecipa às funções teóricas da ontologia.”. (Goya, Will: 2008, p.32).
Os paradigmas atuais, além de serem dicotômicos, não são baseados em
conceitos de Realidades Internas, como o Cientificista que diz que a resposta está na
Matéria, e o Religioso, que diz a resposta estar em Deus.
As novas gerações têm buscado, e buscarão cada vez mais, meio-termos
entre estes dois extremos, aonde habitam com suas Singularidades, e a Filosofia
Clínica pode ser a chave deste encontro se assim quisto.
E a Filosofia Clínica, aparentemente, pode ser assustadora para alguns, sem
saberem que ela não lhes tira nada, porque entende que ter estes outros Paradigmas,
ou não ter Paradigmas, para quem o possa, é parte da condição Humana.
E entendem que também a Filosofia Clínica não lhes dá nada que já não
fosse legitimamente seu.
48
Filósofo Clínico consegue entrar na vida de uma pessoa que mesmo vivendo assim
busca a sua ajuda? Não há uma resposta para isto.
Estas demandas podem ser por perda de controle de uma situação, ou de si
mesmo com uma atitude digna de arrependimento, por uma perda material ou
pessoal, pelo fim de um romance, ou pela dependência de determinados
comportamentos ou vícios atitudinais conflitantes com o meio em que habita.
Em última Instância a Filosofia Clínica não age como uma ciência da
saúde, pois seu raio de percepção corre muito mais à volta do modo como o
Partilhante percebe o mundo, do que nos rótulos médicos que ele traz consigo.
Alguns pessoas somatizam doenças e tem câncer por isto, outros não
funcionam desta maneira. Então, a priori, a Filosofia Clínica trabalha com as ciências
da saúde, mas existencialmente vai um pouquinho além.
Algumas pessoas também vêm ao Consultório por falta de Paradigmas, ou
pela perda de suas representações concretas: Amigos quem partem, cachorros que
morrem, árvores que são derrubadas e outras coisas que podem conter aspectos
Paradigmáticos em suas passagens pela vida das pessoas, no sentido de que deixaram
alguma influência que gerou um padrão de resposta para algo em seu cérebro. A
percepção de alguma perda irreparável, por exemplo, pode deixar algumas pessoas
em depressão pela simples quebra na rotina que mantém com o Objeto de sua
demanda imediata, não sendo a ausência do Objeto em si o problema, mas a sua
significação para a Estrutura de Pensamento do Partilhante.
É provável que possa haver em cada Ser Singular, infinitesimais variáveis
para as formas como lidamos e armazenamos dados existenciais. A matemática
simbólica deverá determinar isto em breve com as maquinas certas.
Provavelmente há uma padronização no cérebro humano (Tópico 17) no
processo de fixação da memória de eventos de nossa vida no cérebro, porém,
sublimado em si mesmo, este processo ainda é singular em cada ser e pontuado pelos
Paradigmas e Leis de seu Ambiente, que se torna um grande banco de dados. Desde
que aprendemos a pensar e vamos em frente baseados em Pré-juizos, Leis e
49
também não conseguem parar de mudar o tempo todo as suas próprias opiniões e
modos de agir. Quando uma pessoa se pega pensando em buscar ajuda profissional
para seu problema, psicológico ou no encanamento da cozinha, é porque
automaticamente seu cérebro constata que não tem conhecimento, aptidão ou
ferramentas para lidar com esta demanda e, em um movimento involuntário do
pensamento, pensar na busca por ajuda. Este evento pode ter uma resposta mecânica,
que a percepção consciente assimila e analisa, julgando interessante e agindo passiva
ou ativamente, ou descartando na seqüência.
E se este movimento mental, contenedor de alguma resposta, passa a se
repetir constantemente e a pessoa aceita a fixação do Novo Padrão, há mais chances
de uma ação efetiva de modificação de sua problemática, mas nenhuma garantia
além das que a vida encerra em si. E há aqui uma parte do Paradigma da
Singularidade fazendo efeito.
Algumas vezes a mudança ocorre em um extremo ato pela sobrevivência,
em que uma Partilhante descobre que a vontade de parar de apanhar, por exemplo, é
maior do que o Amor que sente pelo namorado. E existencialmente seu sofrimento
será maior por deixá-lo para trás do que as pelas surras que tomava dele.
a fazerem as coisas que fazem, dizerem as coisas que dizem, viverem as vidas que
vivem, do que para ficar lhes ditando regramentos e estatutos sobre como se
comportar. Já existem Paradigmas o suficiente para isto em todas as sociedades
humanas.
Este padrão de aceitação proposto aqui tem sua limitação na capacidade
percepcional do Filósofo Clínico. Naquilo que sua capacidade de Filosofar lhe diz.
“O filósofo aprende que se a pessoa construiu uma couraça muscular qualquer,
talvez seja a maneira que tenha encontrado de sobreviver, e talvez, em alguns casos,
não se deve pôr a mão”. (PACKTER, 2009, p.68)
Trata-se de uma espécie de sensibilidade. Passa-se a saber com mais
intensidade, enquanto Filósofo Clínico, que conviver com desconfortos é algo que
existe, e isto será parte de seu trabalho. Pode até que com determinadas interseções o
acompanhamento filosófico torne-se existencialmente desconfortável, em níveis
subjetivamente insuportáveis. Por isto “na Filosofia Clínica, como em tudo, a ética
se antecipa às funções teóricas da ontologia.”. (Goya, Will: 2008, p.32).
Os paradigmas atuais, além de serem dicotômicos, não são baseados em
conceitos de Realidades Internas, como o Cientificista que diz que a resposta está na
Matéria, e o Religioso, que diz a resposta estar em Deus.
As novas gerações têm buscado, e buscarão cada vez mais, meio-termos
entre estes dois extremos, aonde habitam com suas Singularidades, e a Filosofia
Clínica pode ser a chave deste encontro se assim quisto.
E a Filosofia Clínica, aparentemente, pode ser assustadora para alguns, sem
saberem que ela não lhes tira nada, porque entende que ter estes outros Paradigmas,
ou não ter Paradigmas, para quem o possa, é parte da condição Humana.
E entendem que também a Filosofia Clínica não lhes dá nada que já não
fosse legitimamente seu.
60
Assunto Imediato.
Talvez houvesse aqui uma pontada de mágoa pelo fato de seu avô ter
tentado matar Leolo também afogado em uma piscina quando era criança e de
ele ter um caso com Bianca, o grande amor de Leolo.
63
5.1.2. Circunstância
5.1.3. Lugar
5.1.4. Tempo
5.1.5. Relação
Leolo é como se não percebesse exatamente que exista alguma relação
entre ele e o meio em que vive. Não se sente parte daquilo tudo dada a sua
inversividade.
64
4. Emoções
Mas,
5. Pré-juízos.
decidido matar
meu avô, de que eu deveras gostava.
(567/01: 16: 35,090 -> 01: 16: 39,094)
8. Termos unívoco e equívoco.
Os discursos de Leolo são de modo geral todos completo, embora, por vezes
sem sentido.
Leolo não parece muito bem estruturado em seu raciocínio, haja visto tudo o
que invoca em seu pensamento. Não há Associação Coerente de Idéias: quando leva
insetos aos hospital para sua irmã Rita, por exemplo.
Também não apresenta capacidade de Interpretação lógica, literal e via
bom-senso com relação as idéias de matar o seu avô, tanto que colocou a idéia em
prática.
Há um trecho em especial que demonstra como se forma uma Relação
justificável entre termo antecedente e subsequente:
E:
Este tópico tem alguma relevância pois haverá um tempo em que Leolo
conhecerá Regina, e após isto, Bianca para de aparecer em seus sonhos. Com isto
conclui que Bianca o está punindo.
14. Espacialidade:
15. Semiose
Embora esta fala não seja direta de Leolo, mas uma marcação em um livro
de 1964, chamada a “Devoradora dos Devorados”, o único livro que Leolo tinha em
sua casa, segundo ele próprio, parece que ele a utiliza para marcar seu lugar no
mundo. Ou seja solitário. Em sua função inversiva total.
20. Epistemologia.
21. Expressividade
por conta das situações de Fernand. Porém tudo fica pior com todas estas interseções,
pois Fernand apanha novamente, tenta matar o avô, e Bianca não aparece mais.
Relação Tópica
Choques com seu avô e com os perigos da rua.
Boa associação com o Domador de Vermes.
6. Em direção ao desfecho.
7. inversão.
Bom Dia.
Quem fala primeiro hoje?
Por que não você, Leo?
Porque meu nome é ...
Leolo Lozone.
E porque você não fala
Com as pessoas que você não conhece.
(202/00: 31: 01,359 -> 00: 31: 05,352)
80
6 BIBLIOGRAFIA
REVISTA VEJA: A força da inteligência na sua vida (revista veja , ano 34,
no. 25, pp. 92-99, 2001) (http://www.unesp.br/proex/opiniao/veja1.htm)