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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


Curso: Gestão de Empresas Hab. Finanças Período: Laboral / Pós-laboral
Disciplina: Finanças Internacionais Nível: 4º ano, 2º Semestre

AULA – 1: INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO E FINANÇAS INTERNACIONAIS

1. SISTEMA FINANCEIRO
O sistema financeiro compreende o conjunto de instituições financeiras (agentes económicos
superavitários, deficitários, intermediários, reguladores e regulamentos) que asseguram,
essencialmente, a canalização da poupança para o investimento nos mercados financeiros, através
da compra e venda de produtos financeiros. Estas instituições asseguram um papel de
intermediação entre os agentes económicos que, num dado momento, se podem assumir como
aforradores e, noutros momentos, como investidores.

Segundo Franklin Allen e Douglas Gale em Comparing Financial Systems, sistemas financeiros
são cruciais para a alocação de recursos em uma economia moderna. Eles canalizam as poupanças
das famílias para o sector produtivo e alocam fundos de investimento entre as firmas.

2. FINANÇAS INTERNACIONAIS

As finanças constituem um ramo da economia encarregue da administração do dinheiro. As


finanças internacionais, por conseguinte, estudam o fluxo de efectivo entre os vários países. Esta
área financeira pode dividir-se em dois ramos de estudo: a economia internacional (que tem em
conta a taxa de câmbio, as taxas de juros e outros aspectos financeiros) e as finanças corporativas
(o estudo dos mercados e dos produtos financeiros).

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Perante o fenómeno da globalização, que implica livre circulação de capitais e a suspensão de
vários tipos de restrições (físicas, aduaneiras, tributárias), as finanças internacionais adquirirem
uma particular importância.

Finanças Internacionais é uma das duas grandes subáreas da Economia Internacional. As relações
económicas internacionais entre os países têm aumentado cada vez mais pós 2ª Guerra Mundial.
Esta integração se reflecte não apenas num forte crescimento no volume e na diversidade de
comércio internacional, mas também numa explosão nas transacções financeiras internacionais e
está sendo acelerada cada vez mais pela rápida difusão de novas tecnologias e a queda dos custos
de transporte e comunicação.

Desde os anos 1980 os mercados financeiros internacionais têm crescido muito, conectando os
grandes centros financeiros do mundo. Porém, com esta integração financeira surgiram também as
preocupações com a estabilidade financeira global. Além disso, o sistema monetário internacional
passou por grandes mudanças nas últimas décadas.

As taxas de câmbio têm flutuado muito desde os anos 70, afectando o dia-dia das empresas que
participam no mercado mundial e criando pressões políticas de controles cambiais e
proteccionismo. As últimas décadas foram também marcadas por crises financeiras internacionais,
como as crises de dívida externa, de moeda, ataques especulativos, as crises de balanço de
pagamentos e as crises bancárias, com impactos significativos, especialmente para os mercados
emergentes.

A crise recente de subprime nos EUA, que espalhou nos demais mercados financeiros, causou uma
crise financeira global e demonstrou claramente a interdependência dos mercados financeiros
globais. Por último, os problemas de política macroeconómica internacional ocupam
frequentemente a primeira página dos jornais.

Finanças internacionais é um ramo da economia que estuda a dinâmicas das taxas de câmbio,
investimento externo e a forma como isso afecta o comércio internacional. Estuda também
projectos internacionais, investimento e fluxos internacionais de capitais, e défices de comércio.
Inclui também o estudo de futuros, opções e Swaps de moeda. As finanças internacionais são um
ramo da economia internacional.

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Um conceito importante dentro deste âmbito é o de divisa, que é a moeda nacional que é
convertível numa moeda estrangeira no mercado cambial. Para tal, existe a convertibilidade interna
(a possibilidade de comprar e vender moedas estrangeiras num país) e a convertibilidade externa
(a cotação de uma moeda nacional nos mercados cambiais de outros países).

3. FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS

3.1. Exportação dos produtos

Exportação é a forma mais comum de participação em mercados globais, a prática de vender os


produtos directamente para clientes estrangeiros. Enquanto as grandes empresas usam a
exportação como uma das muitas formas de estratégia em mercados globais, as pequenas empresas
usam a exportação como única estratégia através de um distribuidor local. A vantagem da
exportação sobre outras opções, é que a empresa não perde o controle de qualidade do seu produto
e recebe a totalidade dos rendimentos.

3.2. Montagem e Embalagem

Montagem e embalagem, quando por vezes, os países impõem restrições às importações de alguns
produtos de peso na balança comercial, carros e outros equipamentos. Para entrar nesses mercados,
as empresas criam linhas de montagem nesses países e exportam componentes do produto final.
Ex. Honda, Toyota, BMW. Esta opção é geralmente mais cara do que a simples exportação do
produto final, mas as barreiras comerciais nesse mercado não permitem alternativas de acesso.

3.3. Joint Venture

Joint Venture é uma das opções mais complexas de participação em mercados globais porque exige
que uma empresa transfira os seus recursos do seu país para se juntar a uma ou mais empresas de
um país estrangeiro. Isto acontece, por vezes, quando as leis de um país proíbem que uma empresa
estrangeira detenha mais do que 49% do negócio. Outras vezes, é porque esta opção permite uma
entrada mais rápida nesse mercado.

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3.4. Aliança Estratégica

Aliança Estratégica, neste caso, o propósito é tirar vantagens de uma especialização particular ou
de um recurso particular de uma ou mais empresas nos mercados globais. Ex. Ford e a Mazda
Atingir uma gestão efectiva com Joint ventures e alianças estratégicas é um grande desafio para
os gestores, mas há evidências que os acordos funcionam quando ambas as partes sentem uma
forte necessidade destas opções.

3.5. Investimento Directo Estrangeiro

Investimento Estrangeiro Directo, é talvez a opção mais desenvolvida de participação em


mercados globais. Quando uma empresa produz e comercializa bens e serviços num país
estrangeiro através de uma empresa criada com total propriedade ou da criação de uma empresa
subsidiária. Geralmente compra uma empresa e tira vantagens da posição no mercado, a gestão,
força de trabalho, e outros recursos existentes. Ex. Whirlpool comprou a Philips com grande nome
de electrodomésticos na Europa. Formar uma subsidiária, tem a desvantagem de ter de desenvolver
a posição no mercado, gerar a sua própria força de trabalho, instalações, fornecedores, ou seja,
criar tudo num mercado estrangeiro.

3.6. Global Sourcing

Global Sourcing, é uma das opções do envolvimento global. Quando o negócio cria uma empresa
estrangeira para produzir um ou mais dos seus produtos. Isto acontece quando a gestão descobre
que pode produzir os seus produtos de forma mais eficiente noutra parte do mundo. Ex: Nike,
Reebok. O produtor estrangeiro ou “source” produz o produto de acordo com as especificações da
empresa e lança o produto com a marca ou logotipo.

As vantagens são os baixos salários da “source” em países estrangeiros, a especialização fabril da


“source”. Os produtos são vendidos no país da “source” e em outros países estrangeiros, com as
especificações da empresa e lança o produto com a marca e logotipo. As vantagens são baixos
salários da source, em países estrangeiros, a especialização fabril da source, os produtos são
vendidos no país da source e em outros países do mundo.

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3.7. Licenciamento

Licenciamento, quando uma empresa autoriza outra, num país estrangeiro, a produzir e a
comercializar os seus produtos. Concede a marca e o logotipo e somente recebe uma comissão
negociada. O licenciamento permite as empresas donas das marcas entrar num mercado sem
investimento directo seja na produção seja na comercialização do produto da empresa.

3.8. Franchising

Franchising, é equivalente ao licenciamento, mas relativo à prestação de um serviço, mais do que


o fornecimento de um produto. O acordo de franchising concede o logotipo e o sistema de gerir o
negócio em troca de uma comissão e uma percentagem sobre os rendimentos da venda dos
serviços. Ex: Holiday Inn, Coca-Cola, KFC, etc. A vantagem é que a empresa dona da marca entra
num mercado minimizando o investimento.

Não existe uma receita simples para participar em mercados globais, mas as histórias de sucesso
neste campo dão indicações de existirem elementos comuns:

➢ Aprender a cultura;
➢ Padronizar o produto ou o serviço;
➢ Identificar e reconhecer os riscos;
➢ Exercitar a paciência e a persistência…

TPC

a) Pesquisar os riscos em operar no ambiente Internacional.


b) Mercados financeiros internacionais.

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