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EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA
Disciplina
DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
2
Curso
EDUCAÇÃO ESPECIAL
E INCLUSIVA
Disciplina
DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
Maria POPPE
Raquel PEREIRA
Soraya JORDÃO
www.avm.edu.br
3
07 Apresentação
Aula 1
09 Introdução às dificuldades de
aprendizagem
Aula 2
39 Transtornos da leitura e da escrita e
do cálculo matemático
Sumário
Aula 3
69 Fracasso escolar e educação
inclusiva
Aula 4
103 Transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade
AV1
131 Estudo dirigido da disciplina
AV2
134 Trabalho acadêmico de
aprofundamento
AULA
Dificuldades de
Aprendizagem
Maria Poppe
Apresentação
Introdução
A aprendizagem escolar é
predeterminada por uma
aprendizagem informal que ocorre no
seio familiar desde que o bebê existe e
atravessa o universo escolar.
(Rubinstein, 2003: 74)
Aula 1 | Introdução às dificuldades de aprendizagem 12
No livro Sucesso expectativa, por parte dos que o cercam, de que ele
Escolar nos Meios
Populares – As aprenda como todo mundo, de que ele absorva os
Razões do
valores culturais, as regras sociais, que responda
Improvável
(LAHIRE, Bernard. positivamente as expectativas depositadas nele.
Tradução de Ramon
Américo Vasques e
Sonia Goldefer, São
Paulo: Ática, 1997), Freud, em 1930, concluiu:
o autor disserta que
o bom ou o mau
desempenho escolar A transmissão cultural permitirá a
não está sobrevivência individual e coletiva do
necessariamente
ligado às condições
grupo humano, e essa transmissão se
socioeconômicas do dará pela educação.
aluno, e demonstra (Freud apud Rubinstein,
que existem razões 2003:27)
culturais mais
amplas para explicar
o sucesso e o Não é possível dissociar aprendizagem,
fracasso escolar.
educação e processo civilizatório. Só podemos pensar
na aprendizagem considerando, simultaneamente, a
cognição e o desejo. Nesse sentido, a constituição do
sujeito psíquico, dentro da visão freudiana, possibilita
um olhar para o sujeito da aprendizagem por levar em
conta a complexidade dos fatores envolvidos. O que se
destaca é que na relação ensino aprendizagem se torna
presente a intersubjetividade.
Aula 1 | Introdução às dificuldades de aprendizagem 13
Para pensar
Fatores específicos
Completar o
diagnóstico ou a
avaliação com o Existem certos transtornos na área da
auxílio de
especialistas, por adequação perceptivo-motora que, embora se suspeite
vezes, é
fundamental. de uma origem orgânica, não é passível de verificação.
Desde que isso não
sirva para Esses transtornos aparecem no nível da aprendizagem
discriminar e excluir
o aluno, que poderá da linguagem, sua articulação, sua lecto-escrita e
ser identificado
como o portador de manifestam-se em algumas perturbações, tais como:
tal problema ou
estigma.
inaptidão gráfica, impossibilidade de construir imagens
claras de fonemas, sílabas, palavras etc.
Aula 1 | Introdução às dificuldades de aprendizagem 15
Fatores psicogênicos
Fatores ambientais
Dica de
O fracasso escolar também atinge o ser social do
leitura sujeito, pois ele sofre por não conseguir corresponder
ao que se espera dele, sofre por não conseguir
BOSSA, Nádia.
Fracasso Escolar: acompanhar seu grupo, sofre por ter que se deparar,
Um Olhar
Psicopedagógico. muitas vezes, com o descrédito dos que lhe cerca.
Porto Alegre: Artes
Médicas, 2002.
Neste livro, a autora O discurso do entorno sempre busca localizar no
destaca o aspecto de
sintoma do fracasso sujeito todas as causas do seu fracasso, para isso
escolar que, ao
mesmo tempo, é alegam, muitas vezes, que a escola é boa, o ensino é
singular e plural,
tendo em vista as
de qualidade, o professor é qualificado, porém o aluno
condições individuais é que não consegue aprender, não quer prestar
e sócio-culturais.
atenção ou tem preguiça.
EXERCÍCIO 1
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EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
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Aula 1 | Introdução às dificuldades de aprendizagem 28
Na produção da problemática da
aprendizagem, intervêm fatores que
dizem respeito ao socioeconômico, ao
educacional, ao emocional, ao orgânico
e ao corporal, tendo relevância para
sua terapêutica e prevenção o encontro
entre diferentes áreas de
especialização (psicopedagogia,
psicanálise, pedagogia, pediatria,
sociologia etc.). Com relação à
Psicopedagogia, devemos buscar
oferecer espaços onde se possam
realizar experiências com professores
que favoreçam o processo de
identificação e potencialização de
possibilidades singulares de cada
pessoa, a aposta deve ser feita numa
modalidade de aprendizagem que
favoreça essa troca.
EXERCÍCIO 4
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PERGUNTA, ENTÃO:
PERSPECTIVA PREVENTIVA
Conclusão
EXERCÍCIO 5
Contextualizar e compartilhar
Reflita sobre essas considerações na prática
educacional e escreva algumas propostas.
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EXERCÍCIO 6
EXERCÍCIO 7
( A ) Aprenda a ensinar;
( B ) Mude o seu método de ensino;
( C ) Resgate o prazer de ensinar;
( D ) Aproxime-se da equipe pedagógica;
( E ) Escolha mudar de enfoque, priorizando as
demandas familiares.
Aula 1 | Introdução às dificuldades de aprendizagem 36
EXERCÍCIO 8
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EXERCÍCIO 9
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RESUMO
Vimos até agora:
AULA
e da Escrita e do
Cálculo Matemático
Maria Poppe
Apresentação
Introdução
UM POUCO DE HISTÓRIA
Quer
quando escreve:
saber mais?
Importante
Aqui o problema não é o de visão, mas sim do
Memória visual é a modo como o cérebro processa as informações visuais.
capacidade de reter
com exatidão, a As deficiências da percepção visual geralmente são
longo ou em curto
prazo, uma série de causadas por áreas com hipofuncionamento no lado
estímulos
apresentados direito do córtex cerebral. Estudantes com deficiência
visualmente.
Se existem falhas na
da percepção visual apresentam dificuldades para
discriminação figura-
reconhecer, organizar, interpretar e/ou recordar
fundo e a atenção é
dispersa, pouco ou imagens visuais; em conseqüência disso, têm
nada será possível
memorizar. problemas para entender todo tipo de símbolos (letras,
palavras, números, diagramas, mapas, gráficos,
tabelas). Os problemas com a percepção visual
começam a causar problemas nas séries iniciais do
Ensino Fundamental. As habilidades de percepção
visual incluem a capacidade para reconhecer imagens
já vistas e vincular-lhes significados, discriminar entre
imagens similares, separar figuras significativas de
detalhes de fundo, reconhecer o mesmo símbolo em
diferentes formas, reconhecer seqüências. Os
estudantes com problemas de percepção visual têm
dificuldade com a MEMÓRIA VISUAL e a visualização,
tornando o aprendizado da leitura dolorosamente lento,
têm dificuldade para imaginar soluções para os
problemas, têm dificuldade para visualizar o resultado
final, tendem a ser pensadores concretos, muitas vezes
têm dificuldades com as relações espaciais.
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 51
Sistema Funcional
da Linguagem O maior número de estudantes identificados com
engloba:
problemas de aprendizagem são os que apresentam
linguagem
problemas com o processamento da linguagem. Eles
integrativa ou
interior podem ter problemas com qualquer aspecto da
linguagem
receptiva linguagem: ouvir palavras corretamente, entender seu
Ouvida
Lida significado, recordar materiais verbais e comunicar-se
linguagem
expressiva claramente. As dificuldades começam com a palavra
Falada
Escrita falada e interferem na leitura e/ou na escrita no momento
do ingresso na escola. As crianças com deficiências de pro-
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 53
raciocínio lógico.
De certa forma, a
deficiência do
PROBLEMAS RELACIONADOS À DEFICIÊNCIA DO processamento da
linguagem se
PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM aproxima das
dificuldades de
compreensão da
leitura.
Dificuldade com o raciocínio verbal, pode Podemos dividir
essas dificuldades
entender um provérbio, mas não consegue
em três níveis
explicar o que significa, problemas para (Pamplona Morais,
1997):
entender trocadilhos, piadas, dificuldade para
- compreensão
fazer comparações, classificar objetos, idéias, literal, que engloba
a compreensão das
para recordar informações, produzir fatos, idéias propostas no
texto;
apresentar uma história ou instruções em
- compreensão
ordem lógica, dificuldade para iniciar ou inferencial, que
pressupõe a análise
manter uma conversa. das idéias que não
estão contidas no
texto e, baseia-se
É importante chamar a atenção para o fato de na experiência do
leitor;
que, na escola, muitas crianças e jovens com deficiência
- compreensão
do processamento da linguagem, por apresentarem crítica, que implica a
comparação de
dificuldade para entender e seguir instruções, são idéias apresentadas
pelo autor com
considerados desatentos, preguiçosos e/ou desobedientes. referenciais internos
(juízos, idéias) de
Com essas crianças, com esses jovens, é preciso oferecer cada leitor.
meios alternativos de obtenção de informações, além dos
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 56
A escrita exige
habilidade manual e SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA MOTORA FINA NA
domínio perfeito do
gesto. ESCOLA
A preensão do lápis
implica a capacidade
motora de colocar os
dedos em formato Fraca caligrafia (desleixada, ilegível, pouco
de pinça, para que
seja desenhado o espaçamento, tamanho irregular das letras,
símbolo gráfico
(letras e palavras)
nenhum estilo consistente, escapamento das
com precisão e
linhas no papel), os papéis são descuidados,
rapidez, além de ter
que saber coordenar lentidão acentuada, esforço excepcional e
e frear os
movimentos quando frustração notados durante as tarefas escritas,
necessário.
evita escrever e/ou desenhar, o conteúdo/esti
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 57
Dica da
É importante ter em mente que todos professora
os tipos de dificuldade de
aprendizagem podem variar
imensamente em termos de gravidade. Antes mesmo de
usar as ferramentas
Enquanto algumas têm um impacto comuns ao
razoavelmente global sobre a aprendizado, como
aquisição escolar, muitas deficiências lápis, borracha e
são tão sutis e específicas que outros, a criança
deve ser estimulada
interferem apenas em uma faixa muito para o uso de
estreita de atividades. Também é objetos que poderão
importante recordar que as contribuir na
dificuldades de aprendizagem coordenação motora
global.
freqüentemente se sobrepõem e Incentivar a criança
ocorrem em combinações quase a abotoar suas
intermináveis: um aluno com roupas, amarrar
deficiência do processamento da seus calçados,
pentear seus
linguagem (compreensão) complicada cabelos, organizar
por TDAH pode parecer ter pouco em seus brinquedos é
comum com um estudante que tem fundamental para o
deficiência de processamento da aprendizado do
controle motor e
linguagem (recuperação de palavras) elaboração de
complicada por déficits motores finos. movimentos mais
Na verdade, cada estudante com coordenados e
dificuldade de aprendizagem é harmônicos, além de
preparar a criança
praticamente único - uma realidade para o mundo
que pode tornar a identificação e a escolar.
intervenção um desafio.
(2001, p.57)
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 58
Transtorno da leitura
Transtorno da matemática
Existe um problema
ALTERAÇÕES PRÉ-LINGÜÍSTICAS (PERCEPÇÃO na comunicação
quando esta se
DOS SONS): DISFUNÇÃO DO PROCESSAMENTO desvia das normas
AUDITIVO CENTRAL (DPAC), devido a essa disfunção a aceitas pelo meio
ambiente de tal
pessoa tem dificuldade em ouvir na presença de ruídos, modo que:
Conclusão
Importante
Com relação ao ambiente familiar, é de extrema
Um contexto familiar importância que a criança ou o jovem possa se sentir
que promove
autoconfiança e acolhido entre os seus familiares, que tenha espaço
interesse ativo em
aprender, mesmo para falar sobre suas dificuldades, que lhe seja dado o
que independente da
instrução formal, é
direito de responder no seu tempo, que a cada
fundamental para o
conquista lhe seja dado o reconhecimento, assim como
bom desempenho
escolar das crianças. seja renovada a aposta, a confiança na possibilidade de
Ter sensibilidade e
disponibilidade para saídas para as dificuldades encontradas. Cabe aos pais
a aproximação da
criança. possibilitarem um local tranqüilo para os estudos e a
realização das atividades, assim como é importante que
seja estipulado um horário para que essas atividades
sejam feitas, com acompanhamento, de forma que
possa solicitar ajuda, quando necessário. Sabemos que
as crianças que são pouco encorajadas ou que vivem
em ambiente com baixas expectativas têm suas
chances de superação das dificuldades reduzidas.
EXERCÍCIO 1
EXERCÍCIO 2
( A ) Dislexia;
( B ) Disgrafia;
( C ) Disortografia;
( D ) Discalculia;
( E ) Retardo mental.
Aula 2 | Transtornos da leitura e da escrita e do cálculo matemático 66
EXERCÍCIO 3
EXERCÍCIO 4
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RESUMO
AULA
Fracasso Escolar e
Educação Inclusiva
Raquel Pereira
Apresentação
Introdução
ABSTRATO
Conceitualização
Simbolização
Imagem
Percepção
Sensação
Para refletir
FRACASSO ESCOLAR
Importante
O drama do fracasso ou insucesso escolar é
O fracasso escolar, a relativamente recente e, atualmente, está entre os
evasão escolar e a
exclusão são problemas de nosso sistema educacional, um dos mais
problemas
universais, assim estudados e discutidos.
como a necessidade
de levar em conta as
diferenças
individuais e de uma Quando falamos em fracasso, supõe-se um
pedagogia mais
construtiva.
objetivo que não foi alcançado, sendo definido como
um mau êxito.
Nos últimos anos, as concordam com Capovilla & Capovilla ao relatarem que,
escolas se
esqueceram cada
vez mais de como é na grande maioria das escolas, o
que se alfabetiza, fracasso escolar, além de ser traduzido
assim sendo, o como “repetência e evasão (exclusão)”
conhecimento/apren
dizado foi da escola, costuma aparecer, explícita
regredindo de ou implicitamente, sob a denominação
maneira vertiginosa, de dificuldades ou problemas
com as crianças escolares.
passando a aprender
e a saber cada vez
menos.
Porém, Capovilla & Capovilla (2004) acreditam
que:
o fracasso escolar não pode ser
atribuído apenas aos problemas de
aprendizagem inerentes às crianças.
Na verdade, a maioria das crianças,
más leitoras brasileiras, não é
constituída de dislexias propriamente
ditas. Seu padrão de fracasso na
aquisição da leitura, que parece, à
primeira vista, semelhante ao da
dislexia, tem, de fato, etiologia
diversa. Certamente, algo está
seriamente errado no sistema de
ensino, mais do que no substrato
neuroanatomofisiológico dessas
crianças.
DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
Importante
ARTRITE REUMATÓIDE
Dica da
professora
É uma doença crônica de causa desconhecida,
onde o próprio sistema imunológico ataca o tecido que Não adianta trazer
as crianças para a
reveste e protege as articulações. A característica escola e
simplesmente
principal é a inflamação articular persistente, mas há colocá-la sentadas
na sala.
casos em que outros órgãos são comprometidos. Necessitamos
desenvolver novas
estratégias para
atingirmos essas
DOENÇA DE PARKINSON crianças. Trabalhar
numa escola dizendo
que todos devem
É decorrente de uma degeneração de neurônios abrir o livro na
página tal pode
localizados na substância negra do mesencéfalo. Esta excluir ao invés de
incluir a criança com
degeneração tem como conseqüência a diminuição da fracasso escolar
e/ou portadora de
liberação do neurotransmissor dopamina na região do necessidades
educativas especiais,
corpo estriado (Núcleo Caudado e Putâmen). Do ponto porque elas vão
perder o interesse,
de vista clínico, caracteriza-se pela combinação dos vão se isolar cada
vez mais.
chamados quatro sinais cardinais: tremores de
repouso, rigidez muscular, acinesia e alteração dos
reflexos de manutenção da postura.
NANISMO
DEFICIÊNCIA VISUAL
Importante
Você sabia?
Priva a criança das informações auditivas
AUDIÇÃO RESIDUAL
ANACUSIA
DEFICIÊNCIA MENTAL
SÍNDROME DE ANGELMAN
A origem social dos
alunos tem sido a
causa mais usada
É um distúrbio neurológico que também causa para justificar os
piores resultados,
retardo mental, alterações do comportamento como
sobretudo quando
sintomas semelhantes ao autismo, dificuldade ou são obtidos por
alunos originários de
ausência da fala, epilepsia e retardo psicomotor. Nas famílias de baixos
recursos
crianças que já andam, o que chama atenção são os econômicos, onde,
aliás, se encontra a
movimentos trêmulos e imprecisos. Nos recém- maior percentagem
de insucessos
nascidos, o diagnóstico é dificultado porque as pessoas escolares.
é um distúrbio de ocorrência
esporádica, associado a uma baixa
estatura, retardamento mental
discreto, obesidade, hiperfagia (comer
em excesso) e hipogonadismo (função
gonodal inadequada), hipotonia, mãos
e pés pequenos.
SÍNDROME DE RETT
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Importante
Entendemos por inclusão o respeito e
Na escola inclusiva, reconhecimento das diferenças humanas em toda sua
professores e alunos
aprendem uma lição diversidade e heterogeneidade.
que a vida
dificilmente ensina:
respeitar as
diferenças. Esse é o Proposta de educação acessível e de qualidade
primeiro passo para
construir uma (contempla as pessoas nos mais diferentes níveis de
sociedade mais justa
(Mantoan, 2005, p.
ensino), envolvendo a participação democrática de
24). todos. É aprender a conviver, a dialogar e a perceber
falhas no processo ensino-aprendizagem.
deficiência; e propiciar um
atendimento integrado ao professor de
classe comum.
NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Importante
todos os alunos devem aprender
juntos, sempre que possível, Ao assinar a
independente das dificuldades e Declaração de
diferenças que apresentem. Salamanca, o Brasil
comprometeu-se
com o alcance dos
Klebis & Piacentini (2005, p. 1 de 4) acreditam objetivos propostos,
que visa a
que a política de educação inclusiva, no Brasil, está transformação dos
sistemas de
embasada na Declaração de Salamanca; e ressaltam educação em
sistemas
que a Declaração afirma que as escolas regulares com educacionais
inclusivos.
orientação inclusiva são os meios mais eficazes de
combater atitudes discriminatórias.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
o atendimento educacional
especializado aos portadores de
deficiência por equipe multidisciplinar
de educação especial, mediante
matrícula em escola da rede mais
próxima de sua residência, em turmas
comuns ou, quando especiais,
seguindo critérios determinados por
cada tipo de deficiência.
Aula 3 | Fracasso escolar e educação inclusiva 94
Importante
Para Azevedo (2004, p. 35), avaliar é julgar ou
Apesar da avaliação fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo,
ser uma exigência
institucional, o modo como base, uma escala de valores.
de realizá-la e seu
conteúdo ficam
totalmente nas
mãos do professor. Haydt (apud Azevedo, op cit., p. 36) afirma que:
Importante
A inclusão através da avaliação só ocorre no
momento em que esgotamos todas as formas de Não é por decreto
que teremos uma
avaliar, o que possibilita que o indivíduo seja bem- mudança na
avaliação, a
sucedido, demonstrando sem medo o seu avaliação formativa
precisa entrar na
conhecimento. escola por outros
meios que passem
pela reflexão dos
professores, pelo
Conclusão aval dos
coordenadores e
diretores, pela
conscientização dos
A aprendizagem ocorre através do vínculo entre pais, nessa ordem.
aluno e professor. Para aprender, o ser humano coloca
em jogo seu organismo herdado, seu corpo e sua
inteligência construídos em interação e a dimensão
inconsciente. A aprendizagem tem um caráter Importante
EXERCÍCIO 1
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
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EXERCÍCIO 4
RESUMO
AULA
de Atenção e
Hiperatividade
Soraya Jordão
Apresentação
Introdução
Você sabia?
Para darmos início a este trabalho,
“O TDA/H é um dos consideramos fundamental destacar a relevância do
transtornos mais
bem estudados na tema (Transtorno do Déficit de Atenção) para o campo
medicina e os dados
gerais sobre sua da Educação. Sabemos que, no dia-a-dia, o educador
validade são muito
mais convincentes
se defronta com diversos impasses e obstáculos na
que a maioria dos tentativa de levar seu educando a alcançar o ápice de
transtornos mentais
e até mesmo que suas potencialidades. Porém, o que se constata,
muitas condições
médicas.” atualmente, é que muitos desses obstáculos e impasses
(Associação Médica
Americana, 1998) surgem em conseqüência do comportamento dessas
crianças (desatenção, dispersão, agitação psicomotora,
desinteresse acentuado, irritabilidade, falta de limites,
de organização e de planejamento, dificuldade para
acatar normas e regras, impulsividade, agressividade,
entre outros). Então, como trabalhar?
Transtorno do Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDA/H)
O QUE É ISSO?
Você sabia?
Atribui-se ao pediatra inglês George Frederic
Still o pioneirismo de descrever como condição médica O grupo de vinte
crianças estudado
condutas infantis que , até então, eram rotuladas como por Still tinha uma
proporção de 3
“maus comportamentos” . A partir da observação de meninos para cada
menina e em todos
um grupo de vinte crianças que, embora recebessem eles o distúrbio de
comportamento
cuidados parentais satisfatórios, apresentavam atitude havia se
manifestado antes
desafiadora, pouca “inibição a sua própria vontade”, dos 8 anos.
indisciplina, agressividade, impulsividade, não
reconhecimento de regras e desatenção, Still propõe a
hipótese de que essas condutas eram “um defeito no
controle moral”. Ele acreditava que esse “defeito” crônico
Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 106
Para refletir
de Desordens Mentais (DSM-II) utiliza o termo “Reação
Hipercinética da Infância”.
Na categoria
“Reação
hipercinética da Durante a década de 70, o foco das pesquisas
infância” proposta
pela APA, a começou a mudar da hiperatividade para as
expressão reação é
fruto da influência dificuldades de atenção e do controle dos impulsos.
da psicanálise na
compreensão do
Nesse período, as questões atentivas ganharam
transtorno e na espaço, principalmente, em função dos trabalhos de
psiquiatria
americana, o que Virginia Douglas. Para ela, o déficit de atenção poderia
possibilitou
reconhecer a ocorrer mesmo em situações em que não houvesse
existência da
síndrome e hiperatividade. Com isso, o déficit de atenção que era
associá-la, também,
a fatores ambientais subvalorizado anteriormente, ganhou destaque
e psicológicos. Ou
seja, a inquietude especial.
poderia ser
provocada por
eventos da vida
familiar e social.
As contribuições de Virginia Douglas e os
estudos de Gabriel Weiss (1976), que apontavam a
persistência dos problemas de atenção e impulsividade na
Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 109
Importante
O TDA/H corresponde a uma síndrome
caracterizada por comportamento
É importante hiperativo e inquietude motora,
ressaltar que o desatenção marcante, falta de
transtorno de déficit envolvimento persistente nas tarefas e
de
atenção/hiperativida
impulsividade. Esses problemas devem
de por si só não ser evidentes em mais de uma
causa problemas de situação social e se mostrar em
aprendizado. É mais excessivos no contexto que ocorrem,
comum que tenham
problemas de
em comparação com o que seria
comportamento do esperado de outras pessoas com a
que de notas, em mesma idade e nível de inteligência.
geral, essas crianças São mais comuns em meninos e
não têm dificuldade
de compreensão,
costumam iniciar-se entre os três e
embora acabem sete anos de idade. Em geral, os
cometendo erros por sintomas persistem nos anos escolares
desatenção. e em metade dos casos parecem
continuar na idade adulta.
(Lima, 2005, p. 73/74)
PRINCIPAIS SINTOMAS
MÓDULO A:
MÓDULO B:
Importante
SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE E
É imprescindível IMPULSIVIDADE (eles devem ocorrer freqüentemente)
considerar a
freqüência e a
intensidade com que
esses sintomas Ficar mexendo as mãos e pés quando sentado
ocorrem antes de
sairmos rotulando ou se mexer muito na cadeira;
todas as crianças
como “ hiperativas”.
Cabe ao professor, Dificuldade de permanecer sentado em
ao observar a
presença desses situações em que isso é esperado (sala de
sintomas de forma
freqüente, conversar aula, mesa de jantar);
com os pais e
orientá-los a buscar
uma avaliação Correr ou escalar coisas, em situações nas
médica. Mesmo que
os pais relutem em
quais isto é inapropriado;
procurar uma
avaliação
neurológica, devem
Dificuldade para se manter em atividades de
ser orientados a
lazer (jogos ou brincadeiras) em silêncio;
conversar com o
pediatra ou clínico,
pois esse
Parecer ser “elétrico” e a “mil por hora”;
profissional pode
orientar os pais e
encaminhar a
Falar demais;
criança para
avaliação.
Responder perguntas antes de elas serem
concluídas. É comum responder a pergunta
sem ler até o final;
Baixa auto-estima;
Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 113
Sonolência diurna;
Tratamentos disponíveis
Informação e conhecimento
O acompanhamento psicopedagógico é
importante já que auxilia no trabalho,
atuando diretamente sobre a dificuldade
escolar apresentada pela criança, suprin-
Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 118
dia;
O papel do professor
É importante
orientar os pais para
cobrar empenho ao
Para Barkley ao escolher um professor invés de cobrar
para a criança, com TDA/H, resultados.
necessitamos avaliar dois fatores: o De preferência, os
conhecimento e a atitude deste. pais devem separar
um ambiente para
(Barkley apud Rohde, Mattos & Cols., estudo que seja
2003, p. 49) iluminado, arejado,
confortável e com
poucos objetos.
Com base nessa premissa, buscamos apresentar Devem, também,
estipular horário
informações relevantes a respeito do transtorno para para realização das
atividades, garantir
ampliar o conhecimento e orientar a prática de vocês, intervalos entre as
tarefas e estabelecer
pois o professor é peça chave no desenvolvimento de acordos claros
quanto à realização
um trabalho que objetive promover a superação dos
dos deveres.
obstáculos vividos no processo de aprendizagem, além
de ser, muitas vezes, o primeiro a perceber quando um alu
Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 124
Conclusão
Dica de
leitura
EXERCÍCIO 1
( A ) Do comportamento e da linguagem;
( B ) Da linguagem e do aprendizado;
( C ) Somente do comportamento;
( D ) Do comportamento e do aprendizado;
( E ) Do comportamento, da linguagem e do
aprendizado.
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
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EXERCÍCIO 4
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Aula 4 | Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 129
RESUMO
Dicas:
A metodologia deve proporcionar atividades estruturadas e bem instruídas.
O ambiente escolar deve oferecer recursos didáticos variados para o
desenvolvimento das tarefas (gravador, computador, giz colorido, revistas,
aparelho de som, vídeo etc.).
Verifique se a proposta favorece situações de trabalho em pequenos grupos
ou individualmente, que leve em conta outras estratégias instrutivas, além
da tradicional.
Certifique-se que a avaliação proposta seja capa de verificar a evolução do
aluno diante dos objetivos determinados.
TEMA:
Nome do assunto ou
da matéria/conteúdo a
ser desenvolvida.
OBJETIVO GERAL
DA AULA:
Deve começa com
verbo no infinitivo.
Normalmente os
objetivos completam a
seguinte idéia: “Ao
final da aula o aluno
será capaz de...”
CONTEÚDO:
Este item contém um
breve resumo, sob a
forma de tópicos, dos
assuntos que serão
tratados em aula.
MATERIAL
DIDÁTICO OU
INSTRUMENTOS:
Este item contempla
as diferentes
ferramentas
pedagógicas que
serão utilizadas para
viabilizar o conteúdo
em aula.
Ex: retroprojetor,
televisão, vídeo,
quadro-negro,
flipchart, fichas
coloridas, cartazes,
flanelógrafo etc.
METODOLOGIA
(ou procedimentos
metodológicos):
Item referente à
forma didática
utilizada pelo
professor para
disponibilizar os
conteúdos em aula a
partir dos
instrumentos
pedagógicos
anteriormente citados.
AVALIAÇÃO:
No fim da aula, o
professor poderá
elaborar um tipo de
avaliação a fim de
verificar o resultado
de seu trabalho, ou
seja, verificar se os
objetivos da aula
foram alcançados.
Ex: Exercícios;
Feedback da turma;
Trabalhos em grupo;
Sínteses da aula; etc.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
(livros, periódicos,
sites, artigos,
filmes, etc)
O último item do
plano de aula diz
respeito à base teórica
do conteúdo
desenvolvido em aula.
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