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JP OLIVEIRA

Da
Garagem
aos Palcos
"COMO SE TORNAR UM
MÚSICO PROFISSIONAL"
Fala moçada, tudo bem?
Se você baixou esse Ebook é porque você tem um sonho de viver
de música, viajar pelo Brasil e pelo mundo fazendo shows, ter o
reconhecimento pelos anos de estudos e etc. ou então porque
você está iniciando no mundo da música e quer saber se é
possível viver de música no Brasil.
Estou certo né??
Apresentação

Antes de falar sobre isso eu quero me apresentar.


Me chamo João Paulo de Oliveira, conhecido como JP Oliveira,
sou músico profissional há 12 anos, atualmente acompanho a
dupla Simone e Simaria tocando violão e guitarra; Trabalho com
gravação e produção musical há alguns anos; Trabalho também
com aulas de violão e guitarra.
É Possível Viver de Música no Brasil?

Essa dúvida sobre viver de viver de música me é sempre


questionada, especialmente por pessoas mais jovens que estão
naquela fase da vida que precisam fazer sua escolha profissional.
Muitas das vezes essa escolha não é tão voluntária assim, muitos
são influenciados e pressionados pelos pais a fazerem o que não
gostam apenas porque isso vai te dar um certo status e a tão
famosa “estabilidade financeira”. E pra muitos a música é uma
atividade incerta, que não dá dinheiro. Não quero ser hipócrita e
dizer que quando optamos pela música ou qualquer outra arte não
pensamos em ganhar uma grana através dessa escolha, o
dinheiro é necessário, mas não deve ser o objetivo principal, ele
tem que ser a consequência.
Eu não quero te dizer aqui que é fácil viver de música no
Brasil, mas preciso te dizer que é possível viver de música... e
viver bem!!
COMO VOCÊ SE TORNOU UM
 MÚSICO PROFISSIONAL?

Vou te contar agora como eu comecei a minha carreira


musical.
Como muitos garotos da minha geração eu me interessei por
música por conta do Rock n Roll... lembro de ver o Slash
tocando e eu ficar impressionado com aquela figura de rock
star e claro com o som que ele fazia.
Confesso que eu nunca pensei que iria me tornar um músico
profissional, que a música seria minha vida e que eu iria
conseguir formar uma família, ter bens, viajar pelo mundo,
comprar as guitarras que eu sempre sonhei... apenas vivendo de
música.
Mas o que é “Ser Músico Profissional” ??

Eu vou considerar aqui que músico profissional é todo aquele


que é remunerado por prestar um serviço, seja ele acompanhando
alguma banda/artista, gravando, produzindo e etc. independente
do nível técnico e da qualidade do serviço prestado, porque como
em qualquer outra profissão nós temos bons e maus
profissionais.
Continuando... lá por volta dos meus 15 anos eu já era
conhecido na minha cidade como o menino que tocava guitarra
bem e que tocava rápido hahaha.
A partir disso eu conheci o dono de um studio da cidade e
através dele eu fiz minha primeira gravação profissional. E
depois disso eu não parei, lembro de atravessar a cidade na
minha bicicleta, com a guitarra nas costas até o studio e passar o
dia todo lá trabalhando. Pouco tempo depois comecei a tocar na
noite com as bandas da cidade, então com meus 16 anos eu
gravava e já fazia shows na noite. Através de uma dessas bandas
(por incrível que pareça, uma banda de pagode) eu conheci uma
dupla que fazia sucesso na região e comecei a trabalhar com eles.
Até então eu fazia apenas shows na minha cidade e nas cidades
vizinhas. Com essa dupla eu comecei a viajar para outros estados,
conheci músicos incríveis que tinham uma grande bagagem, os
anos que eu tinha de vida, esses caras tinham de carreira e isso
foi de extrema importância pra o meu amadurecimento e
evolução profissional. Foi uma explosão de informações e
descobertas. Foi com essa dupla que eu precisei tocar a tal da
vanera pela primeira vez e por incrível que pareça eu descobri
algo muito ruim: Eu não sabia tocar vanera!!! Foi uma decepção
pra mim porque o baixista da banda conseguia tocar esse ritmo
no violão e eu não conseguia.
Como sempre fui pesquisar, correr atrás, afinal eu estava
trabalhando profissionalmente e não poderia deixar a desejar.
Em meio as pesquisas eu descobri o universo da música
sertaneja e todos os seus músicos maravilhosos e talentosos.
Comecei a devorar e aprender tudo que eu podia desse estilo,
afinal eu era rockeiro, depois fui tocar pagode e axé, gravava
gospel no estúdio, mas nunca tinha tocado sertanejo
profissionalmente. Fui atrás e descobri os músicos que gravavam
esse estilo, os que acompanhavam as principais duplas, porém
não tinha nenhum material sobre como tocar esse estilo.
Aprendi ouvindo e vendo outros músicos tocando, desenvolvi meu
estilo de tocar as levadas, associei isso com a técnica que eu já
tinha e consegui me destacar nos trabalhos que eu fazia na
época.
Apesar de todo esse desenvolvimento e esse início de carreira
eu me deparei com meu vestibular (que não foi de música).
Passei, iniciei a faculdade e abandonei os shows com essa dupla.
Fiquei meio deprimido, porque eu gostava muito daquilo, já não
me via fazendo outra coisa.
Com tudo, eu sempre fui bem consciente e apesar de novo (17
anos na época) eu tinha convicção que precisava ter um plano b,
caso a música não desse certo na minha vida.
Mesmo na faculdade eu não parava de estudar música, estava
sempre gravando e acompanhando a galera da cidade nos
barzinhos e shows. Chegava atrasado, faltava a aula, mas me
formei.
Certo dia um amigo que conheci na época que eu viajava com a
dupla citada antes me ligou pra fazer um trabalho com a dupla
que ele tocava. Decidi voltar pra estrada.
Comecei a trabalhar com essa dupla que também era muito
conhecida regionalmente, com a dupla eu viajei muito, conheci
muitas pessoas e uma dessas pessoas me convidou para outra
dupla maior, onde dei mais um passo nessa carreira, que já
estava começando a tomar forma. E através dessa dupla maior eu
cheguei até um artista que estava começando, mas dessa vez em
um dos maiores escritórios de música sertaneja do Brasil, foi um
passo importante, lá eu dirigia a banda e criava os arranjos do
show. Conheci mais pessoas, mais lugares, mais músicos!! Dessa
vez conheci músicos que eu pesquisava laaaaaa na época que eu
fui aprender a vanera e hoje são meus amigos. Através desse
trabalho eu cheguei até a dupla que estou hoje há quase 2 anos,
viajando o Brasil todo, fora do país, tocando nos principais
eventos do Brasil, participando dos principais programas de Tv e
gravando tudo que a dupla lança de material fonográfico.
Como ser um
Músico Profissional?
Tá bom JP, mas você falou esse tanto de coisa, mas não me
disse como ser um músico profissional. Já chego lá!!
Se você leu tudo que eu escrevi até aqui, você deve ter percebido
que eu fui subindo uma escada e que cada degrau foi muito
importante para todo o processo.
Já pensou se de cara eu fosse chamado pra tocar na Simone e
Simaria e chegando lá eu não conseguisse tocar vanera? Seria
um desastre só!
O importante é o caminho até o objetivo, é nesse caminho que
você aprende e se torna preparado para todas as situações que
você se deparar. Existem muitos músicos precoce, que iniciam
muito novos e logo já estão no topo. Porém a maioria cai e não
consegue voltar, justamente por conta da falta de consistência, da
falta de base e experiência.
Voltando um pouco, perceba que o início de tudo foi na minha
cidade, me destacando entre os músicos e sendo reconhecido lá.
Mas como você fez isso? Presta atenção que eu vou te dar agora
a dica mais valiosa de todo esse eBook!!!

SENTAR A BUNDA NA CADEIRA COM SEU INSTRUMENTO E


ESTUDAR, ESTUDAR, ESTUDAR E ESTUDAR MAIS UM POUCO.

Você deve respirar música, almoçar música, dormir música.


Nesse momento em que escrevo pra vocês eu estou ouvindo um
disco maravilhoso do Gregory Porter. Estudar música é realmente
vivenciar a música, pensar música a todo instante. É fazer com
que sua esposa/namorada tenha ciúmes da sua relação com a
música. É você um dia ouvir “Você escolhe: Sou eu ou essa
guitarra aí” hahahaha. Estudar música também não é
necessariamente estar sempre com o instrumento, é se sentar
pra ouvir música de verdade, prestando atenção nos detalhes, é
tirar um tempo pra você ouvir sem estar pensando na mensagem
do Whatsapp ou do Instagram. É pesquisar biografias de músicos,
assistir filmes relacionados à música, tudo isso vai impactar na
sua criatividade, no seu conhecimento, na sua maturidade musical
e consequentemente na sua forma de tratar a música na sua vida.
Tudo que eu conquistei até hoje na minha vida foi pela minha
dedicação à música e ao instrumento. Se comparado há outros
músicos por aí eu ainda estou no início da minha carreira e nem
poderia estar aqui dando dicas pra vocês. Porém eu vivi muita
coisa nesse tempo, errei, acertei e quero compartilhar as coisas
que funcionaram comigo.
Logo que sai da minha cidade eu comecei a me destacar na
capital (foi onde eu fui crescendo), hoje eu posso dizer que se
você chegou até esse material, até meus vídeos e conhece um
pouco do meu trabalho é porque eu consegui me destacar de
alguma forma pelo País, através da internet e dos shows.
É clichê, mas você deve estar preparado para as oportunidades
que vão surgir ao longo da sua vida. Não existe fórmula mágica,
não existe atalho, se você for um bom profissional você vai ter
um trabalho bacana.
Agora falando sobre o mercado que eu trabalho que é o da
música sertaneja; As coisas funcionam como em qualquer outra
área. Você presta um serviço e pessoas te contratam pra esse
serviço. Se você for bom no que faz você começa a ser mais
requisitado, ser comentado, seu nome começa a espalhar no meio
e como em qualquer outro trabalho você recebe indicações.
Percebeu que na minha trajetória até aqui sempre teve um
amigo meu que me indicou para um serviço? Assim como eu
também indico músicos e outros profissionais do meio para
trabalhos, indico os que eu confio e que eu sei que faz um
trabalho legal.Isso é o famoso network, aprendi esse termo na
faculdade hahaha.
Muitas pessoas me perguntam ou até afirmam que no meio
sertanejo você só consegue trabalhar se for por indicação de
alguém e que existe uma "panela". Eu concordo discordando, pois
se você for indicado e não estiver preparado? Vai conseguir se
firmar no trabalho? Acredito que não.
Outra questão muito importante e que serve para todas áreas
profissionais é o relacionamento interpessoal. Hoje todas
empresas querem funcionários com conhecimento técnico e que
executem com excelência suas funções, porém elas também
buscam o profissional que se relacionam bem, que não têm
problemas que possam desviar o foco e atrapalhar seus deveres.
Traduzindo para a minha realidade é: as duplas querem músicos
que toquem bem, que façam com perfeição, mas também querem
profissionais que não dão trabalho, que são pontuais, que não
têm vícios, que saibam relacionar uns com os outros, pois afinal
a carga horária de viagens e shows são bem pesadas e esse
profissional vai acabar ficando mais com a equipe do que com
sua família.
Mas voltando um pouco, no meu início eu sempre busquei
fazer esse bom relacionamento com outros músicos, produtores,
equipe técnica. Na minha época de pesquisa sobre o mercado
sertanejo eu chegava a fazer uma listinha com o nome dos
músicos que tocavam nas principais duplas nacionais. Pesquisava
sobre o trabalho dos caras (muitas das vezes eu não encontrava
nada), procurava tentar entender como ele chegou até lá. Muitas
vezes eu toquei em eventos grandes, fazendo abertura pra duplas
famosas e chegava até os músicos dessas duplas para trocar
ideia e como eu já tinha pesquisado o cara antes eu tinha assunto
pra falar com ele e não ficava parecendo um fã que estava ali
apenas admirando e tal. Eu falava sobre equipamento, falava
sobre discos, sobre música em geral. As vezes o músico que eu
estava conversando estava gravando algum trabalho autoral e eu
questionava como seria esse trabalho e etc e tal... então o cara já
me olhava com outros olhos. A chance desse cara ouvir meu
trabalho seria bem maior do que se eu chegasse nele apenas
para tirar uma foto ou dizer que eu era fã. Isso foi importante em
algumas situações, porque o cara passava a me tratar de igual
pra igual e não como o menino que estava tocando na abertura
do show dele.
Outro detalhe que eu passei a observar durante todos esses
anos é que sempre que eu era chamado pra um trabalho, a
pessoa que chamava nunca era guitarrista ou violonista. Sempre
era um batera, um baixista, sanfoneiro, produtor ou o próprio
artista, pode parecer estranho mas tem uma conexão aí.

Mas JP e a pergunta que não quer calar, financeiramente é


bom?
Cara, eu não sei onde você mora e se sua condição financeira é
boa ou não.
As vezes R$10.000,00 por mês é um salário muito bom pra
uns e razoável pra outros.
O que você deve ter em mente é que ser músico e viver de
música não se resume à apenas tocar pra um artista. O mercado
musical te abre muitas possibilidades e na maioria das vezes
você consegue executar várias funções dentro de um contexto, te
possibilitando aumentar consideravelmente sua renda.
Como músico você pode ter seu próprio trabalho autoral, você
pode acompanhar artistas como freelancer ou sideman, você
pode fazer parte de alguma orquestra, você pode dar aulas
presenciais e pela internet, você pode gravar para os produtores,
pode se tornar um músico arranjador e trabalhar em algum
studio, pode também se tornar um produtor se você tiver esse
perfil. Pode trabalhar no studio também com edição e afinação.
Você representar alguma marca de instrumentos ou
equipamentos e ser remunerado por isso, pode trabalhar também
com workshops, masterclass.
Pode também seguir carreira acadêmica nas diversas áreas
musicais, como bacharel, licenciatura, musicoterapia. Pode
trabalhar também como copista, escrevendo partituras para
terceiros.
Enfim, você pode seguir algum caminho desse ou até vários
desses, mas todos exigem conhecimento técnico e dedicação.
Aqui chegamos em uma conclusão bem óbvia: É possível viver de
música e viver bem, mas você está disposto a pagar o preço da
dedicação pra alcançar tal objetivo?

Eu contei aqui de forma bem resumida algumas coisas que


aconteceram comigo e que de alguma forma contribuiu para um
resultado satisfatório até aqui, porém eu continuo estudando,
continuo pesquisando, continuo ouvindo música, continuo fazendo
tudo que eu fazia antigamente, porém com mais maturidade e
posso dizer que com mais intensidade.

Se você está desmotivado, está pensando em parar de tocar


pra trabalhar em alguma coisa “normal”, acredito que é a hora de
rever alguns pontos, será que você está dando a importância
devida para a música? Ou será que você está exigindo demais
para uma dedicação que você não tem?

JP, mas eu estou fazendo tudo certinho, estudo, me dedico,


mas nada acontece na minha vida profissional. Cara, se você está
assim, se você se considera pronto para o mercado é só ter
calma que as coisas vão acontecer no seu devido tempo, quando
você menos imaginar nós estaremos nos esbarrando por esses
palcos mundo a fora e conversaremos sobre tudo isso que você
leu aqui.
Sucesso, dedicação e muita música pra todos nós! Tmj!
http://www.youtube.com/c/JPOliveiragtr

https://www.facebook.com/jpoliveiraguitar/

https://www.instagram.com/joaopaulo_gtr/

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