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COMARCA DE CAMPINAS/SP
Processo n. ...
Neste sentido, requer o presente recurso seja recebido e a decisão seja reformada, nos termos
do art. 589, do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o
recurso ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, considerando as razões a seguir
expostas.
Advogado
OAB n. ...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Agravante: Manoel
Processo n. ...
Colenda Câmara
DOS FATOS
Manoel foi condenado pelo crime disposto no art. 157, caput, do Código Penal, bem como as
suas respectivas penas, sendo pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão
em regime inicialmente fechado. A sentença transitou em julgado na data de 11 de julho de
2018.
Desde a data de 15 de agosto de 2018, o agravante vem cumprindo a sua pen., O agravante,
considerando que nunca havia sido punido por conta de falta grave e tendo preenchido todos
os requisitos, foi beneficiado com a progressão do regime.
a) considerou o crime de roubo como hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o
benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria
cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;
DO DIREITO
Ocorre que, o art. 1º, da Lei 8.072/90 não traz em seus incisos o roubo como sendo
considerado um crime hediondo. Sendo assim, o agravante que não reincidente, deve cumprir
apenas 1/3 da pena imposta para que lhe seja deferido o livramento condicional, nos termos
do art. 83, I, do CP.
Porém, tal alegação não merece prosperar considerando que o agravante praticou o delito de
roubo quando era primário, portanto, na época do fato não era reincidente.
Conforme o disposto no art. 83, I, do CP, para que seja imposto que o acusado cumpra ao
menos metade da pena imposta, o autor precisaria ser reincidente de crime doloso, o que não
procede.
Sendo assim, mesmo o condenado não reincidente com maus antecedentes deve cumprir
apenas 1/3 da sanção imposta à fim de preencher tal requisito para a concessão do
livramento.
Porém, a Lei 10.972/2003 dispõe que o exame criminológico não é mais obrigatório para o
deferimento da concessão de livramento condicional e progressão de regime, sendo
necessário apenas que o condenado apresente bom comportamento durante o cumprimento
de pena, podendo então fazer jus ao livramento condicional.
Sendo assim, considerando que o agravante jamais foi punido com falta grave enquanto
cumpria a pena e tendo ele preenchido os requisitos para a concessão dos benefícios da
execução penal, é cabível o benefício.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso e que a decisão seja
REFORMADA a decisão do juízo a quo, para que seja reconhecido e concedido o livramento
condicional ao agravante, bem como a expedição do alvará de soltura.
São Paulo, data.
Advogado
OAB n.