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---= baiana
companhia
de
§ pesquisa
\
I --= mineral
~
ahia e
· IIMirangaba-Jacobina,
o~oaia, potencialidade
ento sustentáve
: s~ Geoexplorer
Cícero da Paixão Pereira
Eliezer Braz
Ana Cristina Franco Magalhães
Cid Chiodi Filho
SALVADOR· 2002
SÉRIE ARQUIVOS ABERTOS 17
SALVADOR - 2002
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
Otto Roberto Mendonça de Alencar - Governador
R367
Anexos
Integração e síntese por Luiz Luna Freire de Miranda.
ISBN 85-85680-14-8
l. Geologia regional. 2. Geologia econômica. 3. Economia mineral - diagnóstico soc ioeconômico .
4. Recursos minerais - rochas ornamentais. 5. Ecologia - meio ambiente. 6. Bahia. I. Luiz Luna
Freire de Miranda. lI. Série. UI. Título.
CDU 55(814.2) :553(814.2) :3 38.95 :553 .04:502.72(814.2)
ii
APRESENTAÇÃO
Quando, em 1910, John Casper Branner publicou as primeiras informações sobre a caracterização geológi-
ca da unidade formacional por ele denominada Calcário Caatinga, não imaginava que, décadas mais tarde, essa
litologiafosse afonte de ulJla das rochas omamentais de maior aceitação 110 mercado brasileiro - o Bege Bahia -, com
grande possibilidade de inserção a curto prazo no mercado norte-americano.
Não se veja niSso nenhum demérito às atividades daquele geocientista, que legou várias e importantes contri- .
buições à geologia brasileira. Esta observação apenas indica, obviamente, que as rochas ornamentais ainda não
se incluíam como um dos importantes materiais da construção civil daq(lele Brasil agrário do início do século
passado.
Certamente o atual quadro econômico das rochas ornamentais brasileiras, representado por uma produção
total estimada em 2,25 milhões de toneladas, tem sua história desenvolvida integralmente a partir da Segunda
Guerra Mundial.
O segmento de rochas ornamentais baiano é responsável por mais de 10% da produção naciollal, e seu
sUCesso está calcado na variedade de padrões e exotismo cromático de suas rochas, especialmente dos seus
granitos azuis, sucesso em todo o mundo, e da mais popular rocha do mercado nacional, o mármore Bege Bahia,
cuja produção é resporisável por cerca de 10% do total de mármores produzidos 110 país.
Por conseguinte, verifica-se que o vitorioso lançamento do entc70 chamado "mármore Marta Rocha" no
mercado nacional, em meio à década de cinqüenta pelo pioneiro Gianfranco Biglia, guarda estreito paralelislJlo
com a história evolutiva do mercado brasileiro das rochas ornamentais.
A publicaçc70 deste volume, o 17º da Série Arquivos Abertos, pretende não apenas resgatar ul/la parte desta
história de sucesso mercadológico, mas preencher uma lacuna na bibliografia geológica da Bahia. Visa, também,
consolidar e incrementar a presença no mercado deste lÍnico mármore travertino brasileiro, com base na
potencialidade das reservas identificadas e nas suas características intrínsecas.
As infonnações geológicas, de economia mineral, de meio ambiente e de planejal11ento estratégico, condensadas
por esta síntese, envolvendo o aproveitamento industrial do "mánnore Bege Bahia ", mostram uma área com
cerca de 1500 km 2 com elevado potencial exploratório. Certamente, isso significa uma larga possibilidade de
aumento de produção e atração de novos investimentos.
Ao lado disso, verifica-se, ainda, que as vantagens comparativas e competitivas deste material, aliadas às
possibilidades de aplicaçc70 de novas tecnologias de prodllção e beneficiamento, compatíveis com os preceitos da
sustentabilidade ambiental, indicam a viabilidade de implantação e desenvolvimento do Pólo IlIdustrial do Bege
Bahia, a ser estruturado nos moldes de um arranjo prodlltivo regional.
É, pois, com grande satisfaçc70 que apresentamos esta publicação tendo afirme expectativa de que as suas
infonnações, além de serem úteis para o planejamento e tomada de decisão empresarial, podem auxiliar na
concretização desse Pólo 1ndustrial.
lI!
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ... ........... ... ................. .. .. .......... ... ....... .. ......... .. ..... .. ... .... ......... ..... .. ......... .. ....... ..... ... ... iii
ABSTRACT ..... ....... ..... .. .. ............ .......... .. ........ .... ........... .. .... .... ........... ...................... ... .. ... ... ... ... ....... .... vii
RESUMO ...... .. ....... .......... .......... .. ... ....... .. .. ..... .... ....... ............ ..... ...... .. ...... ........ ......... ..... ..... ..... .... .. .... ... .. ix
1 - INTRODUÇÃO. ..... .. .. ....................... ... ... ....... ...... ........... .......... ........... ..... ..... .. ... ......... .......... ..... ...... 1
2 - HISTÓRICO ...... ...... ..... .... ............................. ... .. .. ...... ...... ... ....... ... ........... .... ....... ... .... .. .. ...... .:............ 2
3 - METODOLOGIA DO "PROBEGE" .... .. .... ... .. .. .. ................ ......... ......................... .. .... ............ ....... 2
3.1- SISTEMÁTICA DO PROJETO .... .... ....................... .. ................ ............ ............... ............ ......... ...... ... 3
4 - GEOLOGIA REGIONAL .......... .... ... ................. .................... .. ....... .. .... ...... .. ............ .... ...... ........ ..... 4
5 - CALCÁRIOS DA FORMAÇÃO CAATINGA .. ...... .... .. ...... .. ...... .. ........................... .... .............. .... 5
5.1- GÊNESE, TIPOLOGIA E MECANISMOS DE FORMAÇÃO ....... ...................... .. ..... ....... ... ........ .. 6
5.2 - DIAGÊNESE .................... ... .. .. ..... .. ........... ..... .. ....... ............... .. ... .. .. ....... ..... ........................................... 8
5.3 - FORMAÇÃO DE UM PERFIL CALCRETE........... ...... ...... ..... ........ ... ... .... ... ...... .. ..... ....... .. .......... ... 8
5.4 - EVOLUÇÃO DO PERFIL CALCRETE EM OUROLÂNDIA ... .... ............. ............ ... .. ....... .... .... .. .. 8
5.5 - CONTEÚDO FOSSILÍFERO ..... ................... ............ ... ..... ..... .. ... .... ....... .. ..... ....... .... ....... ...... ............. 10
5.6 . GEOCRONOLOGIA ......... .. ........... ......... .... ... ...................................................... ............ ....... ..... ....... 10
6 - APROVEITAMENTO MINERAL DO BEGE BAHIA........... .. ... .. .......... ......... .. .... .... ................ 11
6.1- CARACTERIZAÇÃO COMERCIAL .. ............... .. .... .... ... .. ....... ...... ............. ........ .. ... .. .. .... ..... ... .... .. .. . 11
6.2 - CADASTRO DA ATIVIDADE PRODUTIVA ................ ... ... ........ .......... ............. .. ............. .............. 12
6.3 - POTENCIALIDADE .............................. ................................................... ....... ........... ..... :............... .. . 16
6.4 - RESERVA ......... ...... ................................ .. ..... ................................................ ........ " ......... ............. ..... .. 17
6.5 - LAVRA E BENEFICIAMENTO ... ... .. .. .. ..... ... .... .................. ........ ... .. ..... .. ................. .. .. .. .. .... ............. 17
6.6 - PRODUÇÃO DE 1996 A 2000 ... .... ................... .................. .. ........ ...... .. .... ................. ................... ... ... 20
v
7.5 - POSSIBILIDADE DE EXPORTAÇÃO ...... ... .... .. ....... ............. .. ... .... .... ........... ... ... .. .... ... .... .... .. ....... . 26
7.6 - INDICAÇÕES DE VIABILIDADE .......... .... ............................ ..... ... ........ .. ... .... ...... ... ..... .... .............. 26
7.7 - GERAÇÃO DE EMPREGO E TRABALHO ....... ...... ...... .. ..... .. ... .... ... .. ...... .... ......... ........... ...... ....... 27
8 - SEMINÁRIO ESTRATÉGICO E PERSPECTIVAS PARA O SETOR .......... ... .. ..... .. ...... .. ....... 27
9 - MEIO AMBIENTE ......... ......... .. .............. ..... .. .... ... .... .................... ... ... .......... .. ...... .............. ........... 28
9.1 - MORFOLOGIA DA REGIÃO ........ .. ..... .. ........ .. ..... .. ...... ....... ...... ..... ............ ...... .. ..................... ........ 28
9.2 - MEIO BIÓTICO .... .... .......... .......... ... .......................................................... ..... ....... .. ...... .......... .. .. ....... 29
9.3 - O HOMEM NO ECOSSISTEMA ........... .. .... .... .. .... ...... .. ... .. ....... .. .. ... ........... ........ .. .... .. ........ ..... ...... .. . 29
9.4 - IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE MINERAL ............. ....... .... .. .. ... ........ .............. :.......... 30
9.5 - REABILITAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS .. .......... ............................. ................... .... ... ......... . 31
10 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..... ............... ..... ............. .. .... ........ ........ ...... ................ . 33
11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 35
APÊNDICE
Relatórios relacionados ao mármore Bege Bahia ............................. ........................ .. .. ....................... 37
ANEXOS
ANEXO 1
Quadro A1 ..... ..... ...... .......... ... ........... .. .... ...... .......... ... .... .... ... ...... .. ..... .. ....... ......... .... .... ... ........ ... .. .... .... ... 43
Quadro A2 ............................ ............. .. .......... ....... ....... ......... .... ... ....... ....... ... ............. .... ......... .... .. ...... ... .. 43
ANEXO 2
Mapa geológico da região do vale do Rio Salitre, centro-norte da Bahia
VI
ABSTRACT
The main exploitation poles of the beige marble are those situated in Curral
Velho (Campo Formoso Municipality), Mirangaba, and Ourolândia. The
measured volumetric reserves in Mirangaba, Ourol ândia, and Jacobina
Municipalities are near 6.820.000 cubic meters of exploitable marble.
The methods used in exploitation of the marble vary from manual and
plimitive processes, without care with the environment, to those advanced
ones. The processes for tuming the rough blocks into ornamental material are
also variable. So it is proposed the creation of a industrial pole between
Ourolândia and Jacobina for the sustai nable development of the exploitation
and dressing of the "Bege Bahia" marble.
VII
RESUMO
o mmmore Bege Bahia, que é uma variedade de calcário secundálio do tipo calcrete/
travertino, sempre teve ampla aceitação no mercado brasileiro de rochas ornamentais, e
tem ampla possibilidade de alcançar o mercado internacional. É muito utilizado na
construção civil, assim como na confecção de móveis n~sidenciais e de esclitório. Tem
sido uma das rochas mais procuradas por arquitetos e decoradores para uso em
revestimentos e acabamento interno. A apreciação de artistas e artesãos se revela no uso
deste material em obras esculturais e objetos de arte.
ix
Arquivos Abertos 17 Compallhia Baialla de Pesquisa Milleral - CBPM
l - INTRODUÇÃO 41°30'
r--
41°00' 40°30' 40°00'
09"30'
I li III
As jazidas e ocolTências da rocha conhecida sob a
denominação comercial de mármore Bege Bahia se
\11/ / / V I 110°00'
distribuem entre os municípios de Ourolândia, Campo
Formoso, Mirangaba, Jacobina e U mburanas, no centro-
norte do estado da Bahia.
Para diagnosticar aspectos técnico-econômicos It, - F7 r>< / / /11 =' 110°30'
relativos ao mármore Bege Bahia, a Comin (Coordenação
de Mineração), da SICM (Secretaria de Indústria
Comércio e Mineração do estado da Bahia), e os
' " 4 v-,LI ",,\, '11°00'
segmentos baianos do Sebrae, Simagran, DNPM e Senai,
e mais a CBPM aprovaram o Termo de Referência
gerador do Plano estratégico para o aproveitamento
econômico sustentado do "mármore Bege Bahia" da L-_ __ -1._ ___ -'111° 30'
região de Ourolândia, Mirangaba e Jacobina (Ribeiro
et al. , 2000).
Folhas 1:100.000/Sheets
Em decolTência deste plano, a SICM solicitou à
~ Sigla/Sigla Nome da folha/
CBPM a incumbência de promover a execução do projeto Sheet name
técnico, para o qual a empresa contratou a Geoexplore I SC.24-V -C-V Sento Sé
Consultoria e Serviços Ltda . Para avaliar a II C-VI Campo dos Cavalos.
economicidade do mármore Bege Bahia, a CBPM III D-IV Juremal
contratou o engenheiro de minas e doutor em economia IV Y-A-Il Delfmo
mineral Eliezer Braz. Em paralelo com essas ações, Joana V A-lI Brejão da Caatinga
d' Arc organizou seminários de natureza estratégica sobre VI B-I Senhor do Bonfim
o mesmo tema, realizados em Jacobina e Ourolândia. Os VII A-V Umburanas
vrn A __VI Mirangaba
encontros contaram com a participação e contribuição
IX B-IV Campo Formoso
técnica de Cid Chiodi Filho. Todas essas atividades foram
X C-Il América Dourada
coordenadas por Adalberto de F. Ribeiro, da Comin, e XI C-lI Jacobina
supervisionadas por Hélio c.A. Azevedo, da CBPM.
- - - -
~
de Campo FOlWOSO, cuja atividade produtiva é menos
Área do Probege/Area
intensa.
A área do Probege, cerca de 5.200 quilômetros
quadrados, aproxima-se de um polígono irregular que Ligeiramente modificado de/S/ightly modifiedfrom:
abrange parte de sete folhas topográficas (0030'x 0°30' Geoexplore (2002)
cada) articuladas e localizadas conforme as figuras 1,2
e 3. Jacobina, principal cidade da região, dista cerca de Figura 1 - Área do Probege e articulação
330 quilômetros de Salvador, pela BR-324. <Ias folhas 1:100.000 (IBGE/Ministério do
Exército/Sudene)
Figure 1 - "Probege" area, and articulation
of 1:100.000 sheets
COlllpanhia Baial/a de Pesquisa Mil/eral - CBPM Arquivos A berlos 17
..
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...."'...... 'iA ' tt Ao, • ~ '\,_ ~
~
Segundo a Comin, registros de produção do Bege
, '; 'l
Bahia, em 1999, destacavam quatro municípios baianos:
o "250im ~
-'I
. I Itaguaçu da Bahia, Juazeiro, Mirangaba e Ourolândia
'\
/~.
(Ribeiro et aI., 2000). Neles foram produzidos 26.240
metros cúbicos do mármore, que renderam 1,78 Illilhão
de dólares. Cerq. de 85% deste volume e 75% das vendas
Figura 2 - Sltuaçio das folhas na Bahia partiram das lavras de Ourolândia, onde concentr avam-
Figure 2 - Süuation o/the sheels in Bahia se quinze empresas produtoras. Ainda em 1999 , cerca
de 135 mil metros quadrados de placas e ladrilhos
possibilitaram uma receita da ordem de 1,64 mil hão de
dólares só na área de influência de Jacobina. Mas isto
não passava de oito por cento do valor da produção baiana
de material beneficiado, entre mármores e granitos.
45° Há uma atual tendência a realizar-se a primeira etapa
41°
do beneficiamento do mármore na própria região de
origem, onde blocos são senados e placas já são polidas.
A maioria dos teares foi instalada em Jacobina.
100 "\ <\ .,.r- I l/ tO"
Diante da inexistência de um estudo integrado sobre
) \( )
i<'-J:: \ 15° a geologia e desenvolvimento sustentável das atividades
<,.,,,,0
de lavra e beneficiamento do mármore Bege-B a hia no
...\;~~
~ centro-norte do estado, a SICM, através da Comin e
450 41°
~o
CBPM, e com parcerias do Sebrae, Simagran, DNPM e
",'" Senai aprovaram a execução do Probege, que resultou
o'" nos trabalhos apresentados por Geoexplore (2002) e Braz
& Magalhães (2002), sintetizados, junto com o tra balho
Figura 3 - Mapa de situação de Chiodi Fº (2002) , nesta edição da Série Arquivos
Figure 3 - Index map Abertos, constituída por um texto, um apêndice e a nexos
1 e 2.
2 - HISTÓRICO
3 - METODOLOGIA DO
Por volta dos anos 60, empreendedores pioneiros "PROBEGE"
davam início às atividades de lavra e beneficiamento de
um mármore do tipo calcrete/travertino, descoberto no Para efetuar o diagnóstico sobre a economicidade
sertão baiano na década de 50 (Azevedo, 2001). do aproveitamento sustentável do mármore Bege Bahia,
Os produtores pioneiros resolveram denominá-lo o Probege começou com o cadastro das jazidas e
mármore Marta Rocha, em alusão à eterna Miss Brasil. atividades de lavra, e culminou com uma lista de sugestões
A aceitação deste material como rocha de uso ornamental centrada na possibilidade de criação de um pólo de
foi imediata no então incipiente mercado baiano de explotação e beneficiamento entre os municíp ios de
mármores e granitos . Ourolândia e Jacobina. A execução coube a uma e quipe
Cerca de vinte anos depois, o produto, já bem multidisciplinar, com o envolvimento de métodos e
divulgado no mercado nacional, era apreciado por técnicas de diversas áreas: geologia, geografia, bio logia,
arquitetos, decoradores, construtores e refonnadores de agronomia, economia mineral e planejamento estratégico.
2
Arquivos Abertos J 7 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM
o projeto de investigação geológica e ambiental teve a Q Dados físicos de produção - Os dados físicos de
duração de 110 dias, executado entre novembro de 2001 produção da Geoexplore (2002) são apresentados no
e fevereiro de 2002 (Geoexplore, 2002). A concomitante quadro 1.
avaliação econômica traçou um plano estratégico para o
desenvolvimento sustentável das atividades de extração
e beneficiamento (Braz & Magalhães, 2002). Quadro 1 - Dados físicos de produção
Table 1 - Physical production data
3.1 - SISTEMÁTICA DO PROJETO Natureza do serviço Quantidade Descrição sumária
3
COII/panhia Baiana de Pesquisa Milleral - CBPM Arquivos Abertos 17
I
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~a ~ c>
~ _c:>~~<:::::) Foto 2 - Calcário Salitre no canto inferior direito da foto,
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contornado por fragmentos do calcário Caatinga. Perto da
cidade de Ourolândia
Piloto 2 - Salitre limestolle in tlle right [olVer comer of lhe
pIlOto, outlilled by fragmellts of Caati/lga limestolle. Near
Ourolâ/ldia tOIVll
C) ~ Blo cos/Blocks
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oI ou pedogenético ao que se forma dentro ou logo abaixo 1I
•
6
Arqllivos Abertos 17 Compallhia Baialla de Pesquisa Milleral - CBP,\I!
das águas de subsuperfície, que fluem lateralmente, mas \ muito fina, possuem densidade relativamente alta e são
pode ocorrer também abaixo do lençol freático. A Iitificados.
precipitação do carbonato de cálcio é estimulada por Segundo Penha (1994), o calcrete é constituído por
fatores como a degaseificação do CO 2 ' evaporação e uma matriz micrítica, com neomorfização parcial para
evapotranspiração.
° mecanismo de formação do calcrete do vale do .,\
rio Salitre consiste na dissolução de calcarenitos e \
microespato ou pseudo-espato, às vezes substituída por
doI omita, sílica ou ambas. Algumas das feições dessa
rocha são registradas nas três fotos a seguir apresentadas.
calcilutitos da Formação Salitre e reprecipitação em A foto 3 é de nódulos de sílex na rocha carbonática,
condições climáticas que se alternam entre períodos enquanto a de número 4 é uma fotomicrografia, onde é
r prolong(!dps de aridez--& pedodos curtos de elevada caracterizada uma textura ou estrutura microbrechada.
uriúdacle. É nos períodos de acentuada umidade, quando Vazios de dissolução são exibidos na foto 5.
percolam águas de baix,o .pH, que os carbonatos se
dissolvem e migram na fOffila de carbonato ácido de cálcio
(mais conhecido como bicarbonato de cálcio):
Ca(HC0 3) 2' A alta concentração do bicarbonato acaneta
a elevação do índice de alcalinidade e causa a dissolução
dos níveis de sílica dos calcários da Formação Salitre.
Ao ser transportada em solução, esta sílica irá substituir
parte do carbonato redepositado como calcrete. Formam-
se, assim, os nódulos e concreções de sílex .
Áreas de convergência de drenagens, onde há uma
queda no gradiente de fluxo, são ambientes propícios à
formação do calcrete. Esta condição hidrodinâmica teria
ocorrido na paleotrama da rede de drenagemdo rio Salitre
e afluentes principais. A propósito, os calcários da
FOlmação Caatinga são micríticos, isto é, de granulação /
7
COlllpanhia Baiana de Pesqllisa Mineral - CBPM Arqllivos Abertos 17
1l1li 2111
depósitos de calcrete.
A dolomitização não é um fenômeno constante, pois
se distribui de forma aleatória, quando a dolomita
substitui a calcita. Em algumas pedreiras concentra-se
do terço supetior à base da frente de explotação, situação
em que dá margem à aparição da cor bege nos nódulos
ou pseudoclastos (intraclastos aparentes).
A dissolução gera espaços vazios do tipo porosidade
vugular, comum em alguns níveis do calcrete. Cristais
milimétricos a submilimétricos de calcita que revestem :3 4
as paredes que fazem frente aos vazios têm uma aparência
sacaroidal, que conesponde ao açúcar, uma expressão
de uso dos mineradores locais.
8
Arquivos Abertos 17 COlllpal/hia Baialla de Pesquisa Mineral - CBPM
" estágio 1 - horizonte gredoso - intemperismos físico, m Barragem Novo Fazendo Mocambo Fazendo Cais
o
químico e biológico atuam sobre o calcário da 2
FOlmação Salitre. Migrações descendentes de águas 4
meteóricas e ascendentes de águas do lençol freático 6 ~:=
9
COII/panhia Baialla de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos 17
10
Arquivos Abertos 17 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM
6 - APROVEITAMENTO
MINERAL DO BEGE BAHIA I UUIUIUIlUIU ~ (',11 111°00'
11
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abalos 17
em 2002, um catálogo de rochas ornamentais do estado Sem incluir Campo Formoso na sua relação, Braz
da Bahia, em CD-ROM. & Magalhães (2002) mencionam a área, em hectares,
con'espondente ao glUpO de requerimentos dos municípios
de Ourolândia, Mirangaba e Jacobina:
6.2 - CADASTRO DA ATIVIDADE
- Ourolândia - 26 requerimentos de pesquisa, que
PRODUTIVA recobrem uma área da ordem de 10.000 hectares;
Foram cadastradas doze ocorrências de mármore - Mirangaba - onze requerimentos recobrem cerca
bege, 29 unidades extrativas e dez unidades de de 4 .339 hectares;
beneficiamento, que totalizaram 51 pontos ou estações - Jacobina - 29 requerimentos recobrem cerca de
visitadas. 14.795 hectares.
Das doze ocorrências de mármore, quatro são de Na ocasião da visita à região, a Cooperativa Mista
áreas pesquisadas, mas sem processo de extração. Em Agropecuária de Ourolândia Ltda., que também congrega
mais quatro há apenas indícios de pesquisa iniciada. As produtores manuais do Bege Bahia, havia protocolado
quatro restantes são de afloramentos de mármore, sem um recente pedido de pesquisa. Detalhes referentes à
qualquer sinal de pesquisa. Na maioria dos locais situação atual dos direitos minerários sobre o Bege Bahia
cadastrados a exposição do mármore é restrita, o que no vale do rio Salitre poderão ser consultados junto ao
torna difícil fazer estimativa de potencial. Apenas em 7º distrito do DNPM, em Salvador.
dois pontos foi possível observar a rocha com certo
detalhe, em escavações na forma de gaveta.
P rincipais pólos de produção ou extração
Dos 29 locais de produção ou extração do mármore,
Áreas requeridas
vinte estavam ativos na época do cadastro. Cinco
A Geoexplore (2002) relacionou 164 processos de unidades haviam sido desativadas por abandono,
direitos minerários junto ao DNPM nos municípios de enquanto outras quatro encontravam-se sob paralisação
Ourolândia, Mirangaba, Jacobina e Campo Formoso. A temporária (figura 10).
situação desses direitos, atualizada até dezembro de 200 I,
(Quant.)
é discriminada na figura 9, que se refere apenas aos 25~---------------------.
requerimentos explicitados como mármore bege. ?n
20
15
10
5
o I I •
Legenda/ Legend
4
Itir;;~!·7':I Paralisada/Olll ofwork
1 - Requerimento de pesquisa/Claim (16%) ~ D es ativada/lnaclivaled
2 - Concessão de lavra/Mining property til/e (6%) Ligeiramente modificada de/Slighl'y II/odijil'd f/'OI/I:
Geoexplore (2002)
12
Arquivos Abertos 17 Companhia Ba iana de Pesquisa Mineral - CBPM
260
Legenda e convençõeslugend and symbols
8.860
k/::ii!.'\:l Fonnação Caatinga/Fonna/ion
~ Pedreiras de rnármorelMarble quarries
8.840
. Locais de beneficiamento/
Dressing premises
~ Rio Salitre/River
" 10.800
- - Estrada/Road
o
.----.-=:: Rio Salitre!River
Área do ProbegelArea
13
COll1panhia Baiana de Pesq/lisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos 17
14
Arquivos Abertos 17 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM
extrativa do pólo. A lavra é mecanizada e a céu Dos vinte locais cadastrados, cinco são de pedreiras
aberto, numa cava de nove metros de profundidade desativadas e três, paralisadas . Dos quinze em
- com cinco pisos de 1,70 metro de altura cada - por funcionamento, nove são de lavras mecanizadas, duas
150x80 metros. Na pedreira são usados caminhões são semimecanizadas e só quatro manuais. O pólo de
brooks, caminhão-caçamba, compressores a diesel e Ourolândia é responsável por cerca de 75% da produção
elétrico, e paus de carga. Na ocasião da pesquisa, dos pontos cadastrados do mármore. A produção total
deste distrito é da ordem de 1.500 metros cúbicos mensais.
treze eram os operários que tocavam os serviços da
As principais empresas produtoras são a Flama,
mina.
Mármores da Bahia, CavaI Mineração e Travertino
Osistema do tipo fio helicoidal é o aplicado no corte Mineração, as quais, juntas, perfazem cerca de 85% da
dos blocos, que são extraídos nas dimensões de produção atual do pólo de Ourolândia (figura 16).
1,60x1,60x2,90 metros. A recuperação da lavra é
da ordem de 50%. Parte da produção é levada à
serraria da própria empresa, na cidade de Jacobina,
Pedra Branco
e parte é vendida no mercado interno. 3%
Terra Santo
Com uma produção anual da ordem de 4.200 metros 2%
cúbicos de mármore bege, o pólo de Mirangaba é Sr. Filomeno~ Mórmore
representativo do padrão tecnológico dominante nas 4 0''0 Bahia
minas da região. Isto ocorre tanto no nível da 17%
produção quanto no grau de mecanização da lavra,
Fiamo
onde são utilizados o fio helicoidal e marteletes, 33%
Eco-Mormore Cava 1
guinchos, etc . Mineroçõo
3%
Pólo de Ourolândia - este é o mais importante dos 21 %
pólos de extração do mármore Bege Bahia, seja em
termos quantitativos da produção, seja na tecnologia Ligeiramente modificada de/S/ightly modifiedfrom:
aplicada (figura 15), e também nos aspectos Geocxplore (2002)
socioeconômicos.
Figura 16 - Percentuais da produção do
mármore em Ourolândia, por empresa
Figure 16 - Percents of marble production of
each company in Ourolândia
1<;
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos 17
Quadro 5 - Situação atual, métodos de lavra e instrumentos utilizados nos municípios da região/
Table 5 - Present situation, methods and toois llsed in the 1Ilunicipalities of the region
S ituação
lVluoicípio Localidade* Método de lavra Instrumental usado na lavra
atual
' Loca li l.açõ es no anex o 11 -2 da!Lo cnli:arionJ il/ rll e al/I/ ex 11-2 Ji'1I111 Geoex pl ore (200 2).
Li ge iram ente modiFicado delSligllrly nlodifiedfrolll: Geoexplore (2002)
18
Arquivos Abertos 17 CO/llpanhia Baialla de Pesquisa Min eral - CBPM
• Lavra manual - é a de mais baixa produtividade explotação por bancadas múltiplas, na forma de degraus
(ver fotos 7,8 e 9). Restringe-se a um compressor (fotos 13 e 14). Individualizam-se pranchas nas
para furação e posterior carregamento dos furos com dimensões de 25 metros de comprimento por 1,70 metro
pólvora ou clorato para separação dos blocos. Em de largura e 1,55 metro de altura. A produção gira em
alguns locai s a furação é manual, com ferros torno de dez blocos por prancha.
elaborados e apontados pelos próprios garimpeiros Processos de extração costumam ser aplicados com
ou operadores. Realiza-se em locais de relevo positivo o emprego de fio helicoidal, o mais comum, corrente
dentada e fio diamantado, em operações que podem ser
ou de blocos rolados.
combinadas, simultâneas ou não. São métodos projetados
Da extração manual à lavra mecanizada a
de acordo com o nível de produção e com os recursos
sistemática inicial é a mesma. Começa pelo desmatamento
financeiros e tecnológicos disponíveis na mina, onde
e remoção do material estéril, de modo a criar praças
procedimentos semimecanizados e mecanizados
semiplanas, cuja área dependerá da projeção da produção
costumam ser conjugados.
da jazida. A seguir, a lavra é feita em um esquema de
Beneficiamento
Os primeiros equipamentos para beneficiamento -
serragem e polimento - do mármore bege foram instalados
em Juazeiro e Jacobina . Antes, o mánnore era vendido
na forma de blocos a outros estados, principalmente
Espírito Santo.
Nos últimos anos, estruturas para beneficiamento
foram implantadas na região de Ourolândia, onde, durante
o cadastro da Geoexplore, funcionavam três unidades
industriais. Havia um tear diamantado, dois teares
convencionais (lâminas de aço e grana lha) e um talha-
bloco para bloquetes. Previa-se a implantação de um novO
tear diamantado neste município.
Havia dez unidades beneficiadoras do mármore bege
nos municípios da região (quadro 6). A ativ idade
dominante era a serragem e polimento do málmore. Eram
Foto 14 - Lavra mecanizada a céu aberto em bancadas baixas
produzidas placas brutas, placas polidas e ladrilhos, com
(1,60m)
Photo 14 - Opell pit lIleclzallized exploitatioll ill lolV benches des taque para o município de Jacobina, com 70% das
(l,60m) unidades cadastradas.
Quadro 6 - Unidades beneficiadoras de mármore bege nos municípios da região
Table 6· Dressillg melhods Ilsed;n lhe /1lullicipalities oflhe regioll
~ iitiNlciplq .c LOCALlDADE ,.
0' :i,-'-" .
Jacobina Es lrada pa ra Miguel Calmon I Em Aliv idade Egamármore Lida. Serragem e polmenlo de rochas I Placas
Jacobina Jacob ina Em Aliv idade Karina Dia s Moraes I Polmenlo de rochas I Placas e ladrilhos polidos
Jacobina Jacobina Em Alividade Bege Bahia Mármore Lida. I Se rrage m e polim enio de rocha s I Lad rilhos personalizados
Jacobina La ges do Balala Em Alividade Ibigaiilon I Serragem e polimenlo de rochas I Lad rilhos
Ourolà ndia Fazenda Mucamb Em Alividade Trave rlino da Bahia I Serragem de roch as I Placas
Eco·Má rmore Exlração e Com.de .
Ou rolànd ia Jacob ina Em Alividade Mármore Tra ve rtino Lida. I Serragem e pOllmenlo de rochas I Placas polidas
Ourolá ndia Ourolándia Em Alividade Nordesle Agrominera l Lida. Serragem e polimenlo de rochas Lad rilhos po lidos
Ourolà ndia Ourolilndia Pa ralizada Mar Bege Se rragem de rochas Pla cas
*Localizações no anexo 11 -2 daJLacalizarians in lhe alln ex !l-2fralll Geoex plore (2002).
Ligeiramente modificado delSlightly IIwdifiedfralll Geoexplore (2002)
19
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos AbalOS 17
7 - DIAGNÓSTICO ECONÔMICO
20
Arquivos Abertos 17 Companhia Baia/lO de Pesquisa Mineral - CBPM
21
Compallhia Baiana de Pesql/isa Mineral - CBPM Arql/ivos Abertos 17
mecanizadas de maior porte, a apenas vinte metros coletivo e palticipação ampla de empresários, órgãos
cúbicos, em média, nas manuais. ambientais, instituições financeiras, setores do Estado e
Como demonstra o quadro 9, a capacidade instalada organizações não governamentais.
para a produção mensal de blocos, da ordem de 4.570
metros cúbicos (54.840m3/ano), é dividida entre cerca " Lavras manuais - os métodos primitivos de extração
de 4.360 metros cúbicos das lavras mecanizadas e cerca manual comprometem a vida útil da pedreira e
de 210 metros cúbicos das manuais. A capacidade mensal acarreta danos ambientais. Pressões são dirigidas
instalada das serrarias (integradas e não integradas) é da para paralisar as atividades, tanto de órgãos
ordem de 42 .300 metros quadrados de chapas ambientais como de setores vigilantes do
(507.600m 2/ano) e de 6.040 metros quadrados de c ump rimen to das leis trabalhistas, face à
ladrilhos (72.480m2/ano). informalidade das relações de trabalho. É um quadro
com tendência a agravar-se e de difícil reversão, a
Quadro 9 - Capacidade instalada de produção e disponibilidade não ser que haja coesão das partes interessadas . As
de equ ipamentos na região ações teriam ,que convergir para congregar os
Table 9 ll/stalled caJlacity ofpl'oductioll alld availability of
100ls in the regioll produtores numa instituição associativa bem
estruturada. Somente neste caso é que haveria a
Especific~ç:io Qu~ntidllde Produção
(p roll u to/e<llI ip amen to)
possibilidade de apoio técnico, gerencial e ambiental
Mensa l Anual mais efetivo por parte do Governo do Estado.
B loe os 4.5 70m 3 54. 840m ! • Lavras mecanizadas - agilizar a aquisição de
Ch3pa s 42.3 00m " 507.600m 2 equipamentos como pás carregadeiras, compressores
Ladrilho s 6.040m ~ 72 .48 0m 1
e marteletes é a principal demanda em prol da
Teares 18
Talha ·b loco s 09 modernização tecnológica da lavra. A mudança no
Polilrize s manuai s 17 sistemà de corte impõe a necessidade de introdução
Politri zes automátic as 04 do fio diamantado eda catena, para complementar o
Fio s heli coida is 14 - uso do fio helicoidal. Essas aquisições têm sido lentas,
Fio s di amantad os OI
por conta das condições onerosas das linhas de
Calena OI
---
financiamento bancário.
Fonte/Frum : Bra z & Magalh ães (1 00 2).
CI Empresas de beneficiamento - algumas dessas
empresas desejam deslocar suas unidades de
A única empresa que só fazia polimento era capaz
serragem para Ourolândia. Outras pretendem
de aprontar cerca de quatro mil metros quadrados mensais
complementar a serragem com o polimento e vice-
de chapas e ladrilhos . Projeto em implantação em
versa. Em outros casos há a necessidade da aquisição
Ourolândia terá capacidade mensal para polir doze mil
metros quadrados de chapas e dois mil metros quadrados de teares diamantados, de politlizes automáticas e
de ladrilhos. de linha de talha-blocos. A aquisição de tensores
No desdobramento dos blocos de mármore foram automáticos para os teares é também uma exigência.
evidenciadas três tendências : Além das dificuldades de financiamento para
implantação de serrarias no município de aquisição de equipamentos, há carências na infra-
Ourolândia; estrutura da região. Isto dificulta, por exemplo, a
preferência pelo tear diamantado em lugar do relocação das unidades de serragem em Ourolândia,
tear convencional nas novas unidades (havia um que poderia ser estimulada com a criação de um
em funcionamento e um em fase de montagem); distrito industrial em tomo do mármore Bege Bahia.
implantação de talha-blocos para o
aproveitamento 'de pequenos blocos para a
produção de ladrilhos (duas empresas produzem Estrutura administrativa
ladrilhos em talha-blocos, a partir de bloquetes).
Das dez pedreiras manuais cadastradas em
Ourolândia, só três possuem razão social, duas das quais
são sociedades limitadas . À exceção da Flama e da
Necessidades de melhoria
Mármores da Bahia, que são sociedades anônimas, as
São várias as necessidades, tanto na lavra, em todos pedreiras mecanizadas e serrarias são sociedades
os níveis de mecanização, quanto no beneficiamento. limitadas, de administração familiar.
Possibilidade há de empreendê-las, mas com esforço
22
Arquivos Abertos 17 COlllpallhia Baialla de Pesquisa Milleral - CBPM
1
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Lagoa do
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Bom Jardim \
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Pjndpb~çul,_
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elaborados de baixa qualidade;
empresas de técnicas manuais, quase sem . . ,/ tI'"
Mir~ngobo o ,,_ i ia
estruturação administrativa ou gerencial. .' ro~diã--,.),- Coq 9Õ;gP ;,/'1 (oprox .)
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Infra-estrutura e aspectos sociais
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:(p) ;5000 ~acoblna\
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".. . . "', l : I " .... ,"t-o.....
Os maiores entraves ao funcionamento das lavras
mecanizadas são a deficiência no abastecimento d'água,
oferta precária de energia elétrica e dificuldade de Convenções/Symbols
comunicação. As serrarias do município de Ourolândia
Tensão/Tension (kV)
sofrem com a falta d'água, enquanto as do município de
230,0=== =
Jacobina se dizem afetadas pela falta de linhas telefônicas. 138,0 - - - -
A figura 17 permite que se tenha uma idéia do atual 69,0
sistema elétrico da região do rio Salitre. 36,2 - - - - -
A existência de melhor infra-estrutura na região 15,0 --------------
permitiria consolidar um futuro pólo industrial marmóreo Em preparação/III preparatioll (p)
na região. Com base em Geoexplore (2002), Braz &
Subestação/Substation (kV)
Magalhães (2002) e Chiodi P, o municípo de Ourolândia 69,0 alto 230,0 • .
seria o mais indicado para sediar o pólo. Novas vias de 15,0 alto 69,0 •
acesso e melhor manutenção das já existentes seriam Em preparação/In prepara/ioll C.J
necessárias ao escoamento do produto. Chiodi Fº (2002)
se refere à necessidade de avaliação técnico-econômica Cidade/Town @
23
COlllpanhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos J7
"i L!.
Arqllivos Abertos 17 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral· CBPM
pavimentação de passeios, enquanto a lama dos teares apuração do ICMS aplicável às microempresas e às
é aplicada como aglomerante na prQdução de blocos empresas de pequeno porte.
cerâmicos . As sobras dos blocos são usadas como O imposto mensal a ser pago pela microempresa
pedra para construção civil, brita e matéria-prima (receita bruta ajustada no ano anterior igualou
para fabricação de peças artesanais . inferior a R$240.000,00) cOlTesponde a um valor
Ao identificar fatores restritivos, inclusive externos, fixo que varia entre R$25,00 e R$460,00, a depender
na comercialização de rochas ornamentais, Spínola da faixa de renda ou receita bruta ajuslada na qual
(2002a) faz referência à concorrência de países ela se enquadra. A receita bruta ajustada, no período
produtores de blocos, como China e Índia, ao considerado, é obtida da dedução da receita bruta do
desaquecimento da economia mundial e às altas taxas de equivalente a 20% do total das entradas de
juros do nosso país. Em dissertação de mestrado mercadorias e serviços tomados no mesmo período.
apresentada à UFBa, Spínola (2002b) tratou do potencial Para as empresas de pequeno porte (receita
exportador e da política pública para uma evolução >R$240.000,00 ~$1.200 . 000,00) o imposto varia
satisfatória da indústria de rochas ornamentais da Bahia, entre 2,5% e 6% da renda bruta mensal, conforme a
e ressaltou que o mármore Bege Bahia reúne todas as faixa de renda bruta ajustada.
condições e vantagens comparativas e competitivas para
Há um incentivo à manutenção e geração de empregos
tomar-se um arranjo produtivo de sucesso.
na empresa de pequeno porte. Por empregado
registrado, até o limite de cinco, a empresa pode
7.3 - SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA deduzir 1% do imposto mensal devido. A partir do
sexto empregado registrado, a dedução será de 2%,
Apenas o ICMS incide sobre a comercialização dos mas o benefício não poderá ultrapassar os 25% do
blocos das pedreiras manuais, que não recolhem a CFEM valor do imposto devido em cada período de
(Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos apuração.
Minerais), tributo que é previsto no artigo 20 da • Simples - em vigor desde 01.01.1997, consiste no
Constituição Federal. A arrecadação da CFEM é pagamento unificado dos seguintes impostos e
destinada ao município (65%), estado (23%), DNPM
contribuições: IRPJ, PIS, Cofins, CSLL, INSS
(10 %) e ao MCT - Fundo Mineral (2%) .
Patronal e IPI (se for contribuinte do IPI). Esta
As pedreiras e serrarias, como sociedades limitadas,
informação foi obtida do seguinte endereço
optaram pelas modalidades SirnBahia e Simples. Duas
eletrônico: www.receita.fazenda.gov.br/
pedreiras são lavradas por empresas que operam na
condição de sociedade anônima, sujeitas ao sistema guiacontribuinte/simples.httm.
tributário normal, tanto em âmbito estadual como federal. A inscrição no Simples, que é federal, dispensa a
Dentre as empresas levantadas, apenas três declararam pessoa jurídica do pagamento das contribuições
recolher a CFEM, em Ourolândia. A arrecadação entre instituídas pela União, como as destinadas ao Sesc,
1999 e 2001 está no quadro 12, onde é demonstrado que Sesi, Senai, Senac, Sebrae, e suas congêneres, assim
o valor auferido é ínfimo. como as relativas ao salário-educação e à
cont:J.ibuição sindical patronal. Tanto a microempresa
• SimBahia - criado pela Lei nº 7357, de 04.11 .1998, como a empresa de pequeno porte podem optar pelo
o SimBahia, opcional, é o regime simplificado de Simples, desde que não pratiquem atividades
impeditivas . Terão que estar regularizadas com a
Fazenda Nacional e o INSS .
Quadro 12 . Arrecadação da CFEM sobre o mármore de·
Ourolâudia
Table 12 . Collectioll of "C FEM" for fhe marble f,. o111 7.4 - FINANCIAMENTOS
Ourolâlldia
Dentre as empresas visitadas, poucas foram
Ano Valor (R$) financiadas: duas pelo Banco do Nordeste, uma pelo
1999 3.443,70 FinamelBNDES, e uma pelo Banco do Brasil. Há uma
2000 3.415,81 queixa generalizada quanto às condições de
2001 3.866,96 financiamento oferecidas, um tanto onerosas. Na maioria
Fonle/Frolll : D N PM , aliO 2001 das vezes os investimentos são feitos com capital próprio.
25
Companhia Baiana de Pesquisa Milleral - CBPM Arqllivos Aber/os 17
Isto reflete a rentabilidade do setor, mas nem sempre Exportações). Ao citar o mármore Botticino, do norte da
permite a realização das inversões desejadas. Limita, Itália, ao qual o Bege Bahia pode ser considerado similar,
portanto, o poder de ampliação dos negócios: O acesso a ele entende que aí está um exemplo que pode ser seguido
financiamentos menos onerosos daria sensível impulso na fOlmação de clusters (núcleos de alTanjo produtivo)
aos empreendimentos, com a modernização das técnicas de lavra e beneficiamento em Ourolândia-Jacobina.
de la vra e beneficiamento. As taxas atuais são proibitivas Por outro lado, Chiodi aponta dificuldades nos
para a maioria dos empreendedores. Mas não houve processos brasileiros de expOltação em geral, onde se
registro, na região, de falta de capital de giro, nem de incluem as rochas ornamentais, como as barreiras
outras dificuldades financeiras (Braz & Magalhães, indicadas no gráfico da edição da Gazeta Mercantil de
2002). 25 de maio de 2002 (figura 18). Ele sugere que os
produtores do mármore Bege Bahia devem associar-se
7.5 - POSSIBILIDADE DE EXPORTAÇÃO aos demais exportadores das rochas ornamentais
brasileiras, a fim de solucionar a questão dos entraves
Não há exportação atual do mármore bege nas de natureza tributária, burocrática e outros, todos eles
formas de blocos, chapas e ladrilhos. No momento, tiras relacionados ao denominado custo Brasil.
polidas e anticatos são produzidos por uma empresa que,
em parceria com uma outra, os exporta para os Estados
Unidos. A perspectiva de exportação de anticatos pode 7.6 - INDICAÇÕES DE VIABILIDADE
crescer, se for levado em conta que é um produto muito
usado em países europeus, como Itália, Portugal, Espanha Segundo Braz & Magalhães (2002), a análise de
e Grécia. Eles apreciam em especial os anticatos viabilidade econômica das atividades em torno do
fabricados com travertino, que são aplicados em locais mármore Bege Bahia é complexa , principalmente se
públicos relacionados a patrimônio histórico. consideradas todas as etapas da pesquisa, exploração,
Com a introdução de teares diamantados e de lavra e beneficiamento, até à comercialização do produto
poli trizes automáticas, duas empresas baianas voltam- final. Uma análise consistente teria que considerar o
se para a possibilidade de exportação de produtos de volume de investimentos requerido, as fontes de recursos
dimensões calibradas. e seu custo, a vida útil dos equipamentos e do próprio
Chiodi Fº (2002) sugere a criação de mecanismos empreendimento, a infra-estrutura da região, custos
de adequação comercial ao mercado externo, a exemplo operacionais, e dispêndios tributários. Algumas razões,
de consórcios de exportação, cuja formação tem sido entretanto, indicam que tanto a lavra quanto o
apoiada pe la A pex (Agê nci a de Promo ção d as beneficiamento são atividades atrativas do ponto de vista
econômico:
FontefFrom: Chiodi F" (2002), com base em/baa sed on Gazeta Mercantil (22 .05.2002)
26
Arquivos Abertos 17 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM
vátias empresas permanecem anos e anos em . contou com a paliicipação de empresálios e produtores
ati vidade. Algumas até ampliaram e manuais ou garimpeiros .
modernizaram as instalações com recursos O encontro de Jacobina aprofundou questões
próptios; relativas à tecnologia, comércio interno e exportação.
a implantação de novas unidades produtivas, Chiodi P (2002) destacou tópicos para o
principalmente senarias, deu-se também com desenvolvimento minero-industrial do mármore, a
recursos próprios . começar pelo incremento de mecanismos cooperati vos
de comercialização. Ele vê a necessidade de promover-
se a regularização minerária, fiscal, trabalhista e
7.7 - GERAÇÃO DE EMPREGO ambiental das empresas como condição para um melhor
E TRABALHO desenvolvimento da atividade, inclusive no acesso ao
crédito financeiro. Destaca também a necessidade de
avaliar o impacto do custo Brasil na competitividade
Os números da mão-de-obra empregada nas internacional e buscar mecanismos compensatórios de
diferentes etapas da cadeia produtiva do mármore Bege enfrentamento ela concorrência externa.
Bahia são apresentados no quadro 13. Foi ressaltada a importância da tecnologia de
processos na lavra, beneficiamento e acabamento das
Quadro 13 - Geração de Emprego peças elaboradas. No caso da lavra, foi demonstrado que
Table 13 Gelleralion of elllploYIIl ell! a maior utilização do fio diamantado e da coneia dentada
abre perspectivas para contornar dificuldades como as
Número de causadas por cavidades e cravos, mas o desempenho da
Segmentos da atividade empregados
correia dentada deverá ser melhor avaliado . No
Pe d re iras m a nua is 53 beneficiamento, teares diamantados devem substituir cada
Pedreiras não integradas 99 vez mais os teares convencionais nos processos de
Pedreira s integradas 136 senagem. O corte diamantado em talha-blocos deve ser
Serrarias integrada s 11 7 o mais adequado na produção de ladrilhos, enquanto os
Serrarias não integradas 98 abrasivos diamantados são os mais recomendados no
Polidora 23 I
polimento. Os testes tecnológicos de cOlie e polimento
Tota I 526 deverão ser conduzidos em linhas de trabalho cooperativo.
Fonle/Fru m: !l raz &: Ma galhães (200 2) O acesso aos resultados terá que ser facultado ao maior
número possível de empresas consorciadas .
Um cuidado da maior importância na melhoria do
De um total de 526 empregados na cadeia produtiva, material beneficiado está na qualidade do acabamento
perto de 55% trabalhavam em pedreiras e 41 % em final. Rochas de natureza semelhante à do mármore Bege
senarias. As pedreiras manuais empregavam só cerca Bahia costumam ser estucadas, resinadas e teladas, a
de 10% de toda a mão-de-obra. fim de preencher cavidades, prover o fechamento da
superfície polida e dar reforço estrutural à chapa. Por
enquanto, o resinamento e telamento não são usuais na
região do rio Salitre, daí Chiodi Fº recomendar o estudo
8 - SEMINÁRIO ESTRATÉGICO E e difusão de procedimentos padrões por parte dos
beneficiadores, mesmo porque o málmore é um material
PERSPECTIVAS PARA O SETOR sensível a agentes químicos e intempéticos. Esses efeitos
poderão ser minimizados com a formulação correta das
Possibilidades de ampliação das perspectivas para resinas ou até com a aplicação complementar de hidro-
a indústria e comércio do mármore Bege Bahia foram repelentes e óleo-repelentes.
apontadas em um seminálio desdobrado em duas partes O respeito à legislação ambiental vigente é uma
entre os dias 1Q e 2 de março de 2002, nos mmiicípios de imposição mercadológica intrínseca ao novo século. A
Jacobina e Ourolândia, respectivamente. sugestão de Chiodi Fº consiste na cliação de um selo
As duas partes foram orientadas por Joana d' Arc e verde de adequação ambiental para os produtos
contaram com o apoio técnico de Cid Chiodi Fº. O comercializados por cooperativas e consórcios, o que
seminátio de Jacobina reuniu técnicos da SICMlCBPM também implicaria uma garantia de autenticidade e
e Sebrae, e empresários de médio e grande porte da procedência. O aproveitamento comercial de rejeitos da
região. Já o de Ourolândia, além dos refetidos técnicos, lavra e do beneficiamento é mais um item a ser
27
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos 17
incorporado ao processo de adequação ambiental da incluem o solo, com suas implicqções físicas, químicas e
atividade. biológicas .
A prática garimpeira de extração de blocos e
beneficiamento de chapas foi considerada incompatível
com os padrões mínimos de produtividade e qualidade Relevo
na indústria do mármore bege, mas Chiodi Fº (2002) Na bacia do rio Salitre o relevo é plano, mas com
recomenda o direcionamento do potencial deste segmento suaves ondulações. As rochas sedimentares da Formação
para outras oportunidades que exijam pequena demanda Caatinga comportam-se como uma planície baixa do
de recursos financeiros e tecnológicos. relevo atual. Planícies ainda conservadas em topos
Além da possibilidade de incorporação no quadro residuais têm forma de mesa. Em áreas pediplanizadas
de empregados das empresas bem estruturadas, o evidenciam-se as formas de relevo cárstico, com dolinas
garimpeiro poderá ser direcionado para a produção de e grutas.
artesanato, anticatos, pedra pavê, pedra portuguesa, etc . Mais distanciadas da baixada do vale do rio Salitre,
Qualquer que seja a forma de aproveitamento, a via do as principais unidades morfológicas ficam por conta do
cooperativismo será a mais adequada . Quanto à relevo positivo da chapada de Mono do Chapéu, dos
transferência gradativa desse pessoal às empresas de blocos planálticos setentrionais e dos reversos do planalto
mineração, o melhor caminho será através da senaria- da Diamantina (Bahia, 1986).
escola da região de Ourolândia-Jacobina.
Ao tratar dos problemas da extração manual ou
garimpeira, o seminário de Ourolândia deu ênfase a Hidrografia
aspectos sociais em tomo da ati vidade. Empresários
A rede de drenagem de primeira ordem, integrante
formais e garimpeiros levantaram questões relativas a
da bacia hidrográfica do rio São Francisco, é representada
cada uma das partes, que disconeram sobre pontos fortes
pelo rio Salitre, também conhecido como rio Vereda da
e fracos do seu segmento, a partir de parâmetros internos
Tabua . A de segunda ordem é composta por seus
e externos ao setor. O resultado do encontro pennitiu a
principais afluentes, quase todos de caráter temporário.
d'Arc (2002) traçar dois quadros de planos estratégicos
Os rios e riachos, perenes e intennitentes, são bem
de ação: um elaborado a partir dos pontos de vista dos
encaixados sobre a Formação Salitre. Mudanças bruscas
empresários e outro dos garimpeiros . Nos dois casos
nos cursos d'água, em ângulo, sugerem um controle
foram indicados os responsáveis pela implementação das
estrutural.
ações . As responsabilidades foram distribuídas entre
componentes dos dois segmentos , setores sindicais e
associativos, órgãos de fomento ao comércio e tecnologia,
Solos
entidades governamentais, e grupos gestores ligados ao
setor (anexo 1: ver quadros AI e A2). Com base em estudos da Fao/Sudene, Radambrasil
e Embrapa (Bahia, 1986), foram distinguidas as seguintes
feições pedológicas no vale do Salitre: cambissolo,
latos solo vermelho-amarelo, litólico, planossolo, bruno
9 - MEIO AMBIENTE não cálcico, podzólico vermelho-amarelo, areia
quartzosa, regossolo, vertissolo e vestígios de solónetz
A extração do mármore afeta o ecossistema em tomo
associado ao planossolo.
da célula territorial onde se desenvolve a lavra. Mas não
Predominam o cambissolo e o latossolo vermelho-
se limita a locais de exploração e explotação. A interação
amarelo. O primeiro ocone do norte ao sul da bacia, nas
com o meio ambiente prolonga-se às adjacências por onde
partes de substrato carbonático. São os solos de melhor
se ramifica ou estende-se a atividade básica. Para
uso pela agricultura, argilosos, e neutros a bem alcalinos.
desenvolver ações de sustentabilidade ambiental é preciso
Sobre eles desenvolve-se a pecuária extensiva de caprinos,
entender cada compartimento e nuances dos meios físico, ovinos e poucos bovinos na região da caatinga. Culturas
biótico e antrópico do local do empreendimento e da
inigadas e de sequeiro são também implantadas no
região a ele circunscrita.
cambissolo.
O latossolo vermelho-amarelo ocone no médio e alto
9.1 - MORFOLOGIA DA REGIÃO curso do rio Salitre, mais na parte ocidental da bacia. É
proveniente da decomposição de rochas metas-
sedimentares do Grupo Chapada Diamantina. São solos
As feições morfológicas retratam o modelamento
arenosos, pouco férteis e de baixo cultivo na região, mas
físico do teneno, caso do relevo e hidrografia, mas
favoráveis ao manejo.
28
)
29
Sc- o
'
Aspectos negativos
A extração do mármore bege no vale do rio Salitre
tem causado degradações, tanto pelas lavras mecanizadas
e semimecanizadas quanto, e pIincipalmente, pelas lavras
manuais. A extração manual de blocos desenvolve-se sem
nenhuma orientação técnica, e chega a ser predatólia para
Foto 17 - Impacto paisagístico provocado pelo lançamento
ajazida, pois aproveita apenas, e de forma desordenada, aleatório de rejeitos sólidos
o material de melhor qualidade. O rejeito é abandonado PIlOto 17 - Lalldscape impact callsed by mlldom disposal of
na própria cava (foto 16), no local de extração. A foto solid wastes
17 é de um outro exemplo de impacto negativo provocado
pelo acúmulo aleatório de rejeitos sólidos. Na foto 18 o
impacto é causado pela extração manual em local de
relevo positivo, enquanto na foto 19 tem-se uma mistura
inadequada de solo com fragmentos de rocha.
Um outro aspecto negativo é o uso exagerado de
explosivos - clorato e pólvora negra -, que provocam o
tlincamento da camada de mármore em um raio de grande
alcance.
Ainda assim, se comparados aos impactos causados
na vegetação natural pela agropec uália, vê-se que os
aspectos negativos da extração do mármore do rio Salitre
até hoje, ainda que nada desprezíveis, são bem pequenos
(quadro 14). Neste caso, os impactos vis uais ou
paisag ísticos ficam por conta de desmatamentos , Foto 18 - Impacto provocado pela lavra manual .e m relevo
decapearnentos e alterações no relevo. positivo
PIlOto 18 - 1mpact callsed by IWlldworked exploi/atioll 011
positive relief
30
Arq/livos Abertos 17 Companhia Baial/a de Pesqu isa Mil/eral - CBPM
Etapas da reestruturação
o desmatamento provocado pela extração mineral é Para a abertura e desen volvimento das frentes de
de pequena intensidade, mas pode criar focos de erosão lavra será necessário remover parte das coberturas de
e as soreamento dos rios e cónegos. O decapeamento é vegetação e solo, mas tal processo deverá ser criterioso e
mínimo, pois o estéril é pouco espesso na regi ão. siste mático, de mane ira a minimizar a agressão ao
Mudanças no relevo são também pequenas. Já os rejeitos ambiente.
abandonados na circunvizinhança das cavas e frentes de li Remoção da cobertura vegetal - o processo de
lavra geram uma paisagem caótica. remoção da cobertura vegetal deverá ser seletivo e
A extração do mármore não utiliza substâncias monitorado por um técnico agrícola. Uma parte será
químicas nem tóxicas, mas cuidados devem ser replantada de imediato, outra será reincorporada ao
observados na descarga de óleos e graxas dos solo, como adubo, e uma terceira será destinada a
equipamentos, que podem poluir as águas. Partículas em viveiros. Deverá haver uma área de estocagem.
suspensão, vibrações das máquinas e ruídos de explosivos • Obras de drenagem - para direcionar os fluxos de
poderão afetar os operários das minas, mas o impacto conentes pluviais da frente de lavra e da área de
social é reduzido, visto que as lavras ficam distantes dos deposição controlada do material rejeitado, ou bota-
povoados. fora, serão construídos drenos que farão escoar as
A eventual existência de grutas e cavernas nas áreas
águas às canaletas e, depois, às barragen s de
de lavra poderá ser detectada mediante a aplicação prévia
decantação. As obras serão para proteção da rede de
de métodos geofísicos .
drenagem. A abertura de canais e canaletas evitará
que a enxurrada carreie o material fino ou
particulado, provocando o assoreamento dos canais
de drenagem, das banagens de contenção e da própria
frente de lavra.
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'-
")
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)
I
da mata ciliar. A lavra terá que doravante desenvolver- Organização de cooperativas - o Governo do Estado
se em paralelo com programas de des~nvolvimento tem-se mostrado sensível com relação à possibilidade de
sustentável. Só assim preservar-se-á o ecossistema. Além criação de um pólo industrial de produção do mármore
da atenção com a fauna e flora da região, alguns Bege Bahia, tanto que concretizou a implantação de uma
programas que implicam cuidados ambientais são serraria-escola no município de Ourolândia, em parceria
sugeridos, tanto na atividade de lavra como na senaria com a cooperativa local.
(Geoexplore, 2002). Esses programas deverão envolver
A cooperativa atual é mista, voltada tanto para a
o reaproveitamento não só dos rejeitos da lavra como
agricultura quanto para a mineração, o que lhe propicia
também da senaria.
requerer áreas de pesquisa junto ao DNPM. O
A fim de promover a imagem comercial do Bege Bahia cooperativismo é uma condição necessária para congregar
em termos de garantia de autenticidade e procedência, as lavras manuais num esquema que lhes permita
Chiodi Fº (2002) recomenda a implantação de um selo modernizar a atividade, introduzindo os garimpeiros e
verde de adequação ambiental para os produtos pequenos mineradores na prática da formalidade
comercializados por empresas ou por cooperativas e empresarial .
consórcios da região , que deverão adotar práticas
Braz & Magalhães (2002) sugerem a criação de um
ambientais compatíveis com os preceitos da
núcleo de produção de pedras portuguesas e anticatos
sustentabilidade.
para serem aplicados na pavimentação de ruas, praças e
jardins, também através de cooperativa de produtores
artesanais. Esta visão é consonante com a orientação
Infra -estrutura regional - é inegável a demanda de
emanada dos seminários de Jacobina (Chiodi Fº, 2002) e
melhorias na infra-estrutura da região do Salitre em prol
Ourolândia (d'Arc, 2002).
da atividade mineral, beneficiamento da matéria-prima e
comercialização do produto final. Melhores vias de
acesso, ofelta de energia elétrica e disponibilidade de
Profissionalização da atividade - a capacidade instalada
recursos hídricos são necessidades inadiáveis .
das pedreiras mecanizadas é cerca de 21 vezes superior
A recomendação mais urgente sobre vias de acesso é a à das pedreiras manuais. No ano 2000, a produção
construção de uma estrada que ligue os pólos extremos mecanizada foi nove vezes maior que a das pedreiras
de Curral Velho e Ourolândia, o que facilitará todo o manuais, que ocupam, de modo informal, quase 18% da
escoamento para o centro principal do pólo geral de m ão-de-obra empregada (Braz & M agalhães , 2002).
produção. Em termos de energia elétrica, recomenda-se
Além da baixa produtividade, do caráter predatório da
a instalação de uma rede trifásica, balizando os principais
lavra e dos problemas de segurança do trabalho, a
pólos de produção. Uma outra necessidade é relacionada
extração manual causa sérios danos ambientais . A
ao sistema de comunicação da região, onde urgem
reversão desta situação requer a criação de mecanismos
melhorias na rede de telefonia e sua extensão à zona rural.
associativos bem estruturados, idéia também conoborada
Para possibilitar a criação de um distrito industrial em por Chiodi Fº (2002) e d' Arc (2002) . Uma outra
Ourolândia, será premente traçar-se um programa de alternativa seria a migração dos trabalhadores informais
melhoria no abastecimento d'água. A captação de água para o mercado formal das empresas de mineração e
subtenânea será facilitada pela notória potencialidade beneficiamento. Em suma, todos concordam que a forma
aqüÍfera desta região de relevo cárstico. atual de extração manual, além dos prejuÍzos causados à
mineração e ao ecossistema, quase nenhuma
O gerenciamento da utilização da água subtenânea sob
compensação proporciona ao praticante da garimpagem.
a calha do rio Salitre terá que ser rigoroso. O
empresariado mineral deverá criar mecanismo próprio
de reciclagem da água. Do mesmo modo, o agricultor Implantação de um pólo industrial- a implantação
deverá usar técnicas racionais de irrigação, a exemplo de um pólo minero-industrial é uma imposição regional
do gotejamento. Recomenda-se, por conseguinte , a que se vem materializando de forma gradativa. Para isto,
realização de estudos para a avaliação detalhada do a ação sinérgica de instituições como as do sistema SICM
potencial hidrogeológico da região. - CBPM, Sudic, Sim/Comin -, o DNPM, o Sebrae,
34
) Arquivos Abertos 17 CO/llpanhia Baiana de Pesquisa Min eral - CBPM
Senai, Ceped, Fapesb (Fundação do Amparo à Pesquisa a atração de empreendedores locais e de outros estados,
na Bahia), UFBA e BNB (Banco do Nordeste do Brasil) mediante a otimização do uso racional desses insumos.
poderá catalisar os esforços empresariais que visem a
De qualquer modo, não resta dúvida de que o mármore
acelerar a estruturação da cadeia produtiva em torno do
Bege Bahia reúne vantagens comparativas e competitivas
mármore Bege Bahia.
para tornar-se um arranjo produtivo de sucesso . Neste
É certo que a existência de um espaço físico específico - caso, a implantação institucional deste pólo industrial
o pólo industrial - por onde as instituições poderá ser o elemento catalisador de uma expectativa
governamentais possam aportar os necessários regional.
suprimentos infra-estruturais, a exemplo de água, energia
elétrica e comunicações, pode ser um fator decisivo para
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Companh ia Baialla de Pesquisa Mineral - CBPM Arquivos Abertos 17
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Arquivos Abertos 17 COl/lpanhia Baiana de Pesquisa lviil/ eral - CBPM
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ANEXOS
ANEXO I
Quadro AI- Plano estratégico de ação para aproveitamento do mármore
Bege Bahia - elaborado com base em demandas da comunidade
empresarial.
ANEXO 2
Mapa geológico da região do vale do rio Salitre, centro-norte da Bahia.
)
Arquivos Abertos 17 Compal/hia Baial/a de Pesquisa Mil/ eral - CBPM
Qu adro AI - Plano estra tégico de ação para aproveitamento do má rmore Bege Bahia - elaborado com base
em dem a ndas da comunid ade empresarial
Tab le AI - Strategic plaill fo r actioll to p rofit th e Bege Bahia I/Iarble - based 011 del/lallds frOI/l cOl/lllllity of bllSillessl/lell
Ação I Actioll Respollsá vell Respollsllble
Criar wn a base de /Il11rke/illg para potencializar com segmentação (tipos e nichos comerciais) Governo estadual
Elaborar programa de promoção comercial Gov. estadual-empresários-
sindicato (coord.)-Sebrae
Desencadear ações para viabilizar O c/lIs /el" Grupo gestor
Viabilizar estudo integrado de aproveitamento dos rej eitos da lavra e benefi ciamento SICMlComin
Criar alternati va para organizar empreendedores através da sua entidade de represe ntação, viabilizando ações nas Sind icato
di versasáreas(compras, tecnologia, mão-de-obra, socialização de informações)
Criar uma estratégia de mobilização para obtenção de fin anciamentos compatí veis com as necessidades do segmento Sindicato
Promover meios de trazer para a formalidade todos os integrantes do segmento Gov. estadual (coo'rd.)-sindica to-
Sebrae
Mobilizar as esferas governamentais para implantar inrra-es trutura necessária ao bom funcionamento do segmento SICrvUComin
Realizar pro jetos geológicos de detalhamento da área do mármore Bege Bahia CBPM
Adotar medidas mitigadoras para compensação dos impactos ambientais resultantes da lav ra e benefi ciamento recomendadas no Mineradores
relatório do Bege Bahia
Elabo rar programa de teri namento gerencial para empresários do segmento Sebrae (coord.)-sindicato
Implantar unidade de fornlação e treinamento de mão-de-obra espec ializada para o segmento e melhoria dos proceSsos tecnológicos CBPM (coordenação)-Sena i
de benefi ciamento
Quadro A2 - Plano estratégico de ação para aproveitamento do mármo re Bege Bahia - elaborado com base
em dem and as da comunidade de garimp eiros
Table A2 - Strategic plaill for actio ll to profit the "Bege Bahia" marble - based 0 11 delllali ds from COlllllllity of "garimpeiros"
Ação I Ac/ioll Rcsponsá vcUR espollsllble
Mobilizar, através de entidade representati va, o apoio para organizar o ate ndimento das demandas do grupo, encaminhando às di versas Sebrae
esferas de 0overno
Viabili zar, at ravés de entidade representati va o atendimento da necessidade de máquinas, equ ipamentos e cont role de áreas Sebrae (coordenação)-CBPM- i
DNPM
Informar aos mine radores a respeito da legislação previdenciária e de mineração SICM/Comin
Promover meios para esc larecer aos mineradores as legislações ambiental, tra balhi sta, previdenciária e de mineração, através de Sebrae
treinamento ,
Estabelecer um programa de treinamento e aporte de novas tecno logias de lavra e benefi ciamento Govemo estad ual-CBPM i
(coordenação )-Sebrae-Sena i I
Criar uma base de marketi ng para pote ncializar o setor através da segmentação por ti po comercial e nichos comerciais ,
Governo estadual
Contra tar estudo hidrogeológico para dimensionar a capacidade de abastecimento de um virtllal parque SICM/Comin
Contratar estudo geolóo ico para a tipificação de reservas da fa ixa do calcário da Formação Caatinoa CBPM
Estruturar e organizar; através da entidade de representação, a instalação e uti lização do pa iol CB PM
Criar urna comissão provisória para representar garimpeiros junto ao Sebrae no processo de oroanização da categoria SICM/Comin-Sebrae-oarimpeiros
Adotar mecanismos existentes de proteção ao crédito para viabi lizar as vendas a prazo contratadas , através da entidade represen tativa Sebrae
Olicntar mineradores na proteção ao crédito, promovendo, ainda, a soc ialização da situação atual dos comprado res, grau de Sebrae
inadimplência e responsabil idade pelas compras efetuadas
-
43
ESTADO DA BAHIA
SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO
COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL - CBPM
MESOPROTEROZÓICO / MIDDLE.PROTEROZOI C
p:;zJ Formação Tombador - arenito fino com estratificação cruzada de grande porte
tfEj Tombado r Formatiol/ - fil/e-grail/ed sal/dslolle IVilh large cross beddil/g
• Formação Rio do Ouro - quartzito com niveis conglomeráticos; cianita-andal uzi taxisto;
serpentinitos intercalados (9 . 1) .
Rio do Ouro FOI'II/{/Iioll - tjl/artzile ,vi/h cOl/glomeratic seams; kiallile alld alldaluzite
schists; il/terhedded se/pemilliles (9.1)
Escala/Scale Ortogn aisses da fácies anfibolito por vezes migmatizados; lentes quartzosas (q)
10km O 10 20km OrtllOglleisses oflhe amphibolitefacies sometimes inigmatized; quartzose lenses (q)
! I ! J
2002
~ Cõmplexo básico-ultrabásico estratificado de Campo Formoso - peridotito e piroxen ito
SEÇÃO GEOLÓGICA A-A' / GEOLOGIC SECTION metamorfizados, ri co's em cromo
Layered b asic~ullrabasic complex ofCampo Formoso - melamorphosed chrome-rich peridolire
J~ê§:l~i t1a and py!'oxenite
A
5
+
CONVENÇÕ ES' / SYMBOLS