Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
debruça para ler e estudá-los, a fim de compreender o espírito das palavras atribuídas a Jesus,
o Cristo. Uma delas é a que consta em Mateus, XVIII, 7):
“Ai do mundo por causa dos escândalos, pois é necessário que venham escândalos, mas,
ai do homem por quem o escândalo venha.”
Jesus asseverou a necessidade de escândalos. Por quê? Para quê? Considerando a
atemporalidade dos ensinamentos imortalizados pelo Cristo, o que sao os escândalos, nos dias
atuais? Por que a bondade em pessoa – Jesus – advertiu a posteridade com “Ai do mundo, ai
dos homens…”?
Salvaguardando-se o máximo respeito às escolas do pensamento cristão anteriores ao Sec. XIX,
o estudioso da Doutrina Espírita encontra, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864),
uma interpretação impar e inédita ate então. Leia AQUI.
Observação 1: A interpretação de Allan Kardec da referida passagem evangélica, tendo por
base os princípios trazidos pelos Espíritos Superiores, foi um dos fatores que alicerçou minha fé
e minha convicção na origem divina do Espiritismo, onde a lógica e a razão casaram com os
anseios do coração, sempre que me deparo com fatos escandalosos próximos ou distantes.
Tempos depois, deparei-me com a frase do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883): “Sou
humano e nada que é humano me é estranho“, a qual converge com o alerta de Jesus sobre a
capacidade do homem de produzir e sofrer escândalos.
Observação 2: Etimologia da palavra “escândalo“, segundo Houaiss:
lat. sacandàlum,i ’pedra de escândalo, obstáculo, ocasião de queda, laço, armadilha’, do
gr.ecl. skándalon,ou ’pedra, obstáculo que faz tropeçar, tombar; escândalo’
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO
Escandalizar. Dar, com o próprio exemplo, ensejo que outrem caia no erro
ou "pecado".
3. O TEXTO EVANGÉLICO
"Se vossa mão é motivo de escândalo, cortai-a" é um subtítulo do capítulo
VIII, Bem-Aventurados os Puros de Coração, de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec. O texto está expresso nos seguintes termos:
4.1. TIPOS DE ESCÂNDALO:
Venha de onde vier, uma coisa é certa: o escândalo exige reparação que
deve ser proporcional ao mal causado. É a lei de ação e reação, de causa
e efeito. Na linguagem evangélica, quando uma semente é lançada ao
solo, ela dará os seus frutos. Quem plantar as sementes do bem colherá o
bem; quem plantar as do mal, colherá o mal. A escolha é nossa. Contudo,
uma vez lançada, seguirá o seu curso necessariamente.
Por ter sido incompreendido, mesmo pelos seus discípulos, vimos Judas
Iscariotes vendendo-o por trinta dinheiros. (Léon-Dufour, 1972)
6. SUBSÍDIOS DOUTRINÁRIOS
O mal, sendo necessário à justiça divina, dir-se-á que ele durará para
sempre, pois, se desaparecesse, Deus estaria privado de um poderoso
meio de punir os culpados. Mas, em realidade, não é assim que sucede,
porque os mundos progridem moral e intelectualmente. Nos mundos mais
avançados, o mal não existe e, portanto, não há necessidade de castigos.
O mesmo sucederá com o planeta Terra, quando passar para um mundo
de regeneração, em que o bem será a tônica de nossas ações.
7. CONCLUSÃO
Na verdade, fico muito honrado em trazer à vocês esses itens, exatamente porque dentre o
capítulo VIII, “OS QUE TÊM PURO O CORAÇÃO”, são estes os que relaciono como de grande
importância nos dias de hoje.
Sim, amigos, estamos vivenciando momentos de violências em todos os setores e em toda parte
do globo. Tudo isso tem uma razão de ser, e nós, juntos, vamos entendê-la.
O item XI nos trás a citação: “se alguém escandaliza a um destes pequenos que crêem em mim,
melhor fora que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós quem um asno faz girar e que o
lançassem ao fundo do mar. Ai do mundo por causa do escândalo; pois é necessário que venham
os escândalos, mas ai do homem por quem o escândalo venha.
Tende muito cuidado em não desprezar um destes pequenos. Declaro-vos que seus anjos, no céu,
vêem incessantemente a face de meu Pai que está nos céus, porquanto o filho do Homem veio
salvar o que estava perdido.”
As palavras do Rabi, encontradas em Mateus XVII vv. 6 a 11,indicam várias coisas e asseveram
das dores que por certo advirão àqueles que agirem no erro ou no mal.
Comentário: Hoje, meus amigos, assaltos, tiroteios, administração falha e inexistente do Estado
para com o povo, nos dão mostras de alguns desses escândalos. Se a violência é anotada pelos
tele-jornais apenas mostrando os traficantes e os ladrões, de outro lado estão as famílias que se
ressentem e vivem em medo e dor. É o pai desempregado, ou o assalariado que não ganha para
honrar suas dívidas ou sustentar a prole, o filho que não tem um estudo de nível, na rede pública,
ou professores interessados pacientes. A mãe teve que deixar o lar e a educação dos filhos para
ajudar ao pai na tarefa do sustento familiar. Toda uma sorte de aflições ronda a atmosfera do Lar.
Por que? Porque o momento que vivenciamos é de modificações, e a todas essas, compreende este
tipo de acometimentos. Nosso mundo de provas e expiações está para ser guindado ao nível de
mundo de regeneração, para tal, esses escândalos anotados acima acordam a espiritualidade
encarnada para as modificações que ela terão que evidenciar, em suas próprias vidas. Falamos de
moral, sim do altear dessa moral, o galardão que dá ao espírito a chave de entrada num mundo
melhorado.
Temos todos nós, um conjunto de mazelas hauridos das múltiplas vivencias pelas quais já
passamos, a serem expurgadas. Muitas dessas ainda nos são gratas e gostosas, e delas
esforçamo-nos por não nos desligarmos. A Lei de Causa e Efeito, vigendo inexoravelmente, há de
cobrar dos espíritos a modificação e em não a encontrando efetivada, por certo indicará novo
reencarnar em dores mais profundas. Assim, urge que nos entreguemos à esse salutar trabalho de
regeneração que nos colocará aptos a adentrarmos ao novo mundo, como alunos que obtiveram
aprovação no período que se encerra no aprendizado espiritual.
Vejam os versículos de 29 a 30 no capítulo V, onde Mateus, novo chamamento à ordem nos remete
em palavras fortes: “Se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os
longe de vós; Melhor será para vós estareis na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que terdes
dois e serdes levados ao fogo eterno. Se o vosso olho vos é objeto de escândalo arrancai-o e
lançai-o longe de vós; melhor para vós será, que estareis na vida tendo um olho só , do que terdes
os dois e serdes precipitados no fogo do inferno.”
Comentário: Aqui, o apóstolo descreve com singular clareza sobre os vícios (nossas mazelas), que
contraímos, pelo uso dos sentidos que detemos.
Olfato, audição, gutação, visão e fala, bênçãos de Deus, que se mal usadas, nos remetem a toda
uma sorte de desregros que nos forçam à um caminhar mais lento e nos afastam do bom caminho.
Cada um destes sentidos, se anexados a uma construção malévola ou viciada, ditada por nossa
casa mental, arrasta-nos a momentos fortificados de dor, pranto, medo e culpa. E somos nós,
somente nós, os que os procuramos, não há arrastamento irresistível, dizem-nos os bons espíritos,
mas nós, espíritos imperfeitos, ainda descremos ou mesmo nos fazemos refratários à esses bons
ensinamentos, mas quando a dor nos bate a porta, sofremos e choramos, a desdita de nosso
“Azar”, do pouco olhar do Pai por sobre nossas cabeças... Quanta imprevidência!
Concluí-se então, que a palavra escândalo, em verdade bem traduzida é pelos tropeços a que nós
mesmos estamos propensos a dar em virtude de nossa negligência para como o Orar e Vigiar.
Somos nós, amigos, os eternos fomentadores de nossa alegria ou da nossa dor. Não Deus, nem
Jesus, e nem mesmo os maus espíritos.
A suprema Bondade e Justiça de Mais Alto nos deu a capacidade de raciocínio, a inteligência, a
consciência de Deus, esculpida em nossa psique profunda e o Livre Arbítrio. Estes atributos fazem
de nós espíritos completos, diferenciando-nos dos animais ditos irracionais. Eis ai que o Pai, ao
exarar a Legislação Eterna, houve de colocar a Lei de Causa e Efeito, como elemento normatizador
de nossas ações, não estamos obrigados a nada em virtude de nosso Livre arbítrio, mas se
andamos ao arrepio da Lei, por certeza teremos de aditar à nossas vivências momentos de
reparação, mais das vezes em dor profunda. Este o nosso caminho nos mundos de provas e
Expiações: Errarmos o menos possível, avançarmos o mais que possamos pelo trabalho no Bem,
esta a nossa Missão.
Outro ponto de muito valor, de importância capital, está em o tratamento, educação, valor tempo
que damos aos nossos miúdos, sim aos nossos filhos... Quando Jesus disse: “Deixai virem a mim
as criancinhas”, por certo não falou senão para todas as crianças, todo o contingente de espíritos
encarnados na terra, não excetuou nenhuma idade, da mais tenra a mais adulta. Falou também,
dirigindo-se às crianças do intelecto, todas essas almas que gravitam nessa região onde a dor e o
sofrer imperam. Se pouco Ele podia ensinar às crianças físicas presas tão somente à matéria,
submetidas ao império dos sentidos e ainda desprovidas da razão madura. Deixou que o exemplo
que dignifica a familiaridade que todos mantemos com ele e o Pai, exortou-nos ao trabalho
incessante e abnegado no Bem, na ajuda ao próximo no amor em seu mais alto grau.
Lembro aqui o segundo mandamento, este do qual falamos apenas a primeira parte: “Amarás a teu
próximo como se fosse a ti mesmo...”, em realidade faltamos com a parte mais importante e
asseverada na mesma narrativa do Bom Mestre: “(...)Estão nesse mandamento, todas as doutrinas
e todos os profetas.”
Ao explicar-nos tão sabiamente, Yoshua Ben Yussef ( verdadeiro nome de Jesus), deu-nos a exata
proporção da dor conferida a quem por negligência, omissão, ou descuido, para não dizer maldade,
descura de tal mandamento.
Mas voltamos às nossas crianças: São elas o objeto de nossas responsabilidades paternas,
espíritos que por laços contraídos para conosco, no amor ou na reparação, chegam-nos aos portais
familiares para o processo de refazimento, se descuramos para com eles, descuramos para com
nossa própria ascensão espiritual.
Amigos, todo o capítulo VIII do Evangelho Segundo o Espiritismo, nos fala de Fé, de trabalho, de
resignação, tolerância e paciência, tais virtudes, fazem o matiz de nossa evolução, assim, espíritos
em adiantamento nesse orbe, estamos todos nós atrelados à mesma escola e classe, cada um a
seu modo e vontade, há de conseguir gerir sua vivência de modo a poder se fazer apto ao ingresso
em mundo de regeneração.
Quando estudamos a mensagem contida nos itens de 20 a 21, assinada pelo Cura D`Ars, Vianney,
verificamos o quanto esquecidos estamos desses ensinamentos tão importantes para o nosso
burilamento espiritual e conseqüente melhoria. A mensagem nos exorta ao perdão e à resignação,
avisando-nos benevolamente.
Sim, posto que se o mal que nos aflige faz com que sejamos motivos de escândalos, compete-nos
tal modificação, demonstrando que somos nós que nos salvamos a nos mesmos. Mais ainda, que
somos nós, aquele a quem não conseguimos enganar, que nos vai julgar. Notem que o mal reside
em nossa casa mental, então se são os nossos olhos os motivos do escândalo de que nos serviria
arrancá-los se não nos propuséssemos, conscientemente a envidarmos todo o esforço para que nos
modificássemos?
Essa explicação demonstra a alegoria da mensagem de Mateus, posto que naquele tempo, O
homem detinha pouco conhecimento não tendo assim a compreensão que hoje temos.
Como disse no início de nosso papo, os tempos são os da retificação da Moral, os rebuliços, a onda
de violência, os demais escândalos, são os chamamentos à reconstrução moral da Humanidade,
trabalho sem o qual, pouco o nada andaríamos, relegando nossa elevação à tempos no depois dos
tempos.
Amigos, se de nosso íntimo não houver a propositura grave e séria em nossa modificação, ao
efetivarmos o arrancar dos olhos, apenas ficaríamos cegos, nada de melhor acontecendo para com
o nosso de ascensão espiritual, o arrancar o olho ou o pé sugerido, é verificado no expurgar de
nossos maus instintos, chagas morais tais como a vaidade, o orgulho, a prepotência, a cupidez,
irmãos diletos, filhos da Dor e do Egoísmo.
A Fé inabalável, aquela obtida pelo raciocínio lógico, nos é o elmo, a couraça, o escudo que nos há
de defender das estocadas do mal. Mas nos é necessário também a ação no bem, o exercício da
Humildade e do amor ao próximo, salvos-condutos à regeneração do espírito.
Terminando, gostaria de como um alerta, deixar vívida nas mentes de voces a exortação basilar
do Mestre:
O porque dessa exortação nos remete ao raciocínio de que devamos estar a trabalho, sempre, e
incessantemente, na reconstrução de nosso espírito.
O Estar morno de que nos fala Jesus, é a INAÇÃO, a falta de VONTADE, o descaso de muitos de
nós, que relegam sua evolução espiritual aos andrajos dos esmoleres morais.
Para depois, sofrermos em dor e remorso.
Muita paz,
No sentido vulgar do termo, escândalo significa evento ruidoso, que causa alvoroço ou
estrépito.
Nessa linha, o problema residiria não no conteúdo da conduta, mas na sua repercussão.
Desde que uma ação má não gerasse alarde, não haveria maiores problemas.
Ocorre que esse sentido valoriza as aparências e a hipocrisia, em franco desacordo com as
lições do Cristo.
Jesus afirmou, ao tratar do adultério, por exemplo, que o mero pensar com impureza já era
condenável.
Parece possível interpretar a palavra escândalo, na acepção evangélica, como tudo o que
causa tropeço ou embaraço nos caminhos próprio ou alheio.
Tudo o que resulta dos vícios e imperfeições humanas, tudo o que viola os deveres de pureza
e fraternidade, isso é um escândalo perante as Leis Divinas.
O cerne da questão reside na evolução ainda incipiente dos habitantes da Terra, mormente
no que diz respeito à moral.
O planeta, ainda por um tempo, será morada de Espíritos rebeldes às Leis Divinas.
Mais do que em decorrência das condições materiais da Terra, a vida aqui é difícil por conta
dos nossos inúmeros vícios.
Salvo o caso das almas missionárias, os Espíritos radicados na Terra têm afinidade de
sentimentos e valores, em maior e menor grau.
No longo processo de aprendizado da vida, o Espírito comete equívocos que precisa reparar.
Ele necessita acertar-se com sua consciência, a fim de habilitar-se para estágios superiores
da vida imortal.
Finalmente, o contato com o vício faz com que os homens lentamente se desgostem dele.
O espetáculo das baixezas humanas é triste. Com o transcorrer do tempo faz surgir o ideal de
vivências diferentes, plenas de pureza e compaixão.
Assim, nos estágios ainda inferiores da vida moral, o escândalo é infelizmente necessário.
Mas ai do escandaloso, pois responde por todo o mal que causa, ainda que deste surja
indiretamente o bem.
Escândalos
O viciado é a primeira vítima do seu vício
Aboletado numa luxuosa primeira classe do avião que faria o voo entre Nova York e Paris, o diretor
geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e candidato cotadíssimo para ser o próximo
presidente da França, jamais poderia imaginar que dentro de poucos minutos sua imagem seria
totalmente detonada, sob a acusação de prática de crimes sexuais... Saiu humilhantemente
algemado e levado às barras de um tribunal, onde deixou uma fiança de um milhão de dólares em
troca de uma prisão domiciliar com direito a tornozeleira eletrônica. E sabe-se lá quantos outros
milhões despenderá na continuidade dos trâmites processuais! Passou alguns dias em uma cela
individual bem menos confortável que a suíte do hotel onde se hospedara ao preço de cinco mil
reais a diária.
Escândalos, escândalos! Ai do homem por quem ele venha! Foi este o caso...
Segundo Allan Kardec[1], quando Jesus disse que “é preciso que haja escândalo no mundo”, Ele
estava querendo dizer o seguinte: “(...) Imperfeitos como são, na Terra os homens se mostram
propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender
por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para
estes, a obrigação de praticá-lo.
É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem
a si mesmos pelo contacto de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos
inconvenientes acabam por compreender.
Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal, procurarão remédio no bem. A reação desses
vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para outros. É assim que do
mal tira Deus o bem e que os próprios homens utilizam as coisas más ou as escórias.
(...) ‘Se vossa mão é causa de escândalo, cortai-a.’ – Figura enérgica esta, que seria absurda se
tomada ao pé da letra, e que apenas significa que cada um deve destruir em si toda causa de
escândalo, isto é, de mal; arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa.
Quer dizer também que, para o homem, mais vale ter cortada uma das mãos, antes que servir
essa mão de instrumento para uma ação má; ficar privado da vista, antes que lhe servirem os
olhos para conceber maus pensamentos. Jesus nada disse de absurdo, para quem quer que
apreenda o sentido alegórico e profundo de suas palavras”.