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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.
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Direito do Trabalho – Remuneração e Salário: Composição (parte II)
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SUMÁRIO
1. REVISÃO DO PRIMEIRO BLOCO........................................................................ 3
2. REGRA COMPLETA .......................................................................................... 4
3. GORJETAS ....................................................................................................... 6
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A professora explica que “pagos” não seria a expressão mais adequada, porque daria a ideia de possuir
natureza salarial.
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Por se tratarem de valores variáveis, pode ser que o empregado receba hora extra, pode ser que não,
pode ser que receba adicional noturno, pode ser que não, pode ser que receba gratificação de função, pode ser
que não. Sempre se fala de média desses valores, é o que se chama de salário condição, que é o valor devido ao
empregado tendo em vista a presença de circunstâncias que justificam o pagamento. Se essas circunstâncias
deixam de existir o empregado, não terá direito à percepção desse valor de natureza salarial.
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A profa. adverte os alunos a não esquecerem que, apesar da regulamentação das gorjetas anteceder
a Reforma Trabalhista, estas continuam a ter natureza remuneratória e não possuem natureza salarial. As
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Traduzindo a REMUNERAÇÃO
R = Salário fixo + gratificações legais e comissões + Gorjetas
Salário condição
O salário é o valor fixo mais gratificações legais mais comissões. Repetindo: pode ser
que o empregado não receba nem comissão e nem gratificações legais, ocasião em que ele
receberá, pelo menos, o salário fixo.
Traduzindo o SALÁRIO
S = Salário fixo + gratificações legais + comissões
Salário condição
Destaca-se que é necessário, portanto, que se tenha esse valor fixo, pelo menos, um
valor mínimo, que pode ser: o mínimo constitucionalmente definido, piso salarial, salário
profissional ou qualquer outro valor contratualmente estipulado – que não haja violação à
Constituição –, será devido ao empregado.
2. REGRA COMPLETA
No bloco passado, a professora falou das parcelas que não possuem natureza salarial
de acordo com a Reforma. Agora, a professora falará de acordo com a Reforma e das regras
que foram mantidas quais são as parcelas que não possuem natureza salarial. Repetindo: ela
informa que destacou em azul (no seu material) as parcelas que foram destituídas de natureza
salarial a partir da reforma trabalhista.
Assim, não possuem natureza salarial: gorjeta – que é a única parcela que possui
natureza remuneratória –, participação nos lucros e resultados (PLR); ajudas de custo
gorjetas, portanto, não possuem natureza salarial, embora, integrem a remuneração do empregado e sirvam de
base de cálculo para parcelas de natureza trabalhista.
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Já não existia essa fixação de percentual. Logo, as ajudas de custo foram mantidas pela Reforma
Trabalhista como parcelas que não possuem natureza salarial.
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Esta é uma novidade da Reforma Trabalhista.
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A profa. brinca que já repetiu isso tantas vezes que já realizou uma verdadeira lavagem cerebral e que,
se receber dúvida questionando sobre o caráter salarial das ajudas acima de 50% ela vai enlouquecer nas redes
sociais.
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Ainda, em tom divertido, a profa. convida os alunos a enviar, pelas redes sociais, para que ela possa
acompanhar, as “tatuagem” que ela orientou a fazer sobre esse assunto para ano esquecê-lo.
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Prêmio e abono são mais uma novidade da reforma trabalhista.
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A profa. pede para que os alunos tenham cuidado com os abonos, pois, de acordo com a antiga redação
do art. 457, §1º, tinha natureza salarial, agora, com a Reforma, não tem mais.
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Essa regra também foi mantida pela Reforma Trabalhista. Esse valor só terá natureza salarial, se o
abono de férias, ou seja, se o valor que o empregado recebe pela venda desse período ultrapassar o montante
correspondente a 20 dias do salário do empregado. Assim, passa-se a ter natureza salarial. Essa regra, portanto,
foi mantida pela Reforma. Isso é o que se visualiza pela leitura dos arts. 129 e seguintes, que foram abordados
pelo prof. Joalvo.
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➢ Essa premiação não vai ter natureza salarial, mesmo o empregado recebendo
todo mês?
Não, não vai ter natureza salarial. Por isso, a crítica de alguns doutrinadores, de alguns
pensadores do direito do trabalho, a partir dessa ampliação e flexibilização de parcelas que, a
princípio, teriam sim, natureza salarial. Porém, de acordo com a Reforma, não possuem.
Atenção: a PLR deve ser paga, no máximo, duas vezes ao ano, de acordo com a
legislação específica, sendo desvinculada da remuneração, de acordo com a própria
constituição.
3. GORJETAS
Não obstante as gorjetas não estarem associadas à Reforma Trabalhista, a profa.
explica que o art. 457 da CLT foi todo alterado, inclusive, quanto à regulamentação das
gorjetas, ocasião em que a profa. trouxe em seu material um esquema com tópicos rápidos,
simples e objetivos em relação às regras das gorjetas, que não foram alteradas agora, mas em
março. No entanto, têm que ser consideradas, pois o art. 457 foi todo alterado e as gorjetas
foram todas incluídas nas regas desse artigo.
As gorjetas continuam tendo natureza remuneratória, não possuindo natureza salarial.
Por esse motivo é que a profa. afirmou, no bloco passado e no início deste, que o conceito de
remuneração e salário foi mantido inalterado; salário e remuneração não são sinônimos. O
salário é parte integrante da remuneração, incluindo esta, além dos salários, as gorjetas.
As gorjetas não constituem receita do empregador. Este pode até receber esse valor,
porque o cliente paga no cartão de débito/crédito e esse dinheiro acaba indo para o
empregador. Porém, deve o empregador fazer o repasse desse valor aos seus empregados.
➢ Como que ocorre esse repasse aos empregados?
Foi exatamente essa a regulamentação que teve na sequência dos §§4º e seguintes.
Serão distribuídas entre os empregados, conforme critérios definidos em acordo coletivo
(ACT) e convenção coletiva (CCT).
Então, quem vai definir os critérios de distribuição entre os empregados é instrumento
coletivo. Essa distribuição não é feita aleatoriamente, o instrumento coletivo é que define a
forma de rateio das gorjetas.
Se ausente instrumento coletivo, serão distribuídas conforme determinação da
assembleia geral dos trabalhadores. Nesse ponto, criou-se a possibilidade de um empregador
reter parte do valor que recebe a título de gorjetas.
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➢ E por que o empregador pode reter parte do valor que recebe a título de
gorjetas?
Para que exista uma certa ajuda para o empregador, já que as gorjetas passaram a
integrar a remuneração do empregado. Houve, portanto, um aumento da base de cálculo das
parcelas trabalhistas, em que antes considerava-se a súmula 354 do TST11.
Súmula nº 354 do TST
GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas
espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo
de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e
repouso semanal remunerado.
Segundo essa súmula, as gorjetas não servem como base de cálculo para fins de aviso-
prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Logo, não se sabe
ainda como que o TST vai fazer com essa súmula 354. Provavelmente, ela será cancelada, já
que, pela leitura e interpretação do art. 457, §§4º e seguintes, entende-se que as gorjetas
passam a integrar a remuneração do empregado para fins de cálculos de todas as parcelas
trabalhistas. É o que justifica a possibilidade de a empresa reter até 20% ou até 33%
➢ O que determina essa possiblidade de retenção de até 20% ou até 33%?
Se a empresa fizer parte do regime de tributação federal diferenciado: a empresa
poderá reter até 20% (o percentual será definido em ACT ou CCT). Se não estiver sujeita a esse
regime diferenciado de tributação federal: poderá reter até 33% (definido em ACT ou CCT).
➢ Quem vai definir esses dois percentuais até 20% ou até 33%?
O instrumento coletivo: acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho.
Perceba que, mesmo que essa alteração tenha ocorrido antes da Reforma Trabalhista,
as alterações quanto às gorjetas já puxaram um gancho muito forte em relação à ação e
intervenção dos sindicatos para regulamentar questões muito próximas dos interesses do
empregado e do empregador; é muito poder que se atribui aos sindicatos quando se
condiciona a regra à previsão em instrumento coletivo.
Isso porque força a existência dessas regras nesses instrumentos, sendo o que
acontece na retenção desses percentuais. Mais uma vez, o que difere até 20% ou até 33% é a
participação ou não em regime de tributação federal diferenciado.
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Inclusive, ainda não foi alterada, isto é, ainda não há um posicionamento definitivo do TST em relação
à integração das gorjetas na remuneração do empregado – não se sabe ainda se essa integração vai ocorrer de
forma plena ou se a súmula 354 vai continuar sendo respeitada.
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O caput foi mantido, por isso, eles colocam essa linha pontilhada.
§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as
comissões pagas pelo empregador.
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-
alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos
não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho
e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
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A professora então termina esse bloco aqui e, na sequência, ela vai falar sobre salário
utilidade e salário in natura, pois houve uma alteração importante no art. 458 da CLT.
Por fim, a professora incentiva aos alunos a enxergarem a Reforma Trabalhista a partir
de um ponto de vista positivo e afirma que quaisquer dúvidas devem ser enviadas, pois serão
muito bem-vindas.
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